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ÍNDICE

NOTA PRÉVIA .............................................................................................................................. 4

OBJECTIVOS ................................................................................................................................ 6

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8

I PARTE

CAPITULO I - NOÇÕES GERAIS SBRE FISCALIDADE .......................................................... 11

1.1. Conceito de fiscalidade .................................................................................................... 11

1.2. Princípios Básicos Fundamentais da Fiscalidade ............................................................ 13

1.3 Fontes do Direito Fiscal ..................................................................................................... 14

CAPITULO II - DIREITO FINANCEIRO, TRIBUTÁRIO E FISCAL ............................................. 15

2.2. Natureza do Direito Fiscal ................................................................................................ 15

CAPITULO III – GARANTIAS DOS CONTRIBUINTE................................................................. 17

CAPITULO IV – NOÇÕES GERAIS DO IMPOSTO................................................................... 20

4.1. Conceito ........................................................................................................................... 20

4.3.2. O imposto e a multa .................................................................................................... 21

4.3.3. O imposto e as receitas patrimoniais ....................................................................... 22

4.4. Noção de contribuinte ................................................................................................... 22

4.5. Noção de Substituição fiscal ........................................................................................ 22

Pagamentos por conta ........................................................................................................ 23

4.6. Noção de contribuinte de direito e contribuinte de facto .......................................... 23

4.7. Tributo e contribuição especial ............................................................................... 23

Tributação directa e indirecta .................................................................................................. 25

4.10Finalidades fiscais e extras fiscais do imposto ................................................................ 27

CAPITULO V - FRAUDE, EVASÃO, ELISÃO FISCAL E CRIMES CONTRA A ORDEM


TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................... 29

Fraude Fiscal ........................................................................................................................... 29

Crimes contra a ordem tributária ............................................................................................. 29

Ônus do imposto ..................................................................................................................... 31

CAPITULO VI - BENEFÍCIOS FISCAIS ...................................................................................... 35

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6.3. Benefícios fiscais .............................................................................................................. 36

CAP. I - SISTEMA FISCAL ANGOLANO .................................................................................... 41

1.1. Noções Gerais .................................................................................................................. 41

1.2. Características do Sistema Fiscal Angolano (S.F.A) ....................................................... 41

1.2.1. Período Colonial ................................................................................................................ 41

1.2.2. Período pós Independência .............................................................................................. 41

1.3. Linhas Gerais do Executivo para a Reforma Tributária .................................................. 43

1.4. ÓRGÃOS DA ADMINISTRÇÃO FISCAL ......................................................................... 44

1.5. Impostos que constituem o Sistema Fiscal Angolano ..................................................... 44

1.5.1. Tributação do Rendimento ............................................................................................ 44

II PARTE

CAPITULO II – IMPOSTO INDUSTRIAL .................................................................................... 46

2.1. Conceito ........................................................................................................................... 46

2.1.1. Incidência ...................................................................................................................... 46

2.1.2. Sujeitos Passivos .......................................................................................................... 46

2.2. Isenções e Benefícios Fiscais .......................................................................................... 47

2.3. Incidência pessoal ............................................................................................................ 48

2.3.1. Tributação pelo Grupo A ............................................................................................... 48

2.3.2. Inclusão no Grupo A ...................................................................................................... 49

2.3.3. Tributação pelo Grupo B ............................................................................................... 49

2.5. Custos não Aceites Fiscalmente ...................................................................................... 50

2.13. Disposições diversas ...................................................................................................... 56

2.14. Contabilistas e Peritos Contabilistas .................................................................................. 57

2.15. Verificação da Matéria Colectável .................................................................................. 58

2.18. Provisões ........................................................................................................................ 60

CAPITULO III - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTO DO TRABALHO .................................. 62

3.3. Não Sujeição ................................................................................................................... 63

CAPITULO IV - IMPOSTO SOBRE APLICAÇÃO DE CAPITAIS ............................................... 74

4.1. Conceito ............................................................................................................................... 74

4.7. Créditos litigiosos ................................................................................................................. 76

1
Livro de registo ........................................................................................................................ 77

CAPITULO V - IMPOSTO DE SELO........................................................................................... 84

5.1. Caracterização ................................................................................................................. 84

CAPITULO VI - IMPOSTO DE COMSUMO DECRETO 41/99 DE 10 DE DEZEMBRO ............ 97

6.1. Sujeito passivo ............................................................................................................... 97

CAPITULO VIII REGIME JURÍDICO DAS FACTURAS E DOCUMENTOS EQUIVALENTES 119

CAPITULO II- Dispensa e Documento Equivalente .................................................................. 120

CAPUTLO III Processamentos e Requisitos ............................................................................. 121

CAPITULO IV- Penalidades e Disposições Finais................................................................ 123

ANEXO I .................................................................................................................................... 125

ANEXO II ................................................................................................................................... 126

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 127

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3
NOTA PRÉVIA

Este material de apoio para a Disciplina de Fisaciliadade Empresarial no 3º Ano


do Curso de Contabiliadde e Gestão na Escola Superior Politécnica do Cuanza
Norte, é resultado de várias pesquisas feitas entre o docente e estudantes,
tendo como base a Legislação Fiscal manuais e outros Diplomas Legais
aplicáveis na República de Angola. O mesmo foi elaborado obedecendo o
programa analítico consagrado no Projecto Pedagógico do Corso de
Contabilidade e Gestão da ESPol-CN para o período de 2016 à 2025.

A obra está dividida em duas partes. A primeira corresponde a Fiscalidade I


que comporta, 6 Capítulos, para além da introdução,

No Primeiro capítulo faz-se uma abordagem geral a volta da temática em


estudo. Nele encontramos as noções gerais de fiscalidade.

No segundo capitulo a abordagem é sobre o Direito Financeiro, Direito Fiscal e


o Direito Tributário.

No terceiro capitulo a abordagem é tecida sobre as Garantias dos


Contribuintes.

No quarto capítulo debruça-se acerca do Imposto, aonde de modo profundo


desenrola-se o conceito de imposto, fases do imposto, distinção entre impostos
e outras figuras afins e a classificação do imposto.

No quinto capitulo a abordagem sobre a elisão, evasão, fraude e crimes contra


a natureza fiscal.

No sexto capítulo trata dos benefícios fiscais dos contribuintes.

A segunda parte do material representa a Fiscalidade II e encontra-se


composta de sete capítulos.

No primeiro faz-se uma abordagem geral sobre o Sistema Fiscal Angolano,


cuja fundamentação é sobre noções gerais do sistema fiscal angolano,
características do sistema fiscal angolano, a partir dele fica-se a saber sobre os
Órgão da Administração Fiscal Angolana.

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No segundo capítulo debruça-se sobre o Imposto sobre o Rendimento do
Trabalho, no terceiro sobre o Imposto de Aplicação de Capitais, no quarto
acerca do Imposto de Selo, no quinto sobre o Imposto de Consumo. Já no
sétimo e último capitulo a abordagem é feita sobre o Imposto Predial Urbano.

Ainda conta com dois anexos, em que o primeiro, a abordagem é feito sobre o
Regime Jurídico de Facturas e de Documentos Equivalentes, já no segundo e
último pontualiza-se o Valor de Unidade de Correcção Fiscal.

Com efeito, poderão ser notados alguns erros autográficos ou tecnicos, pelo
que pedimos a compreensão e colaboração dos utentes no sentido de
contribuirem para o melhoramento do mesmo, já que se trata de uma obra não
acabada.

Agostinho Santos

( Autor)

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OBJECTIVOS
1.1. GERAL

 O principal objectivo desta unidade curricular habilitar, dotar o estudante


de conhecimentos relacionados com normas e princípios que regulam o
nascimento desenvolvimento e extincãoda relações jurídicas fiscais,
bem como a importância da fiscalidade junto dos agentes económicos.

1.2. Específicos

 Levar ao conhecimento dos discintes os conceitos, importância, fontes e


princípios sobre a fiscalidade.

 Capacitar os estudantes sobre o Sistema fiscal Angolano os impostos


que o constituem e seus precedimentos legais.

 Fornecer as ferramentas necessárias para a execussão prática dos


procedimentos dos impostos que constituemo Sistema Fisacla Angolano

 Criar a cultura de cumprimentos de obrigações fiscais no seio da


comunidade académica.

