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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ AUDITORIA I - TC

F a c u l d a d e d e Ad m i n i s t r a ç ã o e C i ê n c i a s C o n t á b e i s – FAC C
Departamento de Ciências Contábeis Aula 09
SEMANA 10 - AUDITORIA ATIVO CIRCULANTE
CLIENTES E ESTOQUES
Tópicos
I. Auditoria de Clientes
1. Objetivos
2. Controles internos relacionados
3. Testes de auditoria
4. Programa de trabalho

II. Auditoria de Estoques


1. Objetivos
2. Controles internos relacionados
3. Testes de auditoria
4. Programa de trabalho
I. AUDITORIA DE CLIENTES - OBJETIVOS
Clientes(Duplicatas a receber) representado por faturas ou duplicatas, originam-se no curso
normal das operações da empresa, pela venda a prazo de mercadorias ou serviços, constituindo um
direito a cobrar de seus clientes.
As contas a receber devem ser avaliadas por seu Valor Liquido de Realização, ou seja, pelo
produto final em dinheiro que se espera obter. Para tanto, devem ser constituídos ajustes relativos a
Perdas Estimadas em Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD), para a cobertura dos valores que se
estima não receber.
PECLDs devem ser apresentadas no Balanço Patrimonial como dedução de contas a receber, motivo
pelo qual aparece neste agrupamento. Esta conta registra as perdas que se espera em contas a
receber, ou seja, os valores que representam a incerteza de recebimento para que o “contas a
receber” não fique superavaliado.

Para se fazer tal cálculo, torna-se necessária a consideração de todos os fatores de riscos
conhecidos, a fim de poder estimar com critérios todas as perdas que ocorrerão com o contas a
receber.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - OBJETIVOS
As PECLDs como perdas no valor recuperável de seus ativos, e traz uma série de orientações a
respeito de como devem ser contabilizadas essas perdas.
Exemplo de eventos de perda a serem observados pelas entidades os quais podem ser eventos
de perda em seu valor recuperável são:
(a) significativa dificuldade financeira do emitente ou do obrigado;
(b) quebra de contrato, tal como o descumprimento ou atraso nos pagamentos de juros ou de capital;
(c) torna-se provável que o devedor vá entrar em processo de falência ou outra reorganização
financeira.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - OBJETIVOS
Objetivos da auditoria de Clientes

Verificar a existência. Os valores a receber divulgados pela entidade em suas demonstrações


financeiras efetivamente existem e estão representados em relação a PECLD.

Verificar se os valores são de propriedade da entidade. Entre os valores a receber informados


pela empresa não existam valores de propriedade de terceiros.

Verificar que o registro se deu pelo exato valor da operação. Não houve manipulação nos
valores de modo a alterar de forma fraudulenta as demonstrações contábeis.

Verificar que todas as transações foram registradas. Observando o principio da competência,


sendo uma variável que pode ter alguma influência no resultado da auditoria.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - OBJETIVOS

Verificar que as normas contábeis foram utilizados corretamente.

Verificar a existência de restrições de uso, de vinculações em garantia. Os valores a


receber estão livres de ônus, desvinculados de qualquer operação e não estão presos a
alguma decisão.

Verificar que os aspectos relevantes relacionados à contas a receber estejam divulgados


em Notas Explicativas. As notas explicativas devem indicar os principais critérios de
avaliação dos elementos patrimoniais e no caso das contas a receber: dos ajustes para
atender a perdas prováveis de realização, para a segregação de circulante e não circulante
e ainda, caso aplicável, informar que as contas a receber estão vinculadas a determinadas
operações.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - CONTROLES INTERNOS

Controles internos abrangem uma série de


atividades manuais e automáticas, como
autorizações, aprovações, verificações e
reconciliações.

Quais os controles internos básicos


podemos relacionar a conta Clientes
?
I. AUDITORIA DE CLIENTES - CONTROLES INTERNOS
 Segregação de funções: entre funcionários que performam a escrituração de contas a receber,
recebimentos e contabilização.

