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Complementos CF - Carlota Arufe

Complementos contabilidade financeira (Universidade Catolica Portuguesa)

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COMPLEMENTOS
CONTABILIDADE
FINANCEIRA

RESUMO

CARLOTA ARUFE
DUPLA LICENCIATURA DIREITO E GESTÃO

ANO LETIVO:
2022/2023
2º SEMESTRE
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Índice
1. ATIVOS INTANGÍVEIS
2. MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE
3. INSTRUMENTOS FINANCEIROS
4. ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
5. MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
6. MÉTODO DA CONSOLIDAÇÃO INTEGRAL
7. AJUSTAMENTOS EM OPERAÇÕES COM INVENTÁRIOS
8. IMPOSTOS DIFERIDOS
9. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR FUNÇÕES
10. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
11. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA

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1. Ativos intangíveis
Definição
Ativos não monetário identificáveis sem substância física.
Exemplos: software de computadores, patentes, copyrights, filmes,
listas de clientes, direitos de hipotecas, licenças de pesca, quotas de
importação, …

Características
 Inexistência de substância física (ex: software)
 Identificabilidade
o Separáveis da entidade – podem ser vendidos ou
transferidos
o Resultantes de direitos contratuais ou de outros direitos
legais
 Controlo sobre o recurso
 Existência de benefícios económicos futuros

Reconhecimento no Balanço
Apenas se reconhece se for provável que haja benefícios económicos
futuros e que se possa medir, de forma fiada, o custo
Se o ativo for desenvolvido internamente tem de ser
Forma de calcular o ativo: fluxos de caixa que o
testado, mas se não for reconhecido como AI, as
ativo gerou, mas atualizados para o momento
despesas a ele relativas vão para a conta de gastos
atual
(64)

Formas de obtenção e mensuração inicial

Aquisição Custo de Aquisição


Separada (transportes + descontos...)
Aquisição
Externa
Concentração de
atividades Justo Valor
empresariais

Marcas e Listas
Não é reconhecido como AI
de clientes

Gerados
Internamente Processo de pesquisa: não
se reconhece como AI
Projetos de I&D
Processo de
desenvolvimento: Custo

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Exemplo: A empresa X, que se dedica a formação profissional,


adquiriu a uma empresa de marketing uma listagem de clientes
potenciais na área da formação em contabilidade. O custo da
listagem foi de 1 000 mais IVA à taxa de 23%. A empresa X está
isenta da liquidação de IVA, pelo que não deduz o IVA das aquisições.

Exemplo de intangível gerado internamente: A empresa X que


se dedica à produção e venda de produtos farmacêuticos despendeu
230 000 (gasto), entre fevereiro de 2015 e março de 2016 com a
investigação de um princípio ativo contra o vírus da gripe. Em abril de
2016, a empresa passou da fase de pesquisa à fase de
desenvolvimento do medicamento e elaborou um estudo do qual
resulta viabilidade técnica, económica e financeira. A empresa
despendeu mais 56 000 (ativo intangível) com o desenvolvimento do
medicamento, antes de iniciar a sua venda, em novembro de 2016.
Dos custos com desenvolvimento de 56 000, 34 000 respeitam a
encargos com o pessoal (“Gastos com pessoal”), 12 000 a
depreciações de equipamento técnico (AFT – depreciações
acumuladas) e o restante a serviços e materiais diversos consumidos.

Ativos intangíveis gerados internamente não reconhecidos no Balanço


Despesas de investigação (como no exemplo acima), despesas de
instalação, despesas em formação ou publicidade, marcas, listas de
clientes…

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2.Mensuração subsequente
Modelo do Custo
Têm-se em conta o custo dos ativos, deduzindo amortizações e/ou
perdas por imparidade acumuladas (diferença entre valor de venda e
valor de uso).
Quando a vida útil é indefinida, amortiza-se num período máximo de
10 anos
MAS
Pode haver uma alteração e passar a ser definida, passando a se
contabilizar as amortizações com a “nova vida útil”, deduzindo o valor
que já se amortizou.
Além disso, presume-se que a quantia residual (valor do ativo no
fim da sua vida útil) é SEMPRE igual a 0, a não ser que haja
compromisso de terceiro de comprar o ativo no final da sua vida útil.
Assim, a quantia depreciável será igual ao custo.

Quantia Depreciável = Custo – Quantia Residual

Exemplo: Em 1 de novembro do ano N, a empresa ABC adquiriu a


pronto, por 5300 mais IVA dedutível à taxa de 23%, uma listagem
com nomes e contactos de
clientes potenciais da qual espera retirar benefícios durante 18 meses
(vida útil esperada). A empresa deixou de usar a lista em dezembro
de N+1 por entender que a mesma se encontrava muito
desatualizada (alteração da vida útil).

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Exemplo de uma licença de transmissão: Em janeiro do ano N, a


empresa ABC despendeu 450 000 com uma licença de transmissão
televisiva que é renovável de 12 em 12 anos (vida útil indefinida é
amortizada a 10 anos) a baixo custo desde que a entidade forneça
um nível de serviço aos clientes de acordo com as condições pré-
definidas em contrato.

Em janeiro de N+3 (depois de 3 depreciações de 45000 = 135000) as


autoridades decidem terminar com a renovação de licenças
televisivas e passar a atribuí-las por leilão. Quando esta decisão é
tomada, faltam 9 anos (amortização de cada um dos 9 próximos anos
= (450000-135000) /9 = 35000) para a licença da empresa expirar.

Exemplo dado pela professora: O custo de aquisição de um ativo


intangível foi de 100 e, no fim do ano, o seu valor realizável líquido
era de 80, pelo que se regista uma perda por imparidade igual a 20
(QE > QR = Perda). Mas entretanto, no ano seguinte, o valor
realizável líquido passou para 130, no entanto, só se pode fazer uma
reversão de 20, pois foi o que tínhamos passado para “perdas”.
No modelo do custo, o valor máximo que podemos “pegar” é o inicial.

Exemplo direito ao arrendamento: No início do ano N, a empresa


X pagou à empresa Y o valor de 150 000 pelo direito ao arrendamento
de uma loja situada na baixa portuense. A empresa atribuiu vida útil

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indefinida ao intangível adquirido (depreciamos a 10 anos). Dada a


instabilidade do mercado de arrendamento, a empresa tem por hábito
efetuar todos os anos, em dezembro, testes de imparidade para
certificar que a quantia recuperável do ativo é superior à quantia
escriturada. A quantia recuperável apurada em cada ano foi:

Para calcular o montante a reverter é ainda


necessário comparar a QR com o valor que aí
teria caso não tivesse sido reconhecida a PI e
escolher o menor deles

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3.Instrumentos Financeiros
Definição
Instrumento Financeiro (IF) é qualquer contrato que dê origem tanto a
um ativo financeiro de uma empresa como a um passivo financeiro ou
um instrumento de capital próprio de outra empresa. Podemos ter os
seguintes IF: Ativos Financeiros, Passivos Financeiros e Instrumentos
de Capital Próprio.

Ativo financeiro
Qualquer ativo que seja dinheiro, um instrumento financeiro de
capital próprio de outra empresa ou um direito contratual.
Ex: dinheiro em caixa, investimento em ações de outra empresa,
contas a receber de clientes, …

Ação – ser dono de uma parte do capital de uma


empresa
Obrigação – ser credor de um título de dívida de
Passivo financeiro
Qualquer passivo que seja uma obrigação contratual de entregar
dinheiro ou outro ativo financeiro a uma outra empresa.
Ex: contas a pagar a fornecedores, empréstimos bancários obtidos, …

Instrumento de capital próprio (ICP)


Qualquer contrato que evidencie um interesse residual nos ativos de
uma empresa após dedução de todos os seus passivos.
Ex: ações, quotas, …

NÃO instrumentos financeiros


Ativos com substância física (ex: inventários), ativos intangíveis (ex:
marcas), gastos/rendimentos a reconhecer, impostos a pagar ao
Estado, provisões, …

Métodos de registo de ativos e passivos financeiros


 Custo amortizado – reconhecer no balanço o custo
amortizado menos, no caso de ativos, perdas por imparidade →
usar em empréstimos (dívidas) de/a terceiros,…
 Justo valor – reconhecer no balanço o justo valor → usar em
ações cotadas
 Custo – reconhecer no balanço o custo menos perdas por
imparidade → usar em quotas e ações não cotadas e cujo justo
valor não é fiavelmente mensurável

Juro e taxa de juro


Juro é o preço a pagar (receber) por um agente económico por utilizar
(ceder) um determinado capital financeiro durante um certo período.
Taxa de juro é o preço a pagar (receber) pela utilização (cedência) de
dinheiro, definido por unidade de capital e por unidade de tempo.

