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Na área de intervenções sociais, como em todas as demais, um projeto bem elaborado deve ser:
gera credibilidade e reúne as condições para obter apoio para seu financiamento e
execução,
1- Diagnosticar o problema:
Um projeto deve basear-se em uma análise correta e completa da situação sobre a qual
vai intervir o projeto. Trata-se de identificar uma situação-problema vivida pela população que será
beneficiária e que se buscará transformar. Esta é uma etapa fundamental do processo de
preparação do projeto e da qual dependerá em grande parte seu acerto e sucesso.
O desafio neste momento é definir os problemas com o máximo de informação possível.
Esta identificação não é fácil, porque geralmente os problemas sociais estão entrelaçados uns aos
outros, têm causas múltiplas (combinando causas locais e nacionais, causas conjunturais e
estruturais, causas possíveis de serem modificadas por um projeto e outras que escapam às suas
dimensões exigindo intervenções mais amplas).
Devemos, portanto, analisar o problema de forma abrangente, porém sem nos afastar
demais do raio possível de ação do projeto.
O diagnóstico consiste no exame detalhado do problema ou necessidade sobre o qual
atuará o projeto. Ele proporciona parte dos elementos para justificar que se execute uma
intervenção.
Para realizá-lo é preciso coletar informações junto à população e às instituições, além de
consultando documentos oficiais. Quando as informações que se requerem não estão disponíveis
através dos dados estatísticos publicados, o que é ocorre com frequência em projetos muito
focalizados (realizados em um bairro ou escola, por exemplo), é indispensável realizar um
diagnóstico para obtê-las. A sua profundidade dependerá das características e exigências de cada
projeto.
Para realizar o diagnóstico é necessário dispor das seguintes informações:
as causas do problema
os efeitos provocados pelo problema
a gravidade e a dimensão do problema
a quem atinge (incidência). Principais variáveis pertinentes ao tema: demográficas,
socioeconômicas, indicadores globais de cobertura
o que pensam as pessoas atingidas pelo problema
as possibilidades de preveni-lo
o que poderá acontecer caso não se intervenha para resolver o problema
grupos relevantes que poderão desempenhar um papel importante no desenvolvimento
do projeto (por exemplo, a família dos alunos, os empresários que oferecem estágios a
alunos de cursos técnicos, outras instituições que trabalham na área onde realizará o
projeto)
O mais desejável é que o diagnóstico e análise da situação inicial contem com a
participação ativa da população (ou consulta) e a colaboração de especialistas
O principal resultado do diagnóstico é a delimitação do problema e a descrição
de sua situação inicial ou linha de base. A situação inicial ou linha de base (onde estamos) é o
nível a partir do qual se estabelecem as metas de objetivo do projeto (aonde queremos chegar).
Além disto possibilitará comparar e avaliar os alcances do projeto. É a partir da identificação de um
problema e suas causas que se projeta uma solução.
2- Definir os objetivos:
Em seguida à identificação e análise do problema central sobre o qual se pretende atuar,
requer que sejam definidos os objetivos específicos do projeto e a forma como será possível
alcançá-los em um prazo estabelecido.
Os objetivos específicos de qualquer projeto social não são a mera entrega de bens ou
serviços, mas o impacto que ele produz, eliminando ou diminuindo o problema ou necessidade. Por
esta razão, o objetivo não deve ser confundido com os produtos nem com as atividades do projeto.
Por exemplo, o objetivo de um projeto não pode ser construir uma escola. A construção da
escola é um resultado que, juntamente com outros, irá permitir a elevação do nível de escolaridade
das crianças.