• Conciliações/análises periódicas: No caso de contas a receber de clientes seria o cotejo entre


as informações da contabilidade, por meio do razão contábil, com as informações do setor de contas
a receber (relatório operacional). Eventuais divergências deverão ser investigadas e ajustadas
tempestivamente. Devem ser revisadas por pessoa independente e a de sua preparação e
periodicidade deve ser mensal, com os saldos do último dia do mês.
• Autorização para descontos mediante aprovação por escrito de funcionário alçada competente.
• Baixa de valores considerados incobráveis mediante aprovação por escrito de funcionário com
alçada competente.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - CONTROLES INTERNOS
 Documentos normativos internos: (i) Política de crédito: características básicas, incluindo o uso
de concessão de crédito para estimular volume de vendas, critério para concessão de crédito,
responsabilidades específicas de vendas; (ii) Política de cobrança: procedimentos e diretrizes de
cobrança e suspensão de crédito de contas de cliente, existindo título vencido, para controlar as
inadimplências; (iii) Politica para cálculo da PECLD: os critérios para a constituição, manutenção e
reversão para perdas estimadas. A periodicidade da revisão das constituídas é proporcional à
qualidade do crédito (quanto pior a qualidade, mais curto o intervalo entre as reavaliações).
 Relatório de contas a receber por idade, investigando-se os valores em atraso
(Aging List): Preparação periódica de Relatório sobre títulos a receber em uma empresa,
recebendo classificação em ordem cronológica (acima de 30 dias, acima de 180 dias etc.). Auxilia
na medição do nível de inadimplência dos clientes ou falhas na cobrança para resgatar créditos
que estavam perdidos ou esquecidos.
 Cálculo do prazo médio de recebimento de clientes: Indicador que demonstra o
tempo médio que uma empresa leva para receber os valores de seus clientes.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - CONTROLES INTERNOS

Entre muitos outros controles internos que variam de acordo com o


tipo de empresa, de acordo com o volume de atividades e e
principalmente que o custo de um controle não exceda os
benefícios a serem obtidos.
I. AUDITORIA DE CLIENTES - TESTES
Procedimentos de Auditoria que podem ser efetuados:
 Avaliação dos controles internos da área: políticas sobre a gestão do contas a receber, crédito e cobrança,
formulários de autorização, acessos ais sistemas, segregação de função. (Teste de controle)
 Verificação das Conciliações: se a empresa preparou mensalmente as conciliações entre o relatório operacional e
razão contábil; se essas têm evidências de conferência e aprovação. (Teste substantivo)
 Confirmação de saldos: o auditor seleciona determinado número de clientes para uma determinada data-base,
para obter uma resposta, em forma física ou eletrônica, junto a estes clientes dos valores registrados a receber.
(Teste Substantivo)
 Verificar o cálculo da PECLD e suas premissas. O valor do contas a receber ao seu valor provável de
realização. (Teste Substantivo)
 Efetuar procedimentos analíticos: como por exemplo: informações de entidades do mesmo setor de atividade,
comparação entre índices de vendas e contas a receber com as médias do setor ou com outras entidades de porte
comparável do mesmo setor. (Teste Substantivo)
 Efetuar teste de recebimentos subsequentes e verificação da emissão da nota fiscal: obter evidência
referente à existência e valorização do valores a receber.(Teste Substantivo)
CASO PRÁTICO
Com base nos aspectos
contábeis, objetivos e
controles internos e
procedimentos (testes) de
auditoria, crie programa
de trabalho para
Clientes/Contas a
receber.
III. AUDITORIA DE CLIENTES - PROGRAMA DE TRABALHO
Programa de Trabalho Clientes
Para data-base auditada, efetuar as verificações abaixo para a conta Clientes:

(a) Obter documentos normativos sobre a gestão do contas a receber e PECLD;

(b) Obter análise/conciliação contábil compondo os saldos de clientes:


 Conferir a soma e verifique se o valor total do relatório operacional está de acordo com o saldo
contábil no razão;
 Caso haja divergências, verificar as justificativas ou necessidade de ajuste.
 Verificar evidência de aprovação.

(c) Com base no relatório operacional/razão contábil, selecionar uma amostra e:


 Inspecionar a Nota Fiscal emitida e checar liquidação em financeira (recebimentos nos extratos).
 Verificar se há uma ordem de compra do cliente ou qualquer outro documento que comprove a
solicitação do cliente ou confirmação de recebimento do cliente.
I. AUDITORIA CLIENTES - PROGRAMA DE TRABALHO
Programa de Trabalho de Clientes

(d) Revisar se os procedimentos de cut-off mensais foram esta espeitados.


 Selecionar as faturas de no final do período anterior e no início do período subsequente e
examinar a documentação adequada de apoio (ordem de venda e N.F etc.) para garantir que
eles são registrados no período correto.

