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MATEMÁTICA

FINANCEIRA

Andrelise Hanna Huffel


Métodos de análise
de fluxo de caixa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Aplicar os métodos payback simples e descontado na análise de


investimentos.
 Calcular o índice de lucratividade e a taxa mínima de atratividade.
 Utilizar os métodos do valor anual uniforme equivalente e do valor
presente líquido na análise de investimentos.

Introdução
Métodos de análise de fluxo de caixa são utilizados pelas empresas
para analisar projetos ou investimentos e definir se eles são viáveis
ou não, mensurando o seu tempo de retorno para que a tomada
de decisão do gestor tenha coerência. No mercado, são utilizados
diversos métodos para a análise de investimentos, com base em
critérios diferentes. Assim, é importante conhecer esses tipos de
análises e escolher a mais adequada para mensurar a viabilidade do
projeto em questão.
Neste capítulo, você estudará métodos de análise de fluxo de caixa
e aprenderá payback simples e descontado, bem como as diferenças
de cálculos entre esses métodos. Além disso, entenderá o índice de
lucratividade, a taxa mínima de atratividade de um projeto, o valor
anual uniforme equivalente e o valor presente líquido na análise de
investimentos.
2 Métodos de análise de fluxo de caixa

Métodos payback simples e descontado


na análise de investimentos
O fluxo de caixa é de grande importância para a gestão financeira das empresas,
sendo uma ferramenta utilizada para controlar as entradas e saídas de recursos
financeiros em determinado período de tempo. Ele tem a finalidade de indicar
o saldo de caixa do período projetado.
Frezatti (2014, p. 13) define que “Caixa é o ativo mais líquido disponível
na empresa, encontrado em espécie na empresa, nos bancos e no mercado
financeiro no curtíssimo prazo”. Em outras palavras, o caixa inclui os recursos
da empresa de liquidez imediata, recursos monetários mantidos na empresa
e saldos bancários positivos para a utilização de disponibilidade imediata.
Nesse sentido, o fluxo de caixa constitui-se como um instrumento de
controle de gestão financeira. Assaf Neto e Silva (2012, p. 34) enfatizam
que: “[...] é neste contexto que se destaca o Fluxo de Caixa como instrumento
que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma
empresa. Gerencialmente, é indispensável ainda em todo o processo de tomada
de decisões financeiras”.
Portanto, ter o controle do fluxo de caixa maximiza os resultados da em-
presa, fazendo com que ela efetue os pagamentos dos seus compromissos no
prazo. Com o fluxo de caixa, ela conseguirá identificar as faltas de recursos
em tempo de lançar mão de operações de empréstimos para capital de giro
disponíveis nas instituições financeiras.
Os fluxos de caixa da empresa, segundo Gitman (2003), são divididos em
fluxos operacionais, de financiamentos e investimentos. Fluxos de caixa de
investimentos são vinculados às mudanças da estrutura de investimento de
curto e longo prazo que afetaram o caixa. Isso inclui as operações de execução
e arrecadação de empréstimos, aquisição e disposição de aplicações financeiras
e compra e venda de ativos permanentes. Nesse contexto, quando as empresas
desejam avaliar novos projetos, utilizam o fluxo de caixa de investimentos.
Ao analisarem a possibilidade de fazerem investimentos, as empresas
precisam avaliar as alternativas, verificando a viabilidade e o retorno do
projeto. Nesse sentido, existem diversos métodos de análise de investimentos,
por exemplo, o payback, que é um dos métodos mais simples que as empresas
utilizam para avaliar projetos de investimento potenciais.
Segundo Assaf Neto e Lima (2014), as propostas de investimentos devem
trazer um mínimo de retorno estabelecido pela empresa para serem aceitas.
A opção de aceitar–rejeitar consiste em escolher propostas que atendam a um
critério mínimo de aceitação definido.
Métodos de análise de fluxo de caixa 3

De acordo com Gitman (2017), o período de payback é “[...] o tempo neces-


sário para que uma empresa recupere seu investimento inicial em um projeto,
calculando a partir das entradas de caixa”. Essa técnica, apesar de ser popular,
não considera o valor do dinheiro no tempo.
Para o investimento ser atrativo, as entradas de caixa devem ser constantes
e dentro do prazo definido como aceitável, e o valor do investimento precisa
ser recuperado. Quanto antes for possível reaver os valores investidos, melhor
é o investimento para a empresa. O payback efetivo, também conhecido como
payback simples, é um método simples de se calcular e fácil de se compreender,
sendo bastante utilizado pelas empresas para a avaliação dos seus projetos de
investimentos (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

Exemplo 1

A empresa AH quer avaliar um novo projeto e considera aceitá-lo se o retorno


do investimento ocorrer em, no máximo, três anos após o investimento inicial.

