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Matemática Financeira

Sumário
CAPÍTULO 4 – Fluxo de Caixa .........................................................................................05

Introdução.....................................................................................................................05

4.1 Fluxo de Caixa Real e Projetado .................................................................................05

4.1.1 Aplicações do fluxo de caixa projetado ..............................................................06

4.1.2 Importância do fluxo de caixa na análise e decisão de investimento ......................08

4.1.3 Fluxo de caixa incremental ...............................................................................09

4.1.4 Dimensionamento dos fluxos de caixa para fins de análise e decisão de investimento ...10

4.2 Depreciação, Amortizações e Exaustão .......................................................................12

4.2.1 Definições ......................................................................................................12

4.2.2 Métodos de depreciação ..................................................................................16

4.3 Teorema da Separação .............................................................................................17

4.3.1 3.3.1 Conceituando o teorema da separação .....................................................18

Síntese...........................................................................................................................22

Referências Bibliográficas.................................................................................................23

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Capítulo 4 Fluxo de Caixa

Introdução
O que vem a sua mente quando você pensa em fluxo? Se você fechar os olhos, visualizará um
movimento contínuo, certo? Pois saiba que o fluxo de caixa apresenta a sequência de operações
de pagamentos e recebimentos realizados por uma empresa, ao longo de determinado período.
Essas operações levam necessariamente a um saldo, resultante da comparação entre os recursos
que saem e os que entram no caixa, ou seja, trata-se da renda econômica que o investimento ge-
rou em sua vida útil (período definido/estimado no qual espera-se obter os benefícios dos ativos).

Saiba, desde já, que esses saldos não são necessariamente identificados com o conceito contábil
de lucro, posto que este é apurado ao final de outras operações, as quais poderão gerar altera-
ções nos valores.

Desta forma, considerando o controle e análise de investimentos, será que a rentabilidade es-
perada possuirá relação com os valores determinados no fluxo de caixa da empresa? E ainda,
você consegue dizer se o controle da depreciação dos ativos possuirá impacto nos investimentos
que serão realizados? Por fim, reflita sobre a disponibilidade de recursos da organização em
financiamentos e investimentos.

Entenda que, para que possamos definir o valor de uma empresa, avaliar se determinado pro-
jeto poderá ser rentável ou não, planejar operações futuras, enfim, administrar financeiramente
a empresa, será necessário o domínio do fluxo de caixa. Tais avaliações possuem como base
conceitual o cálculo do fluxo de caixa incremental.

Assim como o controle do fluxo de caixa demonstra-se de grande valia, o controle da deprecia-
ção, da amortização e da exaustão também é bastante importante, pois através dele podemos
mensurar da perda de valor de um bem ao longo de sua vida útil. Entenda que a depreciação é
a perda de valor de um ativo em razão de seu desgaste, obsolescência ou ação do tempo. Já a
amortização diz respeito à indicação do valor amortizável do ativo ao longo de sua vida útil, ao
passo que a exaustão representaa depreciação atribuída aos recursos naturais não renováveis.

Quanto à avaliação de um determinado projeto de investimento, devemos considerar o chamado


“teorema da separação”. Este teorema nos diz que as decisões relativas ao investimento e ao
financiamento de um projeto devem ser tratadas de forma distinta. Nas próximas páginas, por-
tanto, iniciaremos nosso estudo sobre o fluxo de caixa real e fluxo de caixa projetado, um instru-
mento de grande utilidade para a empresa, pois projeta em cenários futuros as entradas e saídas
de recursos, auxiliando na verificação de saldo positivo ou negativo e na tomada de decisão.

4.1 Fluxo de Caixa Real e Projetado


Neste tópico, iremos analisar duas classificações de fluxo de caixa: o fluxo de caixa real e o fluxo
de caixa projetado. O fluxo real representa o que já ocorreu, as entradas e saídas efetivas. O
fluxo projetado, por sua vez, irá demonstrar um período futuro.

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Matemática Financeira

Pode ser utilizado o Fluxo de Caixa Real ou o Fluxo de Caixa Planejado. O Real são as
movimentações que estão ocorrendo na empresa, sendo feitas através do disponível da
empresa. Já, o Planejado é feito através de dados que serão recebidos ou pagos futuramente,
para saber em quais períodos haverá dissintonia entre os ingressos e saídas de numerários,
antecipando- se às decisões futuras. (GIMENES, 2011, p. 2)

Assim, o fluxo de caixa projetado é utilizado em período anterior ao investimento, ou seja,


trata-se de um instrumento de projeção adequado às análises de viabilidade de determinado
investimento. É importante que você compreenda que o fluxo de caixa deverá ser projetado
considerando-se cada investimento isoladamente.

Com o objetivo de avaliar a saúde financeira da organização, visando a tomada de decisões, o


fluxo de caixa projetado representa os valores que irão entrar e sair das contas da empresa, ou
seja, faz-se uma projeção de como o fluxo de caixa se comportará no futuro. Portanto, as saídas
de caixa representam os custos do investimento e valores investidos, e as entradas de caixa re-
presentam os retornos do investimento.

