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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Orçamento do Estado Moçambicano

Assima Catissa Taquidir Abdula Código: 708184661

Curso: Administração Pública


Disciplina: Administração de Finanças
Publicas
Ano de frequência: 3º Ano

Beira, Junho, 2020


Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução...................................................................................................................................1

1.0. Orçamento do estado............................................................................................................2

1.1. Princípios e regras da elaboração do orçamento do Estado.................................................2

1.2. O Orçamento do Estado Moçambicano...............................................................................2

1.2.1. Tipos de orçamentos.........................................................................................................3

1.3. Composição do orçamento...................................................................................................3

1.4. Dimensões e funções do orçamento.....................................................................................4

1.5. Realidades semelhantes.......................................................................................................4

1.6. A Lei de Enquadramento do Orçamento do Estado (LEOE)...............................................5

1.6.1. Aspectos gerais.................................................................................................................5

1.7. Lei do Orçamento do Estado................................................................................................6

1.8. Processo orçamental.............................................................................................................6

1.8.1. Generalidades....................................................................................................................6

2. Plano Estratégico Das Finanças Públicas...............................................................................8

2.1. Principais objectivos do PEFP.............................................................................................8

2.1.1. Descrição dos objectivos do Plano Estratégico Das Finanças Públicas...........................8

Conclusão..................................................................................................................................14

Referências Bibliográficas........................................................................................................15

iv
Introdução
Neste presente trabalho de Administração de Finanças Publicas, faz uma abordagem
minuciosa sobre o Orçamento do estado moçambicano.

Nesta vertente faremos uma descrição da caracterização da mesma, falando dos princípios e
regras da elaboração do orçamento do estado; tipos de orçamentos; composição do
orçamento; dimensões e funções do orçamento; realidades semelhantes; a lei de
enquadramento do orçamento do estado (LEOE); lei do orçamento do estado; processo
orçamental; plano estratégico das finanças públicas e descrição dos objectivos do plano
estratégico das finanças públicas.

De salientar que para a realização deste presente trabalho, foi o fruto de uma leitura minuciosa
das obras já existente sobre este tema em estudo.

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1.0. Orçamento do estado
Orçamento do Estado - é o documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas
as despesas a realizar num determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução
da política financeira do Estado, segundo o Capitulo I, Artigo 12 da Lei do SISTAFE
(Sistema de Administração Financeira do Estado)

1.1. Princípios e regras da elaboração do orçamento do Estado


De acordo com Artigo 13 da Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro do Sistema Da Administração
Financeira Do Estado, na sua preparação e execução, o Orçamento do Estado observa, de
entre outros, os seguintes princípios e regras:
a) Anualidade, nos termos do qual o Orçamento tem um período de validade e de
execução anual, sem prejuízo da existência de programas que impliquem encargos
plurianuais;
b) Unidade, na base do qual o Orçamento é apenas um;
c) Universalidade, pelo qual todas as receitas e todas as despesas que determinem
alterações ao património do Estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas;
d) Especificação, segundo o qual cada receita e cada despesa deve ser suficientemente
individualizada;
e) Não compensação, através do qual as receitas e as despesas devem ser inscritas de
forma ilíquida;
f) Não consignação, por força do qual o produto de quaisquer receitas não pode ser
afectado à cobertura de determinadas despesas específicas, ressalvadas as excepções
previstas no n.º 2 seguinte;
g) Equilíbrio, com fundamento no qual todas as despesas previstas no Orçamento
devem ser efectivamente cobertas por receitas nele inscritas;
h) Publicidade, em conformidade com o qual a Lei Orçamental, as tabelas de receitas e
as tabelas de despesas e bem assim as demais informações económicas e financeiras
julgadas pertinentes devem ser publicadas em Boletim da República.

1.2. O Orçamento do Estado Moçambicano


De acordo com artigo 12 da lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro, Orçamento do Estado é o
documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a realizar num
determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução da política financeira do
Estado.