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Jurot = Capital inicialt * Taxa de Jurot


Capitalização e atualização
Qualquer comparação entre 2 ou + capitais requer a prévia
homogeneização no tempo (ex: sei que devo 100 este ano e 200 no
próximo, mas não posso dizer que devo 300, mas apenas os 100
deste ano)
Ao processo de formação do juro, ou seja, ao processo pelo qual um
capital inicial produz um juro ao fim de certo período, chama-se
capitalização. Atualização, ou desconto, é o processo inverso.

Exemplo 1: Qual o montante acumulado daqui a um ano por um


capital de 100 que vence juros à taxa anual de 10%?
Jurot = Capital inicialt * Taxa de Jurot = 100 + (100 * 1.10) = 110
daqui a 1
ano, os 100
iniciais vão
custar 110

Exemplo 2: Qual o valor atual de dois capitais de 110 e 242, que se


vencem respetivamente daqui a um e dois anos, considerando uma
taxa de juro anual de 10%?
C0 = + = 300

Taxa de juro efetiva

É a taxa que desconta exatamente os pagamentos (recebimentos) de


caixa futuros do Instrumentos Financeiros na sua quantia escriturada.

Exemplo 1: Qual a taxa de juro efetiva de um empréstimo de 1 000


contraído hoje e que vai ser pago em duas prestações de 100 e 1 100
cada, que se vencem no prazo de um e dois anos respetivamente?
1000 = +  x = 0.1 (no teste dão-nos formas de chegar a x)

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Exemplo 2: Em 1.1.N, a empresa X pediu emprestado ao banco Y o


valor 1 000 (vai para a conta 25) a pagar ao fim de 3 anos. O
empréstimo vence juros à taxa anual de 10% (pagamento anual)
(taxa de juro nominal). Na data da contratação, o banco cobrou
encargos no valor de 95 (a taxa de juro efetiva vai ser > que a taxa
de juro nominal, por causa do encargo cobrado pelo processo do
banco).

Passivo no fim = Dívida inicial +


Juros à taxa efetiva – Juros à taxa
nominal

De acordo com a taxa nominal


acordada com o banco, no caso, e
foi pago cada mês, fazendo
alterar o valor de Financiamentos
Obtidos

Resumindo:

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Exemplo 3: Em 1.12.N, a empresa X adquiriu 10 000 ações cotadas


em bolsa (o facto de serem cotadas faz delas um instrumento
financeiro (conta 14), caso contrário seriam lançadas em
“Investimentos Financeiros” (conta 41) por 0,97 cada. Em 31.12.N, as
ações estavam cotadas em 1,2 (regista-se ganho) e em 19.01.N1 a
empresa vendeu as ações por 1,17 cada (vai-se atender ao último
valor das ações registado pela empresa).

Registam-se “outros gastos”, e não


perdas por redução de justo valor, já
que as ações foram vendidas e
saíram da bolsa, onde estavam
cotadas, no momento, a 12, para
efeitos da contabilidade da empresa

Justo Valor em Propriedades de Investimento

Modelo do justo valor em propriedades de investimento, aplicável a


propriedades de investimento, por opção. Não se registam
depreciações dos imóveis e os ganhos e perdas de justo valor são
registados em contas de resultados: ganhos (conta 77) e perdas
(conta 66) por reduções de justo valor.
Exemplo: Em 1.1.N, a empresa X adquiriu um edifício para
arrendamento (logo a empresa não vai utilizar o edifício para exercer
a sua atividade, mas rentabilizar, através do arrendamento) por 246
000. A vida útil é de 25 anos (não é relevante para o exercício). Em
31.12.N o Justo Valor do edifício foi cotado por especialistas em 250
000 (há um ganho), e em 240 000 a 31.12.N1 (há uma perda, mas
vamos atender ao último valor registado pela empresa).

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Custo amortizado com taxas variáveis

Ocorre quando os juros nominais mudam de ano para ano. Se


atualizarmos a taxa de juro efetiva, no fim, dá uma espécie de média
das taxas de juro nominais.

Exemplo: Em 1.1.N, A emite um empréstimo obrigacionista por 1


600. O valor nominal é 1 600 e o reembolso é em 31.12.N4. Pretende-
se que apresente os registos contabilísticos referentes ao passivo
sabendo que a taxa efetiva é 4,803%.

São as taxas que vão sendo


pagas

Diferença entre o gasto de


financiamento (1 600 * 4,803% =
76.85) e o juro pago de acordo com
a taxa de juro nominal daquele ano
(1 600 * 3,4% = 54.4)

Como a diferença entre o gasto


de financiamento e o juro pago
de acordo com a taxa de juro
nominal daquele ano é negativa,
de certa forma, estava a “pagar
mais do que era suposto”,
naquele ano, então faz diminuir a
conta de Financiamentos Obtidos,
acabando por “diminuir a dívida
final”

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4.Alterações no Capital Próprio


Contas da classe 5
 51 – Capital subscrito - evidencia o capital nominal subscrito, ou
seja, o capital inicial de constituição da empresa e eventuais >
ou < de ações
 52 - Ações (quotas) próprias - evidencia o valor nominal e os
descontos e prémios das ações (quotas) próprias em carteira.
Têm:
o Valor nominal – montante (fração) do capital social
representado(a) por uma ação
o Valor de subscrição – montante pelo qual um acionista
pode adquirir cada ação aquando da emissão (quando a
empresa já está constituída há n anos, o valor subscrito pode (e
deve) ser superior ao valor nominal de cada ação, pois significa que a
empresa > o seu valor)
o Valor contabilístico – valor atribuível a cada ação com
base no montante de capital próprio que figura no
balanço.
o Valor de mercado – valor pelo qual as ações são
transacionadas no mercado; Cotação no caso de ações
cotadas em bolsa
 53 - Outros instrumentos de capital próprio - conta utilizada
para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer
outros instrumentos financeiros que não se enquadrem na
definição de passivo financeiro.
 54 - Prémios de emissão - evidencia a diferença entre os valores
de subscrição das ações (quotas) emitidas e o respetivo valor
nominal.
 55 – Reservas - conta que inclui: reservas legais – reservas não
distribuíveis, constituídas por imposição do Código das
Sociedades Comerciais; e reservas livres.
 56 – Resultados transitados - evidencia os resultados de
períodos anteriores, para os quais não exista uma deliberação
específica sobre a sua aplicação (se lucros), ou cobertura (se
prejuízos).
 57 – Ajustamentos em ativos financeiros - evidencia os
ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do
método da equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas
e entidades conjuntamente controladas.
 58 – Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e
intangíveis - conta movimentada em consequência da
revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis.
 59 – Outras variações no capital próprio – inclui,
designadamente, diferenças de câmbio derivadas da
transposição de uma unidade operacional estrangeira,
ajustamentos derivados de impostos diferidos, ganhos ou
perdas na alienação de ações (quotas) próprias e subsídios
associados a ativos

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Quando há uma diminuição no Capital Próprio aparece entre


parênteses na DF:

Capitalização bolsista
É igual ao valor de mercado de uma ação. Tem em conta as
perspetivas de evolução da empresa, logo, costuma ser superior ao
valor nominal.

Aumentos de capital
Podemos distinguir aumentos de capital por novas entradas em
dinheiro; incorporação de reservas; conversão de dívidas em capital
(ex: uma empresa deve dinheiro ao banco, mas como não tem
dinheiro para pagar, o banco torna-se acionista da empresa pelo valor
que estava em dívida).

