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PROJETOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA I

TRABALHO 2 – CONCEITOS DE GESTÃO – 19/02/2021


FERNANDA DE SOUZA MAIA – GRR20162083

1. FAÇA UM HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE


DESDE O 5S ATÉ OS DIAS ATUAIS

1.1. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

O cuidado e atenção com a qualidade e serviços ofertados e a


preocupação em receber feedbacks positivos dos clientes é comum a todas as
empresas. Sistema de Gestão da Qualidade, denominado SGQ nas relações
empresariais, consiste em um conjunto de ações integradas à organização com
a finalidade de atender às políticas de qualidade e objetivos do negócio
aprimorando processos, serviços ou produtos. A implementação de um sistema
de gestão de qualidade aplica-se a todas as empresas independentemente do
ramo, porte ou finalidade.
Historicamente, definem-se os períodos de avanço dos sistemas de
gestão da qualidade como a Era da Inspeção, Era do Controle Estatístico e Era
da Qualidade Total. A Era da Inspeção consistia basicamente na dependência
da inspeção e retorno dos clientes sobre os produtos e serviços fornecidos para
as mudanças corretivas do processo, ou seja, havia participação ativa dos
consumidores na gestão da qualidade. Com o surgimento da produção em
massa, a partir da década de 30 nos Estados Unidos e década de 40 no Japão,
surgiu a Era do Controle Estatístico, com proposta de técnicas de amostragem
e procedimentos com base na estatística tem a finalidade de localizar os defeitos
do processo, sendo a inspeção de qualidade realizada por um departamento
específico. A grande mudança ocorreu a partir dos anos 50 com uma filosofia
gerencial que deixa de analisar os defeitos presentes em serviços ou produtos e
passa a designar um sistema de gestão para o acompanhamento da qualidade.
Esta importante mudança de foco sistemático da qualidade descentralizou a
responsabilidade pela garantia da qualidade dos produtos e serviços e passou a
se tornar ação presente em todas as frentes e ações das organizações.
A partir da década de 80 estabeleceu-se a prática de determinar um
planejamento estratégico empresarial com foco nos objetivos do negócio,
fortemente atrelado ao sistema de gestão da qualidade a fim de manter a
produtividade e inovação no mercado.
Atualmente as empresas são muito orientadas a resultados e a
implementação de sistemas de gestão e acompanhamento da qualidade são
fundamentais para garantir a qualidade dos processos, aprimorando resultados
e inclusive reduzir custos. A ISO 9001 foi criada para normatizar e definir
diretrizes para a implementação de um sistema de gestão da qualidade sólido,
possibilitando a certificação de empresas que sigam as orientações
especificadas.
Existem diversas ferramentas e metodologias de gestão que auxiliam o
controle de qualidade nos processos. Como a metodologia PDCA (Plan-Do-
Check-Act), que consiste em um ciclo de avaliação do planejamento realizado e
ajuste de estratégia para garantir a melhoria dos processos de maneira otimizada
e contínua. Outras das 7 ferramentas essenciais da gestão da qualidade serão
apresentadas em detalhes a seguir.

