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30/09/2021

Teoria da
Contabilidade
Financeira
RELATO FINANCEIRO

Estrutura 2

II. Relato Financeiro


1. Estrutura Conceptual
1.1. Introdução
1.2. Objetivos das Demonstrações Financeiras
1.3. Pressupostos Subjacentes às Demonstrações Financeiras
1.4. Caraterísticas Qualitativas das Demonstrações Financeiras
1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras
1.6. Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Financeiras
1.7. Mensuração dos Elementos das Demonstrações Financeiras
2. Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras

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Estrutura (cont.) 3

II. Relato Financeiro (cont.)


3. Demonstrações Financeiras
3.1. Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras
3.2. Identificação e Período de Relato das Demonstrações Financeiras
3.3. Balanço
3.4. Demonstração de Resultados
3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio
3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa
3.7. Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras

RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Introdução

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II.1.1. Introdução 5

A Estrutura Conceptual (EC) é um instrumento contabilístico onde são


definidos os conceitos fundamentais da Contabilidade Financeira
subjacentes à preparação e apresentação das Demonstrações
Financeiras (DF´s), e que enquadra os restantes instrumentos
contabilísticos, nomeadamente as NCRF

A EC não é uma norma (NCRF) e como tal não define critérios


particulares, mas apenas os conceitos fundamentais

Caso haja algum conflito entre o disposto na EC e nas NCRF, prevalece a


disposição contante da NCRF

II.1.1. Introdução (cont.) 6

A EC é baseada no paradigma da utilidade da informação financeira,


apresentando os conceitos fundamentais através de um processo lógico-
dedutivo, que pode ser sintetizado da seguinte forma:

Objetivos das DF´s

Pressupostos Subjacentes e
Caraterísticas Qualitativas das DF´s

Definição dos Elementos das


DF´s

Reconhecimento
e Mensuração dos
Elementos das DF´s

Conceito de
Capital e sua
Manutenção

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II.1.1. Introdução (cont.) 7

O Relato Financeiro integrará um conjunto de DF´s preparadas e


apresentadas com informação útil para a tomada de decisões dos
seguintes utentes (sendo a principal fonte de informação financeira):
 Investidores
 Financiadores
 Fornecedores
 Clientes
 Empregados
 Estado
 Publico em Geral

O órgão de gestão é responsável pela preparação e apresentação das


DF´s, não sendo portanto considerado um utilizador das DF´s

II.1.1. Introdução (cont.) 8

Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras

• Balanço
• Demonstração de Resultados
• Demonstração das Alterações no Capital Próprio
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
• Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras

O relatório de gestão embora seja um documento integrante do Relato


Financeiro (prestação de contas) não é uma DF.

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Objetivos das Demonstrações Financeiras

II.1.2. Objetivos das Demonstrações Financeiras 10


Recursos
Ativos
(Económicos)

Balanço Posição Financeira


Interna – Capital
Próprio
Fontes de
Financiamento

Externa – Passivos

Rendimentos
Informação Útil

Desempenho Rentabilidade

Gastos

Demonstração
de Resultados

Recebimentos
Fluxos de Caixa Liquidez
Demonstração (Alterações na (capacidade e
dos Fluxos de Posição Financeira) necessidades)
Caixa Pagamentos

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Pressupostos Subjacentes às Demonstrações Financeiras

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II.1.3. Pressupostos Subjacentes às Demonstrações Financeiras 12

A entidade não tem intenção


ou necessidade de cessar ou
Continuidade reduzir drasticamente as suas
Pressupostos operações (nos próximos 12
Subjacentes às meses)
Demonstrações
Financeiras Regime de Os efeitos das operações são
Acréscimo reconhecidos quando ocorrem
(periodização independentemente do seu
económica) recebimento ou pagamento

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Caraterísticas Qualitativas das Demonstrações Financeiras

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das Demonstrações Financeiras 14

Compreensibilidade

Relevância
Caraterísticas
Qualitativas das
Demonstrações
Financeiras
Fiabilidade

Comparabilidade

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 15

A informação deve ser rapidamente


Compreensibilidade
compreensível pelos utilizadores

Pressupõe razoável conhecimento


sobre a entidade e sobre a
contabilidade

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 16

A informação deve influenciar as


Relevância decisões económicas dos utilizadores

É afetada pela
componente
A informação é material caso a sua
omissão ou incorreção (quantitativa
Materialidade ou qualitativa) influencie a tomada de
decisões económicas dos utilizadores

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 17


É afetada
pelas A informação deve estar isenta
componentes de erros e preconceitos, e deve
representar fidedignamente o
Fiabilidade que se pretende ou se espera
que represente

Representação Substância
Plenitude Neutralidade Prudência
Fidedigna sobre a Forma

Informação Informação Inclusão de Informação Prevalência da


deve ser livre de grau de deve substância
completa preconceitos precaução representar económica das
na fidedignamente operações sobre
formulação o que se a sua forma
de juízos e pretende ou legal, na
estimativas espere que apresentação
represente da informação

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 18

A informação deve ser comparável,


Comparabilidade
no tempo e no espaço

Inter-Período
Inter-Empresa
Inter-Perído/Empresa (Transversal)

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 19

Tempestividade

Fiabilidade

Balanceamento entre
custo e benefício

Relevância Balanceamento entre


caraterísticas qualitativas

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 20

Quanto mais célere é a apresentação das


Tempestividade demonstrações, a informação financeira é
tendencialmente mais relevante, mas menos fiável

Balanceamento entre Os benefícios a extrair da informação devem


custo e benefício exceder os custos da sua obtenção

Balanceamento entre Necessário balanceamento entre caraterísticas


caraterísticas qualitativas qualitativas

Existem mensurações mais relevantes mas menos fiáveis (ex: justo valor),
mas outras embora menos relevantes são mais fiáveis (ex: custo histórico)

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II.1.4. Caraterísticas Qualitativas das DF´s (cont.) 21

Aplicação das
Caraterísticas
Qualitativas

Imagem / Apresentação
Constrangimentos
à Informação Verdadeira
Relevante e Fiável
e
Apropriada

Aplicação das
Normas
Contabilísticas

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Elementos das Demonstrações Financeiras

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras 23

Ativos

Posição Financeira Passivos

Capital Próprio

Elementos das
Demonstrações Rendimentos
Financeiras
Desempenho

Gastos

Fluxos de Caixa ? Recebimentos


(Alterações na e
Posição Financeira) Não Definidos
Pagamentos

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 24

Ativo
• Recurso controlado
resultante de acontecimentos passados
e do qual se espera um influxo de benefícios
económicos futuros
Passivo
• Obrigação presente
resultante de acontecimentos passados
da liquidação da qual se espera um exfluxo de
recursos incorporando benefícios económicos futuros
Capital Próprio
• Interesse residual nos ativos líquidos
(ativos deduzidos dos passivos)

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 25

Relativamente à definição de Ativo salienta-se que:


 O recurso não tem necessariamente forma física
 Implica o controlo do recurso, e não necessariamente a propriedade legal
 Sua obtenção pode ser onerosa ou gratuita, e através de terceiros ou
gerado pela própria entidade
 O conceito de benefícios económicos futuros agrega:
 Capacidade de gerar recebimentos futuros
 Capacidade para diminuir pagamentos futuros
 Liquidez (meios monetários)
 A existência de um dispêndio não implica necessariamente a existência de
um ativo (pois pode corresponder a um gasto)

25

II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 26

Alguns exemplos de Ativos:


 Ativos Fixos Tangíveis (Imóveis e Equipamentos)
 Ativos Intangíveis (Licenças, Patentes, Direitos Contratuais)
 Investimentos Financeiros (Participação e Empréstimos a Outras Empresas)
 Inventários (Mercadorias, Matérias-Primas e Produtos Acabados)
 Ativos Biológicos (de Produção ou Consumíveis)
 Dívidas a Receber (Clientes, Estado e Outros Entes Públicos, etc.)
 Acréscimo de Rendimentos
 Diferimento de Gastos
 Depósitos Bancários e Caixa

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 27

Relativamente à definição de Passivo salienta-se que:


 As obrigações podem ser legais, contratuais ou construtivas (resultantes das
práticas normais dos negócios e costumes)
 Obrigação presente não é um compromisso futuro
 A sua liquidação/extinção embora seja em regra através da entrega de
meios monetários, pode assumir outras formas

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 28

Alguns exemplos de Passivos:


 Provisões (obrigações de quantia e/ou tempestividade incerta)
 Financiamentos Obtidos
 Dívidas a Pagar (Fornecedores, Fornecedores de Investimento, Estado e
Outros Entes Públicos)
 Acréscimo de Gastos
 Diferimento de Rendimentos

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 29

Relativamente à definição de Capital Próprio tem-se que:

Capital
Ativo Passivo
Próprio

Derivação da Equação Fundamental da


Contabilidade (onde A = CP + P)

Logo a mensuração do Capital Próprio vai depender da mensuração dos


Ativos e Passivos, representando o valor contabilístico da empresa (que
não corresponde necessariamente ao valor (de mercado), ou de
liquidação, da empresa)

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 30

Contudo também é possível subdividir o Capital Próprio entre:

(+) Contribuições
Capital
dos Detentores de
Contribuído
Capital

(+/-) Resultados de
Capital Próprio
Períodos Anteriores
(+/-) Resultado
Gerado pelas
Operações
Capital Gerado e (+/-) Resultado do
Retido Período
(-) Distribuição aos
Detentores de
Capital
(Dividendos)

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 31

Alguns exemplos de Capital Próprio:


 Capital Subscrito(contribuições dos detentores de capital)
 Reservas Legais e Outras Reservas (capital gerado e retido de períodos
anteriores)
 Resultado Líquido do Período (capital gerado do período)

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 32

Resultado do
Rendimentos Gastos
Período

Rendimentos
• Aumentos nos benefícios económicos
na forma de influxos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos
que resultem no aumento do capital próprio
e não respeitem a contribuições dos detentores de capital