Aumentos de capital por novas entradas em dinheiro


Exemplo: Uma empresa registou um aumento de capital por novas
entradas em dinheiro, mediante a emissão de 100 000 ações, com
valor nominal de 1 cada (Valor nominal = 100 000 x 1 = 100 000),
subscritas por 1,75 cada (Valor de subscrição = 100 000 x 1,75 = 175
000).
Houve realização imediata de 80% do valor nominal e da totalidade
do prémio de emissão. A composição do capital próprio antes do
aumento era:
Capital subscrito: 300 000
Reservas legais e outras reservas: 160 000
Resultado líquido do período: 20 000
Total do capital próprio: 480 000

Pedido: fazer os lançamentos do aumento de capital, em diário geral,


e analisar as alterações na composição e no valor do capital próprio,
decorrentes do aumento de capital.

Prémio de emissão = 100 000 x (1,75 – 1) = 75 000


Capital realizado = 0,8 x 100 000 + 75 000 = 155 000

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Da 1ª para a 3ª coluna temos um > do valor


contabilístico das ações resultante do > do capital
próprio da empresa
Aumentos de capital por incorporação de reservas
Exemplo: uma empresa registou um aumento de capital por
incorporação de reservas livres mediante a emissão de 25 000 ações.
O capital, antes do aumento, é representado por 50 000 ações. As
novas ações serão distribuídas aos acionistas na proporção de 2 para
1 (i.e., por cada 2 ações detidas, os acionistas recebem 1 ação nova).
A composição do capital próprio antes do aumento era:
Capital subscrito: 250 000
Reservas legais e outras reservas: 150 000
Resultado líquido do período: 40 000
Total do capital próprio: 440 000

Pedido: fazer os lançamentos do aumento de capital, em diário geral,


e analisar as alterações na composição e no valor do capital próprio,
decorrentes do aumento de capital.
Valor nominal de cada ação = 250 000 / 50 000 = 5 Premio de emissão = VS - VN
Capital subscrito = 25 000 x 5 = 125 000 Valor de Subscrição > Valor Nominal →
GANHO

A empresa tem de usar 1º o que tem nas


reservas livres, porque se tirar das reservas
legais vai ter de reconstituí-las. Isto NÃO
ALTERA o valor do capital próprio, apenas a
composição, mas como há “proporção de 2
para 1” o valor das ações vai <
Assim, não há variação no Capital Próprio,
apenas na sua composição

Aquisição e alienação de ações/quotas próprias


As sociedades podem adquirir ações (quotas) próprias. Basicamente,
a empresa está a comprar ações aos seus sócios, saindo dinheiro da
empresa, havendo uma < do capital próprio, pois passa para o ativo
(conta 26)

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Enquanto num aumento de capital, por entrada de dinheiro, a


empresa entrega ações e recebe dinheiro, na compra de ações
(quotas) próprias, verifica-se o inverso, a empresa entrega dinheiro e
recebe as ações de volta.

Descontos e Prémios = Custo de Aquisição – Valor Nominal

Compra pelos
acionistas

Exemplo de aquisição de quotas próprias: A empresa ERT, Lda.


adquiriu, a um sócio, uma quota com um valor nominal de 10 000,
pela importância de 18 000. À data daCompra
aquisição,
pela a composição do
empresa
capital próprio era a seguinte:
Capital subscrito: 50 000
Reservas legais e outras reservas: 39 000
Resultado líquido do período: 9 000
Total do capital próprio: 98 000

Pedido: fazer os lançamentos do aumento de capital, em diário geral,


e analisar as alterações na composição e no valor do capital próprio,
decorrentes do aumento de capital.

Exemplo de alienação de quotas próprias: A empresa ERT, Lda.


vendeu a quota a um novo sócio, por 19 000. À data da venda, a
composição do capital próprio era a seguinte:
Capital subscrito: 50 000

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Quotas próprias: (18 000)


Reservas legais e outras reservas: 40 000
Resultado líquido do período: 10 000
Total do capital próprio: 82 000

Pedido: fazer os lançamentos do aumento de capital, em diário geral,


e analisar as alterações na composição e no valor do capital próprio,
decorrentes do aumento de capital.
Na VENDA tem sempre de se registar
se há uma perda ou um ganho com
as ações vendidas e não é
obrigatório saldar a conta, se não se
vender a totalidade das ações.
Se tivesse vendido, por exemplo, a
16 000, os lançamentos seriam de 2
000 e a variação no capital próprio
seria a débito e os descontos e

No fim, a conta de Ações Próprias (conta 52) tem de estar saldada,


porque se vendeu tudo, e passa o ganho de 1000 para a conta de
Outras Variações no Capital Próprio (conta 59), já que a empresa
ganhou com a venda, por ter vendido a quota a valor superior ao
Valor Nominal destas. Aqui, haverá alteração da composição do
Capital Próprio, mas não do seu valor.

Excedentes de revalorização

Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve escolher o modelo


do custo ou o modelo da revalorização como política contabilística e
deve aplicar essa política a uma classe inteira de ativos fixos.

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No modelo da revalorização, após o reconhecimento inicial como


ativo, um item de ativo fixo deve ser contabilizado por uma quantia
revalorizada que é:

Justo Valor à data da revalorização - qualquer Depreciação Acumulada - quaisquer Perdas por
Imparidade Acumuladas
Se a quantia escriturada de um ativo for aumentada como resultado
de uma revalorização, o aumento deve ser creditado diretamente
ao capital próprio numa conta com o título de excedente de
revalorização (conta 58). Contudo, o aumento deve ser reconhecido
nos resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de
revalorização do mesmo ativo previamente reconhecido nos
resultados.
Se uma quantia escriturada de um ativo for diminuída como
resultado de uma revalorização, deve ser reconhecida nos
resultados. Contudo, a diminuição deve ser debitada diretamente ao
capital próprio com o título de excedente de revalorização até ao
ponto de qualquer saldo credor existente no excedente de
revalorização com respeito a esse ativo.

Exemplo 1: A empresa A adquiriu um terreno, por 280 000, no início


do ano N, para ampliar instalações fabris (serve para perceber que
não se trata de uma propriedade de investimento). O justo valor no
fim do ano N era de 290 000, em N1 foi de 320 000, em N2 foi 315
000, em N3 foi 250 000 e em N4 foi de 300 000. Faça os lançamentos
a efetuar desde o início do ano N até ao final de N4, admitindo que a
empresa aplica modelo de revalorização.

Aquisição

Revalorização a
31.12.N

Revalorização a
31.12.N1

Débito da revalorização que


vinha acumulada (40 000) a
31.12.N2

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Débito da revalorização que


vinha acumulada (35 000) e
Perda por Imparidade (30
000) a 31.12.N2

Reversão da Perda por


Imparidade, para saldar a
conta (30 000) e nova
Revalorização (20 000) a
31.12.N2

Exemplo 2: Uma empresa adquiriu, no início do ano N, por 1 000 000


(excluindo valor do terreno), um armazém ao qual atribuiu uma vida
útil de 20 anos e que deprecia pelo método das quotas constantes. O
armazém ficou pronto para utilização de imediato. No fim do ano N o
justo valor do armazém era 988 000 e a 31.12.N1 de 954 000. Faça os
lançamentos de N e N1, admitindo que a empresa utiliza modelo de
revalorização.

Aquisição

Justo Valor = 988 000


QE = 1 000 000 – 50 000 = 950
0000
Revalorização = 988 000 – 950 000
= 38 000

Temos de ter em conta a QE depois da


revalorização, e como a vida útil
restante são 19 anos, 988 000/19 = 52
000
Logo, 52 000 é a nova depreciação

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Achávamos que íamos “ganhar” 38


000, mas como a depreciação
aumentou (+ 2000), temos de retirar
esse valor do “Excedente de
Revalorização”

Pela depreciação: 988 000 – 52 000 =


936 000
Mas como no fim de N1 o justo valor
era de 954 000, houve uma
revalorização de

Há uma nova QE depois da


revalorização, e como a vida útil
restante são 18 anos,
954 000/18 = 53 000
Logo, 53 000 é a nova depreciação

No fim do ano N2 tem de se saldar


a conta de “Excedentes de
Revalorização” e passar para
“Resultados Transitados”

Exemplo de aplicação de resultados: A sociedade que apresenta o


capital próprio a seguir descrito, deliberou proceder à seguinte
aplicação do resultado líquido do exercício anterior, em março de N:

- Reserva legal: 5% dos lucros


- Dividendos: 40% dos lucros
- Reservas livres: o restante

1º passo é transferir o RLP (lucro)


do ano anterior para “Resultados
Transitados”

Aplicação do resultado conforme a


deliberação da empresa, sendo
que os 5% da reserva legal são
obrigatórios

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5.Método da equivalência patrimonial


Definição
Vamos analisar a participação financeira em que uma empresa
(Empresa Associada) vai adquirir entre 20% a 50% de outra
empresa (Empresa Participante) e, por isso, já tem uma influência
significativa. O método da equivalência patrimonial ir-se-á aplicar a
Empresas Associadas nas Demonstrações Financeiras consolidadas ou
não consolidadas da Empresa Participante.