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O Orçamento de Estado (OE) é documento único, apresentado sob forma de lei, um a que
comporta uma descrição detalhada de todas as receitas e despesas do Estado, propostas pelo
governo e autorizadas pela Assembleia da República (AR), e antecipadamente previstas para
um horizonte temporal de um ano. O OE é elemento económico, político jurídico. Enquanto
elemento económico, corresponde à actividade financeira com impacto sobre a economia e
sendo também aquela influenciada pela própria economia. Enquanto elemento jurídico,
corresponde a autorização política concedida pelo parlamento mediante aprovação da
elaborada uma a proposta submetida pelo Governo. Enquanto elemento jurídico, é
instrumento, sob forma de lei, e um a condiciona poderes financeiros do Estado, diz respeito à
realização de despesas à que os no que e obtenção de receitas.

O artigo 21 da mesma lei, estabelece que a elaboração do Orçamento do Estado é anual e da


competência do Governo. Na elaboração anual dos seus programas e orçamentos, o Governo
deve ter em conta a sua compatibilização com os orçamentos de investimento plurianuais,
considerando toda a planificação delineada na preparação destes. A programação e execução
do Orçamento do Estado devem ser tratadas a preços correntes.

1.2.1. Tipos de orçamentos


De acordo com PERREIRA et all, existem três (3) tipos de orçamento a citar:
 Orçamento de exercício: se as receitas e despesas são inscritas no orçamento tendo em
conta o momento em que a obrigação e ̸ ou o direito nasce.
 Orçamento de gerência: quando este inscreve aqueles dos dois instrumentos
financeiro (receitas e despesas), no momento em que devem ser cumpridas as
obrigações ou exercícios dos direitos correspectivos.
 Orçamento de tesouraria: aquele permite programação dos pagamentos - que a e
recebimentos, pode estar presente quer num orçamento de gerência quer no de
exercício.

1.3. Composição do orçamento


De acordo com a lei 9/2002 de 15 de Fevereiro, o orçamento de Estado pode ser dividido em
três componentes:
 Receitas: Esta componente diz respeito a todos os recursos financeiros cujo
beneficiário é o Estado, e tem em vista financiamento de despesas públicas. No
sentido restrito são consideradas receitas do Estado as obtidas através do pagamento
de impostos ou de obrigações ao Estado pela provisão de determinados bens e
serviços, vendas patrimoniais, portanto todos os recursos resultantes da própria
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actividade do Estado. No sentido mais amplo, as receitas públicas incluem para além
destes itens os recursos provenientes de donativos e empréstimos.
 Despesas: Esta é a componente dos gastos do governo e também se designam por
"despesas públicas" ou "gastos públicos". Governos podem gastar seus recursos, por
exemplo, no procurement (aquisições) de bens e provisão de serviços, para pagar o
serviço de dívidas, fazer investimento, e outras despesas com vista a satisfazer as
necessidades públicas.
 Saldo Orçamental: este poderá ser um superavit ou um deficit. O superávit
orçamental ocorre quando as receitas do Estado são maiores que as despesas. Um
deficit no orçamento ocorre quando as despesas do governo são maiores que as
receitas, e neste caso deverão ser encontradas alternativas de financiamento a despesas
não cobertas.

1.4. Dimensões e funções do orçamento


De acordo com CATARINO (2012), as dimensões e funções do orçamento podem serem
resumido da no seguinte quadro:

Dimensão Função
Autorização pol5tica - Tributação e despesas dependentes da
Política do plano financeiro aprovação pela AR.
do Estado - Assegurar equilíbrio e separação
de poderes
Limitação dos - (De) limitação dos poderes políticos do
Jurídica poderes financeiros o Estado
Estado
Previsão da gestão - Gestão racional e eficiente de
Económica orçamental e uma fundos públicos.
exposição do plano -Definir e executar a política económica e
financeiro do Estado social do governo

1.5. Realidades semelhantes


Para CATARINO (2012), pela importância na distinção do orçamento, por dada proximidade,
com ele podem confundir-se, tais como a conta do Estado, o orçamento das pessoas privadas,
o Plano Economico e os orçamentos Administrativos.

 Conta do Estado: Esta é um registo ex-post da execução orçamental, difere-se do


orçamento pelo elemento temporal: a conta é um registo de factos passados reportando
o modo de execução do orçamento que diferentemente, o orçamento versa sobre uma
previsão.