(e) Obter o Aging list do contas a receber:


 Cruzar com o saldo do razão e do relatório operacional do CR.
 Para as contas em atraso, converse com o gerente de cobrança e examine correspondências, caso
aplicável, a fim de que possa formar opinião sobre as possibilidades de recebimento.
 Identifique o valor das perdas estimadas constituídas no resultado do exercício, avaliando a
adequação desse valor.
 Verifique se a companhia informou a metodologia de cálculo das perdas registradas em contas a
receber.
 Caso o valor seja julgado insuficiente, proponha o ajuste complementar ou caso não haja,
proponha a criação da PECLD.
I. AUDITORIA CLIENTES - PROGRAMA DE TRABALHO
Programa de Trabalho de Clientes

(f) Com base nos saldos do razão analítico de cliente, efetuar os procedimentos de confirmação
externa: (NBC TA 505).

 Selecione clientes para serem confirmados.


 Data base de confirmação.
 Para as cartas de confirmação não recebidas ou recebidas com divergências, efetue
procedimentos alternativos.

São exemplos de procedimentos alternativos: inspeção de pedido de venda e nota fiscal e


verificação do recebimento subsequente.
Ativo Passivo
Ativo circulante 463.000 Passivo circulante 100.000
Caixa 5.000 Fornecedores 100.000
Clientes 158.000
PECLD -
Estoques 300.000
Ativo não circulante 7.500 Patrimonio liquido 370.500
Ativo Imobilizado 7.500
Máquina 10.000
Dep. Acumulada - 2.500
Ativo Total 470.500 Passivo Total 470.500

Vamos auditar o Aging list da


empresa DG?
Relatório Operacional de Vendas
Módulo AR
Data base: Set/20
Extraído: 10/10/20

Cliente Nota Fiscal Data Vencimento Valor


Gama LTDA. 170 31/10/2020 50.400,00
Cardoso LTDA. 141 30/08/2020 8.500,00
Nunes LTDA. 140 30/08/2020 20.700,00
Rodrigues LTDA. 135 31/07/2020 9.800,00
Barbosa LTDA. 121 15/06/2020 16.500,00
Correia LTDA. 100 18/02/2020 18.600,00
Borsoi LTDA. 98 20/11/2019 33.500,00
Total a receber 158.000,00

Dados relevantes sobre os clientes, obtidos através de


indagações e informações de terceiros:

(a) A empresa Barbosa comunicou formalmente uma


significativa dificuldade financeira.
(b) A empresa Borsoi está em processo de falência
conforme noticiado.
I. AUDITORIA CLIENTES - EXERCÍCIO
Exemplo de formalização do teste:
Obtivemos com o Sr. Rodrigo Oliveira o Aging list de set/20, vide WP.01. Confrontamos com o saldo do balanço,
vide WP.02 e o relatório operacional do módulo de CR, vide WP.03, sem identificarmos divergências.

Com base na norma contábil,com as informações obtidas com o Gerente de cobrança e noticias veiculadas na
mídia, identificamos que a empresa deve constituir uma PECLD no valor de R$ 50.000.00, vide cálculo no WP.04.
Perdas Estimadas - Set/20 WP.04
Preparado por Auditor Facc
Cliente NF Data vencimento Valor - R$ Ativo Passivo
Ativo circulante 413.000 Passivo circulante 100.000
Borsoi LTDA. 98 20/11/2019 33.500,00 Caixa 5.000 Fornecedores 100.000
Barbosa LTDA. 121 15/06/2020 16.500,00 Clientes 158.000
Total PECLD 50.000,00 PECLD - 50.000
Estoques 300.000
Ativo não circulante 7.500 Patrimonio liquido 320.500
Ativo Imobilizado 7.500
Máquina 10.000
Dep. Acumulada - 2.500
Ativo Total 420.500 Passivo Total 420.500
I. AUDITORIA CLIENTES - EXERCICIO
Exemplo de formalização de ponto referente a PECLD:

