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ISCTAC
Beira
2023
Carina Chivale
ISCTAC
Beira
2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4
2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................ 5
2.1. Conceitos básicos ......................................................................................................................... 5
2.1.1. A Fiscalidade ....................................................................................................................... 5
3. O SISTEMA FISCAL MOÇAMBICANO ........................................................................................... 6
3.1. A situação nas vésperas da independência................................................................................ 6
3.2. A reestruturação de 1976-1978 .................................................................................................. 6
3.3. A reestruturação de 1982 ........................................................................................................... 7
3.4. A reestruturação de 1987 ........................................................................................................... 7
4. EVOLUÇÃO RECENTE DO SISTEMA E QUADRO DOS IMPOSTOS ACTUALMENTE EM
VIGOR ...................................................................................................................................................... 8
4.1. OS IMPOSTOS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO ............................................................................ 9
4.1.1. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC) ............................................ 9
4.1.2. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS) .......................................... 10
4.1.3. Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)............................................... 11
5. OUTROS IMPOSTOS SOBRE A DESPESA .................................................................................... 15
5.1. Imposto sobre Consumos Específicos ...................................................................................... 15
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 18
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é da cadeira de Direito Fiscal que objectiva abordar sobre o Sistema Fiscal
Moçambicano e suas reformas antes e depois da independência.
Assim sendo, as demonstrações financeiras devem ser elaboradas com base em princípios de
contabilidade geralmente aceites, e devem possuir determinadas características qualitativas (entre
as quais a comparabilidade, a fiabilidade e a relevância), o que conduz a que se afirme que nestas
circunstâncias, elas apresentam de forma verdadeira e apropriada a situação económico-financeira
da empresa e os resultados obtidos em determinado período.
Para que fossem alcançados os objectivos, optou-se pelo método de pesquisa bibliográfica, que
através, obteve-se os conteúdos necessários em artigos publicados na internet de vários autores.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1.Conceitos básicos
2.1.1. A Fiscalidade
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3. O SISTEMA FISCAL MOÇAMBICANO
Nas vésperas da independência o sistema fiscal moçambicano (SFM) era, no plano da técnica
tributária e jurídica, profundamente influenciado pelo sistema fiscal da então metrópole (advindo
da reforma de 1959-63) e pelo projecto desta levar a cabo uma política de "harmonização fiscal"
no quadro da chamada "integração económica do espaço português".
A atribuição directa era representada por um conjunto de impostos cedulares sobre o rendimento
(contribuição industrial; imposto sobre as explorações; contribuição predial urbana; imposto
profissional; imposto sobre a aplicação de capitais; imposto complementar) reunidos num único
diploma, o Código dos Impostos sobre o Rendimento, aprovado pelo Diploma Legislativo N. 2774,
de 16 _ de Setembro de 1967, e por um imposto de capitação - o imposto geral. Mínimo Afirmava-
se, sempre--que possível, mas sobretudo em sede de industrial, o princípio da tributação do
rendimento real. o elemento de personalização do sistema. Era dado pelo imposto complementar.
Um amplo leque de benefícios fiscais, especialmente no âmbito da industrial e dos impostos sobre;
as explorações e sobre a aplicação de capitais, era definido com o objectivo de proteger ou
incentivar o investimento e apoiar a política de fomento económico vigente.
Logo na primeira sessão do Conselho de Ministros, em Julho de 1975, foi cometida ao Ministério
das Finanças a missão de estabelecer um sistema fiscal de acordo com os principias definidos na
Constituição, ou seja, adequar o sistema fiscal às novas orientações político-económicas
proclamadas pela RPM e fazê-lo contribuir para as tarefas da Reconstrução Nacional. Tratava-se,
nos termos do artigo 13 da Constituição da RPM, de sujeitar o rendimento e a propriedade privada
a impostos progressivos, fixados segundo critérios de justiça social e de acordo com a política
fiscal definida, mobilizar recursos financeiros para a consolidação das estruturas do novo Estado
e satisfação de necessidades básicas.