Assim, trata-se de um método de contabilização pelo qual o


investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente
ajustado em função de alterações verificadas, apos a aquisição, na
quota-parte do investidor nos ativos líquidos da empresa participante.
O Resultado Líquido do Período do ano (seja lucro ou prejuízo) infere
no > ou < do Capital Próprio. Sempre que há alteração na empresa
participada atualizamos o capital próprio da empresa associada.

Quando aplicamos o Modelo do Justo Valor estamos a ponderar o que


vai acontecer segundo a cotação de mercado e aqui aplica-se a
alteração daquilo que acontece com a outra empresa, porque há
maior influência sobre ela e são detenções de quotas-partes
estratégicas.

Goodwill (conta 441)


Quando a empresa associada compra uma parcela significativa da
empresa participada, manda avaliar a empresa participada por
auditores. Assim, os auditores irão detetar possíveis baixas ou
ganhos de valor (que não aparecem na contabilidade).
Assim, tratar-se-á de um “pagamento extra”, para além do valor de
aquisição, que se faz, porque há a perspetiva de evolução futura da
empresa participada que justifica o valor que se paga a mais.

O goodwill é reconhecido separadamente e amortizado em 10 anos.


O goodwill é a diferença entre o custo da participação e a parte do
investidor no Justo Valor líquido dos ativos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da participada.

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Exemplo de reconhecimento de Goodwill: Em 1.1.N, a empresa


ABC comprou 35% (usa-se o MEP) do capital da empresa LMN por 400
000.
Nessa data, o capital próprio de LMN tinha o valor contabilístico de
700 000 e a soma dos justos valores dos ativos e passivos era
de 800 000.

Goodwill = 400 000 – 0.35 * (700 000 + 100 000) = 120 000

Justo Valor = 800


000

Mesmo que não nos digam por quanto


tempo se vai deter a quota-parte da
empresa, a amortização do Goodwill faz-se
sempre a 10 anos

Posteriormente, o valor do investimento é:


 Aumentado ou diminuído, pela participação nos resultados
(lucros ou prejuízos) (exemplo 1)

 Diminuído, pela distribuição de dividendos pela participada


(exemplo 2)

 Aumentado ou diminuído por outras alterações no capital


próprio da participada. A parte do investidor nessas alterações
será reconhecida diretamente no seu capital próprio (exemplo 3)

 A parte do investidor nos resultados de transações


«ascendentes» e «descendentes» entre o investidor e a
participada é eliminada (exemplo 4)

 São efetuados ajustamentos ao resultado para ter em conta,


por exemplo, a depreciação dos ativos depreciáveis baseada
nos seus justos valores à data da aquisição (exemplo 5)

 Se a parte de um investidor nas perdas igualar ou exceder o


seu interesse na participada, interrompe-se o
reconhecimento de perdas adicionais. Depois de chegar a zero,
as perdas adicionais só são tidas em conta mediante o
reconhecimento de um passivo se ele existir. Se a participada
voltar a relatar lucros, o seu reconhecimento só começa

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depois de igualarem a parte das perdas não reconhecidas


(exemplo 6)

 Aumentos de capital em dinheiro são tratados como


aquisições de participação. Os aumentos de capital por
incorporação de reservas não originam qualquer lançamento
(exemplo 7)

Exemplo 1: Em 1.1.N, a empresa A comprou 30% da empresa B por


300 000. Foi apurado um goodwill de 25 000 (aqui dão o valor do
Goodwill, logo, pela diferença do valor de compra tiramos o valor do
“Investimento Financeiro”).
O resultado líquido de B no ano N foi de 50 000 e no ano N1 foi de (36
000) (está entre parênteses, significa que é um valor negativo).

O facto de a empresa participada ter


prejuízos irá afetar a conta
“Investimentos Financeiros” (a creditar,
porque é da conta 4)

Exemplo 2: Em 1.1.N, a empresa ABC comprou 20% da empresa BEF


por 450 000. Foi apurado um Goodwill de zero. O resultado líquido de
BEF em N foi de 100 000. Durante o ano N a empresa BEF não
distribuiu resultados. Em março de N1, BEF deliberou a distribuição de
75% dos resultados do ano anterior

O que achávamos que íamos receber e nos


ia aumentar a conta “Investimentos
Financeiros” em 20 000, dado que a
empresa BEF teve, em Resultados
Transitados, um aumento de 100 000

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O que realmente
recebemos foi 15
000

“Ajustamentos em
Ativos Financeiros”
(conta 57) SÓ se vai O que vamos ter de tirar da conta de
utilizar no MEP “Investimentos Financeiros” é a diferença (a
creditar, porque é da conta 4)

Exemplo 3: A empresa A possui 20% da empresa B há 12 anos


(goodwill totalmente amortizado) (não se têm de fazer amortizações).
Em 31.12.N a empresa B reconheceu pela primeira vez um excedente
de revalorização no montante de 56 000 (o ganho de A será 20%
disso). Nesse ano, o resultado líquido da empresa B foi de (37 000) (o
gasto de A será 20% disso).
Em N1, a aplicação do modelo de revalorização resultou numa
diminuição de 40 000. Nesse ano, o resultado líquido da empresa B foi
13 000.

“Ajustamentos em
Ativos Financeiros”
(conta 57) SÓ se vai
utilizar no MEP

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Exemplo 4: A empresa A possui 30% da empresa B há 15 anos. Em


N, B gerou um resultado de 50 000. Durante o ano N, B vendeu a A
mercadorias por 4 000, com uma margem de 20% sobre o preço de
venda. Dessas mercadorias, apenas 25% foram revendidas por A.
Em N1, A revendeu os restantes 75% das mercadorias. Neste ano, B
obteve um resultado de 60 000.

Como 75% das mercadorias vendidas por B a A ainda estão no


armazém de A, o resultado de B a reconhecer em A deve ser ajustado
pela margem respetiva

Margem retida = 75% * (4 000 * 20%) = 600


Resultado Ajustado de N = 50 000 – 600 = 49 400
Resultado Ajustado implica que só se contabilizam lucros
quando haja a venda, ajustando os resultados que ainda não
estão realizados
Resultado de N a reconhecer por A = 49 400 * 30% = 14 820

Como A revendeu os 75% das mercadorias em N1, o resultado de B, a


reconhecer por A nesse ano, deve ser ajustado positivamente pela
margem respetiva

Resultado ajustado de N1 = 60 000 + 600 = 60 600


Resultado de N a reconhecer por A = 60 600 * 30% = 18 180

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Exemplo 5: Em 1.1.N, a empresa A comprou 30% da empresa B por


300 000. Nessa data, o capital próprio de B era de 700 000 e a soma
dos justos valores dos ativos e passivos, de 800 000.
A diferença é relativa a um edifício subavaliado na contabilidade cuja
vida útil remanescente na mesma data era de 20 anos (o Goodwill
amortiza a 10 anos).
Em N, o resultado líquido de B foi de 50 000.