Gastos
• Diminuição nos benefícios económicos
na forma de exfluxos ou diminuição de ativos ou aumento de passivos
que resultem na diminuição do capital próprio
e não respeitem a distribuições aos detentores de capital

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 33


Não há Rendimentos
ou Gastos nem
Sem Efeito no Capital
Contribuições ou
Próprio
Distribuições dos/aos
Detentores de Capital

Contribuição dos
Detentores de Capital

Com Efeito Positivo no


Ativos Capital Próprio
e/ou
Passivos Rendimento

Aplicando a Derivação
da Equação
Fundamental da Distribuição aos
Contabilidade: Detentores de Capital

CP = Ativo - Passivo Com Efeito Negativo no


Capital Próprio

Gasto

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 34

Conceptualmente tem-se, ainda, que:

Resultem das
Réditos atividades correntes
/ ordinárias
Rendimentos
Podem ou não provir
Ganhos das atividades
correntes / ordinárias

Resultem das
Gastos atividades correntes
/ ordinárias
Gastos

Podem ou não provir


Perdas das atividades
correntes / ordinárias

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 35

Alguns exemplos de Rendimentos:


 Que são designados por Réditos:
 Vendas
 Prestação de Serviços
 Comissões (Royalties)
 Juros
 Dividendos
 Que são designados por Ganhos:
 Ganhos na alienação de Ativos Fixos Tangíveis, Ativos Intangíveis e Investimentos
Financeiros (apresentados numa base líquida)
 Ganhos Não-Realizados de Revalorizações, Variação de Justo Valor ou de
Variações Cambiais

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 36

Alguns exemplos de Gastos:


 Que são designados por Gastos:
 Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas (CMVMC)
 Fornecimentos e Serviços Externos
 Gastos com o Pessoal
 Depreciações
 Gastos com Juros
 Gastos com Impostos
 Que são designados por Perdas:
 Perdas na alienação/abate de Ativos Fixos Tangíveis, Ativos Intangíveis e
Investimentos Financeiros (apresentados numa base líquida)
 Perdas Não-Realizados de Imparidades, Variação de Justo Valor ou de
Variações Cambiais

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II.1.5. Elementos das Demonstrações Financeiras (cont.) 37

Excecionalmente, as Normas Contabilísticas podem exigir que


determinados elementos que cumpram com a definição de Rendimento
ou Gasto sejam considerados como Ajustamentos de Manutenção de
Capital (sem afetar o Resultado do Período), tais como:
 Ganhos da obtenção de Ativos gratuitamente
 Ganhos Não-Realizados de Revalorização
 Alguns Ganhos/Perdas Não-Realizados de Variação Cambial
 Ganhos de Subsídios e Apoios Governamentais ao Investimento
 Alguns Ganhos/Perdas Não-Realizados de Variação de Justo Valor

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Financeiras

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II.1.6. Reconhecimento dos Elementos das DF´s 39

O processo de Reconhecimento consiste na incorporação de um


elemento (Ativo, Passivo, Capital Próprio, Rendimento ou Gasto) nas
Demonstrações Financeiras

Esse processo de reconhecimento implica se verifique, cumulativamente,


que:
 O elemento cumpra com a definição
 Seja provável que qualquer benefício económico futuro associado ao
elemento flua para/da entidade
 O elemento tenha um custo ou valor que possa ser mensurável com
fiabilidade

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II.1.6. Reconhecimento dos Elementos das DF´s (cont.) 40

Note-se que:
 Os benefícios económicos futuros associados ao elemento não têm de ser
certos (admite-se a possibilidade de existência de um certo grau de
incerteza)
 O custo ou valor do elemento podem ter de ser estimados ainda que com
um fiabilidade, o que implica que não tenha de ser exato

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RELATO FINANCEIRO

ESTRUTURA CONCEPTUAL
Mensuração dos Elementos das Demonstrações Financeiras

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II.1.7. Mensuração dos Elementos das DF´s 42

O processo de Mensuração consiste em determinar as quantias


monetárias pelas quais os elemento (Ativo, Passivo, Capital Próprio,
Rendimento ou Gasto) das Demonstrações Financeiras devem ser
reconhecidos e apresentados

Nas Demonstrações Financeiras são utilizadas várias Bases de


Mensuração, que incluem:
 Custo Histórico
 Custo Corrente
Estimativas de
 Valor Realizável
Justo Valor
 Valor Presente
 Justo Valor

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II.1.7. Mensuração dos Elementos das DF´s (cont.) 43

Custo de Aquisição/Produção de um Ativo


Custo Histórico
Custo do Passivo assumido ou montante
que se espera vir a pagar

Quantia pela qual um Ativo poderia ser


Justo Valor trocado, ou um Passivo liquidado, entre
partes conhecedoras, interessadas e não
relacionadas

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II.1.7. Mensuração dos Elementos das DF´s (cont.) 44

Montante a pagar para adquirir um Ativo ou liquidar


um Passivo equivalente, correntemente
Custo Corrente
Ótica da Compra

Montante que obteria na venda um Ativo ou liquidação


de um Passivo no decurso normal do negócio
Valor Realizável
Ótica da Venda

Valor presente (descontado/atualizado) dos fluxos de


Valor Presente caixa futuros associados a um Ativo/Passivo

Ótica Financeira

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RELATO FINANCEIRO

BASES PARA A APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS

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II.2. Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras 46

As Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF) são


um dos instrumentos do SNC, que visa estabelecer os requisitos globais
que permitem garantir a comparabilidade das Demonstrações
Financeiras (DF´s)

As DF´s são uma representação estruturada que fornece informação com


finalidades gerais, ou seja, que se destina a satisfazer as necessidades de
informação dos utilizadores que não estão em posição de exigir relatórios
específicos que fossem de encontro as respetivas necessidades
especificas de informação para a tomada de decisão

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II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (cont.) 47

As DF´s são uma representação estruturada que fornece informação


sobre:
Ativos

Posição Balanço
Passivos
Financeira

Capital Próprio

Rendimentos
(Réditos e
Ganhos)
Desempenho Demonstração de
Resultados Ajustamentos de
Gastos (Gastos Manutenção de Capital
e Perdas)
Outras
Alterações no Demonstração das Alterações
Capital Próprio
no Capital Próprio
Fluxos de Caixa Demonstração dos Fluxos de Caixa

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II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (cont.) 48

Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras

• Balanço
• Demonstração de Resultados
• Demonstração das Alterações no Capital Próprio
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
• Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras

Presume-se que a aplicação das NCRF (conformidade com as NCRF),


com divulgações adicionais quando necessário, resulta em DF´s que
alcançam uma apresentação apropriada

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II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (Cont.) 49

O SNC identifica os seguintes 7 conceitos como BADF:


 Continuidade
 Regime de Acréscimo (periodização económica)
 Consistência de Apresentação
 Materialidade e Agregação
 Compensação
 Informação Comparativa
 Mensuração

49

II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (Cont.) 50

As duas primeiras BADF correspondem aos Pressupostos Subjacentes às


Demonstrações Financeiras constantes da Estrutura Conceptual

A entidade não tem intenção ou


necessidade de cessar ou reduzir
Continuidade drasticamente as suas operações
(nos próximos 12 meses)
Reconhecendo
Regime de Os efeitos das operações são os elementos das
Acréscimo reconhecidos quando ocorrem demonstrações
(periodização independentemente do seu financeiras de
económica) recebimento ou pagamento acordo com
definido na EC

Utilizado na preparação e apresentação de todas as DF´s à exceção da


Demonstração dos Fluxos de Caixa (em que aplica o Regime de Caixa)

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II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (Cont.) 51

A apresentação e classificação dos


Consistência de diferentes itens (elementos) nas DF´s deve ser
Apresentação mantida de um período para o outro (salvo
alguma exigência em contrário)

Contribui para a Comparabilidade

Cada classe material de itens semelhantes


Materialidade e deve ser apresentada (ou divulgada)
Agregação separadamente na face das DF´s (ou nas
Notas/Anexo)

Dada a existência de Modelos de Demonstrações


Financeiras (MDF) que estabelecem o conteúdo
mínimo a apresentar, significa que se deverá proceder
à sua desagregação de acordo com a materialidade

51

II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (Cont.) 52

Os Ativos e Passivos, e os Rendimentos e


Compensação Gastos não devem ser compensados a
menos que alguma NCRF o exija ou permita

Em regra existe a “Não-Compensação”

Deve ser apresentada informação


Informação
comparativa com respeito ao período
Comparativa anterior ao apresentado

Contempla não só a informação quantitativa, mas


igualmente a informação descritiva / narrativa

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II.2. Bases para a Apresentação das DF´s (Cont.) 53

Os elementos apresentados nas DF´s são


Mensuração mensurados pelo Custo (de aquisição ou de
produção) exceto se alguma NCRF permitir
ou exigir outra mensuração

Em regra existe a mensuração pelo Custo

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RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras

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II.3.1. Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras 55

Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras

• Balanço
• Demonstração de Resultados por Naturezas (DR Naturezas ou DRN)
• Demonstração das Alterações no Capital Próprio (DACP)
• Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto (DFCx Direto ou DFCx)
• Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras (Notas ou Anexo)

A entidade pode, adicionalmente, apresentar a Demonstração de


Resultados por Funções (DR Funções ou DRF)

É proibida a apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFCx)


pelo Método Indireto

55

II.3.1. Conjunto Completo de Demonstrações Financeiras (cont.) 56

As entidades que apliquem a NCRF-PE dispensam a apresentação:


 Demonstração das Alterações no Capital Próprio (DACP)
 Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto (DFCx)

As entidades que apliquem a NC-ME não apresentam essas DF´s visto


nem sequer estarem contempladas (pelo que é obrigatória a sua não
apresentação), e estão dispensadas de apresentação do Anexo Às DF´s
desde que divulguem um conjunto reduzido de informações no final do
Balanço