6
I PARTE

7
INTRODUÇÃO

Antes de entrarmos na realidade específiaca da fiscalidade fazemos uma


abordagem sobre Finanças Públicas para compreender melhor a importância
do Direito Financeiro, Direito tributário na Gestão pública, já que estes rodeiam
o mundo da fiscalidade que, a par do Direitos Fiscal, determinam a
incidência, lançamento, liquidação e cobrança do imposto.

Admistração pública, Necessiades Públicas e Finanças Públicas.

De acordo com Sousa (2011), Administração Pública é entendida como o


conjunto de órgãos e agentes do Estado que têm a finalidade de satisfazer as
necessidades colectivas dos cidadãos.

Necessidade é a ausência de bens e serviços para a satisfação do ser


humano.

Ainda de acordo com o autor, necessidades Públicas tratam-se de


necessidades sociais de cultura, bem estar, etc. Que nos termos da lei, os
serviços publicos realizam como tarefa própria. Na adminstraçao privada as
necessidades sao individuais ou de grupos (exemplo conselho de
Administração duma empresa privada que gere os activos e bens dessa
empresa.

Ou seja necessidades públicas distinguem-se das indivíduas e colectivas.


Necessidades individuais são aquelas satisfeitas pelo esforço do indivíduo.
Ex: Habitação, alimentação, vestuário, etc.

Necessidades colectivas: são aquelas satisfeitas por um esforço coordenado


da sociedade.

Ex: Necessidades de infantários, escolas, etc.

Necessidades públicas: são aquelas tuteladas pelo Estado, responsabilizando


em satisfazê-las.

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Ex: Manutenção da ordem pública, defesa nacional, protecção do trabalho,
providência social, protecção da saúde pública, protecção da ordem interna,
etc.

As necessidades públicas regra geral, agrupam-se na prestação de serviços


públicos.

Intervenção na propriedade e liberdade dos indivíduos, impondo-lhes


abstenções, e pela intervenção no domínio económico (fixando preços,
impedindo o abuso económico, assegurando a livre concorrência, etc.).

Finanças Públicas- É o campo da economia que se ocupa com o pagamento


de actividades colectivas e governamentais, assim como a administração e o
desempenho desta actividade.

Actividade financeira do Estado

Conceito de Estado

É uma organização político-jurídica de uma sociedade ou comunidade


dispondo de órgãos próprios que exercem o poder interno externamente sobre
um determinado território (Fernandes, 2010). Já para Coxe (2012) afirma que o
Estado como uma sociedade politicamente organizada, é uma colectividade
fixa num território, na qual existe uma diferenciação entre governantes e
governados e uma autoridade soberano.

A actividade financeira do Estado assemelha-se em certa medida, a qualquer


outra actividade financeira empresarial ou até doméstica. O Estado tem como
competência a gestão de seus recursos financeiros, para garantir a satisfação
das necessidades sociais da sua população.

A actividade financeira do Estado desenvolve-se, basicamente em três áreas:


Receita, Gestão e Despesa.

Receita: o Estado tenta obter recursos das mais variadas formas possíveis,
dentro das suas possibilidades:

Gestão: implica administração desses mesmos recursos, bem como do


património do Estado.

9
Despesas: Estado utiliza recursos no pagamento das várias verbas autorizados
e perspectivadas.

Actividade financeira do Estado tenta satisfazer as necessidades públicas,


visando assegurar ao homem os meios necessários para que ele possa viver
com dignidade.

O Estado para financiar a sua actividade dispõe de diversas fontes de receitas.


O Estado é o principal detentor de todos os recursos naturais existentes no
solo, no subsolo, etc. cuja explorações e comercialização proporcionam
importantes recursos monetários.

O Estado tem também imóveis, empresas, instituições publicas que geram


receitas, que constituem rendimentos do Estado. O Estado pode ainda alienar
estes bens cujas receitas utilizam para financiar as suas despesas.

Em qualquer parte do universo, o Estado usa o seu poder de autoridade para


cobrar impostos, taxas e outras contribuições aos cidadãos que residem do
território sob sua jurisdição cujas receitas, chamadas receitas tributarias, que
constituem a principal fonte de receitas do Estado. Mas, a fonte mais
importante e preferentemente estável é o imposto (Coxe,2012).

Receitas públicas: são todos os recursos obtidos durante um dado período


financeira para a satisfação das despesas públicas a cargo de um ente público.
Podem ser de dimensão macro (Estado em sentido geral), a dimensão micro
(organizações locais).

As Receitas classificam-se em: Receitas patrimoniais, tributárias e creditícias.

Receitas patrimoniais: correspondem ao valor gerado pela exploração do


património do Estado ou da venda pelo Estado, á particulares de parte de seu
património, privatização, receitas de empresas públicas, etc.

As receitas patrimoniais são sempre voluntárias.

Receitas creditícias: resultam da contratação de empréstimos ou seja resultam


ao recurso ao crédito tanto interno como externamente.

Ex: A venda de um título público.

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Receitas tributárias: correspondem às receitas decorrentes dos impostos. São
fixadas por lei, tendo os particulares de submeterem-se as condições impostas.

Ex: Impostos, Juros, taxas, etc.

As receitas tributárias são sempre coactivas.

CAPITULO I - NOÇÕES GERAIS SBRE FISCALIDADE

1.1. Conceito de fiscalidade


Fiscalidade é o conjunto de disposições, instruções ou regras destinadas a
assegurar a possibilidade de através dos impostos e figuras afins o Estado
assumir a responsabilidade da satisfação das necessidades colectivas e
cumprir com os seus fins públicos.

Segundo Amaral, Diogo Freitas (2010), é conjunto dos impostos e figuras afins
em vigor num determinado país e a forma como entre eles se relacionam e
com o meio envolvente globalmente.

Fiscalidade é o conjunto de receitas, gestão e despesas administradas por um


ente público, ou seja, pelo Estado.

1.1.1. objectivo da fiscalidade

O objectivo final da fiscalidade é de procurar como conseguir receitas para o


Estado, encontrar soluções para os problemas económicos e sociais
(Gonçalves, 2009). Deste modo, o objectivo da fiscalidade pode ser analisada
em três aspectos fundamentais:

a) Aspecto financeiro: é de arrecadar fundos para Estado através dos


impostos, no âmbito de financiar programas de desenvolvimento ou
responder financeiramente a qualquer eventualidade.

b) Aspecto económico: é um instrumento económico, através do impostos


tem como finalidade de promover o desenvolvimento económico e
estimular o índice de crescimento de acordo com as necessidades do
país.

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c) Aspecto social: a política social de cada Estado visa à realização do
bem-estar social dos seus concidadãos. Neste ponto, o objectivo da
fiscalidade consiste também no combate da pobreza e o desemprego
reduzindo as desigualdades de fortunas, de rendimentos e de consumo
que são considerados como fenómenos contrários à justiça social. Os
mecanismos da fiscalidade são capazes de corrigir essas desigualdade,
como por exemplo, a redistribuição de rendimentos através de
transferências, aumentando o rendimento dos pobres a partir da
tributação dos mais ricos. Assim, podemos afirmar que a fiscalidade tem
efeito redistributivo sobre todas as categorias de rendimentos.

1.2. Evolução histórica

A fiscalidade nasceu juntamente com o surgimento das nações organizadas,


constitui um fenómeno antigo, por que existiu em África nas dinastias dos faróis
no Egipto, nos reinos como do Kongo, Dongo. Igualmente na Europa na antiga
Roma com o império Júlio César, é justamente neste império que existiram
agentes cobradores de impostos chamadas Saint Mathieu d´ossier, que
circulavam através do império com cestos chamadas cestos d´ossier, para
recolher a moedas que o povo romano oferecia ao imperador Júlio César
(Norbert, 2000). Cada cesto levava a marca de „’Fiscus Ceasari’’ cujo
significado é tesouro de César, o que deu a luz à palavra fisco em português
que significa tesouro do Estado, tesouro publico, tesouro nacional ou caixa do
Estado.