1.2. METODOLOGIAS E SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE


1.2.1. OS CINCO SENSOS (5S)
A metodologia 5S foi desenvolvida no Japão logo após a Segunda Guerra
Mundial com a finalidade de auxiliar a reestruturação das indústrias no país,
rapidamente a metodologia se expandiu para as indústrias ocidentais devido a
facilidade e simplicidade de aplicação com foco na redução de desperdícios.
A nomenclatura desta metodologia tem como origem os cinco sensos de
limpeza e organização da cultura japonesa: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e
Shitsuke. Traduzindo estes termos se referem a sensos de utilização, senso de
organização, limpeza, padronização e autodisciplina.
• Senso de utilização e descarte: tem como principal objetivo a organização
do ambiente, descartando o que é desnecessário e pouco relevante ao
objetivo final. Desta forma, inicia-se com a análise e determinação de tudo
que é realmente necessário para o propósito desejado.
• Senso de organização: este senso guia a organização prática do
ambiente e ferramentas de trabalho para fácil localização e acesso
quando necessário, reduzindo a perda de tempo para localizar as
ferramentas necessárias. Baseia-se essencialmente na classificação e
ordenação dos materiais conforme as necessidades de uso.
• Senso de limpeza: o principal ponto deste senso é a garantir a limpeza
dos ambientes e evitar sujar, pois a limpeza do local de trabalho tem
influência direta no desempenho de atividades, ganho de tempo, dinheiro
e produtividade.
• Senso de padronização: dedica-se à padronização e normatização dos
sensos apresentados anteriormente, no sentido de tornar uma rotina
garantindo o cumprimento dos preceitos descritos. Conhecido como
senso de saúde, pois consiste na identificação das práticas saudáveis e
propostas de padronização para aproveitá-las da melhor forma.
• Senso de autodisciplina: a disciplina é uma habilidade imprescindível para
a execução da metodologia 5s, pois torna uma responsabilidade a
execução das práticas saudáveis.
O fato da metodologia 5S trazer resultados benéficos à empresa com
atitudes e ações simples e corriqueiras, tornou esta ferramenta uma das mais
utilizadas até os dias atuais não apenas no âmbito empresarial, mas também em
escolas, universidades e na vida pessoal.
1.2.2. Histograma
O histograma foi utilizado pela primeira vez em 1883 pelo advogado André
Michel Guerry na França. Consiste em um diagrama de barras de frequência
comumente utilizado para análise de dados estatísticos e faz parte do conjunto
das 7 ferramentas de qualidade. Formado pela distribuição gráfica de frequência
em colunas para facilitar a visualização do número de vezes que um conjunto de
valores ocorre em uma amostra especificada. Permite a rápida interpretação das
categorias com maior frequência de ocorrência e tem ampla aplicação, sendo
livre a determinação das categorias de divisão e dados de frequência.
Os tipos de histograma podem variar de acordo com a dispersão ou
centralização das informações. Histogramas de tendência central tem a
frequência concentrada no centro do gráfico e estão associados a processos
mais padronizados e com baixa variabilidade. Histogramas de tendência
negativa são caracterizados pelo crescimento da frequência da esquerda para a
direita, contrário ao histograma de tendência positiva onde o sentido oposto é o
que apresenta crescimento de frequência. Histogramas multimodais, por outro
lado apresentam barras assimétricas, geralmente predominando as barras de
alta frequência. Histogramas achatados representam grande proximidade dos
valores das amostras e, por fim, de duplo pico, apresentam mais de uma faixa
com alta frequência. Esta é uma ferramenta bem visual e com grandes benefícios
associados à análise de informações para auxiliar na identificação de falhas no
processo e ações de melhoria contínua.

1.2.3. Diagrama de Dispersão


Com ampla utilização a partir de 1920, os gráficos de dispersão, também
denominados gráfico de correlação ou gráfico xy, consiste na representação
gráfica para identificação da correlação entre duas variáveis, geralmente analisa-
se a relação deu uma variável independente sobre uma variável dependente.
A análise de impacto de uma variável independente sobre uma variável
independente pode ser feita graficamente e traduz os resultados nas categorias:
correlação positiva, negativa e nula. Correlação positiva, quando há
aglomeração de pontos na diagonal principal com tendência crescente, neste
caso o aumento de uma variável acarreta o aumento de outra variável.
Correlação negativa, quando os pontos se concentram em uma diagonal
decrescente, indicando que o aumento da variável independente causa a
redução do valor da variável dependente. Já a correlação nula é a denominação
para o diagrama que não demonstra correlação aparente entre as variáveis de
análise. Dessa forma, o diagrama de dispersão é uma ferramenta fortemente
indicada para a identificação de possíveis causas raiz do problema.
1.2.4. Fluxogramas
Empregado pela primeira vez na década de 20 pelos engenheiros Lilian e
Franklin Gilbreath para facilitar o entendimento dos processos industriais na
época, os fluxogramas compõem uma importante ferramenta na gestão da
qualidade. Com a utilização de representações gráficas que permitem a
descrição objetiva das etapas e sequenciamento de ações em um processo.
Os fluxogramas são fortes aliados na melhoria contínua de qualidade uma
vez que fornecem uma visão completa e integrada do processo como um todo
possibilitando a identificação de oportunidades e otimização, identificação de
riscos, falhas e causas de problemas.

1.2.5. Cartas de Controle


As cartas de controle surgiram em 1924 pelo Dr. Walter Shewhart e tem
como princípio a previsão do comportamento de determinado fenômeno no
futuro. Consiste em um gráfico no qual plota-se as medidas para alguma
característica do processo agrupando pelo período, local, entre outros critérios,
formando subgrupos. As informações são obtidas e plotadas com frequência ao
longo do tempo de forma a construir um gráfico de controle consolidado. A partir
da coleta de informações e gráfico formado, determina-se uma faixa superior,
denominada limite superior de controle e uma faixa inferior, denominada limite
inferior de controle, além de uma linha média central do processo, determinadas
via estatística descritiva.
O principal objetivo das cartas de controle é facilitar a análise e evidenciar
que determinado processo está ocorrendo em estado controlado
estatisticamente ou prever e identificar variações no processo para que medidas
corretivas apropriadas sejam aplicadas. Além disso, as cartas de controle
fornecem informações consistentes para embasar tomadas de decisão e ações
de melhorias do processo. Tem como principal benefício justamente essa
capacidade de distinguir as variações comuns de causas especiais indicando se
requer atenção gerencial, o que ajuda a reduzir custos de processo, aumenta a
qualidade dos produtos e reduz retrabalhos.