Os Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF) contemplam o


conteúdo mínimo a apresentar em cada DF, existindo modelos reduzidos
próprios para as DF´s obrigatórias para entidades que aplicam a NCRF-PE
e a NCM

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RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Identificação e Período de Relato das DF´s

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II.3.2. Identificação e Período de Relato das DF´s 58

As DF´s devem estar claramente identificadas e distinguidas da restante


informação financeira que compõe o Relato Financeiro

Cada DF deve conter:


 Nome da entidade que relata (e se houve alguma alteração no período)
 Se são DF´s Individuais ou DF´s Consolidadas
 Data ou Período abrangido pelas DF´s
 Moeda de Apresentação e Nível de Arredondamento (não > 1.000)

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II.3.2. Identificação e Período de Relato das DF´s (cont.) 59

As DF´s devem ser, no mínimo, apresentadas anualmente (existem


entidades como as empresas cotadas que lhes é exigida informação
intercalar, tal como as DF´s Semestrais e Informação sobre os Resultados
Trimestrais)

O data de referência das DF´s não tem de ser 31 de dezembro, e


consequentemente, a informação do período anual não tem de coincidir
com o ano civil

A data de referência pode ser alterada, e consequentemente, as DF´s


serem apresentadas para um período mais longo ou curto que um ano,
devendo divulgar essa circunstância, e respetivos fundamentos,
salientando que os montantes apresentados não são comparáveis com
períodos anteriores

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RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Balanço

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II.3.3. Balanço 61

O Balanço é a DF que fornece, de forma estruturada, informação


financeira sobre a posição financeira a uma determinada data

Logo na face do Balanço são apresentados os Ativos, Passivos e Capital


Próprio

A informação mínima a conter no Balanço encontra-se definida nos


Modelos das Demonstrações Financeiras (MDF) podendo ser
desagregada, com base no conceito de Materialidade e Agregação
constante das BADF, na face do próprio Balanço ou nas Notas/Anexo às
Demonstrações Financeiras

61

II.3.3. Balanço (cont.) 62

As entidades que apliquem a NCRF-PE devem seguir como conteúdo


mínimo de informação a conter no Balanço o modelo reduzido constante,
igualmente, dos MDF

As entidades que apliquem a NC-ME devem seguir um modelo próprio


apresentado conjuntamente com a NC-ME, que ainda é mais reduzido e
simplificado que o preconizado para as entidades que apliquem a NCRF-PE

No Balanço os Ativos e Passivos têm de ser apresentados de forma


separada/distinta entre Corrente e Não Corrente

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II.3.3. Balanço (cont.) 63

Os Ativos Correntes são os que cumpram com um dos seguintes critérios:


 Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade
 Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do
balanço
 Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado
 É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso
para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do
balanço

Os Ativos Não Correntes são todos os demais que não sejam classificáveis
como Ativos Correntes

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II.3.3. Balanço (cont.) 64

O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de ativos


para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes

Numa empresa sem fase de produção tem-se o seguinte ciclo operacional:

Venda •Dívida a Receber de


Clientes
•Mercadorias •IVA Liquidado (EOEP) •Caixa
•Dívidas a Pagar a (inclui Depósitos à Ordem)
Fornecedores
•IVA Dedutível (EOEP)
•Dívidas ao Pessoal e ao
Estado (Segurança Social e
IRS)
Compra Recebimento

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II.3.3. Balanço (cont.) 65

Numa empresa com fase de produção tem-se o seguinte ciclo operacional:

Produção Recebimento
•Produtos Acabados •Caixa
•Dívidas ao Pessoal e (inclui Depósitos à
•Matérias-Primas ao Estado •Dívida a Receber Ordem)
•Dívidas a Pagar a (Segurança Social e de Clientes
Fornecedores IRS) •IVA Liquidado
•IVA Dedutível (EOEP)
(EOEP)
Compra Venda

65

II.3.3. Balanço (cont.) 66

Logo, e independentemente do prazo de duração do ciclo operacional, se


um dos critérios para a classificação de ativos como sendo Ativos Correntes
é que se espera que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou
consumido, no decurso normal do ciclo operacional da entidade, então os
seguintes ativos são sempre, independentemente de qualquer circunstância
Ativos Correntes:
 Inventários (Mercadorias, Matérias-Primas, Produção em Curso, Produtos
Intermédios, Produtos Acabados, Subprodutos), pois pretende-se vender ou
consumir no decurso normal do ciclo operacional
 Dívidas a Receber de Clientes ou EOEP (IVA a Recuperar), pois se espera que
sejam realizadas no decurso normal do ciclo operacional

66

33
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 67

Adicionalmente, deve-se também classificar como Ativos Correntes todos os


ativos que se espera realizar no decurso normal do ciclo operacional
interpretado como sendo no prazo de duração desse ciclo operacional

Caso esse prazo de duração não seja claramente identificável, o mesmo deve
ser considerado como sendo de 12 meses

Note-se, contudo, que outro dos requisitos possíveis para se cumprir com a
classificação de Ativo Corrente é que se espera que seja realizado num
período até 12 meses após a data do balanço, pelo que conjugando ambos:
 Caso o prazo de duração do ciclo operacional seja inferior ou igual a 12 meses, é
irrelevante, pois é redundante com esse critério (que abrangerá os 12 meses)
 Caso o prazo de duração do ciclo operacional seja superior a 12 meses é que
será relevante pois contemplará outras situações de expectativa de realização a
mais de 12 meses mas inferiores a esse prazo de duração do ciclo operacional

67

II.3.3. Balanço (cont.) 68

Note-se, ainda, que o critério que refere que são classificados como Ativos
Correntes os detidos essencialmente para negociação se refere a
instrumentos financeiros (ações, obrigações, futuros, opções, etc.) cujo intuito
é serem negociados e não abrange os inventários detidos para venda
(mercadorias e produtos acabados), pois o conceito de negociação não
corresponde ao de venda

O último critério de classificação como Ativo Corrente abrange todos os itens


de Caixa e Equivalentes de Caixa, mas desde que inexistam restrições à sua
utilização para liquidar Passivos durante 12 meses após a data do Balanço

Considera-se como Caixa todo o dinheiro em caixa ou em depósitos à


ordem

68

34
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 69

Consideram-se Equivalentes de Caixa os investimentos financeiros a curto


prazo, altamente líquidos que sejam prontamente convertíveis para quantias
conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de
alterações de valor

Assim, os Equivalentes de Caixa incluem:


 Depósitos a Prazo de muito curto prazo (até 3/4 meses)
 Depósitos a Prazo que independentemente do prazo sejam mobilizáveis
antecipadamente sem perda significativa do montante investido
 Ações (ou outros títulos ou instrumentos financeiros) cotados na bolsa

69

II.3.3. Balanço (cont.) 70


Em suma, os seguintes elementos são sempre considerados como Ativos Correntes
(em função da distinção entre corrente e não corrente e do MDF):
 Inventários
 Ativos Biológicos Consumíveis
 Dívidas a Receber de Clientes
 Adiantamentos a Fornecedores
 Dívidas a Receber do Estado (IVA e IRC)
 Acréscimos de Rendimentos (por via do MDF quando relacionado com itens não ligados
ao ciclo operacional a recuperar a mais de 12 meses/duração ciclo operacional)
 Diferimentos de Gastos (por via do MDF quando relacionado com itens não ligados ao
ciclo operacional a usufruir a mais de 12 meses/duração ciclo operacional)
 Ativos Financeiros Detidos para Negociação
 Outros Ativos Financeiros (que não estando para negociação, e inexistindo restrições a
mais de 12 meses, sejam equivalentes de caixa)
 Ativos Não Correntes Detidos para Venda
 Caixa e Depósitos Bancários (excetuando os que têm restrições a mais de 12 meses do
Balanço e que possam não ser considerados como equivalente de caixa)

70

35
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 71

Consequentemente, os seguintes itens são sempre classificados como Ativos


Não Correntes:
 Ativos Fixos Tangíveis
 Propriedades de Investimento
 Goodwill
 Ativos Intangíveis
 Ativos Biológicos de Produção
 Participações Financeiras (não detidas com intuito de negociar)
 Outros Ativos Financeiros (que não estando para negociação, ou existam
restrições a mais de 12 meses, ou não sejam equivalentes de caixa)
 Ativos por Impostos Diferidos

71

II.3.3. Balanço (cont.) 72

Logo, os itens em que é possível serem ou Ativos Correntes ou Ativos Não


Correntes, ou parcialmente ambos em simultâneo são:
 Dívidas a Receber de Outras Entidades (incluindo Acionistas/Sócios) que não
resultem do decurso ordinário do ciclo operacional da empresa

Dependendo a sua
separação/distinção entre
corrente e não corrente do
prazo de 12 meses ou da
duração do ciclo operacional
se superior a 12 meses

72

36
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 73

Os Passivos Correntes são os que cumpram com um dos seguintes critérios:


 Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade
 Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço
 Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado
 A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Os Passivos Não Correntes são todos os demais que não sejam classificáveis
como Passivos Correntes

O ciclo operacional é da entidade pelo que não pode diferir do que foi
considerado na distinção/separação entre Ativos Correntes e Ativos Não
Correntes

73

II.3.3. Balanço (cont.) 74

Então, e à semelhança dos Ativos, nos Passivos, e independentemente do


prazo de duração do ciclo operacional, se um dos critérios para a
classificação de passivos como sendo Passivos Correntes é que se espere
que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade, então
os seguintes passivos são sempre, independentemente de qualquer
circunstância Passivos Correntes:
 Dívidas a Pagar a Fornecedores, Pessoal ou EOEP (IVA a Pagar, Retenções IRS
aos Empregados e Segurança Social), pois se espera que sejam liquidadas no
decurso normal do ciclo operacional