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 Balanço do Estado: Avalia e confronta o activo e passivo do Estado num
determinado momento, por forma a apurar a sua situação patrimonial.
 Orçamento das pessoas privadas: Diferenciando-se do orçamento do Estado, os
orçamentos privados não detêm funções os orçamentos as política e jurídica, não são
dotadas de vinculatividade, não obstante se lhes reconheça a qualidade e estimativas
racionais.
 Plano Económico: Este não abrange o universo da actividade financeira e limita-se a
algumas previsões de despesas.
 Orçamentos Administrativos: Orçamentos que constituem previsões e autorizações
administrativas internas atinentes a sectores ou estruturas da Administração.

1.6. A Lei de Enquadramento do Orçamento do Estado (LEOE)

1.6.1. Aspectos gerais


A LEOE, visa facilitar o processo de elaboração, aprovação, execução, controlo e fiscalização
do orçamento através:

 Do estabelecimento de princípios gerais que regulam o processo orçamental em todas


as suas fases e níveis institucionais, muitos dos quais se encontravam anteriormente
dispersos por diversos diplomas legais;
 Da introdução de um sistema de classificação orçamental moderno, abrangente e
consistente; e
 Da unificação dos orçamentos corrente e de investimento.

A aprovação da LEOE surgiu da constatação de que existia em Moçambique uma acentuada


falta de transparência e rigor na planificação orçamental, e uma certa dose de improviso na
captação e afectação dos dinheiros públicos. Tal não é compatível com um bom desempenho
do Estado em matéria de política económica e social. O outro inconveniente detectado
prendia-se com a separação entre o orçamento corrente e de investimento, que assentavam em
diferentes classificadores orçamentais e diferentes períodos fiscais. Tal dificultava
enormemente a análise da afectação de recursos públicos e a sua associação a objectivos de
política económica e social, bem como a avaliação da sustentabilidade das despesas públicas.

A LEOE e toda a legislação que lhe é complementar, veio criar um quadro orçamental mais
adequado às necessidades de intervenção pública moderna, eficaz eficiente, uma e que
cumpre com as exigências de uma economia de mercado funcional e uma democracia
parlamentar. A sua introdução constitui um passo preponderante para que o orçamento do
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Estado passe a cumprir de forma mais satisfatória funções lhe sejam elas de as que competem,
natureza económica lei formal, ou política. E já sabido que o orçamento tem a natureza
jurídica de posição de decorre, aliás, do n o 1 Artigo 26 da Lei do SISTAFE que estabelece que
a Assembleia da República delibera a proposta de Lei do orçamento do Estado.

A Lei SISTAFE é lei reforçada não podendo contraída orçamentais, uma ser por concretos
actos sob indirecta pena de ilegalidade ou inconstitucionalidade indirecta.

1.7. Lei do Orçamento do Estado


1. A Lei do Orçamento ou lei orçamental, é elaborada, organizada, votada executada,
anualmente, de acordo com a respectiva lei de enquadramento, que incluirá o regime
atinente à elaboração e execução dos orçamentos dos fundos e serviços autónomos.
2. A proposta de Orçamento é apresentada e votada nos prazos fixados na lei, a qual
prevê os procedimentos a adoptar quando aqueles não puderem ser cumpridos.
3. A proposta de Orçamento é acompanhada de relatórios sobre:

a. A previsão da evolução dos principais agregados macroeconómicos com


influência no Orçamento, bem como da evolução da massa monetária e suas
contrapartidas.
b. A justificação das variações de previsões das receitas despesas relativamente
ao Orçamento anterior.
c. A divida pública, as operações de tesouraria e as contas do Tesouro;
d. A situação dos fundos e serviços autónomos;
e. As transferências de verbas para as regiões autónomas e as autarquias locais;
f, As transferências financeiras entre Portugal e o exterior com incidência na
proposta do Orçamento;
g. Os benefícios fiscais e a estimativa da receita cessante.
A Lei do Orçamento do Estado não é uma mera lei de organização mas um acto concreto de
disposição de cuja conformidade depende a validade de actos administrativos e cuja violação
determina sanções.

1.8. Processo orçamental

1.8.1. Generalidades
O processo orçamental tem sido, ao longo das últimas cinco décadas e um pouco por todo o
mundo, alvo de uma constante evolução, esta que é resultado de entre outros factores das
mudanças operadas nos sistemas políticos nas teorias económicas, nas abordagens de gestão

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orçamental, nos princípios contabilísticos e na conduta da Administração Publica. O processo
orçamental é continuo não se limita a cada ano económico, ou seja, não é um processo que se
esgota no próprio ano económico, mas que tem continuidade ao longo do tempo.