4.1.1 Aplicações do fluxo de caixa projetado


Saiba que a partir do fluxo de caixa projetado, poderemos elaborar outros demonstrativos con-
tábeis, tais como: planilhas de resultados, de rentabilidade e lucratividade. Estes demonstrativos
também serão projeções. Desta forma, com as informações em mãos, torna-se mais fácil ao
tomador de decisão, a iniciativa quanto a novos investimentos que a empresa poderá assumir.

O fluxo de caixa projetado de um investimento, para que possa ser avaliado adequadamente,
deve ser aplicado em cada proposta de investimento nas organizações. Grave bem este ponto:
o fluxo de caixa discutido em nosso estudo refere-se justamente ao fluxo de caixa de cada pro-
posta de investimento. Desta forma, com o fluxo de caixa de cada proposta, teremos condições
de comparar cada uma delas e aplicar técnicas adequadas para que a empresa possa optar pela
melhor proposta.

O Fluxo de Caixa é um instrumento (planilha) pelo qual o administrador financeiro planeja


e administra os numerários da empresa, isto é, as entradas e saídas de dinheiro do caixa da
empresa. Funciona como uma agenda sofisticada onde são registrados todos os recebimentos
esperados e pagamentos programados, num certo período. O administrador financeiro
necessita saber quando vencem os compromissos regulares da empresa assim como os seus
valores a receber e, num confronto, saber se haverá caixa suficiente. (TÓFOLI, 2008, p. 69).

Destacamos, portanto, que o fluxo de caixa projetado é o produto final da integração das entra-
das e saídas de caixa que se imagina que ocorrerão no período sob escrutínio. Podemos concluir,
portanto, que o fluxo de caixa projetado diz respeito ao levantamento realizado antes do investi-
mento. Por outro lado, o levantamento que ocorre após o investimento é conhecido como fluxo
de caixa real, o qual irá atestar o que de fato ocorreu em determinado período e se o retorno
condiz com o esperado.

O fluxo de caixa projetado pode ser analisado em distintos períodos de tempo, cabendo a aná-
lise estratégica

[...] a opção de periodicidade desta ferramenta está ligada à necessidade de planejamento do


gestor, do tamanho da empresa e das circunstâncias vivenciadas com os encaixes e desencaixes,
podendo ser em períodos mais breves ou mais longos (GIMENES, 2011, p. 4).

A seguir, confira uma visualização simples, denominada diagrama do fluxo de caixa e que repre-
senta as despesas e receitas no tempo. As setas para cima representam as entradas e as setas
para baixo representam as saídas do caixa.

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Fluxo de Caixa
100 110 90 75 82 68

Entradas de Caixa

1 4 7
0 2 3 5 6 8 n = tempo

Saídas de Caixa

140 125 105

Saldo de Caixa = Saldo Inicial + Entradas de Caixa - Saídas de Caixa


Saldo Inicial = 102; Entradas de Caixa = 525; Saída de Caixa = 370
Saldo de Caixa = 102 + 525 - 370 = 257

Figura 1 – Diagrama do fluxo de caixa


Fonte: Bráulio Wilker Silva, 2015.

Saiba que os fluxos de caixa de uma empresa podem ser apresentados em três componentes
distintos, que são:

• Fluxos de caixa operacionais.

O fluxo de caixa operacional refere-se ao fluxo de caixa originado pelas operações das
organizações, entre elas as despesas, os custos e as receitas. Este tipo de classificação
está conectado ao Demonstrativo de Resultados do Exercício e ao capital de giro.

• Fluxos de caixa de investimento.

O fluxo de caixa de investimento está relacionado à obtenção de recursos pelas


organizações, porém através de ativos que representam benefícios futuros como, por
exemplo, novo maquinário. Neste tipo de classificação, os investimentos irão gerar
incremento de lucros à empresa.

• Fluxos de caixa de financiamento.

O fluxo de caixa de financiamento representa as formas de obter recursos e quitá-los,


por meio de empréstimos, por exemplo. Este tipo de classificação está relacionado à
forma com que a organização irá financiar suas necessidades em recursos e realizar suas
negociações com bancos.

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Caixa da Loja da Ana

Entradas Saídas

Fluxo de Caixa da loja da Ana

Saldo de caixa:
Saldo no início do
período
Apuração do Saldo
(+) Entradas de Caixa
no período
(-) Saídas de Caixa no
período
(=) Saldo de Caixa no
fim do período

Figura 2 – Fluxo de caixa.


Fonte: Bráulio Wilker Silva, 2015.

4.1.2 Importância do fluxo de caixa na análise e decisão de investimento


Considera-se que a importância do fluxo de caixa para a ideal análise de investimentos está na
forma de como esse fluxo é dimensionado para tanto. Assim, os investimentos devem estar pautados
em informações seguras e relevantes, que auxiliem a empresa na tomada de decisão. Consequente-
mente, essas informações deverão ser retiradas dos fluxos de caixa de entradas e saídas projetadas.

