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Tema 2
NCRF 6 – Ativos Intangíveis
Âmbito:
Aplica-se na contabilização de Ativos Intangíveis (AI), exceto:
A AI que se encontram no âmbito de outra norma;
Ativos financeiros, tal como definidos na NCRF 27;
Reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (ver NCRF 16);
Dispêndios com o desenvolvimento e extração de minérios, petróleo, gás natural e
recursos não regenerativos semelhantes.
Âmbito:
Não se aplica a ativos intangíveis que se encontram no âmbito de outra norma:
AI detidos por uma entidade para venda no decurso ordinário da atividade
empresarial (ver NCRF 18 e NCRF 19);
Ativos por impostos diferidos (ver NCRF 25);
Locações que estejam no âmbito da NCRF 9;
Ativos provenientes de benefícios de empregados (ver NCRF 28);
Ativos financeiros tal como definidos na NCRF 27, bem como ativos financeiros cujo
reconhecimento e mensuração sejam tratados nas NCRF 13 e 15;
Goodwill adquirido numa concentração de atividades empresariais (ver NCRF 14);
AI não correntes classificados como detidos para venda (ver NCRF 8).
Âmbito:
Se um ativo incorpora elementos tangíveis e intangíveis, deve classificar-se
consoante o valor mais significativo;
Exemplos:
− Quando o software não for uma parte integrante do hardware respetivo, o
software é tratado como um ativo intangível;
− Quando uma máquina ferramenta controlada por computador não funcione
sem esse software específico é uma parte integrante do equipamento e deve
ser tratado como um ativo fixo tangível;
− O mesmo se aplica ao sistema operativo de um computador – ativo fixo
tangível.
Definições:
Ativo intangível:
É um ativo não monetário, identificável, sem substância física.
Ativos monetários:
É dinheiro detido e outros ativos a receber em quantias fixadas ou
determináveis de dinheiro.
Identificabilidade:
Identificabilidade:
Controlo:
Uma entidade controla um ativo se:
– Tiver o poder de obter benefícios económicos futuros que fluam do recurso; e
– Puder restringir o acesso de outros a esses benefícios.
A capacidade de controlar os benefícios económicos futuros enraíza-se nos
direitos legais. Na sua ausência, o controlo pode existir à mesma mas, é mais
difícil de demonstrar.
Exemplos de direitos legais protegidos:
– Marcas, patentes e outros direitos de propriedade industrial;
– Direitos de autor;
– Restrições de acordos de comércio (quando permitido)..
Controlo:
Exemplo AI passíveis de reconhecimento, sem resultar de direitos legais:
Carteira de clientes, quotas de mercado, relacionamento e fidelidade dos
clientes:
− São itens que não são protegidos por direitos legais.
− Contudo, as transações existentes podem constituir prova de que a entidade
está capacitada para controlar os benefícios económicos futuros associados a
esses itens.
Reconhecimento e mensuração:
Para ser reconhecido como ativo intangível, a entidade tem de demonstrar
que satisfaz:
– A definição de ativo intangível; e
– Os critérios de reconhecimento de ativos.
Reconhecimento e mensuração:
Processo de Decisão
RECONHECER
Reconhecimento e mensuração:
Os critérios de reconhecimento são diferentes consoante as categorias de
ativos intangíveis, nomeadamente:
– Aquisição separada;
– Aquisição numa concentração de atividades empresariais;
– Aquisição por meio de subsídio das entidades públicas;
– Trocas de ativos;
– Goodwill gerado internamente; e
– Ativos intangíveis gerados internamente.
Aquisição separada:
O custo de um ativo, compreende:
– O seu preço de compra, incluindo direitos de importação, impostos não
reembolsáveis, após os descontos comerciais e abatimentos; e
– Qualquer custo diretamente atribuível de preparação para o seu uso
continuado.
Exemplos de custos diretamente atribuíveis:
– Custos de benefícios dos empregados diretamente resultantes de levar o ativo
à sua condição de funcionamento;
– Honorários resultantes de levar o ativo à sua condição de funcionamento; e
– Custos de testes para concluir se o ativo funciona corretamente.
Aquisição separada:
Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de uma ativo
intangível:
– Custos de introdução de novo produto ou serviço (incluindo custos de
publicidade ou atividades promocionais);
– Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe
de clientes (incluindo custos de formação de pessoal); e
– Custos de administração e outros custos gerais.
Aquisição separada:
O reconhecimento de custos na quantia escriturada de um ativo intangível
cessa:
– Quando o ativo estiver na condição necessária para ser capaz de funcionar da
forma pretendida.
– Os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um AI são de excluir da QE
(por ex: reinstalação duma licença de software).
Goodwill:
Numa concentração de atividades empresariais só excecionalmente se
pagará pela compra o montante correspondente ao património líquido
adquirido, obtidos pelo balanço à data de aquisição.
A diferença paga pode resultar de dois fatores:
– O balanço pode não expressar o Justo Valor de alguns ativos (geralmente
terrenos, edifícios, inventários, ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis):
DIFERENÇA DE AVALIAÇÃO
DIFERENÇA DE AQUISIÇÃO
Goodwill:
CA JV QE
Custo aquisição Justo Valor Quantia Escriturada
Goodwill (exemplo):
A sociedade Alfa que possui uma rede de lojas a retalho adquiriu a uma outra rede
comercial por 1,3 milhões de euros uma loja de pronto a vestir localizada no centro
de Leiria.
A loja funciona em edifício arrendado sendo a renda, fixada há vários anos, muito
baixa. O valor atual da diferença entre uma renda corrente de mercado e a renda
fixada para a loja, calculado para um período de 10 anos, é de 150 mil euros.