74

37
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 75

Também à semelhança dos Ativos, nos Passivos deve-se também classificar


como Passivos Correntes todos os passivos que se espere liquidar durante o
ciclo operacional normal da entidade interpretado como sendo no prazo de
duração desse ciclo operacional

Note-se, contudo, que à semelhança dos Ativos, nos Passivos, outro dos
requisitos possíveis para se cumprir com a classificação de Passivo Corrente é
que deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço,
pelo que conjugando ambos:
 Caso o prazo de duração do ciclo operacional seja inferior ou igual a 12 meses, é
irrelevante, pois é redundante com esse critério (que abrangerá os 12 meses)
 Caso o prazo de duração do ciclo operacional seja superior a 12 meses é que
será relevante pois contemplará outras situações de expectativa de liquidação a
mais de 12 meses mas inferiores a esse prazo de duração do ciclo operacional

75

II.3.3. Balanço (cont.) 76

Deve-se, ainda classificar como Passivos Correntes os detidos essencialmente


para negociação que se refere a instrumentos financeiros complexos (futuros,
opções, etc., mas não ações ou obrigações) cujo intuito é serem negociados
e que são passivos pois representam a posição negativa (de perda) existente
à data nesses instrumentos financeiros complexos

Como último critério para se classificar passivos como Passivos Correntes é


estabelecido que qualquer passivo que a entidade não tenha um direito
incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze
meses após a data do balanço, ou seja, não se trata da expectativa mas da
capacidade incondicional de o poder fazer

76

38
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 77

Em suma, os seguintes elementos são sempre considerados como Passivos


Correntes (em função da distinção entre corrente e não corrente e do MDF):
 Dívidas a Pagar a Fornecedores
 Adiantamentos de Clientes
 Dívidas a Pagar ao Estado (IVA, IRC, Retenções a Terceiros e Segurança Social)
 Acréscimos de Rendimentos (por via do MDF quando relacionado com itens não
ligados ao ciclo operacional a liquidar a mais de 12 meses/duração ciclo
operacional)
 Diferimentos de Rendimentos (por via do MDF quando relacionado com itens
não ligados ao ciclo operacional a cumprir a mais de 12 meses/duração ciclo
operacional)
 Passivos Financeiros Detidos para Negociação
 Passivos Não Correntes Detidos para Venda

77

II.3.3. Balanço (cont.) 78

Consequentemente, os seguintes itens são sempre classificados como


Passivos Não Correntes (em função da distinção entre corrente e não
corrente e do MDF):
 Provisões (por via do MDF quando relacionadas com situações não ligadas ao
ciclo operacional conhecendo-se a tempestividade a 12 meses/até duração
do ciclo operacional)
 Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego
 Passivos por Impostos Diferidos

78

39
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 79

Logo, os itens em que é possível serem ou Passivos Correntes ou Passivos Não


Correntes, ou parcialmente ambos em simultâneo são:
 Financiamentos Obtidos
 Dívidas a Pagar a Outras Entidades (incluindo Fornecedores de Investimento ou
Acionistas/Sócios) que não resultem do decurso ordinário do ciclo operacional
da empresa

Dependendo a sua separação/distinção


entre corrente e não corrente do prazo de
12 meses ou da duração do ciclo
operacional se superior a 12 meses

79

II.3.3. Balanço (cont.) 80

O Capital Próprio não é separado/distinto entre Corrente e Não Corrente em


nenhuma circunstância, sendo apresentadas as seguintes rubricas em separado:
 Capital Subscrito
 Ações/Quotas Próprias
 Outros Instrumentos de Capital Próprio
 Prémios de Emissão
 Reservas Legais
 Outras Reservas
 Resultados Transitados
 Ajustamentos em Ativos Financeiros
 Excedente de Revalorização
 Outras Variações no Capital Próprio
 Resultado Líquido do Período
 Interesses Minoritários (apenas nas DF´s Consolidadas)

80

40
30/09/2021

II.3.3. Balanço (cont.) 81

De acordo com os MDF a estruturação do Balanço segue, obrigatoriamente,


a seguinte ordem:
 Ativos
 Ativos Não Correntes
 Ativos Correntes
 Capital Próprio
 Passivos
 Passivos Não Correntes
 Passivos Correntes

Assim, os Ativos são apresentados por grau crescente de liquidez e os


Passivos por grau crescente de exigibilidade

81

82

RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstração de Resultados

82

41
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados 83

A Demonstração de Resultados (DR) é a DF que fornece, de forma


estruturada, informação financeira sobre o desempenho durante um
determinado período

Logo na face da Demonstração de Resultados são apresentados os


Rendimentos (Réditos e Ganhos) e os Gastos (Gastos e Perdas),
excetuando os reconhecidos diretamente no Capital Próprio (designados
na EC como ajustamentos de manutenção de capital)

Conceptualmente, é possível apresentar a DR:


 por Naturezas
 Por Funções

83

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 84

Na DR por Naturezas (DRN) os gastos são apresentados de acordo com


uma classificação baseada na natureza (origem) dos mesmos:
 Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas (CMVMC)
 Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)
 Gastos com Pessoal
 Depreciações/Amortizações
 Perdas por Imparidade
 Provisões
 Outros Gastos e Perdas
 Gastos de Financiamento (com Juros)
 Gastos com Impostos

84

42
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 85

Ao invés, na DR por Funções (DRF) os gastos são apresentados de acordo


com a função que desempenham na empresa:
 Gastos das Vendas
 Gastos Administrativos
 Gastos de Distribuição
 Gastos de Investigação e Desenvolvimento
 Outros Gastos
 Gastos de Financiamento (Líquidos) (Gastos com Juros)
 Gastos com Impostos

85

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 86

O SNC estabeleceu ao definir o conjunto completo de DF´s que:


 DR por Naturezas é obrigatória
 DR por Função pode ser adicionalmente apresentada por opção (mas não
substitui a apresentação da DR por Naturezas, pelo que nesses casos
implica a apresentação simultânea de duas DR, uma por Naturezas e outra
por Funções)

A informação mínima a conter na DR (tanto por Naturezas como por


Funções) encontra-se definida nos Modelos das Demonstrações
Financeiras (MDF) podendo ser desagregada, com base no conceito de
Materialidade e Agregação constante das BADF, na face da própria DR
ou nas Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras

86

43
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 87

À semelhança do que acontece com o Balanço, na DR:


 As entidades que apliquem a NCRF-PE devem seguir como conteúdo mínimo
de informação a conter na DR o modelo reduzido constante, igualmente, dos
MDF
 As entidades que apliquem a NC-ME devem seguir um modelo próprio
apresentado conjuntamente com a NC-ME, que ainda é mais reduzido e
simplificado que o preconizado para as entidades que apliquem a NCRF-PE

87

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 88


A estrutura da DR por Naturezas definida nos MDF segue a seguinte lógica:

(+) Rendimentos da Atividade Ordinária


(ex: Vendas e Serviços Prestados; Subsídios à Exploração; Imputação de efeitos
de Subsidiárias, Associadas e Empreendimentos Conjuntos (pode ser negativo);
Variação nos Inventários de Produção (pode ser negativo) e Trabalhos para a
Própria Entidade)
(-) Gastos da Atividade Ordinária
(ex: Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; Fornecimentos e
Serviços Externos; Gastos com Pessoal; Imparidades (exceto de bens de
investimento depreciáveis/amortizáveis); Provisões)
(+/-) Variações de Justo Valor
(+) Outros Rendimentos e Ganhos
(-) Outros Gastos e Perdas

Resultado Antes de Depreciações/Amortizações, Gastos de Financiamento e Impostos

(EBITDA)

88

44
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 89

A estrutura da DR por Naturezas definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):
Resultado Antes de
Depreciações/Amortizações, Gastos de
Financiamento e Impostos
(EBITDA)

(-) Gastos com Depreciações/Amortização e


Imparidades de Ativos
Depreciáveis/Amortizáveis

Resultado Operacional
(RO ou EBIT)

89

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 90

A estrutura da DR por Naturezas definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):

Resultado Operacional
(RO ou EBIT)

(+) Juros e Rendimentos Similares Obtidos


(-) Juros e Gastos Similares Suportados

Resultado Antes de Impostos


(RAI)

90

45
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 91

A estrutura da DR por Naturezas definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):

Resultado Antes de Impostos


(RAI)

(-) Gasto com Imposto sobre o Rendimento


(“Lucro”) do Período

Resultado Líquido do Período


(RL)

91

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 92

A estrutura da DR por Funções definida nos MDF segue a seguinte lógica:

(+) Vendas e Serviços Prestados


(-) Custo das Vendas e Serviços
Prestados

Resultado Bruto

92

46
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 93

A estrutura da DR por Funções definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):

Resultado Bruto

(+) Outros Rendimentos


(-) Gastos de Distribuição
(-) Gastos Administrativos
(-) Gastos de Investigação e Desenvolvimento
(-) Outros Gastos

Resultado Operacional
(RO ou EBIT)

93

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 94

A estrutura da DR por Funções definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):

Resultado Operacional
(RO ou EBIT)

(-) Gastos de Financiamento (Líquidos)


(Líquidos de rendimentos da aplicação temporária dos
montantes obtidos dos financiamentos)

Resultado Antes de Impostos


(RAI)

94

47
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 95

A estrutura da DR por Funções definida nos MDF segue a seguinte lógica


(cont.):

Resultado Antes de Impostos


(RAI)

(-) Gasto com Imposto sobre o Rendimento


(“Lucro”) do Período

Resultado Líquido do Período


(RL)

95

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 96

Em ambas as DR (por Naturezas e Por Funções) obtém-se o mesmo RL,


contudo existem algumas diferenças comparativas:
 A principal é a forma de apresentação dos gastos, num caso por naturezas e
noutro por funções
Os registos são efetuados em contas definidas pela
natureza o que implica na preparação da DR por
Funções a reafectação desses gastos classificados
por natureza de acordo com as respetivas funções