A projeção dos fluxos de caixa de cada proposta de investimento é fundamental para avaliar
e escolher os melhores investimentos. Devemos projetar o fluxo de caixa de cada proposta de
investimento considerando os valores investidos e as despesas operacionais necessárias para
colocar o investimento em operação (saídas de caixa) e as receitas ou benefícios gerados pelo
investimento (entradas de caixa, os retornos dos investimentos).

Entenda que os investimentos devem ser analisados também pelo retorno distribuído ao longo de
sua vida útil. Por exemplo: saber que uma organização fará um investimento que lhe proporciona-
rá um retorno líquido de caixa de R$ 5 milhões não é suficiente para uma boa análise. É impres-
cindível a apuração do saldo final de caixa, além da distribuição dos fluxos ao longo do tempo.

Para que haja o dimensionamento dos fluxos de caixa, devem ser consideradas, portanto, as movi-
mentações operacionais que efetivamente ocorrem no caixa, incluindo-se o Imposto de Renda (IR). A
estimativa do IR, que é uma saída de caixa, deve ser dimensionada e utilizada no processo de análise
de investimentos. Por outro lado, aqueles desembolsos que não entram no cálculo do lucro, mas que
são gerados pelo investimento, devem entrar no fluxo de caixa, pois representam reduções em seu
saldo (saídas de caixa).

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VOCÊ SABIA?
Você sabia que há três modalidades de fluxo de caixa? Há o fluxo de caixa operacional,
o de investimento e o de financiamento. Cada um deles possui uma função distinta e
a combinação desses três tipos ocorridos em determinado intervalo de tempo afeta os
saldos de caixa e a administração dos recursos da empresa.

Grave bem, portanto, que a projeção dos fluxos de caixa de cada proposta de investimento é fun-
damental para avaliar e escolher os melhores investimentos. Devemos projetar o fluxo de caixa
de cada proposta de investimento considerando os valores investidos e as despesas operacionais
necessárias para colocar o investimento em operação (saídas de caixa) e as receitas ou benefí-
cios gerados pelo investimento (entradas de caixa, os retornos dos investimentos).

4.1.3 Fluxo de caixa incremental


O fluxo de caixa incremental é aquele gerado em consequência da decisão de investimento e está
atrelado ao dispêndio de capital. Em outras palavras, o fluxo de caixa atribuído a uma proposta de
investimento só passa a existir no momento em que a empresa efetivamente realiza o investimento.

Esses fluxos podem ser identificados como resultados avaliados pela comparação entre a situa-
ção atual e a situação pós-investimento, decorrente dos investimentos realizados. A situação atu-
al da empresa e a posterior são consequências dos investimentos realizados ao longo do tempo.

Quando há a implantação de projetos pela organização, espera-se que ocorra aumento nos
valores do fluxo de caixa, certo? Entenda que, exclusivamente, esse valor que foi acrescentado
poderá ser denominado de incremental. Segundo ASSAF NETO (1992, p. 1):

Uma empresa, em determinado instante, pode ser vista como um conjunto de projetos de
investimento em diferentes momentos de execução. O seu objetivo financeiro, ao avaliar
alternativas de investimento, é o de maximizar a contribuição marginal desses recursos de
capital, promovendo o incremento de sua riqueza líquida.

Se seguirmos esta lógica, qualquer outro valor acrescido no fluxo de caixa, que não possua
relação com os projetos não poderá ser considerado incremental. Entenda que caso um projeto
acrescente novas receitas à empresa, mas, ao mesmo tempo, reduza outras, apenas o saldo será
considerado como incremental.

Constituem-se como as principais características que devemos considerar na elaboração do fluxo


de caixa: o valor do investimento a ser realizado no período de execução do projeto; o impacto
da inflação; o valor das receitas e dos custos; e o valor de recuperação.

VOCÊ QUER LER?


Pai Rico Pai Pobre de Robert T. Kyosaki, 2000. Obra muito interessante, posto que ana-
lisa padrões pré-estabelecidos em relação aos problemas rotineiros de nossas vidas. O
livro discute como empregamos nosso dinheiro, apontando que a cada dia depende de
nós obter ou não lucros. Desta forma, transmitir esses conselhos às próximas gerações
é prepará-los para que trilhem seus próprios caminhos da melhor forma e conscientes
em relação ao mundo financeiro e aos investimentos.

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4.1.4 Dimensionamento dos fluxos de caixa para fins de análise e decisão


de investimento
Saiba que a avaliação dos fluxos de caixa incrementais deve ser feita exclusivamente com base
em valores operacionais - Fluxo de Caixa Operacional (FCO). O FCO pode ser calculado por
meio da seguinte equação:

FCO = Lajir - IR + depreciação

Em que:

Lajir = Lucro antes dos juros do Imposto de Renda


IR = Imposto de Renda
Entenda o lucro antes dos juros do IR (Lajir) como sendo o lucro operacional da empresa, ou
seja, ele é obtido no relatório de Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Na fórmula
apresentada, soma-se à depreciação, pois esta não gera desembolso para a empresa.