Fragilidade no cálculo e divulgação da PECLD

“Não foi calculada e contabilizada a perda estima referente ao ano 2019, sendo que no ano de 2018 a
referida perda foi contabilizada. Salientamos que a utilização de critérios contábeis distintos em exercícios
financeiros afetam a comparabilidade das Demonstrações Contábeis.
O setor de Contas a Receber não emite, ao final de cada mês, relatório com a posição analítica das
duplicatas a receber, identificando os respectivos créditos por cliente, data de vencimento e título. Com isso,
o saldo contábil registrado na conta de duplicatas a receber em 31/dez./2019 era de R$ 7.000.712,
sendo que não foi possível auditá-la, devido à inexistência de relatórios auxiliares do setor financeiro,
composição contábil dos saldos e incertezas dos valores consignados, naquela data, no sistema de
processamento de dados. Devido à relevância dos saldos e à importância de manter o controle sobre as
duplicatas a receber, recomendamos emitir, ao final de cada mês, relatório com a composição de saldo das
contas a receber, constando analiticamente o nome do cliente, a data do vencimento e o valor e número do
título em aberto. Assim, a contabilidade poderá conciliar o saldo contábil com os saldos dos relatórios
auxiliares, servindo, estes, de suporte e consistência aos lançamentos contábeis.”
II. AUDITORIA ESTOQUES - OBJETIVOS
Estoques são ativos:
(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;
(b) em processo de produção para venda; ou
(c) forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção
ou na prestação de serviços.

Os Estoques estão representados por materiais diversos, que devem estar subdivididos em contas de
conforme sua finalidade: estoque de produtos acabados, mercadorias em trânsito, estoque de
produtos em processo etc.

O estoque é um dos bens mais valiosos de uma empresa comercial, de onde provem quase a
totalidade de seu lucro.

Os estoques de produtos ou mercadorias necessitam de espaços e condições adequadas, sendo


tratados com zelo e organização.
II. AUDITORIA ESTOQUES - OBJETIVOS
• Verificar se os valores demonstrados como estoques
existem fisicamente e se a empresa performa controles
para a determinação dessa existência.

• Confrontar o estoque físico existente com os registros


operacionais e contábeis.

• Estar atento quanto aos valores constantes das


demonstrações contábeis relativas aos estoques, estão de
acordo com os princípios e as normas brasileiras de
contabilidade.
II. AUDITORIA ESTOQUES - OBJETIVOS
CPC 16 – Estoques - Mensuração de estoques

Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o
menor.

O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como
outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a
venda do estoque no curso normal dos negócios. O custo dos estoques pode não ser recuperável se
esses estoques estiverem danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus
preços de venda tiverem diminuído. A prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down)
para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser
escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou
uso.
II. AUDITORIA DE ESTOQUE - CONTROLES INTERNOS
Controles internos abrangem uma série de atividades manuais e
automáticas, como autorizações, aprovações, verificações e reconciliações.

Pergunta para vocês:

Quais os controles internos básicos podemos relacionar a


conta Estoques?
I. AUDITORIA DE ESTOQUES - CONTROLES INTERNOS
 Segregação de funções: guarda física dos estoques, acesso ao sistema de inventário e de contabilização.
(Compradores x almoxarifes x contas a pagar)

 Documentos normativos internos: procedimentos e políticas sobre controle dos materiais armazenados,
identificação por etiquetas, armazenagem em locais específicos e realização da contagem dos bens
(periodicidade, formalização, alçada para ajuste de inventário).

 Acesso físico aos Locais: Para preservar a integridade física dos materiais, controlando seu recebimento,
manuseio, guarda e distribuição. Ou seja, acesso à Área dos Estoques deve ser restrito aos colaboradores
expressamente autorizados.

 Conciliações/análises periódicas: razão contábil da conta de estoques x informações sistema de


inventário (relatório operacional). Eventuais divergências deverão ser investigadas e ajustadas tempestivamente.
Devem ser revisadas por pessoa independente e a de sua preparação e periodicidade deve ser mensal.
II. AUDITORIA ESTOQUES – CONTROLES INTERNOS
 Autorização para registro sistêmico de entrada e saídas de estoques: sistema eficiente que
tenha restrições já que o fluxo de entradas e saídas é constante e por isso deve-se haver um controle rigoroso
dessa movimentação.

 Giro de estoque: é um indicador que releva a velocidade em que o inventário foi renovado em um
determinado período ou qual é o tempo médio de permanência de um produto antes da venda.

 Cálculo de SLOB (slow moving and obsolete): leva em consideração todo item de inventário sem
aplicabilidade (obsoleto) e item sem movimentação em um período determinado pela empresas. A implantação
deste processo auxilia na redução de estoques, gerando eficiência na execução do inventário físico.