Actualmente, a fiscalidade como principal provedor dos recursos do Estado


evoluiu concomitamente com crescimento dos encargos públicos e as missões
atribuídas ao poder publico. Deste modo, a ideia do intervencionismo do
Estado na economia evocada pelo economista J.M.Keynes é mais
implementada do que a teoria de não intervencionismo do Estado na economia
do economista clássico Adam Smith. Isso significa que actualmente, o Estado
se focaliza não só no seu papel de garante da integridade territorial e na
manutenção da ordem publica, justiça e outros, mas intervêm bastante na vida
económica através do orçamento do Estado (Orçamento Geral do Estado) no
âmbito de:

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 Investir no sector publico, com a reabilitação e construção de infra-estruturas
de base;

 Investir no sectores publico e privado no tempo da crise para proteger o


emprego;

 Estimular a produção nacional;

 Garantir o poder de compra no tempo de inflação;

 Assegurar o bom uso das riquezas do Estado e como tal, uma boa
redistribuição do rendimento nacional;

 Pagamento das dividas internas e externas contraídas pelo Estado (ibidem).

1.3. Princípios Básicos Fundamentais da Fiscalidade

A constituição da República de Angola consagra os princípios essenciais –


Legalidade, igualdade e anualidade

Princípio da legalidade: A criação de impostos é da competência de um órgão


de soberania. – Assembleia Nacional.

A Lei: Só através dela se pode criar impostos e definir ou alterar a sua


incidência. Também só através de lei se pode condenar certa conduta fiscal
como crime.

A assembleia Nacional é único órgão competente para criar Leis; E só através


de lei se pode criar e definir impostos ou alterar a sua incidência. Também só
através da lei se pode condenar certa conduta fiscal como crime.

Presidente da República – Proposta de lei.

Assembleia Nacional – Projecto lei.

Princípio da Igualdade: O pagamento de impostos deve ser realizado em


função da capacidade contributiva de cada um.

Princípio da Anualidade: A cobrança de impostos é decidida todos os anos e


não tem duração indeterminada. Os impostos podem incidir sobre: o
rendimento, património e consumo de bens e serviços

Princípio da não Retroatividade de Lei A Lei não tem efeitos retroactivos

13
1.4. Fontes do Direito Fiscal
As fontes do Direito Fiscal são: A Constituição da República de Angola, a
Doutrina.

O Decreto-Lei: Só poderá desenvolver e completar os princípios e as bases


definidas por lei ou disciplinar os restantes elementos do imposto.

Regulamentos: Os regulamentos não contrariar o exposto na lei, nem regular


elementos fundamentais do imposto.

Apenas regulam matérias como as de incidência, cobrança, lançamento e


liquidação.

Os Tratados e Convenções internacionais, «As normas e os princípios do


Direito Internacional Geral ou Comum, fazem parte integrante do Direito
Angolano. As normas internacionais são autênticas fontes do Direito Fiscal».

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CAPITULO II - DIREITO FINANCEIRO, TRIBUTÁRIO E FISCAL

2.1. Conceitos

Direito Financeiro é o ramo do Direito público que estuda as formas de


arrecadar receitas, planeamento e realização do orçamento, e a realização de
despesas. Está intimamente ligado à actividade financeira

Ramo do Direito que organiza as finanças públicas.

Direito tributário é o ramo do Direito público que estuda a formas de arrecadar


tributos. Abrangendo o conjunto de normas reguladoras da criação, fiscalização
e arrecadação das prestações de natureza tributária. Abrange somente a forma
de arrecadar tributos para construir receitas. É uma espécie de sub-ramo do
Direito financeiro, sempre a este ligado e dele dependente.

Direito Fiscal: é o ramo do Direito público que regula todo o processo


tributário, desde o nascimento, desenvolvimento e extinção da obrigação
tributária, tendo como conceito nuclear o imposto. Conjunto de normas que
regulam relações entre o Estado e outros entes públicos, por um lado, e
cidadãos, por outro, por via do imposto.

Regulam as várias fases do imposto: incidência, lançamento, liquidação e


cobrança.

2.2. Natureza do Direito Fiscal


Direito público, pois sujeito activo (Estado), aparece na veste de ente público
revestido das garantias e poderes (ius imperium) de que, não beneficie o
sujeito passivo.

Direito Fiscal e criação de impostos surgem com o liberalismo no século XIX.

Antes, lançamento de impostos tinha natureza excepcional, sendo criados


arbitrariamente pelos senhores feudais.

No Sistema fiscal moderno, impostos assumem papel essencial, quer como


forma de redistribuição da riqueza, quer como instrumentos de financiamento
das actividades do Estado para a satisfação das necessidades públicas.

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Órgãos públicos são conformados com conjunto de carências e necessidades
públicas diversas, havendo necessidades de erário público, despender largas
somas de dinheiro com vista à sua satisfação.

A recolha de dinheiro dos cidadãos constitui manifestação do poder soberano


do Estado.

Traduz-se numa evasão da esfera privada dos cidadãos.

Cidadãos são obrigados a entregar parte das suas economias aos órgãos
públicos, sem quaisquer benefícios ou contrapartidas imediatas.

Ramo do direito público que contém conjunto de regras jurídicas (gerais e


obrigatórias) e prevê os termos em que são cobrados e determinados os
montantes dos impostos a arrecadar aos cidadãos.

 Balança de pagamento corresponde a importação e exportação de bens


e serviços.

Óbice fiscal – estorvo fiscal.

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CAPITULO III – GARANTIAS DOS CONTRIBUINTE

3.1. Conceito

Garantias dos Contribuintes1

“É o conjunto de meios, instrumentos ou mecanismo criados pela ordem


jurídica, com o objectivo de evitar ou sancionar a violação dos direitos ou
interesses legalmente protegidos dos particulares face à Administração Geral
Tributária.”

Constituem garantias gerais dos contribuintes:

a) Não pagar impostos que não tenham sido estabelecido de acordo com a
Constituição;

b) Não ser a mesma matéria colectável tributada mais de uma vez, em


relação ao mesmo imposto e mesmo período;

c) Reclamar administrativamente, nos termos da Lei, da fixação da matéria


colectável e da liquidação;

d) Recorrer hierarquicamente, nos termos da Lei, dos demais actos lesivos


de direitos e interesses legítimos;

e) Impugnar judicialmente a liquidação, com fundamento em qualquer


ilegibilidade, incluindo o erro na quantificação da matéria colectável ou
no cálculo do imposto;

f) Impugnar judicialmente todos os restantes actos da Administração


Tributária lesivos de direitos ou interesses legítimos;

g) Obter junto dos tribunais, quando necessário, o reconhecimento dos


seus direitos ou interesses legítimos em matéria tributária;

h) Obter juntos dos tribunais a condenação da Administração Tributária à


realização das prestações materiais a que o contribuinte tiver direito, que
resultem directamente da Lei;

1
Freitas, Fátima - Legislação Fiscal

17
i) Exercer, nos casos previstos na Lei, o direito de acção em virtude do
incumprimento das obrigações assumidas pela Administração Tributária
em contratos fiscais;

j) Exercer o direito de acção com vista à concretização da


responsabilidade civil extracontratual da Administração Tributária;

k) Opor-se e reclamar em processo de execução fiscal;

l) O direito à fundamentação e notificação da liquidação e demais actos


que alterem a posição jurídica do contribuinte;

m) O direito à audição antes da decisão final do procedimento tributário


quando a decisão definitiva deste, lhe for previsivelmente desfavorável;

n) Os direitos, nos termos previstos na Lei, à prestação de informações, à


consulta de documentos, à extracção de certidões e ao acesso aos
processos individuais devidamente organizados e conservados pela
Administração Tributária;

o) A confidencialidade dos actos relativos à sua situação tributária nos


termos previstos no presente Código;

p) O direito a juros indemnizatórios por pagamento indevido do tributo em


virtude de erro imputável à Administração Tributária na liquidação ou
cobrança ou atraso no reembolso dos tributos a que tenha direito;

q) O direito a juros de mora em caso de atraso injustificado no cumprimento


das decisões judiciais;

r) O direito à informação vinculativa sobre a sua real situação tributária e


sobre factos tributários não concretizados;

s) O direito à informação genérica sobre o conteúdo dos seus devedores


acessórios e o meio mais cómodo e seguro de lhes dar cumprimento.