A principal diferença entre os critérios contábeis e a definição financeira de fluxo de caixa opera-
cional é que a última exclui os juros como fluxo operacional. Apenas no caso – improvável – de
que a empresa não possuísse despesas financeiras, as definições contábeis e financeiras estariam
refletindo a mesma situação.

Ao mesmo tempo, temos a fórmula do Fluxo de Caixa Operacional Incremental. Confira:

ΔFCO = ΔLOPb – IR x (ΔLOPb) +ΔDND

Em que:

ΔFCO = fluxo de caixa operacional incremental


ΔLOPb = lucro operacional bruto incremental (antes do IR e antes das despesas financeiras)
IR = alíquota do Imposto de renda calculada sobre o lucro operacional bruto incremental
ΔDND = são as despesas não desembolsáveis (amortização, depreciação e exaustão)
Você verá que o quadro apresentado a seguir demonstra o comparativo entre o quadro demons-
trativo de resultado antes e após um determinado investimento. Com base na comparação entre
as colunas, podemos avaliar como o investimento gerou um fluxo de caixa incremental.

Quadro Demonstrativo de Resultado

Após o Diferença antes


Antes do
Investimento e depois do
Investimento
(período 1) investimento

Receitas Operacionais 100.000 130.000 30.000


(-) Custo dos Produtos Vendidos 15.000 18.000 3.000
(=) Lucro Operacional Bruto 85.000 112.000 27.000
(-) Despesas Operacionais 20.000 25.000 5.000
(=) Lucro Operacional Líquido 65.000 87.000 22.000

Quadro 1 – Demonstrativo de resultado.


Fonte: Elaborado pela autora, 2015.

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Se aplicarmos a fórmula, considerando uma alíquota de IR de 15,0% e valores referentes à de-
preciação e amortização em R$ 9.000,00, teremos:

ΔFCO = ΔLOPb – IR x (ΔLOPb) +ΔDND


ΔFCO = 27.000 – (0,15 x 27.000) + 9.000
ΔFCO = 31.950,00
É importante você perceber que a inflação também tem grande influência sobre as decisões de
investimentos pelas organizações. A inflação diz respeito ao aumento generalizado nos preços
de uma economia, à contínua desvalorização da moeda, e a outros fatores que contribuem para
seu aumento ou redução.

Figura 3 – Imagem representando elevação nas taxas de inflação.


Fonte: Shutterstock, 2015.

VOCÊ QUER VER?


O Primeiro Milhão (Ben Younger, 2000). Neste filme, um jovem que montou um cassino
no seu apartamento possui dois grandes sonhos, ganhar o primeiro milhão de dólares
e conquistar o respeito de seu pai. Na busca por emprego, ele consegue uma vaga em
uma empresa na qual ele descobrirá algo de errado.

De todo modo, a tomada de decisão relativa aos futuros investimentos da empresa irá considerar
demais fatores, tais como as taxas de depreciação, as amortizações e a exaustão de recursos
naturais não renováveis, temas importantes que veremos a seguir.

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Matemática Financeira

3.2 Depreciação, Amortizações e Exaustão


A depreciação, a amortização e a exaustão nada mais são do que formas de mensuração da
perda de valor de um bem ao longo de sua vida útil. A depreciação se configura como a perda
de valor propriamente dita, em razão de seu desgaste e obsolescência por seu uso. Ao passo que
a amortização configura-se como sendo a designação do valor amortizável do ativo ao longo de
sua vida útil. A exaustão, por sua vez, representa a depreciação atribuída aos recursos naturais
não renováveis.

Após breve conceituação dos tópicos, você terá a oportunidade de conferir exemplos e comen-
tários acerca da depreciação, da amortização e da exaustão. Acompanhe!

4.2.1 Definições
Depreciação nada mais é do que a perda de valor de um bem ao longo de sua vida útil, decor-
rente dos seguintes fatores: obsolescência, desgaste pelo uso ou ação do tempo. O dispositivo
legal que expõe o conceito de amortização é a Norma Brasileira de Contabilidade. Nas organi-
zações, devemos observar que a depreciação, amortização e exaustão são questões disciplina-
das pelo § 2° do artigo 183 da lei 6.404/1976.

§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada
periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício
de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente
limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

Imagine o seguinte exemplo: um automóvel, adquirido pelo valor de R$ 80.000,00, que depois
de alguns anos passa a valer R$ 40.000,00. O bem sofreu uma depreciação, certo? Podemos
dizer que essa perda de valor ocorre pelos seguintes fatores: obsolescência, desgaste pelo uso
e ação do tempo. Contudo, essa perda de valor não gera desembolso, ou seja, não sairão R$
40.000 do bolso do proprietário ou de sua conta bancária. Foi apenas o bem que perdeu valor.
Desta forma, nas empresas, a depreciação é dedutível da base de cálculo de IR.