 Investimento inicial de R$ 100.000,00 no período (ano) 0.


 Entradas de caixa nos períodos (anos) 1 e 2 de R$ 45.000,00 em cada período.
 Entrada de caixa no período (ano) 3 de R$ 25.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 4 de R$ 20.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 5 de R$ 17.760,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 6 de R$ 20.000,00.

Períodos Fluxo de caixa Saldo

Ano 0 –100.000,00 –100.000,00

Ano 1 45.000,00 –55.000,00

Ano 2 45.000,00 –10.000,00

Ano 3 25.000,00 15.000,00

Ano 4 20.000,00 35.000,00

Ano 5 17.760,00 52.760,00

Ano 6 20.000,00 72.760,00

O retorno do investimento ocorre entre os anos 2 e 3, quando o investi-


mento é completamente recuperado pelas entradas de caixa, superando o valor
investido. O fluxo de caixa do ano 3 é superior ao fluxo de caixa necessário
4 Métodos de análise de fluxo de caixa

para se chegar ao payback do projeto, não sendo necessário aguardar o ano


3 inteiro para recuperar o investimento. Como a empresa evidenciou que vai
aceitar o projeto no caso de o investimento retornar em, no máximo, três anos
(ou seja, no ano 3), o projeto será aceito.
Para saber exatamente em qual mês do ano 2 o projeto será recuperado,
divide-se o valor do saldo do ano 2 de –10.000,00 com o valor do saldo do
ano 3 de 15.000,00, obtendo o valor de 0,67, isto é, 0,67 de um ano. Como
estamos analisando o ano 2, o período de payback será de 2,67 anos, ou
aproximadamente 2 anos e 8 meses (0,67 × 12 meses).
Segundo Frezatti (2008), entre os vários aspectos a serem considerados
para definir o período adequado para aceitação do payback, os mais frequen-
tes são a vida útil dos ativos, o grau de intensidade da demanda por caixa e os
tipos distintos de projetos. A vida útil dos ativos deve ser considerada, pois
se no projeto esse número for inferior ao payback, o projeto não faz sentido.
Os projetos devem ser considerados quando fazem sentido para a empresa.
O payback descontado, segundo Assaf Neto e Lima (2017), traz todos os
fluxos de caixa ao valor presente, isso é, ao mesmo momento de tempo, utili-
zando o conceito de valor do dinheiro no tempo. Para efetuar o cálculo, deve-se
definir uma taxa de rentabilidade mínima aceitável (custo de oportunidade)
e trazer todas as entradas de caixa ao valor presente, utilizando essa taxa.

O custo de oportunidade ocorre quando a empresa escolheu uma alternativa de


investimento em detrimento de outra, com riscos semelhantes, apurando o retorno
esperado dessas decisões. De acordo com Assaf Neto e Lima (2017), o custo de opor-
tunidade não é um conceito de valor absoluto, mas sim o quanto se deixou de ganhar
por não ter investido na opção rejeitada.
Para saber mais sobre custo de oportunidade, leia o livro Fundamentos de Adminis-
tração Financeira, de Assaf Neto e Lima (2017).

O payback descontado é calculado da mesma forma como o payback efetivo


(simples). Porém, nesse caso utiliza-se uma taxa de rentabilidade mínima aceitável
para aceitar–rejeitar o projeto em análise, conforme a fórmula do valor presente:
Métodos de análise de fluxo de caixa 5

onde:

 PV = valor presente;
 FV = valor futuro;
 i = taxa;
 n = período.

Exemplo 2

A empresa AH quer avaliar um novo projeto e considera aceitá-lo se o retorno


do investimento ocorrer em, no máximo, quatro anos após o investimento
inicial. A taxa mínima de aceitação do projeto é de 20% ao ano, e calcula-se
o valor presente de cada um dos fluxos de caixa.

