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Contabilidade e Fiscalidade Empresarial 2022/2023

Pós-Graduação

Pós-Graduação Contabilidade e Fiscalidade Empresarial


Contabilidade Financeira I
Cristina Góis (2022)

ATIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

NCRF 8/ IFRS 5

Pós-Graduação em
Contabilidade e Fiscalidade Empresarial
Cristina Gonçalves Góis
(2022)

Pós-Graduação Contabilidade e Fiscalidade Empresarial


Contabilidade Financeira I
Cristina Góis (2022)

Introdução

• Uma das formas de retirada de ativos fixos é:


• a sua reclassificação como ativos para venda futura.

• Objetivo (NCRF 8 § 1) prescrever:


• A contabilização de ativos não correntes detidos para venda;
• A apresentação e divulgação de unidades operacionais descontinuadas.

46 – Ativos não correntes detidos para venda


Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 – Ativos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas.

Ativos Não Correntes Detidos para Venda 2

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ATIVO CORRENTE versus NÃO CORRENTE

Um ativo classifica-se como corrente se cumprir as seguintes condições:

• Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou


consumido, no decurso do ciclo operacional da entidade;
• Espera-se que seja liquidado no decurso do ciclo operacional da entidade;
• Detido essencialmente para ser negociado;
• Espera-se que seja realizado num período até 12 meses após a data do
balanço;
• For caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou
uso para liquidar um passivo durante pelo menos 12 meses após a data do
Balanço.

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ATIVO CORRENTE versus NÃO CORRENTE

• Um ativo classifica-se como não corrente, quando:


• Todos os outros ativos são classificados como não correntes.
• A classificação da NCRF 1 é meramente residual.

• O termo “não corrente” é usado para:


• ativos fixos tangíveis;
• ativos intangíveis; e
• ativos financeiros cuja natureza seja de longo prazo

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NCRF 8: conceitos gerais

Características dos ativos não correntes detidos para venda:


• Serem mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o
justo valor menos os custos de vender;
• Não são depreciados, mas estão sujeitos a imparidades;

• Um ativo não corrente detido para venda é apresentado no balanço


como ativo corrente;
• Devem ser apresentados separadamente na face do balanço;

• No caso de unidades operacionais descontinuadas, os resultados gerados são


apresentados separadamente na demonstração dos resultados.

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Ativos não correntes detidos para venda

• Regra geral:
um ativo não corrente é classificado como detido para venda e,
portanto, apresentado no balanço, separadamente, como ativo
corrente, quando a sua quantia escriturada é recuperada pela
venda em vez de pelo uso.

• A quantia escriturada de um ativo é recuperada essencialmente pela


venda quando (NCRF 8, §. 7):
• O ativo está disponível para venda imediata na sua condição presente;
• A sua venda seja altamente provável.

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Reconhecimento
Quando Classificar um Ativo como um ANCDV?

• Uma entidade só deve classificar um ativo não corrente como detido para venda se:

• Cumprir a definição de ANCDV, ou seja:

• É um ativo não corrente que por força de uma decisão da empresa, a sua quantia escriturada será

recuperada essencialmente através da sua venda em detrimento do seu uso continuado


[depreciações] (NCRF 8, § 7).

Quando se toma esta decisão há que reclassificar estes ativos na


Conta 46 Ativos não correntes detidos para venda

(rubrica do Balanço – Ativo corrente)

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Reconhecimento:
Quando Classificar um Ativo como um ANCDV?

Requisitos cumulativos Quando o ativo esteja disponível para venda imediata


e na condição presente (sujeito apenas aos termos
para uma entidade classificar
que sejam habituais) para a venda de tais ativos
um ativo não corrente (grupo
para alienação) como detido
para venda
(NCRF 8, § 8)
A venda do ativo seja altamente provável

Se estes critérios apenas forem satisfeitos após a data do Balanço mas antes da autorização para
emissão das DF’s):
Apenas divulga no Anexo, não realiza qualquer ajustamento no Balanço (NCRF 8 § 12)

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Quando classificar um ativo como um ANCDV?

Hierarquia de gestão empenhada num plano para vender o ativo

Início de um programa para:


localizar um comprador + concluir o plano
Venda do ativo
seja altamente Ativo publicitado para venda a um preço razoável em relação ao seu
provável? justo valor
(NCRF 8 § 8)
Improbabilidade de alterações significativas no plano ou de o mesmo
ser retirado

Conclusão da venda dentro de 1 ano após classificação como


ANCDV. Exceções….
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Reconhecimento: quando classificar um ativo como um ANCDV ou grupo


para alienação?
• Conclusão da venda dentro de 1 ano após classificação como
ANCDV...

