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Contabilidade Financeira (LM)

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Apontamentos do Cap. 4

4.2. Ciclo de atividades de investimento

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4.2. Ciclo de atividades de investimento

Investimento é toda uma aplicação de recursos. Num sentido mais


pormenorizado, investimento corresponde à afetação de poupança à aquisição
de meios duradouros geradores de rendimento

A NCRF 2 – no parágrafo 3 define atividade de financiamento como:

- atividades relacionadas com a aquisição e alienação de ativos de


longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes
de caixa

Relembrar que a NCRF 2 tem por título “Demonstração de Fluxos de


Caixa” sendo esta DF dividida nos 3 ciclos de atividade que estamos à estudar

Ver novamente esta DF 2

Cláudio Correia 1
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4.2. Ciclo de atividades de investimento

Assim, podemos dizer que os investimentos podem ser efetuados em:

 Bens reais
para utilização direta ou indireta na produção de outros bens

 Investimentos financeiros
Para fazer aplicações com objetivo de rendimento ou outra

Veja-se o plano de contas sobre a classe 4 - investimentos:


Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se
destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da
entidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação
financeira. Compreende os investimentos financeiros, as propriedades de
investimento, os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os investimentos em
curso e os ativos não correntes detidos para venda. 3

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4.2. Ciclo de atividades de investimento

Ver contas agrupadoras da classe 4 do plano de contas:

41 - Investimentos financeiros
42 - Propriedades de investimento (*)
43 - Ativos fixos tangíveis
44 - Ativos intangíveis
45 - Investimentos em curso
46 - Ativos não correntes detidos para venda (*)
(*) Contas inexistentes para as ME. No entanto se existir propriedades de
investimento numa ME, esta é reconhecida como AFT, segundo a NC-ME, §7.1

Não procurando nesta UC analisar cada uma destas contas, importa ainda
assim, pela sua importância na realidade quotidiana das entidades, analisar a
conta sobre os ativos fixos tangíveis. ASSIM:
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4.2. Ciclo de atividades de investimento

# 43 – Ativos fixos tangíveis (NCRF 7, §6) - são itens


tangíveis que:

(a) sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de


bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou para fins
administrativos e

(b) se espera que sejam usados durante mais do que um


período.

será neste tipo de


ativos (AFT) que nos
vamos concentrar!
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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Reconhecimento de um ativo fixo tangível (AFT)

A decisão entre capitalizar (reconhecer como ativo) determinado


dispêndio ou levá-lo diretamente a resultados do período, está
dependente:

- Da obediência à noção de ativo; e

- Do cumprimento dos critérios de reconhecimento de ativos

Mas comprar por exemplo uma viatura, que


dura mais que um ano, não é um gasto para a
entidade ? Não devia “ir” à classe 6 ?
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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Mensuração inicial

De acordo com a NCRF 7, §16 , um item do AFT que seja


classificado para reconhecimento como um ativo deve ser
mensurado pelo seu custo.

Mensuração subsequente (NCRF 7, §29)

Uma entidade deve escolher ou o modelo do custo ou o modelo


do justo valor (revalorização de ativos) como sua política
contabilística e deve aplicar essa política a uma classe inteira de
AFT.
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Elementos do custo (NCRF 7, §17)

O custo de um item do AFT compreende:


• O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os
impostos de compra não reembolsáveis, após dedução dos
descontos e abatimentos;
• Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo na
localização e condição necessárias para o mesmo ser capaz de
funcionar da forma pretendida (custos de entrega e manuseamento,
custos de instalação e montagem, honorários, …);
• A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do
item e de restauração do local no qual este está localizado, em
cuja obrigação uma entidade incorre seja quando o item é
adquirido seja como consequência de ter usado o item durante um
determinado período para finalidades diferentes da produção de
inventários durante esse período.
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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Modelo do custo (NCRF 7, §30)

Após o reconhecimento como um ativo, um item do AFT deve ser


escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada
e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Modelo do justo valor (NCRF 7, §31)

Após o reconhecimento como um ativo, um item do AFT cujo justo


valor possa ser mensurado com fiabilidade deve ser escriturado por
uma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à data da
revalorização menos qualquer depreciação acumulada
subsequente e perdas por imparidade acumuladas
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subsequentes.