1 – Sem prejuízo das custas do procedimento ou processo prevista na Lei, o


exercício das garantias previstas no número anterior, normalmente os
direitos de reclamar ou impugnar o apuramento da matéria colectável ou da

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liquidação relativamente a qualquer tributo, independentemente da sua
natureza, não pode ser objecto de qualquer sanção ou agravamento
automático à matéria colectável ou à colecta, com o fundamento de, a
decisão final ser desfavorável ao interessado.

O Estado cria as receitas e por via deles, fazer face às despesas públicas
essenciais.

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CAPITULO IV – NOÇÕES GERAIS DO IMPOSTO

4.1. Conceito

O que é o imposto?

Prestação coactiva, pecuniária, unilateral, estabelecida pela lei á favor do


Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção, com vista a
cobertura das despesas públicas e ainda tendo em conta objectivos de ordem
económica e social.

Elementos essenciais: Objectivo, subjectivo e teológico.

Elemento objectivo: o imposto tem carácter definitivo – não dá ao sujeito


passivo qualquer direito a um reembolso, retribuição ou indemnização.

Prestação pecuniária: entrega-se dinheiro.

A prestação do imposto é unilateral: não existe qualquer contraprestação


directa por parte do credor da receita (Estado).

Imposto é uma prestação imposta por lei. Imposto não é sanção de acto
ilícito (como multa e coima).

Imposto é prestação á favor de uma pessoa colectiva de direito público (sujeito


activo da relação é o Estado e as autarquias locais). Sujeito passivo pode ser
qualquer pessoa singular ou colectiva. Pode até ser pessoa colectiva pública,
como o Estado. Por vezes, Estado paga impostos a si mesmo (ex: Quando o
Estado arrenda um prédio como se fosse um particular).

Elemento Teleológico: Tem a ver com o fim do imposto. Estado cobra


impostos com fim de cobrir despesas públicas, e dotar entes públicos de meios
para realização de tarefas. Há impostos instituídos com finalidade de ordem
económica social – redistribuição de riqueza, protecção da indústria ou
intervenção nos rendimentos gerados pela economia.

4.2. Fases do Imposto

O imposto passa por várias fases nomeadamente: Incidência, lançamento,


liquidação e cobrança.

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Incidência: e a definição geral e abstracta, feita pela lei, dos actos ou
situações sujeitas a imposto e das pessoas com o dever de o prestar.

Incidência real – o que está sujeito a imposto.

Incidência pessoal – quem está sujeito a imposto.

Lançamento: conjunto de operações administrativas que visem a identificação


do sujeito passivo do imposto e a administração da matéria colectável.

Liquidação: aplicação da taxa à matéria colectável para determinar o montante


da colecta.

Cobrança: operação administrativa que corresponda à entrada valor do


imposto nos cofres do Estado.

Existem dois tipos de cobranças: Voluntárias e coactivas.

4.3. Distinção entre Imposto e outras Figuras Afins

4.3.1. O Imposto e a Taxa


Dado o seu carácter unilateral, os impostos não se devem confundir com as
outras receitas públicas de carácter obrigatório.

A taxa é uma prestação pecuniária que o particular paga ao Estado (ou outro
ente público), em retribuição de um serviço individualmente prEstado.

As taxas são receitas comutáveis estabelecidas por decretos e bilaterais,


enquanto os impostos são receitas incondicionais unilaterais e estabelecidas
por lei.

Matéria colectável é todo aquele elemento sobre o qual vai recair a taxa do
imposto depois de consumado o facto gerador do imposto.2

4.3.2. O imposto e a multa


A multa é um meio que o Estado usa para prevenir, punir ou reprimir
determinadas infracções ou contravenções (fiscais, trânsito,
publicas/administrativas, etc.).

2
Martinez, Soares – Direito Fiscal

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4.3.3. O imposto e as receitas patrimoniais

As receitas patrimoniais do Estado são proveitos advenientes da venda do


património do Estado, do arrendamento do património imobiliário do Estado ou
então do aluguer dos seus meios de transportes ou outros equipamentos, dos
lucros das empresas do Estado, etc.

4.3.4. O imposto e o empréstimo público

O empréstimo público é um mecanismo que o Estado pode utilizar para suprir a


necessidade de recursos financeiros quando não convém fazer recurso ao
mercado de capitais. O empréstimo público cria sempre para o Estado o dever
de reembolso de uma só vez ou através de amortizações e o de pagar juros.

4.3.5. Distinção entre taxa e taxa de imposto

A taxa pura e simples, conforme foi visto anteriormente, é uma categoria das
receitas do Estado. É um dos meios usados pelo Estado para obtenção de
receitas.
A taxa de imposto, é o montante da prestação do imposto, enquanto expresso
abstratamente na lei em forma de percentagem (%) ou permilagem (./..).

4.4. Noção de contribuinte

Contribuinte é a pessoa singular ou colectiva, em relação à qual se devem


verificar os elementos factícios do pressuposto do tributo/imposto e que é
visado pela lei como devendo sofrer um certo desfalque patrimonial a título de
imposto.

4.5. Noção de Substituição fiscal

A substituição fiscal ocorre quando a lei determina que o pagamento de um


determinado imposto seja feito por pessoa diferente do contribuinte. Assim, a
substituição fiscal corresponde geralmente à adopção do processo financeiro

22
designado por “ retenção na fonte”, em função do qual a lei impõe como
devedor do imposto, não a pessoa em relação à qual se verificam os
pressupostos de facto da contribuição, mas a um terceiro que vem, assim,
ocupar na relação desde o início até ao fim, o lugar de sujeito passivo (devedor
do imposto).

Retenção na fonte3
A retenção na fonte ocorre quando o imposto é exigido não ao credor, mas ao
devedor do rendimento tributável.

Pagamentos por conta

Os pagamentos por conta são devidos por todos os sujeitos passivos que
exerçam a título principal actividades de natureza comercial, industrial ou
agrícola, bem como pelas entidades, não residentes com estabelecimento
estável em território nacional, sendo calculados com base no imposto liquidado
relativamente ao período de tributação imediatamente anterior àquele em que
se devam efectuar esses pagamentos, líquido das retenções na fonte.

4.6. Noção de contribuinte de direito e contribuinte de facto

O contribuinte de direito: é o contribuinte em sentido jurídico (sujeito


passivo), sobre o qual recaem as obrigações declarativas e de pagamento
inerentes aos impostos.
Contribuinte de facto: é o contribuinte em sentido económico, aquele que
suporta em definitivo o encargo tributário, em virtude do fenómeno da
repercussão do imposto, possibilitado pelo mecanismo de preços.

4.7. Tributo e contribuição especial

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela


se possa exprimir, que não constitua sanção de acto ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante actividade administrativa plenamente vinculada. Tributo é a
obrigação imposta as pessoas físicas e pessoas jurídicas de recolher valores

3
Santos, J. Albano – Teoria Fiscal

23
ao Estado, ou entidades equivalentes (p.e. tribos e grupos revolucionários). É
vulgarmente chamado por imposto, embora tecnicamente este seja mera
espécie dentre as modalidades de tributos.

Excluídos do conceito de tributo estão todas as obrigações que resultem de


aplicação de pena ou sanção (p.e. multa de trânsito), os tributos sempre são
obrigações que resultam de um facto regular ocorrido.

Os tributos podem ser pagos em dinheiro ou em trabalho, como na figura


medieval da corveia. Modernamente, nos sistemas tributários capitalistas,
somente o dinheiro é aceite como pagamento, subsistindo a corvéia em
Estados tradicionais e pré-capitalistas.

Contribuição especial é um tributo cujo resultado da arrecadação é destinado


ao financiamento da seguridade social (assistência social, previdência social e
saúde), de programas que impliquem intervenção no domínio económico, ou ao
atendimento de interesses de classes profissionais ou categorias de pessoas,
servindo-os de benefícios económicos ou assistenciais.

4.8. Classificação dos impostos

A classificação dos impostos obedece a critérios jurídicos e económicos:

4.5.1. Impostos Pessoais e reais

Os impostos reias são aqueles que atingem um elemento económico, sem


consideração da situação pessoal do contribuinte, nem do seu cargo social ou
financeiro. Ex: taxa de circulação, imposto de selo e imposto de consumo. o
imposto sobre rendimento de trabalho e imposto industrial.