Em outro exemplo de depreciação, temos o caso de edificações que sofrerão o impacto da de-
preciação. Neste caso, imagine que o valor do bem é avaliado em R$ 150.000,00, com uma
taxa de depreciação de 4%. Através dos cálculos, podemos observar o valor da depreciação
anual e mensal.

Edificação: R$ 150.000,00

Depreciação (anual): 4%

Valor depreciação ao ano: R$ 150.000,00 x 4% = R$ 6.000,00

Valor depreciação mensal: R$ 6.000,00 / 12 = R$ 500,00

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VOCÊ SABIA?
Uma ferramenta muito importante para a análise de investimentos é representada pela
forma de cálculo das amortizações, auxiliando a empresa na administração dos seus
ativos. A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 162, de 31 de de-
zembro de 1998, contribuiu com esta gestão fixando prazo de vida útil e taxa de depre-
ciação dos bens que relaciona em seus artigos.

Ao mesmo tempo, tenha em mente que a amortização é uma espécie de depreciação, porém de
itens do ativo intangível. Ou seja, considera-se como sendo uma diminuição no valor de itens
como marcas e patentes, softwares etc. A amortização é diferente da depreciação, pois seu li-
mitante restringe-se ao tempo de vida útil do bem, não considerando o uso e a obsolescência.

Expondo o dispositivo legal ao qual atribui-se o conceito de amortização, temos a Norma Bra-
sileira de Contabilidade NBC T 16.9 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO, que em
seu item 2 assim conceitua:

Para efeito desta Norma, entende-se por:


Amortização: a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e quaisquer
outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.

Imagine o seguinte: a empresa JJ possui em sua conta contábil benfeitorias em bens de terceiros,
o montante de R$ 30.000,00, a ser amortizado à taxa de 8% a.a.

Assim: taxa x valor do ativo / 100 = quota de amortização

0,08 x R$ 30.000,00 / 100 = R$ 24,00

Portanto:

Despesa com amortização R$ 24,00

Amortização acumulada R$ 24,00

Se a amortização configura-se como sendo a designação do valor amortizável do ativo intangível


ao longo de sua vida útil, então quando for definido este período, o valor deverá ser amortizado
mensalmente.

VOCÊ SABIA?
O que são elementos do ativo intangível? Bem, trata-se aqui daqueles bens que não
possuem real existência em forma material. São exemplos do ativo intangível as marcas
e patentes, os softwares de informática, os direitos de concessão de serviços públicos etc.

Por outro lado, a exaustão é caracterizada como uma depreciação de recursos naturais não
renováveis, tais como minas, poços de petróleo e pedreiras. Ou seja, os recursos são exauridos,
ao invés de depreciados. Na Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 16.9 – DEPRECIAÇÃO,
AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO, temos a seguinte conceituação:

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Matemática Financeira

A exaustão decorre do esgotamento (ou consumo) de recursos naturais. Na medida em que se


vai consumindo os recursos naturais, o valor do bem vai diminuindo, até chegar a um valor
residual, quando o recurso natural foi completamente consumido.

A seguinte fórmula representa a equação da exaustão:

Em que:

I = investimento
P = posse da reserva mineral
j = período
Pj = produção anual
ej = exaustão anual
Conforme o exemplo de Motta e Calôba (2013, p. 189) uma reserva mineral possui 60 milhões
de toneladas de minério de ferro. O investimento realizado foi de R$ 6 milhões. Como podemos
calcular a exaustão para oito anos de exploração? Acompanhe a seguir!

I = R$ 6 milhões
k = 8 anos
P = 60 milhões de toneladas de ferro.

Ano (j) 1 2 3 4 5 6 7 8 Total


Produção Anual (pj) 20 10 5 5 5 5 5 5 60
Carga Anual (ej) 2 1 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 6

Quadro 2 – Demonstrativo de produção anual.


Fonte: Elaborado pela autora, 2015.

Ao final do período, no último ano, em função da reserva estar exaurida, o valor residual é zero,
você compreende? Se a produção fosse constante, haveria uma exaustão igual, semelhante ao
método de depreciação em linha reta.

Cabe lembrá-lo que o valor residual consiste no montante líquido que a empresa espera obter
pelo ativo no final de sua vida útil. Nas palavras de Motta e Calôba (2002, p. 186) a deprecia-
ção “[...] é um custo sem desembolso, o qual, sendo abatido dos lucros, em cada exercício fiscal,
acarreta menor lucro tributável, o qual, por sua vez, mantida uma mesma alíquota de imposto de
renda, resulta em menor imposto de renda a pagar”.

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Desgaste pelo uso

Perda de valor
Depreciação: de um bem Ação do tempo
decorrente de:

Obsolescência

Figura 4 – Aspectos da depreciação.