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A primeira modificação importante introduzida no SFM. Deu-se ainda em 1976; por um lado com
a aprovação do novo Código do Imposto de Consumo pelo decreto n.27/76, de 29 de Julho, que
operou uma simplificação da tributação da despesa, eliminando uma grande variedade de taxas
específicas e reduzindo o leque das taxas "ad valorem" e redefiniu; entre outras coisas, as isenções;
e, por outro, com a Portaria n.142/76, de 31 de Julho que, ao abrigo do Decreto n.28/
/76, de 29/7, alterou as pautas aduaneiras, pondo termo a política colonial de "integração
económica".
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O PRE surgiu como resposta a uma situação de funcionamento anómalo do sistema económico e
financeiro, ocorrida a partir de 1981-82 e caracterizada pelo decréscimo acentuado da produção e
da produtividade em todos os sectores, por um forte crescimento da dependência externa em bens
de consumo e factores de produção de divida externa, por uma crescente inflação alimentada por
um mercado paralelo, onde se comercializavam cerca de 70% dos bens produzidos, por quebra de
receitas e um incremento do défice orçamental. Para este estado de coisas contribuiu decisivamente
situação de guerra. Documentos oficiais calculam em mais de cinco mil milhões de dólares os
prejuízos directos causados pelo boicote económico e pelas agressões militares do regime sul-
africano. Mas também outros factores interferiram com forte peso: a deterioração dos termos de
troca internacional das matérias-primas e produtos do sector primário exportados pela RPM face
as necessidades de importação de tecnologia; as calamidades naturais que tem assolado o pais; e
múltiplas deficiências de organização de fiscalização e controlo por parte das empresas e do estado.
ACTUALMENTE EM VIGOR
O sistema tributário actualmente em vigor é o produto da reforma iniciada em 1998, e que tem
como pilares principais:
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No âmbito da tributação directa dos rendimentos, o IRPC - Imposto sobre o Rendimento
das Pessoas Colectivas e o IRPS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, os quais
vieram substituir o anterior sistema de tributação do rendimento instituído em 1968 e regulado
pelo Código dos Impostos sobre o Rendimento.
Regras de Incidência:
São tributadas em IRPC (sujeitos passivos):
As sociedades comerciais e as demais pessoas colectivas de direito público ou privado com sede
ou direcção efectiva em território moçambicano, pela totalidade dos seus rendimentos, incluindo
os obtidos fora do território nacional, sem prejuízo das regras de prevenção da dupla tributação
internacional aplicáveis - convenções internacionais estabelecidas com Portugal, Itália, Maurícias
e Emiratos Árabes Unidos;
As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem direcção
efectiva no território nacional, relativamente apenas à parcela dos respectivos rendimentos
obtidos no País e aqui não sujeitos a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRPS).
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Transparência Fiscal:
A matéria colectável, determinada nos termos do IRPC, das seguintes sociedades com sede ou
direcção efectiva em território nacional, é imputada aos sócios das mesmas integrando-se na
determinação do rendimento tributável destes para efeitos de IRPS ou IRPC, consoante o que lhes
seja imputável, ainda que, não tenha havido distribuição de lucros:
Isenções
Regras de Incidência:
O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) incide sobre o valor global anual
dos respectivos rendimentos, expressos quer em dinheiro quer em espécie, seja qual for o local
onde se obtenham e a moeda e a forma por que sejam auferidos, mesmo que provenientes de actos
ilícitos, classificados nas seguintes categorias:
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Terceira Categoria: rendimentos de capitais e das mais-valias;
Quarta Categoria: rendimentos prediais;
Quinta Categoria: outros rendimentos.
São sujeitas a IRPS as pessoas singulares que residam no território nacional, pela totalidade dos
respectivos rendimentos, incluindo os produzidos fora desse território, e as não residentes, pelos
rendimentos aqui obtidos.
Existindo agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que
o constituem.
Não são englobados para efeito de tributação os rendimentos aos quais seja aplicado o regime de
taxa liberatória, sem prejuízo da opção pelo englobamento.
Foi aprovado pela Lei nº 5/2009, de 12 de Janeiro, o Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes com o objectivo de reduzir custos de cumprimento das obrigações tributária,
encargos de fiscalização e controlo através das simplificação dos procedimentos, bem como
incentivar os contribuintes registar-se e pagar imposto.