Os impostos são aqueles que atingem o conjunto de rendimento do


contribuinte, tendo em conta da sua situação pessoal e do seu encargo social
ou financeiro. Ex: o imposto sobre rendimento de trabalho e imposto industrial
(Gonçalves,2013).

24
4.5.2. Impostos Periódicos e de Prestação única

Os impostos periódicos são os que se ciclicamente como por exemplo, o


imposto sobre rendimento de trabalho. Já os de prestação única são de
obrigação única aqueles impostos que se verificam ocasionalmente

4.5.3. Imposto Principal e Acessório

4.5.4. Imposto Geral e Local

São consideradas impostos gerais aqueles que são cobrados em todo território
nacional. Ao passo que os locais são os que se limitam a uma região ou zona.

4.5.5. Impostos proporcionais, progressivos e regressivos

Os impostos proporcionais são aqueles em que a taxa é constante, sendo o


valor directamente proporcional à matéria colectável . é quando se exprime em
percentagem, ex: a taxa mobiliaria é de 20%.

Os impostos progressivos são aqueles cuja a taxa aumenta à medida que


aumenta a matéria colectável. Ex: o imposto sobre rendimento de trabalho e
imposto industrial

Nos impostos regressivos a taxa diminui à medida que aumenta a matéria


colectável. Este tipo de imposto ainda não existe no nosso país.

Os impostos degressivos são os que têm uma taxa normal aplicável à matéria
colectável a partir de certo valor e taxas menores para escalões inferiores da
matéria colectável (Coxe,2012).

Tributação directa e indirecta

Impostos directos: são aqueles que visem atingir manifestações directas,


permanentes e estáveis. Ex: IRT, II.

Impostos indirectos: são aqueles que não visem atingir manifestações


directas, permanentes e estáveis. Ex: I. Consumo, I. selo, etc.

Impostos reais (objectivos): são aqueles que visem a tributação de bens


económicos, riqueza, sem reflexão na condição pessoal do contribuinte.

25
EX: Imposto de selo, aduaneiro e predial.

Quanto ao sujeito activo – Gerais (Estaduais) e locais: Gerais ou estaduais


são aqueles em que o credor do imposto é o Estado.

Quanto ao período – Periódico e obrigação única (Imposto industrial).

Quanto ao montante de prestação – Proporcionais, regressivos e


progressivos.

Imposto de secessão e doação: são aqueles cuja transmissão de bens é


gratuita.

4.9. Importância relativa dos impostos dentro das receitas públicas

Entre as receitas públicas os imposto assumem primordial importância devido a


duas razões:

Quantitativas: uma vez que o seu peso no total das receitas do Estado é muito
grande, ou seja, os impostos representam a maior fonte abastecedora de
recursos financeiros para os cofres do Estado;

Qualitativa: porque se revelam um instrumento cujas funções excedem as


meramente fiscais:

O imposto é um privilegiado meio de política económica (O aumento da taxa de


imposto pode ser tomado como medida deflaccionária da economia;

A sua redução pode estimular o consumo, a poupança e os investimentos.

Pode ser utilizado na política de atribuição de Incentivos fiscais (ex. lei nº


30/11, Lei das MPME).

O imposto é também um privilegiado meio de política social (tendo em conta o


seu efeito redistribuidor da riqueza. Quando por exemplo se tributam os
detentores de rendimentos mais altos em benefícios dos possuidores de mais
baixos rendimentos ou ao se tributarem os detentores de mais património em
detrimento dos que menos os detêm.

26
4.10Finalidades fiscais e extras fiscais do imposto

Finalidades fiscais – são todos aqueles que são cobrados com obrigação
directa, pela legislação a favor directo para o Estado.

Finalidades extra fiscais - normalmente cobra-se imposto porque o Estado


precisa de dinheiro. Essa é a fiscalidade. Na extrafiscalidade o imposto é
cobrado por outro motivo, diferente da arrecadação. Por exemplo, as alíquotas
do IPI dos cigarros são muito altas, a justificativa é aumentar o preço do cigarro
para que as pessoas não fumem mais. Quase todos os imposto têm um pouco
de fiscalidade (intuito de arrecadar) e de extrafiscalidade (intuito de
regular).Mas os impostos chamados extrafiscais tem essa característica de
forma marcante.

Protecção da indústria – quando Estado pratica elevadas taxas de impostos


aos produtos exportados, com o objectivo de incentivar a produção nacional.

Os impostos que no actual sistema já se apresentam “em crise” segundo


Jorge Augusto

É o imposto sobre rendimento - Fez deste imposto um instrumento de


complexidade aflitiva, corrodios por benefícios fiscais incontáveis e
contraditórios, perversos nos efeitos económicos sem serem sequer eficazes
na redistribuição da riqueza.

A sociedade indubitavelmente tem a clara percepção a respeito do motivo do


Estado cobrar tributos: arrecadar! Afinal, isso é feito de forma compulsória, a
saber, não cabe ao contribuinte exprimir sua vontade quanto a pagar ou não.
Assim, qualquer pessoa, quando questionada a respeito desse tema, tem na
ponta da língua a resposta: o Estado cobra impostos para ganhar dinheiro e
desenvolver suas actividades.
Esse raciocínio não é errado, porém a doutrina desenvolveu duas grandes
classificações para as finalidades dos tributos: fiscal e extra fiscal.
Algumas espécies tributárias possuem realmente a grande característica de
principalmente acarretar recursos aos cofres públicos (finalidade fiscal). Um
exemplo claro é o famosíssimo Imposto de Renda, quando o indivíduo é

27
obrigado a simplesmente entregar parte de seus rendimentos para a Fazenda
Pública. Analisando o IR, fica difícil enxergar outra intenção senão essa.

28
CAPITULO V - FRAUDE, EVASÃO, ELISÃO FISCAL E CRIMES CONTRA A
ORDEM TRIBUTÁRIA

Fraude Fiscal
A fraude ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem
directamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É flagrante e caracteriza-se
pela acção do contribuinte em se opor conscientemente à lei. Desta forma,
sonegação é um acto voluntário, consciente, em que o contribuinte busca
omitir-se de imposto devido.

Um exemplo típico de acto deste tipo é a nota "calçada", onde o sonegador


lança um valor na primeira via (a que se destina à circulação da mercadoria ou
comprovação do serviço prEstado) diferente nas demais vias (as que serão
exibidas ao fisco, numa eventual fiscalização).

Crimes contra a ordem tributária

Constituem-se crimes os actos praticados por particulares, visando suprimir ou


reduzir tributo ou contribuição social e qualquer acessório, através da prática
das condutas definidas por lei.
Inadimplência fiscal.

É um exagero afirmar que qualquer pagamento a menor de imposto é


sonegação. Deve-se distinguir a falta de pagamento (Inadimplência fiscal) do
acto de sonegar, que é a intenção deliberada de fraudar o apuramento do
imposto devido.
Diferença entre sonegação (evasão fiscal) e elisão fiscal.

Outro destaque é a diferença entre sonegação e elisão fiscal, também


chamada de planeamento tributário.

"A elisão fiscal é reconhecida como tal, quando um contribuinte recorre a uma
combinação engenhosa ou que ele efectua uma operação particular se
baseando sobre uma convenção não atingida pela legislação fiscal em vigor.
29
Ele usa o texto legal sem o violar: ele sabe utilizar habilmente uma brecha do
arsenal fiscal" (André Margairaz in La Fraude Fiscale et Ses Sucédanés)."

Em princípio, esta forma de elisão escapa às sanções legais, decorrente do


facto que ela é sucedânea de uma regra jurídica centenária segundo a qual os
contribuintes que dispõem de vários meios para chegar a um resultado idêntico
escolhem aquele que lhes permite pagar o menor imposto possível.

Segundo Maria Helena Diniz, no seu Dicionário Jurídico, Elisão Fiscal é:


“É o procedimento lícito que se realiza antes de ocorrer o facto gerador do
tributo, visando à economia fiscal.

Ainda a mesma autora, nessa mesma obra, define Evasão Fiscal, como:
“Acto comissivo ou omisso, de natureza ilícita, praticado com o escopo de
diminuir ou eliminar a obrigação tributária, mediante, por exemplo, fraude fiscal
ou adulteração de documentos”.