Fonte: Bráulio Wilker Silva, 2015.

VOCÊ SABIA?
Como fazemos pra determinar o valor da depreciação? Para efeitos fiscais o valor
da depreciação é determinado por meio do custo integral de aquisição, incluídas as
despesas de instalação, sobre o qual é aplicada a tabela de prazos de recuperação
determinada para cada classe de ativos, definida pela legislação pertinente.

Não é previsto nenhum tipo de ajuste para um eventual valor residual ao final do período deter-
minado pela legislação. Por exemplo, imagine que uma empresa adquire um novo equipamento
pelo valor de R$ 40.000,00. Para que o equipamento possa ser instalado, a empresa incorre em
despesas no valor de R$ 3.000,00. Nesse caso, o valor a ser depreciado é composto pela soma
dos valores, resultando em R$ 43.000,00.

As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de imobilizado, em nota explica-
tiva (NBC T 16.9):

(a) o método utilizado, a vida útil econômica e a taxa utilizada;


(b) o valor contábil bruto e a depreciação, a amortização e a exaustão acumuladas no início e
no fim do período;
(c) as mudanças nas estimativas em relação a valores residuais, vida útil econômica, método
e taxa utilizados.

VOCÊ QUER VER?


A Fraude (James Dearden, 1999). O filme discute como altas apostas e a ganância
podem arruinar uma das mais bem-sucedidas instituições inglesas. No enredo, o pro-
tagonista, enviado a trabalho a Cingapura, pretende alterar as operações da bolsa e
rouba quantias em dinheiro para cobrir suas dívidas.

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Matemática Financeira

Quanto aos critérios de mensuração e reconhecimento, a Norma Brasileira de Contabilidade


dispõe em seu item 3:

Para o registro da depreciação, amortização e exaustão devem ser observados os seguintes


aspectos:
(a) obrigatoriedade do seu reconhecimento;
(b) valor da parcela que deve ser reconhecida no resultado como decréscimo patrimonial, e, no
balanço patrimonial, representada em conta redutora do respectivo ativo;
(c) circunstâncias que podem influenciar seu registro.

Igualmente, a NBC 16.9 (2008) ainda determina que os seguintes fatores devem ser considera-
dos ao se estimar a vida útil de um ativo:

(a) a capacidade de geração de benefícios futuros;


(b) o desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não;
(c) a obsolescência tecnológica;
(d) os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do ativo.

4.2.2 Métodos de depreciação


Existem, para efeito de divulgação de resultados, diversas metodologias de cálculo da depre-
ciação. O método de depreciação decrescente é um desses métodos. Nele, o ativo imobilizado
será depreciado por uma taxa decrescente de forma progressiva. Deste modo, calcula-se uma
porcentagem que incida de maneira constante durante a vida útil e multiplica-se por um valor
contábil decrescente do ativo imobilizado.

Cabe destacar que a depreciação anual irá diminuir à medida que a idade do bem aumentar. O
resultado será uma maior depreciação no início, porém cada vez menor conforme a vida útil se
esgota. Este método torna-se muito eficaz por demonstrar, com maior precisão, a queda de valor
da revenda do bem após a compra, aproximando-se da taxa real de desvalorização.

Saiba que há também método de depreciação linear, o qual veremos a seguir!

Figura 5 – Depreciação decrescente.


Fonte: Shutterstock, 2015.

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Um método muito utilizado e relativamente simples é conhecido como depreciação linear. Este
método consiste no conceito de dividir-se o valor total do bem a ser depreciado pela quantidade
de anos de via útil do respectivo bem. Aqui, você utilizará a seguinte fórmula:

Em que:

d = depreciação
I = investimento
VR = valor residual estimado
n = prazo de depreciação
Como exemplo, temos o valor de R$ 10.000.000,00 de investimento, a ser depreciado por um
período de 10 anos, com um valor residual de 10%.

VOCÊ QUER LER?


Como investir dinheiro, de Rafael Seabra (2013). Neste livro, o leitor é auxiliado quan-
to à definição dos objetivos em relação aos investimentos planejados, assim como a
organizar sua vida financeira. O livro também apresenta a conceituação de renda vari-
ável e de renda fixa. Durante a leitura, o autor nos apresenta o ideal de que o melhor
investimento ocorre com a utilização das diversas formas de investimento.

VOCÊ O CONHECE?
Rafael Seabra é formado em ciências da computação. O autor dedica-se ao estudo de
educação financeira, economia e investimentos, bem como à criação e manutenção
de seu blog pessoal, o Quero Ficar Rico. Disponível em: <http://queroficarrico.com/
blog/>. Não deixe de conferir!

4.3 Teorema da Separação


Para a avaliação de um determinado projeto de investimento, devemos considerar o chamado
“Teorema da Separação”. Este teorema nos diz que as decisões relativas ao investimento e ao
financiamento de um projeto devem ser tratadas de forma distinta: “... o sucesso ou insucesso

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Matemática Financeira

do projeto deve ser determinado considerando unicamente seu próprio potencial de geração de
renda econômica, independente da forma como será financiado” (SAMANEZ, 2007, p. 74).