 Investimento inicial de R$ 100.000,00 no período (ano) 0.


 Entradas de caixa nos períodos (anos) 1 e 2 de R$ 45.000,00 em cada
período.
 Entrada de caixa no período (ano) 3 de R$ 25.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 4 de R$ 20.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 5 de R$ 17.760,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 6 de R$ 20.000,00.

Fluxo de caixa (descontado) Saldo do


Períodos Fluxo de caixa = valor presente projeto

Ano 0 –100.000,00 –100.000,00 –100.000,00


Ano 1 45.000,00 PV = 45.000,00/(1 + 0,20)1 –62.500,00
PV = 37.500,00
Ano 2 45.000,00 PV = 45.000,00/(1 + 0,20)2 –31.250,00
PV = 31.250,00
Ano 3 25.000,00 PV = 25.000,00/(1 + 0,20)3 –16.782,41
PV = 14.467,59
Ano 4 20.000,00 PV = 20.000,00/(1 + 0,20)4 –7.137,35
PV = 9.645,06
Ano 5 17.760,00 PV = 17.760,00/(1+0,20)5 0,00
PV = 7.137,35
Ano 6 20.000,00 PV = 20.000,00(1 + 0,20)6 6.697,96
PV = 6.697,96
6 Métodos de análise de fluxo de caixa

O retorno do investimento ocorre no ano 5, quando o investimento é comple-


tamente recuperado pelas entradas de caixa, considerando o valor do dinheiro
no tempo. Como a empresa evidenciou que vai aceitar o projeto no caso de o
investimento retornar em, no máximo, quatro anos (ou seja, no ano 4), o projeto
será rejeitado. No ano 4, o projeto ainda não recuperou o investimento feito,
faltando ainda R$ 7.137,35 para zerar o retorno do investimento.
Nos Exemplos 1 e 2, foram utilizados os mesmos valores de entradas de
caixa, sendo que, no payback efetivo (simples), o retorno do investimento ocor-
reu em dois anos e 8 meses, enquanto no descontado, ocorreu em cinco anos.
Quando utilizamos valores iguais para o investimento, pelo payback efetivo,
o retorno do investimento sempre ocorrerá antes do retorno do investimento
pelo payback descontado, pois este desconsidera o valor do dinheiro no tempo.

Índice de lucratividade e taxa mínima


de atratividade
Para dar seguimento à análise da viabilidade de projetos, é muito importante
utilizar o índice de lucratividade para dar mais embasamento à decisão da
análise dos investimentos da empresa. Assaf Neto e Lima (2017) identificam
o índice de lucratividade (IL) como o índice de valor presente, que é determi-
nado por meio da divisão do valor presente dos benefícios líquidos de caixa
pelo valor presente dos desembolsos de capital, conforme a fórmula a seguir:

IL = PV dos benefícios do fluxo de caixa/


PV dos desembolsos de caixa

onde:

IL = índice de lucratividade;
PV = valor presente.

Exemplo 3

A empresa AH quer avaliar um novo projeto e considera aceitá-lo se o retorno


do investimento ocorrer em, no máximo, quatro anos após o investimento
inicial. A taxa mínima de aceitação do projeto é de 20% ao ano, e calcula-se
o valor presente de cada um dos fluxos de caixa.
Métodos de análise de fluxo de caixa 7

 Investimento inicial de R$ 100.000,00 no período (ano) 0.


 Entradas de caixa nos períodos (anos) 1 e 2 de R$ 45.000,00 em cada
período.
 Entrada de caixa no período (ano) 3 de R$ 25.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 4 de R$ 20.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 5 de R$ 17.760,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 6 de R$ 20.000,00.

Considere as informações a seguir, cujo fluxo de caixa resultante é:

Como já foi dito, a taxa mínima de aceitação do projeto é de 20% ao ano,


e calcula-se o valor presente das entradas de caixa:

PV = (45.000,00/(1 + 0,20)1) + (45.000,00/(1 + 0,30)2)


+ (25.000,00/(1 + 0,20)3) + (20.000,00/(1 + 0,20)4) +
(17.760,00/(1 + 0,20)5) + (20.000,00/(1 + 0,20)6)
PV = (37.500,00 + 31.250,00 + 14.467,59
+ 9.645,06 + 7.137,35 + 6.697,96)

Em seguida, calcule o índice de lucratividade, utilizando o valor de inves-


timento inicial de 100.000,00.