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Alguns conceitos associados – NCRF 7:


• Depreciação (§6): é a imputação sistemática da quantia depreciável de um
ativo durante a sua vida útil;

• Quantia depreciável (§6): é o custo de um ativo, ou outra quantia substituta


do custo, menos o seu valor residual;

• Valor residual (§6): é a quantia estimada que uma entidade obteria


correntemente pela alienação de um ativo, após dedução dos custos de
alienação estimados, se o ativo já tivesse a idade e as condições esperadas no
final da sua vida útil;

• A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível p/ uso (§55);

• Vida útil (§6): é:


(a) o período durante o qual uma entidade espera que um ativo esteja
disponível para uso; ou
(b) o número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do ativo. 10

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Métodos de depreciação

Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para


imputar a quantia depreciável de um ativo numa base sistemática
durante a sua vida útil (§62):

- método da linha reta (ou método quotas constantes);

- anuais ou duodecimais

A entidade deve selecionar o


- método do saldo decrescente; método que reflita mais
aproximadamente o modelo
- anuais ou duodecimais esperado de consumo dos
futuros benefícios económicos
- método das unidades de produção. incorporados no ativo

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Desreconhecimento de um AFT

A quantia escriturada de um item do AFT deve ser desreconhecida


(§66):

(a) no momento da alienação; ou

(b) quando não se esperem futuros benefícios económicos do


seu uso ou alienação.

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2111 ou
2711 ?
Operações correntes

- Compra de AFT
43.X - Ativos fixos tangíveis 24.3.2.x - Iva ded. Investim. 27.1.1- Forn. invest. contas g.
X Y X+Y

X - Custo
Y - IVA dedutível à taxa aplicável

- Depreciação (vários tipos de ativos)

64 - Gastos de depr. e amortiz. 42.8/43.8/44.8 - Dep./amor. ac.


X X

X - Depreciação do período

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Operações correntes

- Venda de AFT:

Informação necessária
(1) Valor líquido contabilístico (VLC) / quantia escriturada

(2) Valor de venda

Conhecidas as informações (1) e (2) - para se proceder ao registo da


venda, é necessário determinar previamente a mais ou menos valia
contabilística:

± valia contabilística = Valor de venda – VLC


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Operações correntes

- Venda de AFT:

Se valor de venda > VLC  Mais valia contabilística  utilizar


a 78.7.1.X no registo das operações, cujo saldo credor evidenciará
o ganho;

Se valor de venda < VLC  menos valia contabilística 


utilizar a 68.7.1.X no registo das operações, cujo saldo devedor
evidenciará a perda.

Haverá sempre que registar 2 movimentos contabilísticos:


(1) Desreconhecimento do ativo
(2) Venda propriamente dita
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(1) Desreconhecimento do ativo
43.X - Ativos fixos tangíveis 68.7.1/78.7.1 - Perda/Ganho
X X

X – Valor aquisição do ativo alienado

43.8.X – Depreciação Ac. AFT 68.7.1/78.7.1 - Perda/Ganho


Y Y

Y - Valor das depreciações acumuladas do ativo alienado

(2) Venda propriamente dita


27.8.X/27.1.1.X - Terceiros 24.3.3.x- IVA liq.- Op. Gerais 68.7.1/78.7.1 - Perda/Ganho
Z+W W Z

Z - Valor de venda
W - IVA liquidado à taxa aplicável 16

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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Porque a depreciação/amortização de ativos fixos tangíveis e


ativos intangíveis está, entre outros, dependente da vida útil dos
elementos a depreciar/amortizar e sendo a sua identificação algo
subjetiva,

esta matéria encontra-se regulamentada, em termos fiscais, no


código do IRC e no Decreto Regulamentar (DR) n.º 25/2009, a
que teremos de atender.

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Decreto Regulamentar (DR) n.º 25/2009

Poderemos afirmar que é um documento fronteira que une e separa o


regime contabilístico e o regime fiscal das depreciações/amortizações
aceites como gasto

 Embora se assinalem certas diferenças, parecem-nos ser muitos


mais os aspetos que ambos os regimes comungam
 Será porventura a vida útil a variável fundamental que mais
vincadamente encerra uma certa dualidade entre ambos os regimes
 Também algumas particularidades fiscais consagradas para as
viaturas são diferentes

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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Algumas notas importantes:

 Período mínimo de vida útil = 100 / tx. máxima de depreciação

 Período máximo de vida útil = 100 / tx. mínima de depreciação

fiscalmente as depreciações/amortizações aceites são


limitadas às taxas definidas no DR n.º 25/2009

TABELA I - taxas específicas

TABELA II - taxas genéricas


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4.2. Ciclo de atividades de investimento (AFT)

Algumas notas importantes:

 Utilização uniforme dos métodos de amortização e depreciação


 Imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do terreno,
considera-se que o seu custo de aquisição é de 25% do custo de
aquisição total

 Terreno não deprecia

 Elementos do ativo cujo valor unitário de aquisição ou produção não


ultrapasse 1.000€ podem ser totalmente depreciados (AFT) ou
amortizados (AI) num só período de tributação

 Todos os gastos diretamente relacionados com a aquisição,


acrescem ao valor do bem até este estar disponível para o uso
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 …

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