Refira-se que a tributação dos sujeitos passivos no ISPC é de carácter optativo. Para os sujeitos
passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as transmissões de bens e prestações de
serviços que realizem não há lugar ao IVA e, sobre os rendimentos obtidos, não incide IRPS ou
IRPC.
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Os sujeitos passivos de ISPC que aufiram outros rendimentos, para além de rendimentos
classificados como da segunda categoria em sede de IRPC (rendimentos empresarias e
profissionais), são tributados em ISPC apenas relativamente aos rendimentos desta categoria,
devendo os restantes rendimento serem declarados para efeitos de tributação em IRPS.
Regras de Incidência
As pessoas singulares ou colectivas que desenvolvam actividades agrícolas, industriais ou comercias, bem como a
indústria transformadora e a prestação de serviços (incluindo exportadores e importadores), podem optar pela
tributação em ISPC, desde que:
Isenções
Ficam isentos do ISPC os sujeitos passivos com um volume de negócios equivalente a 36 salários
mínimos do salário mínimo mais elevado em 31 de Dezembro do ano anterior ao que respeitam os
negócios.
Taxas Aplicáveis
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São, em particular; havidas como transacções tributáveis:
As prestações de serviços gratuitos efectuados pela própria empresa com vista às
necessidades particulares do seu titular, do pessoal ou, em geral, para fins alheios à mesma;
A utilização de bens da empresa para uso próprio do seu titular, do pessoal ou, em geral,
para fins alheios à mesma e ainda em sectores de actividade isentos quando, relativamente
a esses bens ou aos elementos que os constituem tenha havido dedução total ou parcial do
imposto;
Salvo prova em contrário, são também considerados como tendo sido objecto de
transmissão pelo sujeito passivo os bens adquiridos, importados ou produzidos que não se
encontrarem nas existências dos estabelecimentos do sujeito passivo e bem assim os que
tenham sido consumidos em quantidades que, tendo em conta o volume de produção,
devem considerar-se excessivas.
Isenções
— Prestações de serviços efectuadas no interesse colectivo dos seus associados por organismos
sem finalidade lucrativa, desde que esses organismos prossigam objectivos de natureza política,
sindical, religiosa, patriótica, filantrópica, recreativa, desportiva, cultural, cívica ou de
representação de interesses económicos e a única contraprestação seja uma quota fixada nos termos
dos respectivos estatutos;
— Prestações de serviços que tenham por objecto o ensino, bem como as transmissões de bens e
prestações de serviços conexas;
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Operações bancárias e financeiras;
Locação de imóveis para fins de habitação ou, quando situados nas zonas rurais, para fins
comerciais, industriais e de prestação de serviços;
Operações de seguro e resseguro, bem como as prestações de serviços conexas, efectuadas
pelos corretores e outros mediadores de seguros;
Operações sujeitas a sisa ainda que dela isentas;
Valor Tributável
O valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a imposto é, em
regra, o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um terceiro,
nele se incluindo os impostos, direitos, taxa e outras imposições, com excepção do próprio imposto
sobre o valor acrescentado.
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Taxa do Imposto
As taxas estabelecidas são taxas ad valorem e variam entre 5% a 75%. Para determinados bens
constantes na tabela, a aplicação das taxas ad valorem deve ser conjugada com o valor mínimo de
imposto devido por unidade específica de tributação.
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exigível o imposto quando tais produtos forem detidos em território nacional, para fins comerciais,
sem que se mostrem devidamente selados.
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6. CONCLUSÃO
Conclui-se desta forma a pesquisa sobre o Sistema Fiscal de Moçambique antes e depois da
independência, passando a perceber que antes da independência, A atribuição directa era
representada por um conjunto de impostos cedulares sobre o rendimento (contribuição industrial;
imposto sobre as explorações; contribuição predial urbana; imposto profissional; imposto sobre a
aplicação de capitais; etc. Mas com o tempo evoluiu, contando com os dias de hoje, no âmbito da
tributação directa dos rendimentos, o IRPC - Imposto sobre o Rendimento
das Pessoas Colectivas e o IRPS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, os quais
vieram substituir o anterior sistema de tributação do rendimento instituído em 1968 e regulado
pelo Código dos Impostos sobre o Rendimento.
Espera-se poder ajudar a sociedade em geral com conteúdos relacionados ao tema abordado
durante a presente pesquisa.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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