De acordo com BENTO (2000), podemos assim considerar dois (2) tipos de processos
orçamentais:

a) Processo orçamental em sentido lacto


Este começa com o estabelecimento de objectivos e metas de natureza económica e social,
tendo consideração informação disponível e a realidade económica, social, política e
administrativa do país. Tendo como base nos objectivos e nas metas definidas estabelecem-se
politicas económicas e sociais. A seguinte fase compreende o desenvolvimento de programas
ou planos financeiros de curto, médio e longo prazo. O processo orçamental envolve uma
imensidade de informação e refere com varias áreas sectores e politicas. Por conseguinte, ele
implica a participação de vários órgãos da administração pública.

Contudo, há que destacar o importante papel desempenhado ao longo de todo processo pela
Direcção Nacional do Plano e Orçamento (DNPO), instituição responsável pela programação
e orçamentação e despesas, e pela monitoria do orçamento.

No nosso país, o processo orçamental tem vindo a ser alvo de profundas reformas, com vista a
aproximar a afectação de recursos dos objectivos, metas e politicas traçadas.

b) Processo orçamental em sentido restrito


E aquele que se preocupa especificamente pela elaboração e execução do orçamento. A LEOE
presta uma especial atenção å esta concepca0 mais restrita, mas extremamente importante, o
processo orçamental. O processo orçamental em Moçambique, tal como descrito na LEOE,
compreende cinco (5) fases distintas:

A começar com a elaboração da proposta de Lei do Orçamento (fase 1), que é a seguir
apresentada à AR para a sua aprovação (fase 2). De acordo com o artigo 25 lei 9/2002 de 15
de Fevereiro secção V: “O Governo submeterá até ao dia 30 de Setembro de cada ano à
Assembleia da República a proposta do Orçamento do Estado a que se refere o nº. 1 do artigo
21 desta Lei”.

Tendo sido aprovado, o orçamento é executado (fase 3) podendo ser sujeito a alterações
previstas na lei. “A Assembleia da República delibera sobre a proposta de Lei do Orçamento
do Estado até 15 de Dezembro de cada ano”. (Artigo 26 lei 9/2002 de 15 de Fevereiro).

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Findado o ano económico, procede-se ao enceramento das contas (fase 4), as quais são depois
fiscalizadas (fase 5).

Compete ao Ministério do Plano e Finanças (MPF) efectuar a programação orçamental,


executar e contabilizar os meios financeiros do orçamento do Estado, inspeccionar e controlar
a utilização dos fundos do Estado. Na execução de tais funções MPF apoia-se órgãos da
Administração Publica, o nos restantes quer ao nível central quer ao nível das províncias.

De referir que pela sua natureza existem ainda outras instituições externas ao governo que
também participam no processo orçamental, tais como a AR (nas fases de aprovação e
fiscalização) e o Tribunal Administrativo (na fase de fiscalização).

2. Plano Estratégico Das Finanças Públicas


2.1. Principais objectivos do PEFP
De acordo com PEFP (2016), são principais objectivos:
A. Estimular a poupança e o investimento privado:
A1 - Promover o País como destino preferencial para o investimento
A2 - Contribuir para o desenvolvimento do empresariado nacional
B. Aumentar a arrecadação das receitas do Estado:
B1 Optimizar os mecanismos de cobrança
B2 - Fortalecer os mecanismos de inteligência, investigação, fiscalização e
auditoria tributária
C. Assegurar a afectação criteriosa dos recursos:
C1 - Garantir Projecções Macroeconómicas e Estudos atempados e de
qualidade na Área de Finanças Públicas
D. Melhorar a gestão do património do Estado:
D1 – Melhorar a gestão das aquisições públicas.