 Outra é que na DR por Naturezas não se apresenta o Resultado Bruto (que é


possível determinar e é apresentado na DR por Funções), mas apresenta-se o
Resultado Antes de Depreciações/Amortizações, Gastos de Financiamento e
Impostos (EBITDA) (que não é possível determinar e não é apresentado na DR
por Funções)

96

48
30/09/2021

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 97

Em ambas as DR (por Naturezas e Por Funções) obtém-se o mesmo RL,


contudo existem algumas diferenças comparativas (cont.):
 Finalmente outra de pormenor é que embora ambas as DR (por Naturezas e por
Funções) apurem o Resultado Operacional (RO ou EBIT) este pode diferir pois:
 Na DR por Naturezas os réditos com juros são apresentados após o apuramento do
Resultado Operacional (RO ou EBIT), na linha de Juros e Rendimentos Similares Obtidos,
logo:
 não têm impacto no RO/EBIT
 e apenas influenciam o resultado parcial do Resultado Antes de Impostos (RAI)

 Na DR por Funções a generalidade dos réditos com juros são apresentados antes do
apuramento do Resultado Operacional (RO ou EBIT), na linha de Outros Ganhos, logo:
 têm impacto no RO/EBIT

Apenas teria tratamento equivalente, e obter-se-ia EBIT iguais, caso se tratassem de juros
da aplicação temporária de montantes obtidos de financiamentos, caso em que na DR
por Funções diminuiriam o montante apresentado em Gastos de Financiamento (líquidos)

97

II.3.4. Demonstração de Resultados (cont.) 98

Em nenhuma circunstância se pode classificar e apresentar nas DF´s


qualquer gasto ou rendimento, seja por naturezas ou por funções, como
sendo:
 Extraordinário
 Não Usual ou Não Recorrente

Embora seja usual que as empresas aquando da


comunicação pública dos seus resultados fazerem essa
análise, identificando os itens contidos na DR (em variadas
classificações anteriormente referidas) que consideram
serem Extraordinários e/ou Não Usuais ou Recorrentes

98

49
30/09/2021

99

RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstração das Alterações no Capital Próprio

99

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio 100

A Demonstração das Alterações no Capital Próprio (DACP) é a DF que


fornece, de forma estruturada, informação financeira parcial, durante um
determinado período, sobre:
 Operações com os Detentores de Capital
 Desempenho (no que respeita à determinação do Resultado Integral (ou
Extensivo ou “Comprehensive Income”)

Assim, na face da DACP são apresentadas:


 As operações com os detentores de capital próprio (contribuições e
distribuições)
 O apuramento do Resultado Integral (apresentando as suas componentes)

100

50
30/09/2021

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio 101

Os MDF apresentam o modelo a utilizar da DACP, que dado o nível de


detalhe e salvo alguma situação excecional, não carece de maior
desagregação de acordo com a BADF da Materialidade e Agregação

A preparação e apresentação da DACP é de opcional para as entidades


que adotem a NCRF-PE

As entidades que adotem a NC-ME não apresentam DACP, porquanto a


mesma não é requerida naquele normativo, ao não fazer parte
integrante das DF´s definidas no conjunto completo de demonstrações
financeiras da NC-ME

101

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio 102

A estrutura da DACP assemelha-se a uma espécie de matriz onde:


 Cada coluna respeita a cada rubrica do Capital Próprio (sendo a última o
total do Capital Próprio)
 Ao nível das linhas:
 A primeira linha corresponde à Posição Financeira no Início do Período
 Seguindo-se o primeiro grande conjunto de linhas designado de “Alterações no
Período” que correspondem aos Ganhos e Perdas Reconhecidos Diretamente no
Capital Próprio (sem afetar resultado líquido do período) (definidos na EC como
sendo Ajustamentos de Manutenção de Capital)
 Seguindo-se uma linha com o Resultado Líquido do Período
 Uma linha apenas totalizadora do Resultado Integral (que soma as dois pontos
indicados anteriormente – Resultado Líquido e Total das “Alterações no Período”)
 Seguindo-se o segundo grande conjunto de linhas respeitante às Operações
com os Detentores de Capital
 A última linha corresponde à Posição Financeira no Fim do Período (que somará
todas as anteriores à exceção da linha do Resultado Integral)

102

51
30/09/2021

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio 103

Assim, constata-se que a DACP explica as Alterações ocorridas no Capital


Próprio durante um determinado período, segregando-as em dois
grandes blocos:
 Primeiro, as respeitantes ao Desempenho, apurando o Resultado Integral,
que incluem:
 Resultado Líquido
 Ganhos/Perdas Diretamente Reconhecidos no Capital Próprio (sem afetar o
resultado líquido do período) (Excedente de Revalorização, Outras Variações no
Capital Próprio e Ajustamentos em Ativos Financeiros)
 Segundo, as respeitantes às Operações com os Detentores de Capital, que
incluem:
 Contribuições dos Detentores de Capital (Emissão de Capital, Cobertura de
Prejuízos)
 Distribuições aos Detentores de Capital (Dividendos)
 Outras Operações (Constituição/Reforço de Reservas e Operações com Ações
Próprias)

103

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio (cont.) 104

Resultado Ganhos/Perdas
Integral Resultado Reconhecidos
(Comprehensive Líquido Diretamente no
Income) Capital Próprio

Identificados na DACP como Ajustamentos de


“Alterações no Período” Manutenção de Capital

Variações no Capital Próprio não


relacionadas com Operações
com os Detentores de Capital

104

52
30/09/2021

II.3.5. Demonstração das Alterações no Capital Próprio (cont.) 105

Assim, conclui-se que o indicador completo e representativo do “Lucro”,


conforme definido na EC, e entendido como refletindo todos os efeitos
no Capital Próprio não respeitantes a contribuições/distribuições dos/aos
detentores de capital é o Resultado Integral (Comprehensive Income)

Ou de outra forma, o indicador que apresenta o Resultado de todos os


Rendimentos e Gastos, independentemente das forma de
reconhecimento exigidas e/ou permitidas pelas NCRF é o Resultado
Integral (Comprehensive Income)

Significa, pois, que o Resultado Líquido do Período não contempla alguns


elementos que são em definição Rendimentos e/ou Gastos, pois os
mesmos são, de acordo com exigências ou permissões das NCRF,
reconhecidos diretamente no Capital Próprio (e portanto sem afetar o
resultado líquido do período)

105

II.3.3./4./5. Balanço, Demonstração de Resultados e 106


Demonstração das Alterações no Capital Próprio (cont.)
Aplicação Prática:
 Exercício 1 – Balanço, Demonstração de Resultados e Demonstrações das
Alterações no Capital Próprio

106

53
30/09/2021

107

RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstração dos Fluxos de Caixa

107

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa 108

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFCx) é a DF que fornece, de


forma estruturada, informação financeira sobre o as alterações na
posição financeira (fluxos de caixa) durante um determinado período

Logo na face da DFCx são apresentados os Recebimentos e


Pagamentos, como a forma de fundamental de explicar a variação de
Caixa e Seus Equivalentes (Equivalentes de Caixa) ao longo desse período
(entre a posição inicial e final)

Efeitos de
Caixa e Seus Caixa e Seus
Variação de Mensuração
Equivalentes Equivalentes
Caixa e Seus de Caixa e
no Final do no Início do
Equivalentes Seus
Período Período
Equivalentes

108

54
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 109

Considera-se como Caixa todo o dinheiro em caixa ou em depósitos à


ordem

Consideram-se Equivalentes de Caixa os investimentos financeiros a curto


prazo, altamente líquidos que sejam prontamente convertíveis para quantias
conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de
alterações de valor

Assim, os Equivalentes de Caixa incluem:


 Depósitos a Prazo de muito curto prazo (até 3/4 meses)
 Depósitos a Prazo que independentemente do prazo sejam mobilizáveis
antecipadamente sem perda significativa do montante investido
 Ações (ou outros títulos ou instrumentos financeiros) cotados na bolsa

109

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 110

Os “Efeitos de Mensuração de Caixa e Seus Equivalentes” respeitam a


todos os efeitos que afetem a mensuração de Caixa e Seus Equivalentes
e que não respeitem a Recebimentos e/ou Pagamentos, tais como:
 Efeitos de Variações (Diferenças) Cambiais em Caixa e Seus Equivalentes
 Efeitos de Variação de Justo Valor em Caixa e Seus Equivalentes

O modelo da DFCx constante do MDF é redutora pois apenas concebe a


possibilidade de inclusão dos Efeitos de Diferenças Cambiais, pelo que se
necessário se recomenda a inclusão de uma linha adicional para o Efeito
de Variação de Justo Valor, caso necessário

110

55
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 111

Contudo a explicação fundamental, e com utilidade informativa, sobre a


Variação de Caixa e Seus Equivalentes é apresentada ao longo da DFCx,
através da informação sobre os Recebimentos e Pagamentos no período

Os Recebimentos e Pagamentos são classificados e separados conforme


se relacionam com um dos seguintes tipos de atividade da entidade:
 Operacional
 de Investimento
 de Financiamento

111

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 112

Atividades Operacionais
• São as principais atividades produtoras de rédito da
entidade e outras atividades que não sejam de
investimento ou de financiamento
Atividades de Investimento
• São a aquisição e alienação de ativos a longo prazo e de
outros investimentos não incluídos em equivalentes de
caixa
Atividades de Financiamento
• São as atividades que têm como consequência
alterações na dimensão e composição do capital próprio
contribuído e nos empréstimos obtidos pela entidade

112

56
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 113

Os Fluxos de Caixa excluem movimentos entre itens que constituam Caixa


e Seus Equivalentes porque estes componentes são parte da gestão de
caixa de uma entidade e não parte das suas atividades operacionais, de
investimento e/ou de financiamento.