Goodwill = 300 000 – 0.3 (700 000 + 100 000) = 60 000

Justo Valor

Resultado ajustado de N =
50 000 – 100 000/20 = 45 000

Resultado de N a reconhecer por


A=
45 000 * 30% = 13 500

Exemplo 6: A empresa A possui 40% da empresa B há 15 anos. Em


31.12.N-1, a quantia escriturada da participação no balanço de A era
de 32 000, valor resultante do custo de aquisição ajustado ao longo
dos anos pela aplicação do MEP e que se mantinha em 30.12.N.
No Balanço de A não está refletido qualquer outro investimento em B,
estando o Goodwill totalmente amortizado. Em N, B obteve um
resultado de (90 000). A empresa A não assumiu qualquer obrigação
de repor prejuízos gerados pela empresa B, nem qualquer outro tipo
de pagamento.
Em 31.12.N1 a empresa B voltou a gerar um resultado negativo,
desta vez de (50 000). A partir de N2, a empresa B realizou
finalmente lucros, tendo gerado nesse ano 40 000 UM e, em N3, 90
000 Apesar do resultado negativo
correspondente a A ser de 90 000 * 40% =
36 000, a empresa A só tem 32 000 na
conta “Investimentos Financeiros”, e,
assim, após o lançamento, a conta fica
com saldo zero e há 4 000 “pendentes” de
ser reconhecidos, que se registam em

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“Suspende-se” o reconhecimento de
perdas até ter lucros que cubram estes
“gastos”, em ANEXO

Não há lançamento, porque apenas


houve uma alteração no valor do
ANEXO, que não cobriu todo o “gasto”
pendente

Após “saldar” o ANEXO em 8


000, já se podem considerar
rendimentos

Exemplo 7: A possui 30% de B. Em março do ano N, B efetuou um


aumento de capital em dinheiro no valor total de 100 000 (70 000
valor nominal e 30 000 prémio de emissão). A empresa A
acompanhou o aumento, mantendo-se com uma participação de 30%.
Em junho do mesmo ano, B efetuou um outro aumento de capital por
incorporação de reservas no valor de 40 000.

A empresa A “acompanhou o
aumento”, logo, sobre o valor dos 100
000 vai comprar 30%, para manter a
sua quota-parte

Quando há aumento do capital por


incorporação de reservas só há
lançamentos na empresa B e A fica
com mais ações ou com as mesmas
(com maior Valor Nominal)

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6.Método da Consolidação Integral


Definição
Vamos analisar a participação financeira em que uma empresa
(Empresa Mãe) vai adquirir entre mais de 50% de outra empresa
(Empresa Filha/Subsidiária) e, por isso, tem uma influência de
controlo. Este controlo é o poder de gerir as politicas financeiras e
operacionais de uma entidade a fim de obter benefícios das suas
atividades.

Presume-se que existe controlo quando a empresa-mãe possui, direta


ou indiretamente através de subsidiárias, mais de metade dos direitos
de voto de uma entidade, a não ser que, em circunstâncias especiais,
possa ser claramente demonstrado que tal posse não constitui
controlo.

Do ponto de vista contabilístico interessa mais a função económica do


que os limites legais, porque a nível jurídico todas as entidades são
diferentes. Assim, de acordo com o princípio da substância da forma,
vamos analisar as duas empresas como se fossem uma só,
consolidando.

Percentagem de participação VS percentagem de controlo


A percentagem de participação corresponde à percentagem dos
direitos de voto da outra empresa. Na cadeira vamos considerar que a
percentagem de participação será igual à percentagem de controlo,
mesmo que na vida real, muitas vezes, não seja assim. Ex:

A participa e controla 60% de B e B participa e controla


60% de C
Mesmo parecendo que não, A vai participar em 36% de
C, porque B detém 60%, mas A vai controlar 60%

Passos do método integral de consolidação


1) Agregação linha a linha
2) Eliminação da quantia escriturada do investimento
3) Reconhecimento dos interesses que não se controlam (INC)
4) Eliminação de saldos/transações/rendimentos/gastos que
resultam de operações intragrupo, ou seja, que ocorrem entre
as empresas

Exemplo 1: M detém 100% de F e estes são os saldos dos balanços


de ambas:

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Somam-se os Ativos e
Passivos das duas
empresas

Para obter o balanço consolidado, depois


de somar os balanços individuais, a
eliminação da participação faz-se por
este lançamento

Exemplo 2: Em 1.1.N, A adquiriu 100% de B por 460 000. Nessa


data, o capital próprio de B era composto por capital subscrito de 350
000 e reservas de 50 000. Um terreno (não depreciável) de B estava
subavaliado em 40 000.
Durante o ano N, A vendeu a B, por 30 000, mercadorias que lhe
tinham custado 17 500. Desta operação, encontram-se em dívida 12
300. As mercadorias foram revendidas, por B, por 40 000.

Isto não tem


de ser feito,
mas ajuda a
compreender
melhor os
lançamentos

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Lançamento da eliminação da participação

Goodwill = 460 000 – (350 000 + 50 000 +


40 000)
= 20 000
Goodwill

 Positivo – reconhece-se no ativo e amortiza-se a 10 anos


(=MEP)
 Negativo – reavalia-se o cálculo todos os anos e, se continuar
negativo, reconhecem-se resultados à data da sua realização

Lançamento de amortizaçao do GW

Lançamentos de eliminação de vendas internas e de saldos


intragrupo
“Durante o ano N, A vendeu a B, por 30 000, mercadorias que lhe
tinham custado 17 500. As mercadorias foram revendidas, por B, por
40 000.”

O que ainda se encontra em dívida


da empresa B (Cliente) para A
(Fornecedor)

Exemplo 3: Em 1.1.N, A adquiriu 70% (≠ do que fizemos até agora


com 100%) de B por 322 000. Nessa data, o capital próprio de B era
400 000, sendo capital subscrito 350 000 e reservas 50 000. Um
terreno (não depreciável) de B estava subavaliado em 40 000.
Durante N, A vendeu a B, por 30 000, mercadorias que tinham

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custado 17 500. Em 31.12.N, as mercadorias ainda estão no armazém


de B (vamos ter de eliminar as vendas e margem retidas no
inventário).
Lançamento da eliminação da participação

Goodwill = 322 000 – 70% (350 000 + 50 000


+ 40 000)
= 14 000
INC = 30% x (350 000 + 50 000 + 40 000) =
132 000
Lançamento de amortização do GW

Lançamentos de eliminação de vendas internas e de saldos


intragrupo

Afetação do resultado a INC


Como o resultado da subsidiária foi de 95 000 e A detém 70%, o
resultado atribuível a A será de 70% * 95 000 = 66 500 e aos INC, ou
seja, aos sócios minoritários da empresa B, 30% * 95 000 = 28 500

Exemplo 4: Em 1.1.N-1, A adquiriu 70% de B por 550 000. Nessa


data, o capital próprio de B era 700 000 (capital subscrito 350 000;

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prémios de emissão 200 000; excedentes de revalorização 100 000 e


reservas 50 000).
Uma construção de B (é depreciável, porque não é um terreno) estava
subavaliada em 40 000, sendo de 20 anos a vida útil restante. Em N-
1, o Resultado Líquido de B foi de 30 000 e, em N, de 45 000 (só 70%
afeta A). Não houve distribuição de dividendos.

Goodwill = 550 000 – 70% (350 000 + 200


000 + 100 000 + 50 000 + 40 000) = 14
000
INC = 30% * 740 000 =
222 000
Faz-se a depreciação do Goodwill do ano
N e retira-se de RT do ano N-1, porque
não se chegou a fazer a depreciação. Em
contrapartida, juntam-se as duas e
credita-se o valor do GW

Afetação de resultados a INC desde a aquisição da participação (anos


N e N-1)
Resultado da subsidiária em N-1 = 30 000
Resultado atribuível a INC N-1 = 30% x 30 000
= 9 000
Resultado da subsidiária em N = 45 000
Resultado atribuível a INC N = 30% x 45 000 =

Faz-se a amortização do edifício do ano N


e retira-se de RT do ano N-1, porque não
se chegou a fazer a amortização. Em
contrapartida, juntam-se as duas e
credita-se o valor em AFT

Como as amortizações foram de 4 000 e A


detém 70%, o resultado atribuível a A será de
70% * 4 000 =
2 800 e aos INC 30% * 4 000 = 1 200, ou seja,
aos sócios minoritários da empresa B, que

INC (Balanço) – trata-se daquilo que a empresa Mãe não controla da empresa Filha e
a parte que pertence, portanto, aos sócios minoritários. Quando aparece a crédito
(mais usual) é porque é como se se acrescentasse a parte afeta aos sócios
minoritários de F que M não vai receber

INC (DR) – é o resultado que afeta positiva ou negativamente a Demonstração de


Resultados da empresa Mãe. Quando aparece a débito (mais usual) é porque é como
se fosse um “gasto”, por estar a contribuir negativamente ao resultado da Mãe

Quando se altera a conta de gastos/rendimentos da Mãe a contrapartida ocorre em INC (DR) da Filha

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7.Ajustamentos em operações com


inventários
Avaliações
Têm de se fazer essencialmente “3 perguntas” ao enunciado para
saber que lançamentos dos seguintes é que será necessário fazer

Houve vendas intragrupo no ano N? Qual foi o preço de venda?