No Direito Tributário, como conjunto de normas que regulam a instituição e a


cobrança de tributos, só prevalece o princípio da legalidade. Pois não há
tributo sem que a lei estabeleça. Se o facto não está previsto na lei tributária, a
ocorrência é irrelevante para o Direito Tributário. Diz-se que o facto não
previsto na lei tributária, integra o campo na não incidência.

A sonegação, portanto, pressupõe necessariamente a ocorrência do facto


gerador. Só há sonegação quando alguém tenta simular, esconder ou
descaracterizar o facto gerador já ocorrido; ou ainda, simular ou dissimular
condições pessoais susceptíveis de afectar a obrigação tributária.

O contribuinte que pretende planejar em matéria tributária terá, portanto, que


adoptar um procedimento preventivo, a saber:

 Deverá antecipar-se ao facto, prevendo a sua ocorrência;

30
Adotará um procedimento lícito para evitar a ocorrência do facto gerador da
obrigação tributária, ou adoptará uma alternativa legal que esteja ao seu
alcance para reduzir a carga tributária.

Do contrário, mesmo agindo preventivamente, o contribuinte pode cometer


fraude, ato simulado ou abuso de forma jurídica.

Ônus do imposto

Ónus do imposto: é aquilo que foi transformado numa obrigação para alguém.
(encargos, obrigação, compromisso, dever ou imposto gravos).

 Elisão e evasão fiscal são duas formas de evitar o pagamento de


tributos.

A evasão fiscal é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas,


impostos e outros tributos. Entre os métodos usados para evadir tributos estão
a omissão de informações, as falsas declarações e a produção de documentos
que contenham informações falsas ou distorcidas, como a contratação de notas
fiscais, facturas, duplicatas etc.

Já a elisão fiscal: é uso de métodos legais para diminuir o peso da carga


tributária num determinado orçamento. Respeitando o ordenamento jurídico, o
administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo
fiscal) que permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente
administrado.

Diferentemente da evasão fiscal (onde ocorre o facto gerador do tributo e o


contribuinte não paga uma obrigação legal) na elisão fiscal, através do
planeamento, evita-se a ocorrência do facto gerador. E por não ocorrer o fato
gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento não caracteriza
ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de
uma obrigação fiscal.

A elisão fiscal é muito utilizada por empresas quando das transferências


internacionais de recursos, na busca de conceitos tributários diferentes em
países diferentes - de forma a direccionar o tráfego dos valores; assim, pode-se
31
reduzir a carga tributária e fazer chegar às matrizes as maiores quantidades
possíveis de recursos vindas das filiais. Como as grandes matrizes
internacionais encontram-se em países já de mais recursos, as discussões
sobre elisão fiscal, revestidas de legalidade, têm também adquirido contornos
de discussões morais.

 Há duas espécies de elisão fiscal:

1. Aquela decorrente da própria lei;


2. A que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei.

No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal permite ou até


mesmo induz a economia de tributos. Existe uma vontade clara e consciente do
legislador de dar ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos
fiscais são exemplos típicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio
texto legal dá aos seus destinatários determinados benefícios. É o caso, por
exemplo, dos Incentivos à Inovação Tecnológica.

Já a segunda espécie, contempla hipóteses em que o contribuinte opta por


configurar seus negócios de tal forma que se harmonizem com um menor ónus
tributário, utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem
evitar o facto gerador de determinado tributo com elementos da própria lei.

 O planeamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam


diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de
estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando
a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos
impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública
deve respeitá-la.

É sabido que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam


importante parcela dos custos das empresas, senão a maior. Com a
globalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a
correcta administração do ónus tributária.

32
O princípio constitucional não deixa dúvidas que, dentro da lei, o contribuinte
pode agir no seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto
planejar o fluxo de caixa, fazer investimentos, etc.

O planejamento tributário tem um objectivo a economia (diminuição) legal da


quantidade de dinheiro a ser entregue ao governo. Os tributos (impostos, taxas
e contribuições) representam importante parcela dos custos das empresas,
senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de
sobrevivência empresarial a correcta administração do ónus tributário.

Em média, 33% do facturamento empresarial é dirigido ao pagamento de


tributos. Do lucro, até 34% vai para o governo. Da somatória dos custos e
despesas, mais da metade do valor é representada pelos tributos. Assim,
imprescindível a adopção de um sistema de economia legal.

 Finalidades do planejamento tributário:

1 - Evitar a incidência do facto gerador do tributo.

Exemplo: Substituir a maior parte do valor do pro-labore dos sócios de uma


empresa, por distribuição de lucros, pois a partir de Janeiro/96 eles não sofrem
incidência do IR nem na fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a
incidência do INSS (20%) e do IR na Fonte (27,5%) sobre o valor retirado como
lucros em substituição do pró-labore.

2 - Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de


cálculo do tributo.

Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar por deduzir
até 20% da renda tributável como desconto padrão (com limite anual fixado) ou
efectuar as deduções de dependentes, despesas médicas, plano de
previdência privada, etc. Você certamente escolherá o maior valor, que lhe
permitirá uma maior dedução da base de cálculo, para gerar um menor Imposto
de Renda a pagar (ou um maior valor a restituir).

3 - Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu


pagamento, sem a ocorrência da multa.

33
º
Exemplo: transferir o facturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1 dia
do mês subsequente. Com isto, ganha-se 30 dias adicionais para pagamento
do IS, IRT.

Planeamento tributário é saúde para o bolso, pois representa maior


capitalização do negócio, possibilidade de menores preços e ainda facilita a
geração de novos empregos

Imposto gravoso: é um encargo pesado, obrigação de difícil cumprimento.


Encargo que recai sobre coisas móveis ou imóveis, por força de direitos reais
sobre coisas alheias (penhor, hipoteca, enfiteuse, censo, dote etc.).

34
CAPITULO VI - BENEFÍCIOS FISCAIS

6.1. Definição

Benefício fiscal é uma posição especial mais favorável em que se encontra


uma pessoa (singular ou colectiva), perante a lei tributária em virtude de
concorrem em sua situação individual ou social, determinadas circunstâncias
genericamente previstas na lei.

 Os fundamentos mais característicos dos benefícios fiscais são:

1 – Inutilidade técnica:

O caso do imposto que o Estado cobrasse a si mesmo ou cuja a colecta


acabasse por ser inferior às despesas realizadas com seus lançamentos e
cobrança.

Ex: O Estado isenta-se pelo pagamento de imposto pelo facto de ser o


cobrador do imposto.

2 – Justiça fiscal:

A necessidade de respeitar uma isenção de mínimo de existência, que assinala


a linear de rendimento abaixo do qual de considera que o Estado não pode
exigir dos cidadãos uma contribuição para a cobertura de encargos públicos,
antes lhe devendo, porventura, prestações sociais compensatórias.

Ex: O IRT – Os funcionários com um salário abaixo de 34.000,00 estão isento


do pagamento.

3 – Protecção ou incentivo:

Quer com o objectivo de natureza económica (apoio as exportações de bens e


serviços), quer de natureza cultural (promoção de investigação cientifica,
tecnológica, defesa do património artístico nacional), quer de natureza social ou
política (promoção do desenvolvimento regional).

35
Nestes casos o benefício poderá a médio prazo, gerar um aumento do
rendimento nacional, envolvendo em aumentar da matéria colectável e
consequentemente maiores receitas fiscais no futuro.

6.2. Modalidade dos benefícios fiscais

A modalidade mais típica do benefício fiscal é a isenção.

A isenção é a situação de alguém que recaindo objectiva ou subjectivamente,


no âmbito da aplicação de um imposto é excepcionalmente objecto de uma
disposição legal, em o impede o nascimento da obrigação fiscal.

As outras modalidades do benefício fiscal e a redução da taxa e redução da


matéria colectável.

6.3. Benefícios fiscais

Os benefícios fiscais só podem ser criados por Lei, a título transitório e


excepcional, com finalidades de políticas económicas, social, cultural,
ambiental ou quaisquer outras de relevantes interesse público e reconhecido
pela constituição.