A seguir, conceituaremos o teorema da separação e será demonstrada a aplicação dessa ferra-


menta na análise de investimento.

4.3.1 Conceituando o teorema da separação


Você deve entender que este teorema consiste na escolha do investidor quanto à carteira da taxa
de risco que tem a sua disposição, na qual constam opções com índices de risco diferentes entre
si. Essa escolha, portanto, será determinada pelos retornos esperados em cada investimento,
sendo que o investidor poderá optar pela melhor carteira de ativos. Por exemplo, é comum que
certas informações de valores sejam utilizadas para determinar a taxa do retorno aceitável aos
seus investimentos.

Decisões relativas ao investimento e ao financiamento de um projeto


devem ser tratadas de forma separada.

Decisões de Decisões de
investimento financiamento
• Decisão baseada no • Decisão baseada nas
fluxo de caixa saídas de caixa que a
incremental. empresa deverá
• Busca o maior retorno incorrer.
do investimento, dado • Busca o menor custo de
certo nível de risco capital possível para a
aceitável. realização dos
investimentos.

Quadro 3 – Teorema da separação: decisões de investimento e de financiamento.


Fonte: Bráulio Wilker Silva, 2015.

VOCÊ QUER LER?


A Era da Turbulência, de Alan Greenspan (2007). No livro compreendemos a experiên-
cia vivida pelo autor no Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed), o qual tece
também alguns comentários acerca dos eventos ocorridos em 11 de setembro de 2001 e
seus impactos. O autor nos remete às suas histórias e sua relação com os investimentos.

VOCÊ O CONHECE?
Alan Greenspan é um economista norte-americano e já foi presidente do Banco Cen-
tral americano, o Federal Reserve (Fed). Também trabalhou como analista econômico
e especializou-se no setor siderúrgico, o que lhe proporcionou a visão e a capacidade
de advertir a respeito de crises no setor.

18 Laureate- International Universities


Para toda tomada de decisão contribuem fatores como custos econômicos e outras variáveis, que
devem ser conhecidas com o objetivo de obtermos maior segurança em nossas decisões. Dentre
essas variáveis, vamos destacar e analisar as mais relevantes, tais como:

• Período de tempo

• Custos de oportunidade

• Sunk costs

Período de tempo: o período de tempo considerado na análise de um investimento não é,


necessariamente, da mesma extensão da vida útil do ativo. Por exemplo, caso a análise esteja
sendo realizada para a aquisição de determinado equipamento, cuja vida útil estimada seja de
dez anos, nada nos indica que, obrigatoriamente, o fluxo de caixa deva ser considerado para o
mesmo período.

Elementos a serem
considerdos na análise
do fluxo de caixa
incremental

Valor residual de Sunk Costs


Período de tempo Custos de oportunidade
um projeto (custos perdidos)

Figura 6 – Análise de variáveis no fluxo de caixa incremental.


Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

Um dos motivos básicos para essa separação entre o período do fluxo de caixa e da vida útil
do bem é o fato de que o planejamento está sendo realizado hoje tendo em vista a previsão de
determinadas condições do mercado no futuro, concorrentes existentes, tecnologias conhecidas,
estimativa de consumo.

Ora, nenhuma dessas previsões é imutável, o futuro real poderá apresentar condições distintas
das previstas. Como exemplo, podemos citar a entrada de novos concorrentes, novas tecnolo-
gias, ampliação ou redução do mercado consumidor. Então o fluxo de caixa é projetado dentro
de determinadas características, estabelecidas com os critérios descritos a seguir. Acompanhe!

• Quanto maior o risco envolvido no projeto, menor deverá ser o período de tempo
considerado.

• O período de investimento necessário para a realização do projeto deve ser parâmetro


para o período de tempo do fluxo de caixa. Se o período do investimento for maior, o fluxo
de caixa também deverá ser estendido.

• Caso o projeto trate de concessões do poder público, o período de duração da concessão


é determinante para o estabelecimento do prazo do fluxo de caixa. Trata-se então do
período de previsão explícita do projeto.

Custos de oportunidade: refere-se aos valores dos quais abrimos mão quando selecionamos
uma opção de investimentos perante as demais existentes no mercado. Como os recursos sempre

19
Matemática Financeira

são escassos, quando os alocamos em determinada opção, necessariamente abrimos mão de


outras oportunidades de investimento.

Por exemplo, caso a empresa adquira um imóvel para instalação de máquinas e equipamentos,
o custo de oportunidade a ser considerado seria o valor do aluguel do mesmo imóvel, evitando
o acréscimo ocorrido no ativo imobilizado.