Em 31.12.N, há mercadorias adquiridas intragrupo ainda em


armazém? Qual a margem retida, ou seja, a margem de lucro que fica
nessas mercadorias (Inventário Final)?

Mercadorias já
vendidas
Mercadorias em
armazém

Em 1.1.N+1, havia mercadorias adquiridas intragrupo em armazém?


Qual a margem retida nessas mercadorias (Inventário Inicial)?

Exemplo 1: Durante o ano N, M vende a F por 300 000 mercadorias


que lhe custaram 210 000 UM. Nesse ano, F vendeu 2/3 dessas
mercadorias por 270 000. Durante o ano N+1, M vendeu a F por 500
000 mercadorias que lhe custaram 400 000. Nesse ano, F vendeu por
620 000 as mercadorias adquiridas no ano N que ainda estavam em
armazém e metade das mercadorias adquiridas em N+1. Critério
FIFO. Durante o ano N+2, metade das mercadorias adquiridas em
N+1 continuavam em armazém.

31.12.N

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31.12.N+
1

Os Inventário Finais do ano N+1 são as


que passam a ser Inventários Iniciais em
N+2, pelo que se têm de debitar de
Resultados Transitados

31.12.N+
2

Exemplo 2: M detém 70% de F desde 1.1.N. Durante a ano N:


1. F gerou um resultado líquido de 100 000.
2. F vendeu mercadorias a M por 1 125 000, praticando uma margem
de 20% sobre o preço de custo. Em 31.12.N estavam, no armazém de
M, mercadorias adquiridas a F nesse ano por 360 000.
3. M emprestou 45 000 a F. Em 31.12.N, para além do capital,
encontram-se em dívida todos os juros, no valor de 2 700.
4. F prestou serviços a M no valor de 80 000 mais IVA à taxa de 23%,
dos quais M pagou 50 000 mais respetivo IVA.

1. Afetação do resultado a INC

2. Vendas intragrupo

Quando se anulam margens, os


lançamentos alteram o Resultado da Mãe
e, por isso, faz existir o 2º lançamento
(dos Inventários Finais), mas como a
participação não é de 100% afetará os INC

3. Empréstimo

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4. Prestação de serviços

Exemplo 3: Em 1.1.X5, M adquiriu 90% de F por 500 000. Nessa


data, a empresa F apresentava um capital próprio de 470 000, dos
quais 220 000 respeitavam a reservas e resultados transitados e o
restante a capital subscrito, tendo no seu balanço um edifício com as
seguintes caraterísticas:

Testes de imparidade ao Goodwill efetuados em 20X7 evidenciaram a


necessidade de reconhecer uma perda de 11 080. Faça os
lançamentos de consolidação em 31.12.X8 que os dados permitam.

Goodwill = 500 000 – 90% (470 000 + 24 000)


= 55 400
INC = 10% * (470 000 + 24 000) =
49 400

Amortização do goodwill relativa a X5, X6, X7 =


= = 5 540 por ano → 5 540 * 3 = 16 620
Perda por imparidade em X7: 11 080
GDA de X5, X6 e X7 + PI de X8 = (5 540 * 3) + 11
080 =
= 27 700
Amortização do Goodwill em X8: =
!! quando há alterações no GW, como só = 3 957,14
está associado à empresa Mãe, não afeta
os INC !!

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Isto é relativo aos GDA do edifício, logo, no


ano X8 surge na conta de gastos e dos anos
anteriores tem de se debitar de resultados
transitados (600 * 3)

Como a empresa controla 90%, os 10%


restantes terão de ser afetados aos INC e,
neste caso, com lançamentos que irão
favorecer a empresa mãe, porque está a
“diminuir o peso” dos gastos

INC (Balanço) – trata-se daquilo que a empresa Mãe não controla da empresa Filha e
a parte que pertence, portanto, aos sócios minoritários. Quando aparece a crédito
(mais usual) é porque é como se se acrescentasse a parte afeta aos sócios
minoritários de F que M não vai receber

INC (DR) – é o resultado que afeta positiva ou negativamente a Demonstração de


Resultados da empresa Mãe. Quando aparece a débito (mais usual) é porque é como
se fosse um “gasto”, por estar a contribuir negativamente ao resultado da Mãe

Quando se altera a conta de gastos/rendimentos da Mãe a contrapartida ocorre em INC (DR) da Filha

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8.Impostos diferidos
Imposto a pagar em Contabilidade
O imposto a pagar calculado de acordo com as normas fiscais
(imposto corrente) é calculado a partir do lucro tributável que
normalmente não coincide com o lucro contabilístico devido aos
diferentes critérios utilizados pela contabilidade e pela fiscalidade.
LUCRO calculado de Gasto de IMPOSTO calculado de
acordo com normas acordo com normas
contabilísticas contabilísticas

Diferenças de reconhecimento
São designadas de diferenças temporárias e podem ser:
 Diferenças temporárias tributáveis – as que resultam em
quantias tributáveis em períodos futuros, dando origem a
Passivos por impostos diferidos
Ex: ganhos de justo valor em propriedade de investimento
 Diferenças temporárias dedutíveis – as que resultam em
quantias dedutíveis em períodos futuros, dando origem a
Ativos por impostos diferidos
Ex: perdas por imparidade não aceites fiscalmente quando são reconhecidas
na contabilidade mas apenas quando ocorre efetivamente a perda

Diferenças de mensuração
São designadas de diferenças permanentes que não têm
repercussões em períodos futuros e por isso não dão origem a
impostos diferidos, ficando refletidas na estimativa do imposto a
pagar (imposto corrente)
Ex: gastos com donativos dedutíveis a mais de 100% ou gastos com multas que não
são dedutíveis

Reconhecimento do imposto corrente e diferido


A contabilização do efeito tributário das diferenças temporárias (ou
seja, de impostos diferidos) permite reconhecer os impostos no
mesmos períodos em que são reconhecidas na contabilidade as
transações que com eles se relacionam.

Para o efeito, o imposto sobre o rendimento do período (gasto de


imposto) deverá incluir: o imposto a pagar (imposto corrente) + os
impostos diferidos resultantes das diferenças temporárias (imposto
diferido). Os impostos corrente e diferido devem ser reconhecidos: na
demonstração de resultados se a transação subjacente for aí
reconhecida, no capital próprio se a transação subjacente for aí
reconhecida e no valor do goodwill nas concentrações de atividades
empresariais

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Apresentação na DR: imposto sobre o rendimento do período

Apresentação no Balanço: os impostos correntes e diferidos devem


ser apresentados na demonstração da posição financeira como
correntes e não correntes, respetivamente

Exemplo 1: No ano N, a empresa CCF constituiu uma provisão para


garantias, no valor de 200, não aceite fiscalmente como gasto nesse
ano. No ano N+1, a empresa CCF usou/reverteu a provisão no
montante de 200.
Em cada um dos dois anos o resultado antes de impostos (RAI) foi de
10 000 e a taxa de imposto foi de 20%. Pedido: Registe em diário os
impostos corrente e diferido em N e N+1

Imposto a pagar = (10 000 + 200) x 0,20 = 2 040


ano N Ativos por impostos diferidos = 0,20 x 200 = 40
Gasto de imposto (IsR) = 2 040 – 40 = 2 000

Pelo imposto a pagar

Pelo ativo por impostos


diferidos

Imposto a pagar = (10 000 - 200) x 0,20 = 1 960


ano N+1 Reversão dos Ativos por impostos diferidos = 0,20 x 200 = 40
Gasto de imposto (IsR) = 1 960 + 40 = 2 000

Pelo imposto a pagar

Pelo ativo por impostos


diferidos

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Inventários
São ativos detidos para venda no decurso ordinário da atividade
empresarial, também podem ser usados no processo de produção
para a tal venda ou na forma de materiais ou consumíveis a serem
aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços.