Existe ainda um armazém próprio de apoio à loja cujo valor de mercado é de 250 mil
euros. Os inventários estão mensurados ao custo de aquisição sendo a margem
média praticada de 150% sobre o preço de custo, estimando-se que 40% do stock
sejam artigos a saldar com um valor de venda de 50% do seu custo.
O património do estabelecimento à data da compra é o seguinte:
Goodwill (exemplo):
Ativos Euros
Edifícios e outras construções 150.000
Mercadorias 500.000
Clientes 30.000
Caixa e depósitos bancários 20.000
Total ativo 700.000
Passivos
Fornecedores 180.000
Estado e outros entes públicos 20.000
Total passivo 200.000
Goodwill (exemplo):
Pede-se que:
Calcule o goodwill desta aquisição
Apresente os valores porque o património adquirido deve ser relevado na
adquirente
Goodwill (exemplo):
Ativos Quantia a escriturar Diferença avaliação
Goodwill 200.000 (a)
Direito de arrendamento 150.000 150.000
Edifícios e outras construções 250.000 100.000
Mercadorias 850.000 350.000
Clientes 30.000
Caixa e depósitos bancários 20.000
Total ativo 1.500.000 600.00
Passivos
Fornecedores 180.000
Estado e outros entes públicos 20.000
Total passivo 200.000
Quantia paga 1.300.000
Troca de ativos:
Um ou mais ativos intangíveis podem ser obtidos em troca de um ou mais
ativos não monetários (ou combinação de monetários e não monetários).
O custo desse ativo intangível, é mensurado pelo justo valor, a não ser que:
– A transação da troca careça de substância comercial; ou
– Nem o justo valor do ativo recebido nem o justo valor do ativo cedido sejam
fiavelmente mensuráveis.
Se o ativo adquirido não puder ser mensurado ao justo valor, o seu custo é
mensurado pela quantia escriturada do ativo cedido
Troca de ativos:
Uma transação tem substância comercial se:
– A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do ativo
recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do ativo transferido; ou
– O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afetada pela transação se altera como resultado da troca; e
– A diferença identificada nas alíneas anteriores for significativa em relação ao
justo valor dos ativos trocados.
AI gerados internamente:
Fase
Fase Desenvolvimento
Investigação/Pesquisa
Sim
Reconhecimento de um gasto:
Exemplos de dispêndios a reconhecer como gasto:
– Custo de arranque, exceto se incluídos no custo de um AFT, de acordo com a
NCRF 7.
Podem consistir em:
custos legais ou de secretariado incorridos no estabelecimento de uma
entidade legal, custos de abertura de novas instalações ou negócio, custos
para iniciar novas unidades operacionais ou lançar novos produtos ou
processos.
– Dispêndios com atividades de formação;
– Dispêndios com atividades de publicidade e promocionais;
– Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu
todo ou em parte.
Reconhecimento de um gasto:
Qualquer dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente
reconhecido como um gasto:
não deve ser reconhecido como parte do custo de um ativo intangível em data
posterior.
Vida útil:
Um entidade deve avaliar se a vida útil de um ativo intangível é:
– Finita; ou
– Indefinida.
Se for finita, deve avaliar:
– A sua duração; ou
– O número de produção ou de unidades similares constituintes dessa vida útil.
Um ativo intangível deve ter uma vida útil indefinida, quando:
– Com base numa análise de todos os fatores relevantes, não houver limite
previsível para o período durante o qual se espera que o ativo gera influxos de
caixa líquidos.
Vida útil:
Amortização de um ativo intangível:
– Com vida útil finita é amortizado em função da sua vida útil;
– Com vida útil indefinida deve ser amortizado num período máximo de 10 anos;
Fatores considerados na determinação da vida útil de um ativo intangível
(ver § 88 da NCRF 6);
O termo “indefinida” não significa “infinita”.
Ver §§ 89 a 94 da NCRF 6.
Valor residual:
Regra geral é zero, exceto se:
– Houver um compromisso de um terceiro de comprar o ativo no final da sua vida
útil; ou
– Haja um mercado ativo para o ativo e o valor residual possa ser determinado e
seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.
Um valor residual diferente de zero implica que:
– Uma entidade espera alienar o ativo intangível antes do fim da sua vida
económica.
Revisão do valor residual:
– Pelo menos, no final de cada ano financeiro;
– Uma alteração do valor residual é contabilizada como uma alteração numa
estimativa contabilística (de acordo com a NCRF 4).
Retiradas e alienações:
Um ativo intangível deve ser desreconhecido:
– No momento da alienação; ou
– Quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou
alienação.
O ganho ou perda decorrente deve ser incluído nos resultados quando o
item for desreconhecido (a menos que se trate duma venda seguida de
locação – leaseback – em que os ganhos são diferidos – NCRF 9). Os
ganhos não devem ser classificados como rédito:
Se ganho: 7871 – Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros –
Alienações
– Se perda: 6871 (3) – Gastos e perdas em investimentos não financeiros –
Alienações (Abates)
Retiradas e alienações:
O ganho ou perda deve ser determinado como a diferença entre os
proventos líquidos da alienação, se os houver, e a quantia escriturada do
bem;
A retribuição a receber pela alienação de um ativo intangível é reconhecida
pelo seu justo valor;
Se o pagamento for diferido a retribuição recebida é reconhecida
inicialmente pelo equivalente ao preço do dinheiro. A diferença entre a
quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço do dinheiro é
reconhecida como rédito de juros de acordo com a NCRF 20