A gestão de caixa inclui o investimento de excessos de Caixa nos


Equivalentes de Caixa

Conceptualmente, é possível apresentar a DFCx:


 Pelo Método Direto
 Pelo Método Indireto

113

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 114

Na DFCx pelo Método Direto os fluxos de caixa da atividade operacional são


apresentados “diretamente”, ou entenda-se de forma explicita por cada
conjunto de tipo de recebimentos e pagamentos dessa atividade
operacional

Na DFCx pelo Método Indireto os fluxos de caixa da atividade operacional


não são apresentados “diretamente”, ou seja, não se apresenta de forma
explícita cada conjunto de tipo de recebimentos e pagamentos dessa
atividade operacional

Na DFCx pelo Método Indireto, para se determinar o total dos fluxos de caixa
da atividade operacional, parte-se do Resultado Líquido que é ajustado:
 Pela eliminação da parte das componentes de rendimentos e gastos que não
geraram recebimentos e pagamentos (ou inclusão do inverso)
 Pela eliminação dos efeitos restantes relacionados com as atividades de
investimento e/ou de financiamentos

114

57
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 115

No SNC encontra-se definida a obrigatoriedade de apresentação da DFCx


pelo Método Direto, pelo que a utilização da DFCx pelo Método Indireto é
estritamente proibida (e nem sequer adicionalmente opcional como no caso
da DR por Funções ao nível da apresentação da DR)

A informação mínima a conter na DFCx pelo Método Direto encontra-se


definida nos Modelos das Demonstrações Financeiras (MDF) podendo ser
desagregada, com base no conceito de Materialidade e Agregação
constante das BADF, na face da própria DFCx ou nas Notas/Anexo às
Demonstrações Financeiras

À semelhança da DACP, a preparação e apresentação da DFCx pelo


Método Direto:
 É opcional para as entidades que adotem a NCRF-PE
 Não é requerida para as entidades que adotem a NC-ME (não faz parte do
conjunto completo de DF´s na NC-ME, pelo que não é apresentada)

115

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 116

Os Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais incluem:


 Recebimentos de Clientes
 Pagamentos a Fornecedores
 Pagamentos ao Pessoal
 Pagamentos de Imposto
 Outros Recebimentos/Pagamentos da Atividade Operacional:
 Pagamentos/Recebimentos de IVA
 Recebimentos de Juros e Rendimentos Similares, gerados por Caixa e Seus
Equivalentes ou por outros Ativos Correntes
 Recebimentos de Juros e Rendimentos Similares, gerados por Caixa e Seus
Equivalentes ou por outros Ativos Correntes

116

58
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 117

Os Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento incluem:


 Pagamentos a Fornecedores de Investimento, respeitantes a:
 Ativos Fixos Tangíveis
 Ativos Intangíveis
 Investimentos Financeiros
 Outros Ativos (de investimento)
 Recebimentos de Outros Devedores, provenientes de:
 Ativos Fixos Tangíveis
 Ativos Intangíveis
 Investimentos Financeiros
 Outros Ativos (de investimento)
 Subsídios ao Investimento
 Juros e Rendimentos Similares, gerados por ativos de investimentos (excluindo os gerados
por Caixa e Seus Equivalentes ou por outros Ativos Correntes)
 Dividendos, gerados por ativos de investimentos (excluindo os gerados por Caixa e Seus
Equivalentes ou por outros Ativos Correntes)

117

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 118

Os Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento incluem:


 Recebimentos de Financiadores provenientes de:
 Financiamentos Obtidos
 Outras Operações de Financiamento
 Recebimentos de Investidores provenientes de:
 Realização de Capital e de Outros Instrumentos de Capital Próprio
 Cobertura de Prejuízos
 Recebimentos provenientes de Doações
 Pagamentos a Financiadores respeitantes a:
 Financiamentos Obtidos
 Outras Operações de Financiamento
 Juros e Gastos Similares
 Pagamentos a Investidores respeitantes a:
 Redução de Capital e de Outros Instrumentos de Capital Próprio
 Dividendos

118

59
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 119

A apresentação dos Fluxos de Caixa não implica a identificação e


classificação de cada operação de recebimento e de pagamento

É possível, na lógica da obtenção de informação com benefício


equivalente, mas através de um menor custo, determinar os Fluxos de
Caixa através de cálculos a partir da informação obtida através do
Regime de Acréscimo, nomeadamente:
 Balanço – a partir da informação sobre a posição financeira no início e fim
do período (ou a variação)
 Demonstração de Resultados – a partir, apenas, da informação do próprio
período
 Informação complementar extraída das Notas/Anexo às DF´s e/ou do
suporte aos elementos constantes do Sistema de Informação Contabilístico
da empresa

119

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 120


A lógica assenta em considerar que durante um dado período X0:
 1º - Se recebe todos os montantes em dívida no início do período X0 (final de X-
1), e evidenciados na(s) rubrica(s) que representa(m) essa posição financeira
inicial
 2º - Se recebe, também, todos os montantes resultantes de operações
geradoras de dívidas a receber no decurso do período X0
 Se isso fosse “verdade” significa que a(s) rubrica(s) que evidenciam a posição
financeira final (no fim do período X0) estariam com saldo nulo
 Logo, qualquer saldo que exista nessa(s) rubrica(s) que evidenciam a posição
financeira final (no fim do período X0), significa que existem montantes referidos
nos pontos 1º e 2º que não foram efetivamente recebidos, pelo que é
necessário um 3º passo
 3º - Considera-se que não se recebeu o montante evidenciado na(s) rubrica(s)
que evidenciam a posição financeira final (no fim do período X0)
 4º - Se necessário ajustar essa dívida a receber de eventuais perdas por
imparidade reconhecidas durante o período X0 e que afetam negativamente a
mensuração dessa posição financeira final (no fim do período X0) sem
corresponderem a recebimentos

120

60
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 121

Assim, para os Recebimentos pode-se ter a seguinte lógica:


Balanço DR
Balanço DR

Posição Operações Imparidade


Posição
Recebimentos Financeira Geradoras da Posição
Financeira
em X0 Início X0 Recebimentos Financeira
Final X0
(Final X-1) em X0 em X0

Ativos - Passivos Valor das Ativos - Passivos


Operações
+
Impostos
Cobrados pela
Empresa nessas
Operações

121

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 122

Caso se transforme a Posição Financeira Inicial e Final numa Variação da


Posição Financeira tem-se: DR Balanço DR

Operações Variação da Imparidade


Recebimentos Geradoras Posição da Posição
em X0 Recebimentos Financeira Financeira
em X0 em X0 em X0

Valor das Variação dos


Operações Ativos - Passivos
+
Impostos
Cobrados pela
Empresa nessas
Operações

122

61
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 123

Para os Pagamentos pode-se ter a seguinte lógica, similar à dos


Recebimentos, mas obviamente adaptada ao fluxo contrário:
Balanço DR Balanço

Posição Operações Posição


Pagamentos Financeira Geradoras Financeira
em X0 Início X0 Pagamentos Final X0
(Final X-1) em X0

Passivos - Ativos Valor das Operações Passivos - Ativos


+
Impostos Cobrados à
Empresa nessas
Operações

Note-se que associado às rubricas de obrigações a pagar (passivos) não


existem imparidades

123

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 124

Caso se transforme a Posição Financeira Inicial e Final numa Variação da


Posição Financeira tem-se:
DR Balanço

Operações Variação da
Pagamentos Geradoras Posição
em X0 Pagamentos Financeira
em X0 em X0

Valor das Variação dos


Operações Passivos - Ativos
+
Impostos Cobrados
à Empresa nessas
Operações

124

62
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 125

Exemplificando com os Recebimentos de Clientes, ter-se-ia:

Posição Operações Imparidade


Recebimentos Posição
Financeira Geradoras da Posição
Clientes Financeira
Início X0 Recebimentos Financeira
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0 em X0

(+) Clientes (+) Vendas (+) Clientes Perdas por


(-) Adiantamentos (+) Prestação de (-) Adiantamentos Imparidade de
de Clientes Serviços de Clientes Clientes em X0
(+) Acréscimos (+) IVA Liquidado na (+) Acréscimos
Em X-1 Faturação de Rendimentos de Em X0
Rendimentos de
Clientes Vendas e Serviços Clientes
(-) Diferimentos de Prestados (-) Diferimentos de
Rendimentos de (+) IVA Liquidado dos Rendimentos de
Clientes Adiantamentos de Clientes
Clientes

Em X0

125

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 126

Para o cálculo do IVA Liquidado, note-se que o mesmo incide sobre a


faturação emitida que não corresponde necessariamente à soma dos
réditos com vendas e prestação de serviços, nomeadamente quando
existem efeitos de Acréscimos e/ou Diferimentos associados com esses
réditos, pelo que se terá:
 Faturação Emitida X0 = Vendas e Serviços Prestados X0 – Variação
Acréscimo Rendimentos de Clientes X0 + Variação Diferimento
Rendimentos de Clientes X0
 IVA Liquidado X0 = Faturação Emitida X0 * Taxa IVA

Ainda pode ser necessário adicionar o IVA Liquidado relacionado com os


Adiantamentos de Clientes, que seria determinado como:
 IVA Adiantamentos X0 = Variação Adiantamentos de Clientes * Taxa IVA

126

63
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 127

Exemplificando com os Pagamentos a Fornecedores, ter-se-ia:

Posição Operações
Pagamentos Posição
Financeira Geradoras
Fornecedores Financeira
Início X0 Pagamentos
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0

(+) Fornecedores (+) Compras (+) Fornecedores


(-) Adiantamentos (+) FSE (-) Adiantamentos
a Fornecedores (+) IVA Dedutível na a Fornecedores
(+) Acréscimos Faturação das (+) Acréscimos
Em X-1 Gastos de Compras e Serviços Gastos de Em X0
Fornecedores Adquiridos Fornecedores
(-) Diferimentos de (+) IVA Dedutível dos (-) Diferimentos de
Gastos de Adiantamentos a Gastos de
Fornecedores Fornecedores Fornecedores