A classificação referida depende da natureza da empresa. Um produto


acabado para uma certa empresa pode constituir uma matéria-prima
para outra ou mesmo uma mercadoria. Por exemplo, uma mesa ou
uma cadeira constituem um produto acabado para uma fábrica de
móveis e uma mercadoria para a empresa (loja de móveis) que as
comercializa.

Para as mercadorias:

Para as matérias primas:

Para os produtos acabados:

Exemplo de variação nos inventários da produção: A Empresa X


fabricou no seu primeiro ano de atividade 1 000 unidades de produto.
Os custos de produção somam 7 500 UM, sendo 5 000 UM de matéria-
prima incorporada na produção, 1 500 de gastos com o pessoal e 1
000 de fornecimentos e serviços externos. As vendas foram de 900
unidades de produto a um preço de venda de 10 UM cada. As
compras de matérias-primas foram 5 600 UM.
Extrato do balancete no final do ano antes de retificação:

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Para fazer a retificação de matérias-primas teremos de alterar os


valores das contas “Matérias-primas” (331), Compras (31) e Custo
das Mercadorias Consumidas = CMC (61)

Quanto à retificação de produtos:


Custo unitário de produção = unidades produto = 7,5
Produção Terminada = 1 000 x 7,5 = 7 500
Produção Vendida = 900 x 7,5 = 6 750
SFProdutos Acabados = 100 x 7,5 = 750
Resultado das vendas = 900 x (10 – 7,5) = 2 250

Custo unitário de produção = unidades = 7,5

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9.Demonstração de Resultados por Funções


Nova forma de Demonstração
Na Demonstração de Resultados por Natureza, já estudada, os gastos
operacionais são apresentados de acordo com a sua natureza, na
Demonstração de Resultados por Funções os gastos operacionais são
apresentados de acordo com a função da empresa ao qual foram
afetos. A DRF permite apurar o resultado bruto das vendas e
prestações de serviços.

As funções afetas são: produção, administrativa e distribuição e a


primeira parte do “esqueleto” da DRF é o seguinte:

 Vendas e serviços prestados – é igual à DRN


 Custo das vendas e dos serviços prestados – são os custos
suportados com as mercadorias e produtos vendidos e com
serviços prestados
 Outros rendimentos – correspondem a outros rendimentos
operacionais obtidos no período (ex: subsídios à exploração,
mais-valias com venda de ativos fixos…). Não corresponde
sempre àquilo que aparece na rúbrica de “Outros rendimentos”,
porque pode incluir provisões, ganhos por aumento de Justo
Valor, reversões…
 Gastos de distribuição – correspondem a gastos suportados
com a colocação de produtos no cliente ou pontos de venda.
 Gastos administrativos – correspondem a gastos suportados
com a função administrativa da empresa.
 Gastos de investigação e desenvolvimento –
correspondem a gastos suportados com a pesquisa e
desenvolvimento de produtos e serviços. Não se imputa a
nenhuma função, mas à empresa como um todo
 Outros gastos – correspondem a outros gastos operacionais
não incluídos nas rubricas anteriores.

Do Resultado Operacional ao Resultado Líquido

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Exemplo: Sabe-se relativamente à empresa W que:


a) Os inventários finais e iniciais e as compras de inventários
foram:

b) Os gastos por naturezas são afetos às seguintes funções:

Custo das vendas e serviços prestados = CMV + Produtos Vendidos


= (SI merc. + Compras merc. – SF merc.) + (SI produtos + Produção – SF produtos)
= 420 010 + (32 508 + 548 345 – 95 754)
= 905 109 (vai aparecer com sinal negativo, porque foi o que a
empresa gastou)

Produção = CMC + Custos de conversão


= (SI mat. + Compras mat. – SF mat.) + (FSE prod. + GcP prod. + GDA prod. )
= 42 300 + 506 045
= 548 345

Resultado por ação básico


Pode ser utilizado para comparar o desempenho de diferentes
empresas, no mesmo período ou pela mesma empresa, em períodos
contabilísticos diferentes.
O resultado por ação básico deve ser calculado dividindo os
resultados atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinário da

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empresa-mãe (o numerador) pelo número médio ponderado de ações


ordinárias em circulação (o denominador) durante o período

Aqui será importante diferenciar as ações de capital preferenciais das


ordinárias, sendo que as primeiras conferem direitos especiais
associados à detenção destas, geralmente um dividendo extra, e as
ações ordinárias/comuns não atribuem nenhum direito especial aos
seus detentores. As ações de capital que se usam para o cálculo do
resultado por ação básico são apenas as ações ordinárias.

Além disso, não se contam as ações próprias que a empresa detenha,


porque não são consideradas ações em circulação.

Assim, no numerador, pode ser usado o Resultado do ano em causa


quando só haja ações ordinárias e não próprias, porque se houver,
ter-se-á de subtrair do RLP o valor destas.

Nº médio ponderado de ações ordinárias em circulação


A quantidade média ponderada de ações ordinárias em circulação
para um período reflete o número de ações ordinárias em circulação
no início do período, ajustado pelo número de ações ordinárias
readquiridas ou emitidas durante o período multiplicado pelo seguinte
fator ponderador do tempo:

Exemplo de cálculo nº médio ponderado de ações ordinárias


em circulação: Em 31.12.N, o capital social da Empresa BETA, S.A. é
representado por 400 000 ações ordinárias. Em 01.07.N a empresa
efetuou um aumento de capital através da emissão de 120 000 novas
ações ordinárias.

Exemplo de cálculo de Resultado Por Ação (RPA) básico: Em


31.12.N, o capital social da Empresa XYZ, S.A. é representado por 400
000 ações ordinárias. Em 01.10.N, a empresa efetuou um aumento de
capital através da emissão de 70 000 novas ações ordinárias. No ano
N, o resultado foi de 55 600 UM.

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10. Demonstração de Fluxos de Caixa


Nova forma de Demonstração
A DFC regista a origem dos recebimentos e o destino dos pagamentos
realizados numa empresa durante um determinado período, em geral
um ano ou um semestre. Descreve a forma como a empresa gera e
utiliza o dinheiro num dado intervalo de tempo. Assim, permite
conhecer de forma adequada as variações ocorridas na estrutura
financeira da empresa em termos de liquidez e solvabilidade e a
capacidade de gerar meios de pagamento, e em que tempo.

A DFC tem a vantagem, face à DR, de eliminar os efeitos de


estimativas e de itens subjetivos (como depreciações, perdas por
imparidade, provisões e fórmulas de custeio de inventários). Devem-
se apresentar os fluxos de caixa classificados em 3 tipos de
atividades:
 Atividades operacionais – são as principais atividades
produtoras de crédito da entidade e outras atividades que não
sejam de investimento ou de financiamento;

 Atividades de investimento – são a aquisição e alienação de


ativos a longo prazo e de outros investimentos não incluídos em
equivalentes de caixa;

 Atividades de financiamento – são as atividades que têm


como consequência alterações na dimensão e composição do
capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos pela
entidade

Fluxos de caixa VS Resultado Líquido


Durante um exercício, nem todos os rendimentos se traduzem
necessariamente em recebimentos e nem todos os gastos
correspondem a pagamentos. Por essa razão, o resultado líquido e a
variação de caixa e bancos apresentam valores diferentes, podendo
até ter sinal contrário. Num dado exercício, uma empresa tanto pode
ter reforçado as suas disponibilidades e apresentar prejuízo como
pode ter menos dinheiro e apresentar lucro.

Lucro ≠ ter mais dinheiro em caixa/bancos

Construção da DFC
Têm de se ajustar rúbricas da Demonstração dos Resultados (vendas
e serviços
prestados, custo das mercadorias vendidas, fornecimentos e serviços
externos, gastos com o pessoal, …) com variações ocorridas em
rúbricas do Balanço com vista a transformar o regime do acréscimo
em regime de caixa.