2.1.1. Descrição dos objectivos do Plano Estratégico Das Finanças Públicas

A. Estimular a poupança e o investimento privado


O objectivo central do PQG é a melhoria das condições da vida do povo aumentado o
emprego, a produtividade e a competitividade, criando riqueza e gerando um desenvolvimento
equilibrado. Para além de garantir a arrecadação das receitas, alocar os recursos, gerir o
património e garantir a sustentabilidade da dívida, que constituem suas actividades principais,
as FP devem contribuir para estimular a poupança e o investimento público pelo que, de entre
outras, consideram-se prioritárias as seguintes acções:
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A1 - Promover o País como destino preferencial para o investimento
Com esta acção pretende-se dar a conhecer as potencialidades e oportunidades de negócio que
o País dispõe com vista a atrair e promover investimentos nacionais e estrangeiros que
possam aumentar a produção e o emprego. Assim, de entre outras, deve-se:

Divulgar e promover as oportunidades de investimento concretas em particular nos


sectores prioritários;
Actualizar e disseminar a legislação sobre investimentos e assessorar, técnica e
financeiramente, as iniciativas de investimento privado;
Facilitar a implantação de projectos estruturantes como Polos geradores de
desenvolvimento rápido e sustentável;
Facilitar o acesso às garantias e incentivos fiscais previstos na legislação sobre
investimentos e assegurar a implementação efectiva de empreendimentos elegíveis,
incluindo a retenção e expansão do investimento;
Consolidar o modelo de zonas económicas especiais baseado nos pólos de crescimento
integrado;
Promover o estabelecimento e desenvolvimento de zonas económicas especiais e
zonas francas industriais dedicadas a sectores de actividades específicos;
Elaborar e submeter para aprovação do código do IVA para promover o agro-negócio;
Reduzir os custos de transacção no comércio internacional;
Elaborar uma colectânea de legislação fiscal para facilitar o conhecimento do sistema
tributário nacional aos investidores.

A2 - Contribuir para o desenvolvimento do empresariado nacional


Criar condições para um ambiente propício para o desenvolvimento do empresariado
nacional, com enfâse para PME a laborarem essencialmente nas zonas rurais do País,
empresas essas que possam contribuir para o desenvolvimento da cadeia de valores da
produção agrícola, isto é, comercialização e pequena industria transformadora. Deste modo,
serão implementadas, de entre outras, as seguintes actividades:

Angariar recursos para financiar instituições de intermediação financeira, em


particular as de microfinanças, que repassarão os fundos a título de crédito a pessoas
singulares e colectivas que fazem actividades nas zonas rurais;
Reduzir o risco e custo do crédito bancário, criando central de registo de garantias
mobiliarias e registo de informação de crédito de gestão privada por via da aprovação

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da Lei sobre garantias mobiliarias e regulamentação da Lei que cria o sistema de
informação de crédito de gestão provada;
Promover actividades ligadas à expansão e dinamização do empresariado nacional,
particularmente, o de pequena e média dimensão.
Reestruturar a dívida das empresas do SEE e eliminar as dívidas do Estado relativas ao
fornecimento de bens e serviço;
Promover a criação e desenvolvimento de instituições financeiras de base comunitária
que incentivem o equilíbrio do género em actividades económicas e promovam a
poupança e crédito e a sua transformação em operadores permanentes integrados no
sector financeiro formal;
Prestar assistência técnico-financeira às iniciativas de desenvolvimento económico e
social, através de instituições especializadas;
Manter e incrementar os incentivos visando promover a bancarização da economia
nacional, a poupança e alargamento dos serviços financeiros formais e informais às
zonas rurais e peri-urbanas, de modo a aumentar investimentos no país, e por via desta
aumentar o volume de negócios, circulação monetária, geração de riqueza, criação de
postos de trabalho e consequentemente aumento de receitas para o Estado.
Promover linhas de financiamento especiais orientadas para o desenvolvimento das
actividades económicas de vale do Zambeze através da implementação do Fundo
Catalítico.
Promover a captação de empresas para o Mercado Bolsista.