Em X0

127

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 128

Note-se que Compras não significa CMVMC, pelo que essa informação
tem a particularidade de não estar espelhada na face do Balanço ou da
DR, mas apurada nas Notas/Anexo através do cálculo com base em
elementos dessas DF´s, sabendo-se que:
 Inventários Finais em X0 = Inventários Iniciais em X0 + Compras – CMVMC
+/- Regularizações de Inventários em X0 – Perdas por Imparidade de
Inventários em X0
Pelo que isolando-se as Compras tem-se que:
 Compras em X0 = Inventários Finais em X0 – Inventários Iniciais em X0 +
CMVMC -/+ Regularizações de Inventários em X0 + Perdas por Imparidade
de Inventários em X0 Inverso do sinal do efeito da
Regularização de Inventários

Ainda assim, implica o conhecimento pelo menos das Regularizações de


Inventários em X0 cuja informação também não consta do Balanço e DR

128

64
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 129

Para o cálculo do IVA Dedutível, note-se que o mesmo incide sobre a


faturação recebida que não corresponde necessariamente à soma das
compras e dos gastos com fornecimentos e serviços externos,
nomeadamente quando existem efeitos de Acréscimos e/ou Diferimentos
associados com esses gastos, pelo que se terá:
 Faturação Recebida X0 = Compras X0 + FSE X0 – Variação Acréscimo Gastos
de Fornecedores X0 + Variação Diferimento Gastos de Fornecedores X0
 IVA Dedutível X0 = Faturação Recebida X0 * Taxa IVA

Ainda pode ser necessário adicionar o IVA Dedutível relacionado com os


Adiantamentos a Fornecedores, que seria determinado como:
 IVA Adiantamentos X0 = Variação Adiantamentos a Fornecedores * Taxa IVA

129

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 130

Exemplificando com os Pagamentos ao Pessoal, ter-se-ia:

Posição Operações
Pagamentos Posição
Financeira Geradoras
Pessoal Financeira
Início X0 Pagamentos
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0

Os pagamentos ao Estado (+) Pessoal (+) Gastos com (+) Pessoal Os pagamentos ao Estado
por conta dos impostos do (-) Adiantamentos Pessoal (-) Adiantamentos por conta dos impostos do
pessoal são considerados ao Pessoal ao Pessoal pessoal são considerados
pagamentos ao pessoal (+) EOEP Retenções (+) EOEP pagamentos ao pessoal
IRS Retenções IRS
Em X-1 Em X0 (+) EOEP Seg. Em X0
(+) EOEP Seg. Social
(+) Acréscimos Social
A parte do IRS Retido e
Gastos de Pessoal (+) Acréscimos
da Segurança Social
(-) Diferimentos de Gastos de Pessoal
(retida e encargo da
Gastos de Pessoal (-) Diferimentos de
empresa) está incluída
Gastos de Pessoal
em gastos

130

65
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 131

Exemplificando com os Pagamentos ao (ou Recebimentos do) Estado de


Imposto sobre o Rendimento, ter-se-ia:

Pagamentos Posição Operações


Posição
Imposto sobre Financeira Geradoras
Financeira
o Rendimento Início X0 Pagamentos
Final X0
em X0 (Final X-1) em X0

(+) Passivo EOEP (+) Gasto com (+) Passivo EOEP


Em X-1 Imposto sobre o Em X0
IRC IRC
Rendimento

(-) se for Ativo EOEP IRC (-) se for Ativo EOEP IRC
Em X0

Se o calculo originar um pagamento negativo,


significa que houve recebimento

131

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 132

Exemplificando com os Outros Pagamentos ao (ou Recebimentos do)


Estado respeitante a IVA, ter-se-ia:

Posição Operações
Pagamentos Posição
Financeira Geradoras
IVA Financeira
Início X0 Pagamentos
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0

(+) Passivo EOEP (+) IVA Liquidado (+) Passivo EOEP


Em X-1 (-) IVA Dedutível Em X0
IVA IVA

(-) se for Ativo EOEP IVA (-) se for Ativo EOEP IVA
Em X0

Se o calculo originar um pagamento negativo,


significa que houve recebimento

132

66
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 133

Exemplificando para os Pagamentos a Fornecedores de Investimento,


ter-se-ia:

Pagamentos Posição Operações


Posição
Fornecedores Financeira Geradoras
Financeira
de Investimento Início X0 Pagamentos
Final X0
em X0 (Final X-1) em X0

(+) Fornecedores (+) Aquisições e (+) Fornecedores


de Investimento Aumentos de Bens de de Investimento
Em X-1 (-) Adiantamentos Investimento (-) Adiantamentos Em X0
a Fornecedores de (+) IVA Dedutível na a Fornecedores
Investimento Aquisição de Bens de de Investimento
Investimento
(+) IVA Dedutível dos
Adiantamentos a
Fornecedores de
Investimento

Em X0

133

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 134

Esta análise deve ser efetuada em separado para cada tipo de bens de
investimento:
 Ativos Fixos Tangíveis
 Ativos Intangíveis
 Investimentos Financeiros
 Outros Ativos (de investimento)

O montante das Aquisições (incluindo aumentos) nesses Bens de


Investimento não se encontra espelhado no Balanço ou na DR, pelo que é
necessário determiná-lo

134

67
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 135

Assim, no caso dos Ativos Fixos Tangíveis (AFT), e igualmente válido para os
Ativos Intangíveis, sabe-se que:
 AFT Final X0 = AFT Inicio X0 (ou final X-1) + Aquisições AFT em X0 – Quantia
Escriturada Alienações AFT em X0 – Depreciações em X0 – Perdas por
Imparidade AFT em X0 + Revalorizações AFT em X0 +/- Reclassificações
para/de AFT de/para Outros Ativos em X0

Todos os montantes, exceto os assinalados, são passíveis de extrair do


Balanço ou DR, sendo necessário obter informação das reclassificações
separadamente.

Logo para se inferir um dos restantes dois (Aquisições e QE das Alienações)


é necessário conhecer um desses dois

135

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 136

Sabe-se, ainda, que:


 Valor Realização na Alienação AFT = QE Alienação AFT +/- Ganho/Perda na
Alienação AFT

Normalmente como as operações de alienação são em menor


quantidade, e o valor de realização dessas alienações é compilado para
efeitos fiscais, apura-se esse montante, e extrai-se da DR os Ganhos/Perdas
dessas operações, determinando-se, por diferença a QE das Alienações

Esta análise efetuada para os Investimentos Financeiros implicaria


“desconsiderar” as Depreciações e Revalorizações, e ao invés,
“considerar” os efeitos da aplicação do Método de Equivalência
Patrimonial

136

68
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 137

Note-se, ainda, que as operações de aquisições de bens de investimento


e/ou de adiantamentos a fornecedores de investimento podem originar
também IVA Dedutível, devendo para os efeitos ter em consideração a
lógica referida, anteriormente, sobre o IVA Dedutível aquando dos
pagamentos a fornecedores

Além dos pagamentos abordados anteriormente, podem existir também


recebimentos de Outros Devedores, igualmente respeitantes (pela sua
alienação) a:
 Ativos Fixos Tangíveis
 Ativos Intangíveis
 Investimentos Financeiros
 Outros Ativos (de investimento)

137

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 138

Assim, exemplificando para os Recebimentos de Outros Devedores (pela


alienação de bens de investimento), ter-se-ia:

Recebimentos Operações Imparidade


Posição Posição
Outros Geradoras da Posição
Financeira Financeira
Devedores Recebimentos Financeira
Início X0 Final X0
(Alienações) em X0 em X0
(Final X-1)
em X0

(+) Valor Realização das Perdas por


(+) Outros (+) Outros
Alienações e Abates de Imparidade
Devedores Devedores
Bens de Investimento de Outros
(Alienações Bens (Alienações Bens
(+) IVA Liquidado na Devedores
Investimento) Investimento)
Alienação de Bens de (Alienações
Em X-1 (-) Adiantamentos (-) Adiantamentos Em X0
Investimento Bens
de Outros de Outros
(+) IVA Liquidado dos Investimento)
Devedores Devedores
Adiantamentos de Outros em X0
(Alienações Bens (Alienações Bens
Devedores (Alienações
Investimento) Investimento)
Bens Investimento)

Em X0

138

69
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 139

A lógica inerente à determinação do valor de realização das alienações


dos bens de investimento foi abordada conjuntamente com as aquisições
(anteriormente nos Pagamentos a Fornecedores de Investimento)

A lógica inerente ao, eventual, IVA Liquidado nas operações de alienação


e/ou seus adiantamentos, é a inversa à referida nos Pagamentos a
Fornecedores de Investimento

139

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 140

Exemplificando para os Recebimentos de Outros Devedores (por subsídios


ao investimento), ter-se-ia:

Recebimentos Operações Imparidade


Posição Posição
Outros Devedores Geradoras da Posição
Financeira Financeira
(Subsídios Recebimentos Financeira
Início X0 Final X0
Investimento) em X0 em X0
(Final X-1)
em X0

(+) Outros (+) Ganho Imputação (+) Outros Perdas por


Devedores Subsídios Investimento Devedores Imparidade
Em X-1 (Subsídios (Subsídios de Outros
Investimento) Investimento) Em X0 Devedores
(-) Capital Próprio (-) Capital Próprio (Subsídios
Em X0
(Subsídios (Subsídios Investimento)
Investimento) Investimento) em X0

140

70
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 141

Exemplificando para os Recebimentos de Outros Devedores (por réditos


de juros), ter-se-ia:

Recebimentos Operações Imparidade


Posição Posição
Outros Geradoras da Posição
Financeira Financeira
Devedores Recebimentos Financeira
Início X0 Final X0
(Juros) em X0 em X0
(Final X-1)
em X0