Será importante ter a “regra dos sinais” presente:

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O “esqueleto” da DFC é o seguinte:

 Recebimentos de clientes = Vendas - Imparidade de dívidas a


receber + Recuperação de dívidas a receber + SI clientes – SF clientes

 Pagamentos a fornecedores = CMVMC – FSE + Variação nos


inventários da produção + SI inventários - SF inventários + SI fornecedores -
SF fornecedores

 Pagamentos ao pessoal = GcP + Estado (IRS e SS) - SI credores por acréscimo

de gastos + SF cr. por a. de g.

 Pagamento/recebimento do imposto sobre rendimento – relacionado com


os pagamentos do IRC e do Imposto sobre o Rendimento do
Período

 Outros recebimentos/pagamentos – relacionado com o IVA, Subsídios


à exploração e Outros créditos a receber

 AFT, AI e Investimentos financeiros – valores de alienações, dívidas a


fornecedores (tem de se ter em atenção o que é que se adquiriu
e o que se pagou → SI – SF), gastos de depreciação do período,
dívidas a pagar a fornecedores de investimentos, perdas por
imparidade e reavaliações efetuada no período

 Outros ativos – refere-se a propriedades de investimento, ao valor


contabilístico das alienações no período e depreciações do
período associadas a esses ativos

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 Financiamentos obtidos – são aquilo que o próprio nome indica,


assim como o pagamento de juros/dividendos/outras operações
de financiamento, e têm de se ver na DR

 Realizações/Reduções de capital e outros – está associado ao Capital


subscrito (entrada de dinheiro), Prémios de emissão e Capital
subscrito não realizado (acionistas com subscrição)

No fim juntam-se (1), (2) e (3), de forma a perceber qual foi a variação de caixa derivada das atividades
da empresa

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11. Análise económico-financeira


Indicadores económico-financeiros
Consistem no estabelecimento de relações entre diferentes variáveis
económico-financeiras, normalmente sobre a forma de rácios. Estes,
facilitam a comparação da informação e são instrumentos de análise
financeira e controlo de gestão bastante versáteis, que podem ser
utilizados no diagnóstico das diferentes dimensões da situação
económico-financeira da empresa e das tendências de evolução.

Limitações dos indicadores


As limitações sublinham a necessidade de exercer um elevado nível
de juízo profissional e prudência na análise dos indicadores. É
importante ter valores de referência, nomeadamente as empresas do
mesmo setor ou empresas com perfis de risco semelhantes.

Apesar da sua importância na deteção de problemas e no diagnóstico


económico, os rácios apenas oferecem pistas que devem ser
complementadas com outras informações e são uma ferramenta de
análise financeira muito utilizada dadas as suas vantagens (por
exemplo, a facilidade e rapidez na sua construção e interpretação).

 Fortemente dependentes da qualidade da informação


utilizada como input

 Não distinguem as diferentes práticas contabilísticas


adotadas por diferentes empresas

 O seu elevado poder de síntese pode resultar em perdas de


informação que afetam a leitura completa da situação da
empresa

 A ausência de valores de referência limitam fortemente a


interpretação dos indicadores e aumentam o nível de
subjetividade

 Incorporam apenas dados quantitativos, ignorando


informação qualitativa, que pode ser crucial

Indicadores de liquidez
Avaliam a capacidade da empresas para gerar meios líquidos
suficientes para satisfazer os compromissos “mais exigíveis” e
manter o normal funcionamento da atividade da empresa.

 Grau de Liquidez Geral – expressa o grau de cobertura do


passivo exigível a curto prazo pelo ativo disponível a curto
prazo. O valor de referência é a unidade, significando que se
verifica a regra de equilíbrio financeiro mínimo

GLG = =

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 Grau de Liquidez Reduzida – exclui os inventários que


dificilmente podem ser imediatamente convertidos em dinheiro

GLR =

 Grau de Liquidez Imediata – avalia o grau de cobertura do


passivo exigível a curto prazo pelas disponibilidades

GLI =

Indicadores de rentabilidade
Medem a capacidade dos capitais investidos e da atividade da
empresa para gerar rendimentos.

 Margem EBITDA – mede unicamente a eficiência da atividade


económica da empresa com referência ao EBITDA (Earnings
Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization)

Margem EBITDA =

 Rentabilidade dos Capitais Próprios – mede a remuneração


potencial dos capitais próprios que foram aplicados na empresa.
Fornece informação sobre a rendibilidade do investimento
comparativamente com outras empresas com perfis de risco
semelhantes

RCP =

 Rentabilidade Operacional do Ativo – avalia a eficiência da


empresa na afetação e gestão dos capitais investidos e é
independente de decisões de financiamento

ROA =

Indicadores de endividamento
Resulta da análise dos capitais quanto à sua origem. Mais
endividamento, quando os investimentos da empresa têm uma
rentabilidade superior ao custo do endividamento, leva a um efeito
multiplicador sobre a RCP

 Grau de Autonomia Financeira – a empresa será tanto mais


autónoma quanto mais Capital Próprio tiver em relação ao seu
ativo. Estar abaixo de metade (< 50%) significa que maior parte
do financiamento vem do Passivo da empresa, mas isso não é
necessariamente negativo, já que ter Capital Próprio tem custos
associados, então a empresa prefere ser mais dependente de
terceiros
GAF =
 Cobertura dos Gastos de Financiamento – mede o grau de
cobertura dos gastos de financiamento pelos resultados
operacionais. É utilizado por analistas de crédito para averiguar

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se a empresa apresenta condições de rentabilidade para fazer


face aos encargos financeiros

CGF =

 Custo da Dívida – mede a taxa de custo médio do


endividamento. É utilizado para averiguar situação e evolução
recente do custo de endividamento; deve ser comparado com a
rentabilidade do ativo por forma a verificar o contributo da
política de dividendos na rentabilidade dos capitais próprios

CD =

Indicadores do ciclo operacional


Permitem a análise das decisões da empresa relacionadas com a
gestão dos ativos operacionais. Constituem uma análise
complementar da liquidez, já que indicam a velocidade de rotação
dos elementos correntes da empresa, ou seja, o ciclo de negócio da
empresa.

 Prazo Médio de Inventários – indica o prazo médio de dias


de permanência dos inventários em armazém, desde que
entram até serem vendidos/usados. É um indicador da
eficiência de gestão de stocks

PMI =

Saldo médio dos inventários =

 Prazo Médio de Recebimentos – indica o tempo médio de


dias que demoram os clientes as pagar

PMR =

Saldo médio de clientes =


Nota: não é tao comum aparecer a conta “Clientes” no não corrente,
mas se aparecer tem de se ter em conta, caso contrário, utiliza-se
apenas o valor da conta corrente

 Prazo Médio de Pagamentos – indica quantos dias demora,


em média, a empresa a pagar aos seus fornecedores

PMP =

**atenção às “Compras”, porque no fim do ano a conta é saldada e os


valores passam para “Inventários”, por isso, às vezes, pode ter de se ir
“procurar”
CICLO DE CAIXA
No exemplo que se segue, a empresa tem de pagar aos fornecedores
21 dias antes de receber o pagamento dos clientes, criando, assim,
uma necessidade de financiamento. Deve ser longo,

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preferencialmente (ainda que de valor negativo), pelo que a eficiência


da gestão do capital circulante leva a retardar os pagamentos,
acelerar os recebimentos e minimizar o prazo médio de permanência
dos inventários em armazém. Deve ser longo, preferencialmente
(ainda que de valor negativo), pelo que a eficiência da gestão do
capital circulante leva a retardar os pagamentos, acelerar os
recebimentos e minimizar o prazo médio de permanência dos
inventários em armazém.

Ciclo de Caixa = PMI + PMR - PMP

PMI PMR

PMP
Indicadores de mercado de capitais
Utilizados para apontar o desempenho do mercado de ações e auxiliar
na hora de fazer investimentos, sejam eles de curto, médio ou longo
prazo.

 Payout – indica a percentagem dos resultados que foram


distribuídos como dividendos, fornecendo informação sobre a
política de remuneração do acionista

Payout = =

NOTA: se o resultado for > 100%, significa que a empresa distribuiu


dividendos que ainda vinham de anos anteriores a N-1

 Taxa de crescimento das vendas – determina a variação


(positiva ou negativa) do volume de vendas da empresa

Taxa de Crescimento =

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