Árvore de objetivos:
A partir do mesmo recurso metodológico utilizado para a árvore de problemas, elabora-se
uma árvore de objetivos. Nesta árvore:
- o tronco é o objetivo específico do projeto;
- os galhos e as folhas são os efeitos positivos que se buscará provocar com o projeto;
- as raízes são os meios através do quais se intervirá nas causas do problema para transformá-lo
Ao identificar os meios na árvore de objetivos, também se está delimitando possíveis
alternativas de intervenção. Estas alternativas devem ser realistas dentro do contexto em que se
elabora o projeto. Por esta razão, caso no momento de identificação dos meios para alcançar o
objetivo central, somente existirem causas que o projeto não poderá alterar sozinho, é necessário
refazer a árvore de problemas, caso contrário torna-se inviável identificar uma alternativa de
intervenção.
Produto 1 Produto 2
Objetivo geral do projeto (ou Fim, ou objetivo superior): define como o programa ou projeto
contribuirá, a longo prazo, para a melhora na situação da população objetivo e solução do
problema identificado. Não implica que o programa seja suficiente para atingir este fim.
Objetivo central do projeto (ou propósito do projeto): anuncia em forma clara e concisa
qual é a alteração se espera que o programa provoque na situação inicial dos beneficiários.
Trata-se da indicação do efeito positivos duradouros provocados pelo programa nos
beneficiários efetivos. Representa a mudança que o projeto provoca. Tal efeito ou mudança se
alcança depois de completada a execução do projeto. A obtenção desta alteração permitirá
considerar que o programa teve êxito, isto é, alcançou seu objetivo central ou propósito.
Atividades: são as ações que devem ser realizadas para obter cada um dos resultados;
requeridas para produzir os componentes planejados. As atividades são apresentar na matriz
lógica agrupadas por componente ou produto.
A lógica horizontal da matriz
No sentido horizontal, a matriz deve mencionar de forma precisa a medição dos efeitos do
projeto, especificando indicadores chave e fontes de verificação dos mesmos.
No sentido horizontal a matriz define as metas a serem obtidas para cada nível do programa
(atividade, componente e objetivos). Tais metas são estabelecidas utilizando indicadores, que
são critérios de qualidade, quantidade e tempo para o alcance de cada um destes níveis de
desempenho.
Meios de Verificação
Esta coluna contém referência às fontes de dados onde podem ser obtida informação
sobre a situação, comportamento ou desempenho de cada indicador durante a execução do
projeto. Os que desenham os projetos devem identificar fontes ou fazer arranjos especiais para
recolher informação, possivelmente como atividade do projeto, com seu custo correspondente.
Fontes secundárias: dados recolhidos regularmente e com freqüência são publicados. Fonte
menos custosa, embora os dados possam requerer tabulação ou processamento para serem
aplicados à população objetivo.
Fontes primárias: se não há fonte secundária, temos que considerar coleta ou geração de
dados. É fundamental definir quem financia essa coleta; se for o projeto, isso deve estar
especificado no orçamento e atividades, devendo ser considerada freqüência da coleta da
informação. Quem fará a coleta? Será a entidade executora? Outra agência? Que quantidade de
informação é requerida?
Esta coluna inclui as condições externas ao programa, não controladas diretamente por ele, que
são imprescindíveis para obter o êxito esperado, em cada um dos níveis de objetivos.
Correspondem a acontecimentos, decisões ou condições que devem ocorrer para que se
obtenham os distintos níveis de objetivos.
O enfoque do Marco Lógico requer que sejam identificados riscos em cada nível: atividades,
componentes, propósito e fim. Este risco se expressa na matriz lógica como um suposto que
deve ocorrer, como uma condição que deve verificar-se para que seja atingidos os distintos
níveis da coluna de objetivos.
A equipe deve se perguntar o que pode falhar em cada nível. Nas atividades podem faltar
recursos ou estes chegarem fora do tempo, poderia haver mudança na prioridade do governo,
uma greve, uma desvalorização monetária. Devem ser incluídos os supostos mais importantes.
No desenho, essa coluna ajuda a identificar riscos que poderiam ser evitados através da
inclusão de atividades adicionais e componentes do projeto.