1.2.6. Diagrama de Pareto


O diagrama de Pareto também compõe as 7 ferramentas básicas de
qualidade, criado por Vilfredo Pareto, esta metodologia passou a ser
amplamente utilizada na década de 40. Este diagrama consiste em um gráfico
de barras que ordena a frequência de determinadas situações em ordem
decrescente permitindo a localização de causas e problemas principais
garantindo a concentração dos esforços no que é mais relevante. O diagrama de
Pareto tem como diferencial a identificação de grandezas opostas, pequenos
problemas associados a grandes perdas.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio 80-20, de acordo com o qual
80% das consequências são provenientes de 20% das causas. Da mesma
forma, a interpretação contrária do gráfico de Pareto identifica muitos problemas
triviais que representam perdas pequenas. Desta forma, a principal vantagem o
gráfico de Pareto que ordena as informações percentuais acumuladas do
processo, é a concentração dos esforços de melhoria em poucos pontos
associados a maior perda de valor, ou seja, solucionam-se mais questões com
um foco menor.

1.2.7. Diagrama de Ishikawa


Criado no Japão na década de 50, o diagrama de Ishikawa, também
conhecido como espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito. A ferramenta
tem como objetivo identificar, definir, classificar e exibir graficamente as causas
de determinado problema. O desenvolvimento do diagrama de Ishikawa inicia-
se com um problema inicial sobre o qual deseja-se identificar as causas e efeitos
e desdobrar ações de melhoria. Portanto realiza-se um brainstorming a respeito
de todas as possíveis causas para o problema em questão e realiza-se uma
classificação de efeito às causas, pontuando as mais relevantes.
O diagrama de Ishikawa, forte ferramenta de gestão de qualidade, auxilia
na identificação de causas para o problema analisado tornando a análise de
soluções mais focada nas causas mais relevantes e garantindo a construção de
um plano de ação mais eficaz para a resolução dos problemas.

1.2.8. Folhas de Verificação


Também denominado de checklist ou lista de verificação, a lista de
verificação consiste em um formulário utilizado para padronizar e facilitar a coleta
de dados para análise de um processo. As folhas de verificação são uma
ferramenta importante para registro das informações importantes sobre o
processo analisado. Pode conter as informações de localização do defeito,
quantidades, classificação, tipos e número de reclamações, causas de efeitos.
As folhas de verificação são muito utilizadas para controlar a produção em
sistema de amostragens, analisando se as medidas de um produto atendem às
requisições esperadas. O principal benefício do emprego desta metodologia
consiste na organização e coleta simplificada das informações relevantes para
análise de um processo.

Apresentadas as principais metodologias desenvolvidas ao longo do


tempo com a implementação e melhoria do próprio sistema de gestão da
qualidade, conclui-se que o controle dos processos empregando metodologias e
ferramentas adequadas agrega muito valor às organizações, inclusive impactos
financeiros consideráveis.
REFERÊNCIAS

AMARAL, F. Histograma: O Que É e Como Fazer. Julho, 2019. Disponível em:<


https://gestaoprodutiva.com.br/>.

CONSULTORIA ISO. O que é Sistema de Gestão da Qualidade? Dezembro,


2017. Disponível em:< www.consultoriaiso.org>.

DE PAULA, G. B. O que é SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade Total) e


como ele pode ajudar a reduzir custos e melhorar os resultados. Agosto,
2016. Disponível em:< https://www.treasy.com.br/>.

FERRAMENTAS DA QUALIDADE. Histograma. Novembro, 2016. Disponível


em:< https://ferramentasdaqualidade.org>.

LONGO, R. M. J. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos


Básicos e Aplicação na Educação. Janeiro, 1996. Disponível em:<
http://repositorio.ipea.gov.br/>.

MEREO. Metodologia 5s: saiba tudo sobre esse conceito. Julho, 2017.
Disponível em:< https://mereo.com/>.

RAMOS, D. Gurus da Qualidade: Kaoru Ishikawa. Julho, 2017. Disponível


em:< https://blogdaqualidade.com.br/>.

SANTOS, V. M. Como surgiram os Gráficos de Controle? O que são? Abril,


2017. Disponível em:< https://www.fm2s.com.br/>.

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