(+) Outros (+) Rédito Juros (+) Outros Perdas por


Devedores (Juros) Devedores (Juros) Imparidade
(+) Acréscimos de (+) Acréscimos de de Outros
Rendimentos de Rendimentos de Devedores
Em X-1 Em X0 Em X0 (Juros) em X0
Juros Juros
(-) Diferimentos de (-) Diferimentos de
Rendimentos de Rendimentos de
Juros Juros

141

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 142

Exemplificando para os Recebimentos de Outros Devedores (por réditos de


dividendos), ter-se-ia:

Recebimentos Operações Imparidade


Posição Posição
Outros Geradoras da Posição
Financeira Financeira
Devedores Recebimentos Financeira
Início X0 Final X0
(Dividendos) em X0 em X0
(Final X-1)
em X0

(+) Outros (+) Rédito Dividendos (+) Outros Perdas por


Em X-1 Devedores Devedores Em X0 Imparidade
(Dividendos) (Dividendos) de Outros
Devedores
Em X0 (Dividendos)
em X0

Caso seja aplicado o Método da Equivalência Patrimonial a Investimentos


Financeiros ter-se-ia de adaptar estes cálculos (à logica de reconhecimento
dos efeitos de mensuração através desse método)

142

71
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 143

Tanto os recebimentos de juros, como os recebimentos de dividendos,


podem ser considerados:
 Fluxos de Caixa da Atividade de Investimento, se não relacionados com Bens
de Investimento (ou seja excluindo os relacionados com Caixa e Seus
Equivalentes ou outros Ativos Correntes)
 Fluxos de Caixa da Atividade Operacional, se não se enquadrarem no
anterior, ou seja, quando relacionados com Caixa e Seus Equivalentes ou
outros Ativos Correntes

143

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 144

Relativamente às relações da empresa com os Financiadores Externos


(respeitantes portanto a Financiamentos Obtidos ou Outras Operações de
Financiamento) existe uma interligação dos recebimentos e pagamentos
numa única rubrica

Assim, tem-se que:


 Financiamentos Obtidos Final X0 = Financiamentos Obtidos Inicio X0 (Final X-1)
+ Recebimentos de Financiamentos Obtidos (Financiamentos Contraídos) em
X0 – Pagamentos de Financiamentos Obtidos (Reembolso Capital dos
Financiamentos Contraídos) em X0

Logo é necessário determinar um deles (recebimento ou pagamento) para


poder inferir o outro, o que normalmente leva a que se determine os
recebimentos (financiamentos contraídos) pois normalmente são em
menor quantidade que os reembolsos de capital dos financiamentos
durante um determinado período

144

72
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 145

Exemplificando para os Pagamentos de Juros, ter-se-ia:

Posição Operações
Pagamentos Posição
Financeira Geradoras
Juros Financeira
Início X0 Pagamentos
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0

(+) Outros Credores (+) Gastos com Juros (+) Outros


(Juros) Credores (Juros)
(+) Acréscimos de (+) Acréscimos de
Em X-1 Em X0
Gastos de Juros Gastos de Juros
Em X0 (-) Diferimentos de
(-) Diferimentos de
Gastos de Juros Gastos de Juros

145

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 146

Relativamente às relações da empresa com os Investidores (respeitantes


portanto a contribuições e distribuições) existe uma interligação dos
recebimentos e alguns dos pagamentos numa única rubrica

Assim, tem-se que:


 Capital Final X0 = Capital Inicio X0 (Final X-1) + Subscrição de Capital em
Numerário em X0 + Subscrição de Capital em Espécie em X0 – Custos de
Emissão de Capital (líquidos de efeito de Imposto) – Pagamentos de
Redução de Capital em X0 – Redução de Capital com entregas em espécie
em X0 +/- Transferência para/de Capital Realizado de/para Outras Rubricas
de Capital Próprio em X0

Entre essas Transferências encontra-se:


 Aumentos de Capital por Incorporação de Reservas ou Resultados Transitados
 Redução de Capital para Cobertura de Prejuízos ou reforço de Outras Reservas

146

73
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 147

Na rubrica de Capital deve-se considerar, igualmente, os eventuais Prémios


de Emissão (ou seja Capital + Prémios Emissão)

Conclui-se que é necessário determinar um deles (subscrição de capital


em dinheiro ou pagamento de realização de capital) para poder inferir o
outro

147

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 148

Assim para os Recebimentos de Acionistas por realização em numerário de


subscrições de capital, ter-se-ia:

Recebimentos Redução
Posição Operações Capital
Realização de Posição
Financeira Geradoras Subscrito não
Capital em Financeira
Início X0 Recebimentos Realizado
Numerário Final X0
(Final X-1) em X0 em X0
em X0

(+) Acionistas (+) Aumentos de Capital (+) Acionistas Eliminação de


Subscrições por Subscrito em Numerário Subscrições por Em X0 Capital
Em X-1 Realizar em Subscrito por
Realizar em
Numerário) Numerário) não ter sido
Em X0 Realizado
em X0

148

74
30/09/2021

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 149

Exemplificando para os Pagamentos de Dividendos, ter-se-ia:

Posição Operações
Pagamentos Posição
Financeira Geradoras
Dividendos Financeira
Início X0 Pagamentos
em X0 Final X0
(Final X-1) em X0

(+) Passivo (+) Dividendos Atribuídos (+) Passivo


Acionistas Acionistas
(Dividendos) (Dividendos)
Em X-1 Em X0
(+) EOEP Retenções (+) EOEP
Em X0 Retenções IRS/IRC
IRS/IRC
(Dividendos) (Dividendos)

149

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 150

Para determinar os Dividendos Atribuídos dever-se-á verificar o seguinte:


 Reservas Final X0 = Reservas Inicio X0 (Final X-1) + Resultado Líquido Positivo X-1
– Dividendos Atribuídos X0 +/- Transferência para/de Reservas de/para Outras
Rubricas de Capital Próprio em X0

Considera-se Reservas de forma abrangente incluindo os Resultados Transitados,


quando positivos

Entre essas Transferências encontra-se:


 Aumentos de Capital por Incorporação de Reservas
 Redução de Capital para reforço de Outras Reservas

150

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II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 151

Para se aferir os eventuais Pagamentos respeitantes a Cobertura de


Prejuízos deve-se verificar que:
 Resultados Transitados Final X0 = Resultados Transitados Início X0 (Final X-1) –
Resultado Líquido Negativo X-1 + Recebimentos de Cobertura Prejuízos X0 +/-
Transferência para/de Resultados Transitados de/para Outras Rubricas de
Capital Próprio em X0 +/- Efeitos de Alterações de Políticas Contabilísticas
e/ou Correção de Erros em X0

Deve-se considerar apenas os Resultados Transitados, quando negativos, pois se


positivos abrangem a lógica de Reservas

Entre essas Transferências encontra-se:


 Redução de Capital para Cobertura de Prejuízos
 Redução de Resultados Transitados para reforço de Outras Reservas

151

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 152

Para se aferir os eventuais Recebimentos respeitantes a Doações deve-se


verificar que:
 Doações Final X0 = Doações Início X0 (Final X-1) + Recebimentos de Doações X0
+ Doações em Espécie em X0 – Utilização das Reservas de Doações para
Incorporação em Capital ou Distribuição aos Detentores de Capital

Neste último caso de Utilização das Reservas de Doações deve-se adaptar as


anteriores análises sobre Capital Realizado e sobre Dividendos Atribuídos para
contemplar esta possibilidade específica caso ocorra

152

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II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 153

Existem determinadas transações que de acordo com a NCRF 2 –


Demonstração de Fluxos de Caixa, são consideradas como sendo transações
que não implicam caixa e como tal devem ser expurgadas dos cálculos
anteriores:
 Aquisição de Ativos de Investimento através da contração de Financiamentos
Obtidos (ex: aquisições em regime de locação financeira)
 Aquisição de Ativos de Investimento através da Emissão de Capital (ex:
entradas de capital em espécie)
 Conversão de Dívidas em Capital

Contudo estas operações devem ser divulgadas nas Notas/Anexo às DF´s

153

II.3.6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (cont.) 154

Aplicação Prática:
 Exercício 2 – Demonstração dos Fluxos de Caixa

154

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155

RELATO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras

155

II.3.7. Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras 156

As Notas/Anexo às DF´s são uma demonstração financeira


obrigatoriamente integrante do conjunto completo de demonstrações
financeiras

No caso das entidades que apliquem a NCRF-PE os requisitos são menos


exigentes

No caso de entidades que apliquem a NC-ME existe a possibilidade de


dispensa de apresentação caso sejam divulgados um conjunto reduzido
de informações no final do Balanço

156

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II.3.7. Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras 157

Os MDF apresentam uma compilação dos elementos de divulgação que


devem estar contidos nas Notas/Anexo às DF´s, e que derivam dos
requisitos de divulgações exigidos nas várias NCRF (ou no caso de outras
entidades que apliquem a NCRF-PE, derivadas dos requisitos requeridos
nesses normativos)

157

II.3.7. Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras (Cont.) 158

As Notas/Anexo às DF´s devem conter:


 Identificação da Entidade (designação social, sede, natureza da atividade,
empresa-mãe e respetiva sede)
 Referencial Contabilístico utilizado na preparação e apresentação das DF´s
 Resumo das Principais Políticas Contabilísticas e Bases de Mensuração adotadas
(incluindo principais juízos de valor e estimativas efetuadas, revelando eventuais
fontes de incertezas associadas a essas estimativas)
 Informação sobre os Fluxos de Caixa (pelo menos sobre Caixa e Depósitos
Bancários)
 Informação exigida pelas NCRF ou adicional para melhor compreensão do
suporte de itens apresentados na face do Balanço, na DR, na DACP e na DFCx
(pela ordem em que cada demonstração e cada linha de item seja
apresentada, e com referenciação cruzada com esses itens)
 Passivos Contingentes e Compromissos contratuais não reconhecidos
 Divulgações exigidas por diplomas legais
 Informações de carácter ambiental

158

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