Sunk costs: são os “custos afundados” ou custos inevitáveis, que correspondem aos custos frente
aos quais não possuímos alternativas. Por exemplo: uma empresa investiu um determinado valor
na contratação de consultoria externa para a realização da avaliação de um projeto. Caso o
trabalho conclua que o projeto é adequado, o valor pago à consultoria será considerado como
orçamento de capital, caso o trabalho conclua que o projeto é inviável, o pagamento do serviço
realizado pelos consultores será considerado um custo afundado.

Por fim, destacamos que, na gestão financeira, possuir conhecimentos sobre o teorema da sepa-
ração é muito importante para as empresas em suas tomadas de decisão.

VOCÊ QUER LER?


Mercado Financeiro – Objetivo e Profissional, de Marcelo Pacheco e Gilson Oliveira
(2005). Nesta obra os autores apresentam um panorama mundial do mercado econô-
mico, complementando a leitura com conceitos acerca da inflação, sistema econômi-
co-financeiro e opções de investimentos. Do mesmo modo, apresentam a conceituação
ao mesmo tempo em que comentam sobre a prática, através de exercícios e situações
que tragam reflexão ao leitor.

CASO

A empresa Inkdoc, desejando realizar um projeto de investimento, é informada de que a taxa de


juros de empréstimos bancários é de 14%. Pesquisando opções distintas de investimento, conclui
que o custo de oportunidade é de 26%. Essa empresa poderia obter financiamento no mercado
a uma taxa de 10%.

Registrando essas informações em uma linha de tempo para análise financeira teremos:

$120 '+ $101 '= $1 $5,14

$100 INVESTIMENTO FINANCIAMENTO

VPL(26%) = -4,76 $115,14


VPL(26%) = 5,08

Figura 7 – Linha do tempo para análise financeira.


Fonte: Osmar Visibelli, 2015.

Observe que o VPL inicial resulta negativo (- R$4,76), inviabilizando o projeto, os juros pagos no
investimento são superiores aos de mercado.

20 Laureate- International Universities


Contudo, somando-se as propostas de investimento e de financiamento, o novo VPL torna-se
positivo (R$ 5,08). Existem problemas estruturais nessa análise: em primeiro lugar a estimativa de
receitas, no montante de R$ 120,00 poderá realizar-se ou não, o risco de inadimplência também
não está contemplado.

Para uma análise correta, os dois fluxos de caixa, de investimento e de financiamento, devem ser
descontados separadamente, utilizando a taxa de juros correspondente a cada opção.

Investimento:

Fluxo de Caixa Inicial: R$100,00


Fluxo de Caixa Final: R$120,00
Taxa de juros: 25% -----> VPL= $ - R$4,76
Financiamento:

Fluxo de Caixa Inicial: R$ 101,00


Fluxo de Caixa Final: R$ 115,14
Taxa de juros: 10% -----> VPL = R$ - 3,76
Somando-se ambos os valores têm o VPL integral igual a R$ - 8,43.
Como conclusão, a utilização do financiamento implicaria na ampliação de perdas para a em-
presa com a execução deste projeto. O financiamento não contribuiria de forma positiva para
os resultados.

Financiamento
Fluxo de Caixa Inicial $ 100,00
Fluxo da Caixa Final $ 120,00
Taxa de juros (25%) VPL = $ - 4,76

Financiamento
Fluxo de Caixa Inicial $ 101,00
Fluxo da Caixa Final $ 115,14
Taxa de juros (10%) VPL = $ - 3,76

Figura 8 – Análise de fluxo de caixa para financiamentos.


Fonte: Osmar Visibelli, 2015.

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Síntese Síntese
Neste capítulo, abordamos temas relacionados ao Fluxo de Caixa e ao Teorema da Separação.
Você teve a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e:

• compreender a importância do fluxo de caixa na análise de investimentos;

• constatar que as decisões de investimento devem ser separadas das decisões de


financiamento (teorema da separação), pois o resultado operacional de uma empresa é
decorrente exclusivamente de suas decisões de investimentos;

• conhecer os conceitos de depreciação, amortização e exaustão;

• ver que, no processo de análise de investimentos, devemos fazer projeções dos fluxos de
caixa de cada proposta de investimento (fluxo de caixa projetado);

• identificar que a análise de investimento tem por objetivo avaliar o quanto uma proposta de
investimento contribui para o caixa da empresa, gerando o chamado fluxo de caixa incremental;

• considerar que, na análise do fluxo de caixa incremental, são levados em conta não
apenas os retornos do investimento, mas o período de tempo, o valor residual do projeto
(após a depreciação, amortização e exaustão), bem como os custos perdidos e os custos
de oportunidade.

22 Laureate- International Universities


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O PRIMEIRO milhão. Dirigido por Bem Younger. EUA, 2000. 125 min.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira: Corporate finance.


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SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicação à análise de investimentos. 4 ed. São Paulo:


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SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. Instrução Normativa n. 162 de 31 de dezembro de 1998.


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SECURATO, J. R. Decisões Financeiras em Condições de Risco. São Paulo: Atlas, 2000.

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