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CPC 26 (R1) – APRESENTAÇÃO

DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS

Correlação às Normas
Internacionais de Contabilidade −
IAS 1
Prof. Dr. João Paulo Cavalcante Lima
Conjunto completo de demonstrações
• CPC 26:
✓ Balanço patrimonial (BP);
✓ Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
✓ Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);
✓ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
✓ Notas explicativas (cada CPC técnico determina quais
informações devem ser divulgadas em notas explicativas).

• CPCs específicos:
✓ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) – Lei nº 11.638/07
– CPC 03;
✓ Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – Lei nº
11.638/07 – CPC 09. Obrigatória apenas para S/As de capital
aberto brasileiras.

IMPORTANTE: informações para o período / exercício atual e


período / exercício comparativo.
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Premissas básicas
• Continuidade: as DFs devem ser preparadas pressupondo-se a
continuidade do negócio. Caso não haja expectativa de
continuidade pela administração, a divulgação é requerida e as
DFs devem ser preparadas pressupondo-se a não continuidade.

• Devem ser consideradas todas as informações disponíveis


sobre o futuro (mínimo de 12 meses).

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Premissas básicas
• Regime de competência (exceto para DFC): registro pelo fato
gerador, independentemente da realização em caixa.
- Controle
Ativos - Eventos passados
- Benefícios econômicos futuros

- Obrigação presente
Passivos - Eventos passados
- Benefícios econômicos

Patrimônio líquido - Interesse residual nos ativos, deduzidos os passivos

- Aumento nos benefícios econômicos


Receitas
- Não relacionados a contribuições dos acionistas

- Decréscimo nos benefícios econômicos


Despesas
- Não relacionados a distribuições aos acionistas

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Materialidade e agregação
• Os elementos devem ser agregados para fins de apresentação
nas DFs, do analítico para o sintético, por natureza ou função.
• Cada classe material deve ser divulgada separadamente nas
demonstrações.
SINTÉTICO Móveis e
utensílios

ANALÍTICO
Imobilizado Veículos

(-) Deprec.

MATERIAL
Ativo não CLASSE acumulada
circulante
Softwares

ANALÍTICO
Marcas e
Intangível
patentes

(-) Amort.
acumulada
SINTÉTICO
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Frequência de apresentação das DFs

• No mínimo anualmente.

• No Brasil: trimestralmente, por força de norma local (CVM –


Comissão de Valores Mobiliários). Ver CPC 21 – Demonstração
intermediária.

• Aplicável, também, às informações comparativas.

• Para fins gerenciais, as empresas costumam preparar as


informações mensalmente, mas não é requerida divulgação aos
usuários externos (investidores e credores).

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Informações comparativas
• Balanço patrimonial: Data final do exercício anterior. No Brasil,
o exercício vai de 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

• DRE, DRA, DMPL, DFC e DVA: Período anterior (3 meses, 1


semestre, 9 meses ou 1 ano para o 1º, 2º, 3º e 4º trimestre,
respectivamente).

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Balanço patrimonial – estrutura
Distinção entre circulante e não circulante:
• Circulante: até um ciclo operacional (padrão = 12 meses).

Exemplos de ativos circulantes:


- Contas a receber até 12 meses;
- Estoques (geralmente apresentam giro rápido);

Exemplos de passivos circulantes:


- Fornecedores (geralmente vencíveis em menos de 12 meses);
- Empréstimos e financiamentos que serão liquidados nos
próximos 12 meses.

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Balanço patrimonial – estrutura
Distinção entre circulante e não circulante:
• Não circulante: mais que um ciclo operacional (padrão > 12
meses).

• De acordo com a Lei nº 6.404/76 (alteração incluída pela Lei nº


11.941/09) o ativo não circulante é subdividido em:
✓ Realizável a longo prazo;
✓ Investimentos;
✓ Imobilizado;
✓ Intangível

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Balanço patrimonial – estrutura
Distinção entre circulante e não circulante:

Exemplos de ativos não circulantes:


- Contas a receber superior a 12 meses (realizável a longo
prazo);
- Participação societária em coligadas e controladas
(investimentos);
- Veículos (imobilizado);
- Softwares (intangível).

Exemplos de passivos não circulantes:


- Empréstimos a vencer em prazo superior a 12 meses;
- Provisões.
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Balanço patrimonial – estrutura
ATIVO PASSIVO

Prioridades de pagamento
Circulante Circulante
Caixa e equivalentes Fornecedores
Do mais líquido para o menos líquido

Contas a receber Empréstimos e financ.


Estoques [...]
[...]
Não circulante
Empréstimos e financ.
Não circulante
[...]
Realizável a longo prazo
Contas a receber
Títulos e valores mobiliários PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Investimentos Capital social


Reservas de capital
Imobilizado Reservas de lucros
Ajustes de conversão
Intangível [...]

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DRE
• Diferentemente do balanço patrimonial, a DRE (Demonstração
do Resultado do Exercício) não demonstra uma posição estática
(fotografia) do patrimônio da entidade, e sim quanto esta
entidade gerou de riqueza (lucro ou prejuízo) em um intervalo
de tempo. Em geral:
• Trimestral: de 01/01 a 31/03;
• Semestral: de 01/01 a 30/06;
• Período de 9 meses: de 01/01 a 30/09;
• Anual: de 01/01 a 31/12.

Receitas Despesas
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DRE – função versus natureza
• A DRE deve ser apresentada por função (para que serviu cada
receita ou despesa dentro da estrutura da empresa) ou por
natureza (a que se referem as receitas e despesas).
FUNÇÃO NATUREZA

Despesas
Despesas
administrativas
com pessoal

Despesas Despesas
de vendas com ocupação

• Pela legislação societária brasileira atual é requerida a


divulgação da DRE por função. Entretanto, o CPC requer a
divulgação adicional da natureza das despesas apresentadas na
DRE (em notas explicativas).

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DRE – estrutura
• Em conformidade com a legislação brasileira (Lei nº 6.404/76
– Art. 187) e CPC 26 (item 82) – função:
Receita líquida de venda de bens e prestação de serviços (CPC*)
(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (Lei)
(=) Lucro Bruto (Lei)
(-) Despesas com vendas (Lei)
(-) Despesas administrativas (Lei)
(-) Despesas gerais (Lei)
(±) Resultado de equivalência patrimonial (CPC)
(±) Outras receitas (despesas) operacionais (Lei)
(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras (Lei)
(±) Resultado financeiro (despesas financ. menos receitas financ.) (Lei)
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro (Lei)
(-) Tributos sobre o lucro (Lei)
(=) Resultado líquido do período (Lei / CPC)

(*) Legislação societária requer receita bruta menos devoluções, abatimentos e


tributos sobre vendas. A abertura deve ser obrigatoriamente divulgada em notas
explicativas. (MARTINS et al., 2013) .

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DRE – “Outras receitas e despesas”
• A entidade não deve apresentar rubricas de receitas ou
despesas como itens extraordinários – não existe mais o
subgrupo de “resultado não operacional”.

• Nomenclatura deste grupo: “outras receitas (despesas)


operacionais”. Exemplos de itens classificados neste grupo:
✓ Ganho ou perda na venda de imobilizado;
✓ Despesas não costumeiras, como gastos com
reestruturação.

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Referências
BRASIL. Lei nº 6.404/76. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em
09 out. 2019.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC 26 (R1):


Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, dez. 2011.

MARTINS et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as


sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2018.

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