B. Aumentar a arrecadação das receitas do Estado


B1 Optimizar os mecanismos de cobrança
Com esta acção pretende-se criar as condições necessárias, nomeadamente no atendimento ao
público, actualização da legislação de modo a incorporar a actividade mineira e petrolífera e
na simplificação dos procedimentos, que garantam o aumento da arrecadação das receitas,
pelo que serão implementadas, de entre outras, as seguintes actividades:

Publicitação do calendário fiscal e dos prazos de submissão das declarações para


apoiar o contribuinte a manter a sua regularidade fiscal.
Realização de campanhas de educação fiscal, aduaneira e popularização de impostos;
Incremento de acções de consciencialização dos Contribuintes da necessidade de
cumprimento das suas obrigações dentro dos prazos;

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Realização de citações via edital, de forma a chamar os devedores de difícil
localização devido à mudança dos seus endereços;
Redução gradual do stock e fluxo das dívidas do imposto em atraso;
Incremento de penhoras e hastas públicas de bens de contribuintes com dívidas na
fase da cobrança coerciva;
Divulgação da possibilidade de se solicitar o pagamento de dívidas em prestações;
Intensificar o saneamento de processos que pelo decurso do tempo se mostram
prescritos, com vista a concentrar esforços na dívida ainda cobrável.
Continuação da melhoria da base de dados de NUIT, procedendo a eliminação dos que
possam estar duplicados;
Melhoria da prestação do atendimento púbico.

B2 - Fortalecer os mecanismos de inteligência, investigação, fiscalização e auditoria


tributária
Com esta acção pretende-se criar as condições necessárias, nomeadamente na investigação,
fiscalização e auditoria, que contribuam no aumento da arrecadação das receitas com maior
enfoque aos grandes contribuintes e ao sector mineiro e petrolífero pelo que serão
implementadas, de entre outras, as seguintes actividades:
Garantir a prestação de contas através da supervisão externa e controlos internos
incluindo a percepção do público e a publicação das suas actividades.
Garantir que os litígios sobre impostos sejam eficientes e eficazmente solucionados;
Criar equipas especializadas para acções de inteligência, investigação, fiscalização e
auditoria tributárias, como medidas de reforço para o cumprimento das obrigações por
parte dos contribuintes;
Formar pessoal especializado na identificação e análise de riscos de incumprimento
pelos contribuintes no geral, e de modo particular, para os grandes contribuintes e para
os operadores do sector de recursos naturais;
Realizar acções de fiscalização e auditoria aos detentores de título mineiro,
principalmente para os detentores de licença de comercialização.
Criar uma base de dados para melhor análise do risco e intensificar as acções de
fiscalização e auditorias dos grandes contribuintes.

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C. Assegurar a afectação criteriosa dos recursos
C1 - Garantir Projecções Macroeconómicas e Estudos atempados e de qualidade na
Área de Finanças Públicas
Para materialização desta acção deve-se, de entre outras, garantir:
A implementação do SPO, através de:
a. Operacionalização dos principais instrumentos de planificação conforme
definidos no SPO a todos os níveis, central e local, através de programas
específicos com objectivos e indicadores claros, alinhados com o CFMP;
b. Revisão, harmonização e alinhamento dos Planos Estratégicos Sectórias,
Províncias e Distritais, com base na planificação programática;
c. Desenvolvimento da aplicação informática – Módulo de Planificação e
Orçamento (MPO) – e o Manual de Planificação e Orçamentação (MPO);
d. Realização de capacitações e formações aos utilizadores do MPO a nível
Central, Provincial e Distrital.

A operacionalização dos principais instrumentos de planificação a todos os níveis,


através de programas específicos com objectivos e indicadores claros;
O aumento da abrangência e qualidade do Plano e Orçamento do Estado, incluindo
nele todas as entidades que fazem parte do Estado;
A identificação dos critérios para afectação de recursos com base nas prioridades
definidas no PQG, em consonância com a componente de descentralização e
desconcentração;
Projecções macroeconómicas e estudos diversos que apoiem a área das Finanças
Públicas, com a concepção de novos modelos e melhorias nas capacidades humanas
para o efeito.
A concepção de novos modelos de previsão de crescimento económico e inflação e
construção do modelo de consistência macroeconómica (Quadro Macro), com vista a
melhoria da qualidade da previsão dos indicadores económicos, através do
desenvolvimento e análise de cenários que permitam avalia diferentes opções de
política fiscal para tomada de decisões;
A formação de técnicos na utilização do modelo macroeconómico acima identificado;
A elaboração de estudos de avaliação das finanças públicas em termos de receitas,
despesa pública e dívida pública;
A melhoria da metodologia da elaboração do CFMP de forma a garantir que o mesmo
responda às necessidades da planificação e Orçamentação;
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A elaboração do CFMP reduzindo as discrepâncias entre os indicadores deste e os
limites orçamentais ao nível provincial e central;
A formação em cursos de curta e média duração de técnicos em matérias de
planificação estratégica.