 Determinação de estoque mínimo e máximo (ponto de ressuprimento):


Estoque mínimo também é conhecido como estoque de segurança, visa suprir apenas o necessário para não parar a
operação e o máximo leva em conta o limite para se evitar desperdícios. São funções importantes para evitar
compras emergenciais e falta de material para atividades.
I. AUDITORIA DE ESTOQUES - CONTROLES INTERNOS
 Inventário físico: contagem física feito no final de um período determinado. Os principais
objetivos para a realização de um inventário são detectar:
 Produtos danificados ou vencidos.
 Estoque obsoleto: devido a modificações no próprio produto ou porque foi substituído por outro.
Esse tipo de estoque deve ser muito controlado, pois tem um impacto direto nos custos de
armazenagem e ocupa um espaço valioso na instalação.
 Desvios devido a erros humanos e/ou do sistema: os primeiros são mais comuns que os segundos.
 Produtos não encontrados: são perdas desconhecidas, geralmente produzidas por furtos ou
outros incidentes.

 Contagem física cíclica (cycle count) : contagem com uma frequência predeterminada por
pessoal independente do controle físico. Dessa forma, as informações de estoque são atualizadas em
períodos cíclicos.
II. AUDITORIA DE ESTOQUES - PROCEDIMENTOS
Procedimentos de Auditoria que devem ser efetuados:
 Verificação de Politicas e procedimentos: obter evidência de auditoria de que as instruções da
administração e os procedimentos de contagem estão adequadamente definidos e implementados;
 Acompanhamento do Inventario físico. (NBC TA 501)
 Verificação do cálculo de indicadores giro de estoques e SLOB.
 Análise de Variação do saldo de estoques.
 Inquérito e observação sobre a existência de produtos obsoletos.
 Verificação de necessidade de ajustes no saldo de inventário em decorrência de SLOB (movimentação
lenta e itens obsoletos), itens não contabilizados ou faltas de etoques.
 Verificação sobre as normas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e
critérios de valoração utilizados.
 Verificar cálculos perdas estimadas também para redução ao valor realizável líquido para itens cujos
custos estiverem superiores ao valor realizável líquido.
 Confirmação externa para Mercadorias em poder de terceiros, encaminhado a empresas que estejam
na posse de mercadorias de propriedade da empresa auditada.
II. AUDITORIA DE ESTOQUES - PROCEDIMENTOS
Acompanhamento do Inventario físico (NBC TA 501)
Se o estoque for relevante para as demonstrações contábeis, o auditor deve obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente com relação a existência e as condições do estoque mediante:

(a) acompanhamento da contagem física dos estoques, a não ser que seja impraticável:
(i) avaliar as instruções e os procedimentos da administração para registrar e controlar os resultados da
contagem física dos estoques da entidade.
(ii) observar a realização dos procedimentos de contagem pela administração.
(iii) inspecionar o estoque
(iv) executar testes de contagem e

(b) execução de procedimentos de auditoria nos registros finais de estoque da entidade para determinar se
refletem com precisão os resultados reais da contagem de estoque.

Esses procedimentos podem servir como teste de controle ou de procedimentos substantivos,


dependendo da avaliação de riscos do auditor, da abordagem planejada e dos procedimentos específicos
realizados.
II. AUDITORIA DE ESTOQUES - PROCEDIMENTOS
Acompanhamento do Inventario físico (NBC TA 501)

 A administração normalmente define os procedimentos, segundo os quais o estoque é contado


fisicamente, ao menos uma vez por ano, para servir de base para a elaboração das demonstrações
contábeis e, quando aplicável, para determinar a confiabilidade do sistema de controle permanente
de estoque da entidade.

 Se a contagem física dos estoques for realizada em outra data que não a data das
demonstrações contábeis, o auditor deve executar procedimentos para obter evidência de
auditoria de que as variações no estoque entre a data da contagem e a data das
demonstrações contábeis estão adequadamente registradas.

 Se o auditor não puder estar presente na contagem física dos estoques, devido a
imprevistos, ele deve efetuar ou observar algumas contagens físicas, em uma data alternativa, e
executar procedimentos de auditoria sobre transações ocorridas entre as duas datas.
CASO PRÁTICO
Com base nos aspectos
contábeis, objetivos e
controles internos e
procedimentos (testes) de
auditoria, crie programa
de trabalho para
Estoques.
I. AUDITORIA ESTOQUES - PROGRAMA DE TRABALHO
Programa de Trabalho de Estoques

(a) Verificar se existem diretrizes e procedimentos referentes aos subprocessos de Estoque, se as mesmas
possuem regras de alçadas definidas para a realização das transações e se foram revisadas e
aprovadas, garantindo uma adequação continuada. Assegurar que as políticas e procedimentos foram
comunicadas para as pessoas relevantes e atualizações são feitas e aprovadas regularmente.