IL = 106.607,96/100.000,00
IL = 1,0661

O Exemplo 3 sugere que o índice de lucratividade é de R$ 1,0661, ou seja,


para cada R$ 1,00 despendido, obtém-se um retorno de R$ 0,0661. Pode-se dizer
também que a lucratividade do projeto é de 6,61% em relação ao valor presente.
Para as empresas verificarem a viabilidade de execução de um novo pro-
jeto, além da análise de lucratividade, elas devem utilizar a taxa mínima de
atratividade para investir em negócios que tragam retornos atrativos. Ter como
base uma taxa comparativa facilita a tomada de decisões.
8 Métodos de análise de fluxo de caixa

Nesse sentido, a taxa de mínima de atratividade deve ser calculada pelas


empresas com a finalidade de auxiliar na tomada de decisão em relação à
aceitação de um novo projeto. Assaf Neto e Lima (2017, p. 329) enfatizam que:

[...] uma empresa é avaliada por sua riqueza econômica expressa a valor
presente, dimensionada pelos benefícios de caixa esperados no futuro e des-
contados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos
vários provedores de capital. Em resumo, pode-se colocar que uma empresa
é avaliada pelos princípios fundamentais inseridos no método do fluxo de
caixa descontado.

A taxa de atratividade tem o objetivo de remunerar o retorno esperado,


incluindo o risco assumido. As empresas devem definir a avaliação da taxa
mínima de atratividade desejada para a decisão da viabilidade do projeto. De
acordo com Assaf Neto e Lima (2017, p. 334), “[...] a taxa mínima de atrativi-
dade expressa o custo de oportunidade das várias fontes de capital (próprias
e de terceiros), ponderado pela participação relativa de cada uma delas na
estrutura de financiamento”.
Quando estipulada a taxa mínima de atratividade, esta deve ser coerente e
estar em linha com os fluxos operacionais de caixa esperados. É importante
considerar o retorno esperado e enumerar os riscos do projeto. Todavia, os
riscos podem variar, principalmente se o cenário econômico estiver instável.

Valor anual uniforme equivalente e valor


presente líquido na análise de investimentos
O valor anual uniforme equivalente (VAUE) também é conhecido como valor
periódico uniforme ou custo anual uniforme, pois pode ser o custo anual ou a
receita anual, isto é, o custo periódico ou a receita periódica. Segundo Veras
(2012), “[...] o método do valor periódico uniforme consiste em calcular o termo
VPU da renda imediata que seja equivalente ao fluxo de caixa do investimento
analisado, usando a taxa de atratividade do investidor”.
Quando se utiliza esse método para comparar vários projetos de investimen-
tos, o projeto a ser considerado e escolhido pela empresa é o que representa o
menor custo periódico ou a maior receita periódica. O método de valor perió-
dico uniforme, de acordo com Veras (2012), pode ser utilizado para comparar
investimentos com prazos diferentes, que podem ser repetidos. Nesse caso,
a comparação não é feita pelo valor total, e sim pelo valor periódico. Veja a
seguir a fórmula do valor anual uniforme equivalente.
Métodos de análise de fluxo de caixa 9

onde:

 VAUE = valor anual uniforme equivalente;


 VPL = valor presente líquido;
 n = período;
 i = taxa.

Segundo Frezatti (2008, p. 79), o valor presente líquido (VPL) “[...] é obtido
subtraindo-se os investimentos iniciais de um projeto do valor presente das
entradas de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de oportunidade
da empresa”. De acordo com Assaf Neto e Lima (2017), os critérios para a
decisão, baseados no VPL, são os seguintes:

 VPL > R$ 0,00 – quando for maior do que zero, significa que está pro-
porcionando um valor à empresa e aos seus acionistas, isto é, o projeto
cria valor econômico. Nesse caso, deve-se aceitar o projeto.
 VPL = R$ 0,00 – quando for igual a zero, não está proporcionando
valor para a empresa e os seus acionistas, isto é, o projeto não cria valor
econômico. Nesse caso, deve-se rejeitar o projeto.
 VPL < R$ 0,00 – quando for menor que zero, está reduzindo o valor
da empresa e dos seus acionistas, ou seja, o projeto destrói o valor
econômico da empresa. Nesse caso, deve-se rejeitar o projeto.