D. Melhorar a gestão do património do Estado


Entende-se por património do Estado, os bens móveis e imóveis, direitos e obrigações do
Estado. Neste sentido, pretende-se com este objectivo garantir que sejam melhorados os
procedimentos relativos a aquisição dos bens e sua gestão. Assim, para que o presente
objectivo seja alcançado devem ser priorizadas as seguintes acções:

D1 – Melhorar a gestão das aquisições públicas


Os processos de aquisições públicas estão assentes no Regulamento de Contratação de
Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado,
aprovado pelo Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março. A sua implementação irá conferir maior
transparência e assegurar a aplicação de modalidades e procedimentos competitivos de
contratação que garantam o aumento de nível de competitividade a preços justos e razoáveis.
Assim, para o sucesso da realização desta acção, é importante, entre outras:
Garantir a divulgação deste instrumento aos técnicos das áreas responsáveis pelas
aquisições na Administração Pública (AP), aos fornecedores e empreiteiros, bem
como a formação dos mesmos;
Assegurar a publicação de informações sobre concursos cada vez mais abrangente e de
fácil acesso;
Fortalecer e divulgar o Portal e assegurar a sua utilização efectiva pelos órgãos e
instituições do Estado e seus fornecedores;
Reforçar a monitoria das adjudicações dos contractos por modalidades.

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Conclusão
Orçamento de Estado é uma previsão, em regra anual, das despesas a realizar pelo Estado e
dos processos de as cobrir, incorporando a autorização concedida à Administração Financeira
para cobrar as receitas e realizar despesas e, limitando os poderes financeiros da
Administração em cada período anual.

De acordo com artigo 12 da lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro, Orçamento do Estado é o


documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a realizar num
determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução da política financeira do
Estado. O artigo 21 da mesma lei, estabelece que a elaboração do Orçamento do Estado é
anual e da competência do Governo.

A Lei do Orçamento ou lei orçamental, é elaborada, organizada, votada executada,


anualmente, de acordo com a respectiva lei de enquadramento, que incluirá o regime atinente
à elaboração e execução dos orçamentos dos fundos e serviços autónomos. A proposta de
Orçamento é apresentada e votada nos prazos fixados na lei, a qual prevê os procedimentos a
adoptar quando aqueles não puderem ser cumpridos.

O orçamento do estado, começar com a elaboração da proposta de Lei do Orçamento (fase 1),
que é a seguir apresentada à AR para a sua aprovação (fase 2). De acordo com o artigo 25 lei
9/2002 de 15 de Fevereiro secção V: “O Governo submeterá até ao dia 30 de Setembro de
cada ano à Assembleia da República a proposta do Orçamento do Estado a que se refere o nº.
1 do artigo 21 desta Lei”. Tendo sido aprovado, o orçamento é executado (fase 3) podendo ser
sujeito a alterações previstas na lei. “A Assembleia da República delibera sobre a proposta de
Lei do Orçamento do Estado até 15 de Dezembro de cada ano”. (Artigo 26 lei 9/2002 de 15 de
Fevereiro). Findado o ano económico, procede-se ao enceramento das contas (fase 4), as quais
são depois fiscalizadas (fase 5).

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Referências Bibliográficas
1. BENTO, Victor. (2000). A desorçamentação das despesas públicas, Revista do
Tribunal de Contas, no 34, Jul. ̸ Dez.
2. CATARINO, J. Ricardo. (2012). Finanças Públicas e Direito Financeiro, ED.
Almedina, S.A.
3. FRANCO, A. L. Sousa. (1980). Finanças Publicas e Direito Financeiro, Edição da
associação académica da faculdade de Lisboa, Lisboa.
4. Lei n'. 15/97, de 10 de Julho, de Enquadramento do Orçamento do Estado, no seu
artigo 12.
5. Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro Maputo.
6. PERREIRA, T. Paulo; AFONSO, António, ARCANJO, Manuela, SANTOS, J.
Gomes. Economia e Finanças Publicas.
7. PLANO ESTRATÉGICO DAS FINANÇAS PÚBLICAS-2016-2019. Maputo-2016.

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