(b) Obter arquivo com memória do cálculo de giro de estoques:

 Avaliar a adequação da análise e os comentários da Gerência.


 Verificar se ações foram tomadas quando distorções/problemas foram identificados.

(c) Obter evidência que o sistema está parametrizado para emitir avisos de estoque mínimo.

(d) Conferência do valor do estoque, se o saldo está de acordo com os critérios de avaliação
estabelecidos pela empresa e as normas contábeis.
I. AUDITORIA ESTOQUES - PROGRAMA DE TRABALHO
Programa de Trabalho de Estoques
(e) Acompanhar a contagem física dos estoques:

(i) avaliar as instruções e os procedimentos da administração para registrar e controlar os


resultados da contagem física dos estoques da entidade.
(ii) observar a realização dos procedimentos de contagem pela administração.
(iii) inspecionar o estoque (inspeção do estoque, ao acompanhar sua contagem física, ajuda o
auditor a averiguar existência do estoque (embora não necessariamente a sua propriedade), e
identificar, por exemplo, estoques obsoletos, danificados ou sem movimentação ).
(iv) Executar testes de contagem:
• mediante o rastreamento de itens selecionados dos registros de contagem da administração para
o estoque físico e o rastreamento de itens selecionados do estoque físico para os registros de
contagem da administração, fornece evidência de auditoria quanto à integridade e a precisão
desses registros.
• Obter cópias completas dos registros da administração de contagem física do estoque, ajuda o
auditor a executar os procedimentos subsequentes de auditoria para determinar se os registros
finais de estoque da entidade refletem com precisão os resultados reais da contagem de estoque.
II. AUDITORIA ESTOQUES - PROGRAMA DE TRABALHO
Pontos de atenção relacionados ao local de armazenamento e a contagem
física de estoques:
1. As precauções contra roubo são adequadas no local de armazenamento (cerca, portões, portas,
janelas, grades, balcões, etc.)?
2. Os inventários são feitos por empregados distintos dos encarregados da escrituração/custódia do
estoque?
3. Fazem-se contagens físicas e comparações com o modulo de inventário pelo menos uma vez por ano?
4. Investigam-se, aprovam-se e relatam-se as eventuais discrepâncias apuradas no inventário fisico?
5. Exerce-se vigilância adequada sobre as vendas de sucata e os estoques de sucata?
6. Informa-se periodicamente a administração sobre materiais obsoletos, avariados, os que tem consumo
lento e os estocados em excesso?
7. Existem instruções escritas para os procedimentos que serão executados no inventário?
8. A arrumação e a disposição do material inventariado são boas?
9. São fáceis de identificar os materiais durante o inventário físico?
10. Após a contagem física do inventário, são devidamente armazenadas as folhas de contagem usadas e
outras documentações?
11. No período de inventário, verifica-se suspensão de atividades do estoque (movimentação)?
12. Há aplicação de atividades de controle apropriadas, por exemplo, controle das etiquetas de contagem
(ou outras formas de controle similar) utilizadas e procedimentos de contagem e recontagem?
CASO PRÁTICO
Quais diferentes tipos de
possíveis distorções que
podem ocorrer para a
duramente a auditoria de
Estoques ?
i. existência
ii. direitos e obrigações
iii. ocorrência
iv. precisão, valorização e
alocação
v. classificação
EXERCÍCIOS
II. AUDITORIA ESTOQUES- EXERCICIOS
II. AUDITORIA ESTOQUES - EXERCICIOS
RESPOSTA: R$ 1.290.000

Saldo Inicial 1.500.000,00


Valor não registrado 200.000,00
Perdas - 130.000,00
Giro lento - 100.000,00
Obsoletos - 180.000,00
Saldo Ajustado 1.290.000,00
Valor do ajuste
II. AUDITORIA ESTOQUES - EXERCICIOS
II. AUDITORIA ESTOQUES - EXERCICIOS

CPC 16: “Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável
líquido, dos dois o menor.”
CASOS PRÁTICOS

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