Classificação

 Benefícios fiscais automáticos: São aqueles que dependem directa e


imediatamente da Lei.
 Benefícios fiscais não automáticos: são aqueles que dependem de
um ou mais actos administrativos de aplicação.
 Benefícios fiscais condicionados: são aqueles que dependem de
condições estabelecidas por Lei.
 Benefícios fiscais não condicionados: são aqueles que não
dependem de condições estabelecidas por Lei.
 Benefícios fiscais reais: são aqueles concedidos em função das
características objectivas do facto tributário.
 Benefícios fiscais pessoais: são aqueles concedidos em função das
características das pessoas dos seus titulares.

36
 Acesso aos benefícios fiscais

O acesso aos benefícios fiscais depende da variação dos pressupostos


constantes dos respectivos diplomas.

As pessoas singulares e colectivas de Direito público ou Privado, a quem sejam


concedidos benefícios fiscais, quer sejam automáticos ou dependentes de
reconhecimento, ficam sujeitas a fiscalização pela Administração tributária e
pelas demais entidades competentes, para o controlo da variação dos
pressupostos dos benefícios fiscais respectivos e do cumprimento das
obrigações impostas aos titulares do direito aos beneficiários.

6.4. Contrato fiscal

Os benefícios fiscais podem ser concedidos por contratos, nos casos e


condições expressamente estabelecidos por lei e visam o equilíbrio económico
e social do país, o desenvolvimento local e o incentivo ao investimento privado.

Quando os benefícios fiscais são concedidos por contrato, a tributação


depende da sua resolução, anulação ou declaração de inexistência ou nulidade
do negócio jurídico.

6.5. Publicidade dos benefícios fiscais

Os benefícios fiscais estão sujeitos a publicação no Diário da República e


divulgação no “sítio” da internet do Departamento Ministerial responsável pelas
Finanças públicas.

Os benefícios fiscais não automáticos que não resultem de um acto


estritamente vinculado de aplicação da Lei.

Entende-se por acto estritamente vinculado, todos aqueles que não comporte
qualquer margem de livre apreciação administrativa.

A publicação e divulgação dos benefícios fiscais de identificar concedente do


beneficio fiscal, a natureza do beneficio auferido e a data da decisão.

37
6.6. Caducidade dos benefícios fiscais

Os benefícios fiscais caducam no torno do prazo por que forem concedidos.

A inobservância das condições estabelecidas na Lei por facto imputável ao seu


titular determina a caducidade dos benefícios fiscais.

Quando o benefício fiscal respeite a aquisição de quaisquer bens com a


condição da afectação à directa realização dos fins da entidade adquirente, a
isenção caduca se os bens forem alienados nos oitos anos posteriores a
aquisição, devendo, nesse caso, o contribuinte proceder a liquidação, no prazo
de 45 dias.

Os benefícios fiscais reais são transmissíveis por morte ou entre vivos, desde
que os seus pressupostos se mantenham na pessoa do transmissório.

Os benefícios fiscais pessoais, não são transmissíveis.

A extinção dos benefícios fiscais, implicam automaticamente a reposição do


regime geral de tributação.

6.7. Isenções pessoais em sede de impostos sobre o rendimento e


património.

1 – Estão isentos de tributação sobre o rendimento e o património;

a) O Estado, Institutos públicos e autarquias


b) O Estado, Institutos públicos de providência e segurança social;
c) Os Partidos políticos, sindicatos, associações públicas e instituições
religiosas legalmente constituídas.

2 – As isenções para as instituições previstas nas alíneas b) e c) do nº anterior,


não se aplicam ao património e rendimentos relacionados com a exploração de
actividades económicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados.

3 – As isenções para as instituições previstas nas alíneas b) e c) do nº anterior,


do nº1, abrangem apenas o património directo e exclusivamente afecto á
realização dos fins estatuário das entidades aí referidas e as instalações de

38
apoio directo e exclusivo a esses bens, bem como as aquisições gratuitas ou
onerosas de quaisquer bem ou valores.

4 – O disposto nos números anteriores, não prejudica a tributação de isenções


e outros benefícios fiscais relativos aos impostos sobre o rendimento e o
património das organizações sociais, culturais, científicas, humanitárias e
profissionais, públicas ou privadas, de reconhecido interesse público e sem
finalidade lucrativa que satisfaçam os requisitos previstos na lei.

5 – As instituições referidas nas alíneas b) e c) do nº 1 do presente artigo


podem ser direito á restituição dos impostos pagos sobre o consumo, nos
casos e termos expressamente previstos na lei.

39
PARTE II

40
CAP. I - SISTEMA FISCAL ANGOLANO

1.1. Noções Gerais


1.1.1 - Definições

Sistema Fiscal Angolano é conjunto de impostos existentes num determinado


país e os órgãos administrativos que se responsabilizam pela administração
dos mesmos.

1.2. Características do Sistema Fiscal Angolano (S.F.A)


Um sistema fiscal depende fundamentalmente de três (3) factores.

 Económicos

 Políticos

 Sociais.

1.2.1. Período Colonial


Neste período (antes de 1975), o Sistema Fiscal Angolano (S.F.A) era
desajustado a realidade económica social de Angola, porque Angola era uma
província ultramarina de Portugal e dele dependia o seu governo, Assim sendo
o quadro jurídico tributário angolano assentava nas adaptações das reformas
tributárias feitas em Portugal entre 1929 à 1970.

1.2.2. Período pós Independência


Aos 11de de 11 de 1975, Angola tornou-se independente e rompeu-se
radicalmente a opção política militar do sistema tributário do período colonial.
Mas a situação política militar não permitiu a implementação dos diplomas
legais aprovados com vista o melhoramento da máquina fiscal e
concomitantemente a dinamização da economia.

As receitas das empresas públicas (Sonangol, Endiama) passaram a ser as


principais: Fontes de receitas do Estado e os impostos foram relegados a
segundo plano.

A partir de 1985 face aos sucessivos defíceis apresentados pelo Orçamento


Geral do Estado (O.G.E) o governo começou a desencadear novos programas
de recuperação económica. Desta feita surge o Saneamento Económico-

41
financeiro (S.E.F), que apresentava para a necessidade de se fazer uma
reforma no S.F.A.

Este programa visava as seguintes acções:

a) -Reformulação ou reajustamento da legislação tributária;


b) -Recrutamento e formação de pessoal de nível médio e superior para a
Administração Fiscal (A.F);
c) -Reorganização e modernização dos órgãos da Administração Fiscal (A.F)
priorizando a província de Luanda.

Em 1991 em colaboração com alguns organismos internacionais, foram


iniciadas as primeiras acções para a reforma do Sistema Fiscal Angolano
(S.F.A).

Os princípios fundamentais da fiscalidade angolana foram consagrados na Lei


Constitucional (artigo 14º em vigor naquela época).

Até em 2014 destacava-se as principais características do Sistema Fiscal


Angolano (S.F.A):

a) Predominância das receitas do petróleo e dos diamantes, por sua vez


são instável dada a sua dependência do mercado internacional e outras
contingências internas.
b) Dificuldades na tributação dos rendimentos reias das actividades
industriais, comerciais, etc.
c) Uma base tributária estreita, situação agravada com existência de
muitas actividades informais realizada à margem do fisco.
d) Grande importância das receitas aduaneiras (Alfândegas);
e) Fraca importância dos impostos sobre o património.

 O Decreto Presidencial nº155/10 de 28 de Julho

Em 28 de Julho de 2010 foi aprovado o Decreto Presidencial 155/10 de 28 de


Julho, que o projecto executivo para a reforma tributária, abreviadamente
designado por “PERT”.

42
O Pert é um organismo público especializado e temporário com uma vigência
de 5 anos a partir da data de entrada em vigor do referido Decreto.

Uma das missões do Pert era de conduzir a implementação da reforma


tributária, respeitando a Lei e as linhas gerais para a reforma tributária em
Angola.

1.3. Linhas Gerais do Executivo para a Reforma Tributária

No dia 15 de Março de 2011 é aprovado o decreto presidencial nº 50/11 sobre


as linhas gerais do executivo para a reforma tributária.