•Exceção: O período para conclusão da venda pode ser prolongado


para lá de 1 ano, se, cumulativamente:
•se o atraso for provocado por acontecimentos ou circunstâncias fora do
controlo da entidade que impeçam a conclusão da venda
•existir prova suficiente de que a entidade continua comprometida com o
plano a venda
• NCRF 8 § 10
• Critérios – Apêndice A, NCRF 8

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Está disponível para venda


imediata na condição presente? Quando classificar um ativo como um ANCDV?
sim

A venda é altamente provável?

sim
não O atraso foi causado por não
É expectável a conclusão da
acontecimentos/circunstâncias fora do
venda no prazo de um ano?
controlo da entidade?
sim sim

sim A entidade continua comprometida com o


plano de venda do ativo?
ANCDV NÃO É RECONHECIDO
È DESRECONHECIDO
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Mensuração (NCRF 8 §15 a 29)


• Antes da classificação de um ativo como detido para venda (NCRF 8 § 18):
• O valor contabilístico do ativo (ou de todos os ativos e passivos do grupo)
deverá ser mensurado de acordo com a NCRF que lhe é aplicável.

• Um ANCDV deverá ser mensurado pelo menor valor entre (NCRF 8 § 15 e 17):
• quantia escriturada do ativo ou
• justo valor deduzido dos custos de vender.
• JV é quantia pela qual um ativo pode ser trocado entre partes conhecedoras e
interessadas nisso, numa transação em que não exista relacionamento entre elas.

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Mensuração Subsequente
• Um ativo não corrente detido para venda não deverá ser
depreciado [ou amortizado] (NCRF 8 § 25).

• Apenas deve ser testado quanto à imparidade!


(periodicamente, ou pelo menos no fim de cada exercício económico)

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Mensuração Subsequente

PERDAS POR IMPARIDADE:


• Qualquer excesso do valor contabilístico de um ANCDV sobre o seu justo valor
deverá ser de imediato reconhecido como perda por imparidade (NCRF 8 §
20, 21 e 23).

• QUANDO:
• Deve ser reconhecida a uma PI, no momento da classificação como ANCDV ou
posteriormente, se se verificar uma eventual redução inicial ou posterior do valor do ativo
(ou seja, quantia escriturada > justo valor menos os custos de vender  PI)
Nota: no caso de quantia escriturada < justo valor menos os custos de vender 
não se deve reconhecer qualquer ganho

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Mensuração subsequente

REVERSÕES DE PERDAS POR IMPARIDADE:

• Se for reconhecida uma PI, subsequentemente, qualquer aumento no justo valor


dos ativos [menos os custos de vender] deverá ser reconhecido como ganho do
período até ao montante da perda por imparidade anteriormente
contabilizada / reconhecida (reversão) no âmbito da NCRF 8 ou da NCRF 12.

Desta forma, poderá apenas ser reposto o anterior valor líquido contabilístico.

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Desreconhecimento

Alienação do ANCDV

Desreconhecimento OU

Alterações num Plano de Venda


(NCRF 8 § 26 a 29)

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Desreconhecimento

• Alterações num Plano de Venda (NCRF 8 § 26 a 29)

• Um ativo (ou grupo para alienação):


• deixará de ser classificado como detido para venda a partir do momento em
que os critérios para essa classificação já não estiverem satisfeitos,
• devendo ser reclassificado para a correspondente categoria que melhor
reflete o seu uso.

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Desreconhecimento

• Alterações num Plano de Venda (NCRF 8 § 26 a 29)


• Um ativo não corrente que deixe de ser classificado como detido para venda
deverá ser mensurado ao valor mais baixo de entre o seu (NCRF 8 § 27):
• valor contabilístico antes de o ativo não corrente (ou grupo para alienação) ser
classificado como detido para venda, ajustado de qualquer depreciação,
amortização ou revalorização que teria sofrido caso não fosse classificado
como tal;
• valor recuperável à data da subsequente decisão de não vender.
Caso esta mensuração origine uma perda por imparidade, essa perda
deverá ser contabilizada no período em que se deixe de verificar os critérios
requeridos para a classificação como ativo detido para venda (NCRF 8 § 24 e
25).

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