Dessa forma, a indicação é aceitar o projeto sempre que o valor do retorno for
superior a zero e rejeitar quando o valor do retorno for igual ou menor do que zero.
O objetivo de um projeto é criar valor econômico: quando o valor econômico não
é criado, rejeita-se o projeto. Veja a seguir a fórmula do valor presente líquido.

onde:

 VPL = valor presente líquido;


 FCX = fluxo de caixa;
 n = período;
 I0 = investimento inicial.
10 Métodos de análise de fluxo de caixa

Exemplo 4

A empresa AH quer avaliar um novo projeto e considera aceitá-lo se obtiver


retorno do investimento. A taxa mínima de aceitação do projeto é de 20% ao
ano. Tem-se os fluxos de caixa a seguir:

 Investimento inicial de R$ 100.000,00 no período (ano) 0.


 Entradas de caixa nos períodos (anos) 1 e 2 de R$ 45.000,00 em cada
período.
 Entrada de caixa no período (ano) 3 de R$ 25.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 4 de R$ 20.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 5 de R$ 17.760,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 6 de R$ 20.000,00.

Considere as informações, cujo fluxo de caixa resultante é o seguinte:

Calcule o valor presente líquido dos fluxos de caixa.

Ao descontar os fluxos de caixa a uma taxa de aceitação de 20% ao ano, o


VPL é superior a zero, demostrando que o investimento oferece rentabilidade
à empresa e aos seus acionistas e, portanto, cria valor econômico. O valor do
projeto é R$ 6.697,96 superior ao capital investido, gerando riqueza para a
empresa. Após o cálculo do valor presente líquido dos fluxos de caixa, pode-se
calcular o valor anual uniforme equivalente.
Métodos de análise de fluxo de caixa 11

Exemplo 5

A empresa AH quer avaliar um novo projeto e considera aceitá-lo se obter


retorno do investimento. A taxa mínima de aceitação do projeto é de 15% ao
ano, com os fluxos de caixa a seguir:

 Investimento inicial de R$ 150.000,00 no período (ano) 0.


 Entradas de caixa no período (ano) 1 de R$ 30.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 2 de R$ 40.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 3 de R$ 50.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 4 de R$ 60.000,00.
 Entrada de caixa no período (ano) 5 de R$ 70.000,00.

Considere as informações, cujo fluxo de caixa resultante é o seguinte:

Calcule o valor presente líquido dos fluxos de caixa.


12 Métodos de análise de fluxo de caixa

Ao descontar os fluxos de caixa a uma taxa de aceitação de 15% ao ano, o


VPL é superior a zero, demostrando que o investimento oferece rentabilidade à
empresa e aos seus acionistas e, portanto, cria valor econômico. O valor do projeto
é R$ 8.316,08 superior ao capital investido, gerando riqueza para a empresa.
Após o cálculo do valor presente líquido dos fluxos de caixa, pode-se
calcular o valor anual uniforme equivalente.

O projeto do Exemplo 5 oferece maior rentabilidade, sendo mais atrativo


do que o projeto do Exemplo 4, uma vez que tem valores de VPL e VAUE
superiores. O Exemplo 4 apresenta o valor de VPL de R$ 6.697,96 e de VAUE
de R$ 2.014,12, enquanto o Exemplo 5 apresenta o valor de VPL de R$ 8.316,08
e de VAUE de R$ 2.480,82.
Assim, os métodos de análise de fluxo de caixa são fundamentais na avalição
de investimentos. Utilizando esses métodos, a empresa consegue visualizar o
retorno desse investimento e entender se ele gera riqueza para a empresa e para
os seus acionistas, podendo aceitar ou rejeitar esses projetos com propriedade.

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de administração financeira. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2017.
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
FREZATTI, F. Gestão da viabilidade econômico-financeira dos projetos de investimento.
São Paulo: Atlas, 2008.
Métodos de análise de fluxo de caixa 13

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa: perspectivas estratégica e tática. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Administração financeira: uma abordagem gerencial. São Paulo: Pearson,
2003.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira: essencial. 14. ed. São Paulo: Pearson,
2017.
VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicaçõ es
ao mercado financeiro, introduç ão à engenharia econômica. 6. ed. São Paulo:
Atlas. 2012.

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