Dentre as linhas gerais destacam-se a curto prazo:

 Regulamentação do Código Geral Tributário;

 Simplificação e racionalização do Imposto de Selo;

 Introdução de maior simplicidade e neutralidade do imposto de consumo,


preparando o caminho para a introdução do IVA;

 Racionalização e consolidação legislativa do Imposto Industrial, de modo


a classificar a base de incidência do imposto, bem como as bases de
cálculo, terminando com as expressões legislativa, do regime dos certos
regimes (empreitadas atualizando as taxas das provisões e das
reintegrações e amortizações, alargando a base tributária e diminuindo
taxas de tributação;

 Revisão do regime de consignação de receitas fiscais que deverão ser


atribuídas ao poder local;

 Reforma do imposto sobre sucessões, doações e sisa, com eventual


extinção ou modificação do imposto sucessório e desagravamento do
imposto de sisa;

 Regulamentação do Código aduaneiro, tendo em conta a experiência da


sua aplicação e progressiva harmonização com os princípios
fundamentais do Direito Tributário, bem como alargamento da base

43
tributária e utilização de taxas moderadas que aprovam a reativação da
produção nacional.

 668/72 – Portaria das Provisões

 755/72 – Portaria das amortizações.

 7/97 – Lei anexa à Lei do Imposto Industrial.

1.4. ÓRGÃOS DA ADMINISTRÇÃO FISCAL


Administração Geral Tributária (A.G.T) é um órgão resultante da fusão de três
órgãos, Direcção Nacional dos Impostos (D.N.I), Direcção Nacional das
Alfândegas (DNA) e o Projecto Executivo para a Reforma Tributária (PERT) e
que são tutelados pelo Ministério das Finanças.

Direcção Nacional das Alfândegas (DNA) é representado pelos serviços


provinciais, ou seja nas províncias fronteiriças e portuárias, tal como: Luanda,
Benguela, Cabinda (portuárias) e Cunene (Fronteiriça).

Direcção Nacional dos Impostos (DNI) é representada pelas repartições Fiscais


(tratam da legalidade tributária) e Delegações Municipais (tratam do Direito
Financeiro – despesas e receitas).

Projecto Executivo para a Reforma Tributária (PERT) é um órgão dependente


directamente da presidência da República e representada somente em Luanda.

Direcção Nacional das Alfândegas (DNA) e Direcção Nacional dos Impostos


(DNI) dependem do Ministério das Finanças e o Projecto Executivo para a
Reforma Tributária (PERT) depende directamente do Presidente da República.

1.5. Impostos que constituem o Sistema Fiscal Angolano

1.5.1. Tributação do Rendimento


 Lei 19/14 de 22 de Outubro, aprova o Código do Imposto Industrial.

 Lei 18/14 de 22 de Outubro, aprova o Código do Rendimento sobre o


Trabalho.

 Decreto Legislativo 2/12 de 20 de Outubro, aprova a Revisão e a


Republicação do Código do Imposto Sobre Aplicação de Capitais.

44
1.5.2.Tributação do Consumo e Despesas:

 O Decreto presidencial nº 3/14 de 21 de Outubro, aprova a Revisão do


Código do Imposto de Selo.

 O Decreto nº 41/99 de 10 de Dezembro, aprova o Imposto sobre o


Consumo.

 O Decreto Executivo nº 333/13 de 08 de Outubro, determina a liquidação


e o pagamento do Imposto de Consumo nos serviços petrolíferas.

1.5.3. Tributação do Património

 O Diploma Legislativo nº 4.044/70 de 13 de Outubro de 1970, aprova o


Código Predial Urbano.

45
CAPITULO II – IMPOSTO INDUSTRIAL

2.1. Conceito
O imposto industrial é um tributo cuja manifestação é directa, estável e
permanente, criado pela Lei N.º 19/14, de 22 de Outubro.

2.1.1. Incidência4
O Imposto Industrial incide sobre os lucros imputáveis ao exercício de qualquer
actividade de natureza comercial ou Industrial, ainda que acidentais.

É considerado sempre de natureza comercial ou industrial para efeitos do


Código do Imposto Industrial:

a) A actividade de exploração agrícola, apícola, avícola, pecuária,


piscatória e silvícola;
b) A actividade de mediação, agencia ou representação na realização de
contratos de qualquer natureza;
c) O exercício de actividades reguladas pela entidade de supervisão de
seguros, entidade de supervisão de jogos, pelo Banco Nacional de
Angola e pela Comissão de Mercado de Capitais;
d) A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de
urna carteira de imóveis, de participações sociais ou títulos;
e) Actividade das fundações, fundos autónomos, cooperativas e
associações de beneficência.

2.1.2. Sujeitos Passivos5


São sujeitos passivos do imposto Industrial:

a) As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial , as


cooperativas, fundações, associações, fundos autónomos, empresas
públicas e as demais pessoas colectivas de direito publico ou privado,
com sede ou direcção efectiva em território angolano;
b) As entidades desprovida de personalidade jurídica com sede ou direcção
efectiva em território angolano, cujos rendimentos não seja directamente
tributáveis em Imposto Industrial, quer estejam na titularidade de
pessoas singulares ou colectivas;

4
Artigo 1º do CII
5
Artigo 5º do CII

46
c) As pessoas colectivas que não tenham, sede ou direcção efectiva em
Angola mais que obtenham rendimento no País.

Consideram-se incluídas na alínea b) acima citada, designadamente, as


heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a
invalidade, as associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as
sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, anteriormente ao registo
definitivo.

2.2. Isenções e Benefícios Fiscais6


As isenções e benefícios fiscais resultante de acordo celebrado pelo Estado
Angolano, ou ente público legalmente competente para o efeito, mantêm-se em
vigor, nos termos da legislação ao abrigo da qual foram concedidas, com as
devidas adaptações.

Os termos e duração das isenções e benefícios fiscais referidas no parágrafo


anterior, constam obrigatoriamente de documentos escritos emitido pelas
autoridades públicas referidas no parágrafo anterior, devendo ser
disponibilizado pelo contribuinte sempre que solicitado pelas autoridades.

A não apresentação da documentação comprovativa do direito a isenção de


imposto ou direito a benefícios fiscais, presume-se a sua não existência.

A criação da aparência, perante a administração tributária ou terceiros, do


direito a isenção de imposto ou direito a benefícios fiscais, no âmbito de
transacções sujeitas a Imposto Industrial, constitui infracção sancionada nos
termos do Código Geral Tributário e da Legislação Penal.

O requerimento dos interessados, o Titular do Departamento Ministerial que


responde pelas Finanças Publicas, mediante parecer da Direcção Nacional de
Imposto, pode reconhecer isenção do pagamento do Imposto Industrial, até 5
(anos) anos, à Fundações, associações e cooperativas devidamente
legalizadas e com estatuto de utilidade pública, sempre que o interesse público
o justifique.

6
Artigo 6º do CII

47
Ficam isenta do Imposto Industrial as companhias marítimas ou aéreas, se, no
País da sua nacionalidade, as companhias angolanas de igual objecto social
gozarem da mesma prerrogativa.

2.3. Incidência pessoal7


No imposto Industrial há dois grupos:

a) O Grupo A com tributação incidente nos lucros efectivamente obtidos


pelos contribuintes e determinados através da sua contabilidade;
b) O Grupo B com tributação incidente nos lucros efectivamente obtidos
pelos contribuintes e determinados através da sua contabilidade ou
sobre os lucros que presumivelmente os contribuintes obtiveram,
quando não directamente apuráveis através dos elementos
contabilísticos disponibilizados pelo contribuinte.

2.3.1. Tributação pelo Grupo A8


São obrigatoriamente tributadas pelo Grupo A:

a) As empresas públicas e entes equiparados;


b) As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades
Comerciais ou da Lei das Sociedades Unipessoais, de capital social
igual ou superior a Kz: 2 000 000,00 (dois milhões de Kwanzas);
c) As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades
Comerciais ou da Lei das Sociedades Unipessoais, com proveitos totais
anuais de valor igual ou superior a Akz: 500 000 000,00 (quinhentos
milhões de Kwanzas).

Considera-se também incluída no Grupo A as associações, Fundações e


Cooperativas cuja actividade gere proveitos adicionais às dotações e subsídios
recebidos dos seus associados, cooperantes mecenas.

Consideram-se também incluídas no Grupo A as sucursais de sociedades não


residentes no território angolano.

7
Artigo 7º do CII
8
Artigo 8º do CII

48
2.3.2. Inclusão no Grupo A9
Podem optar pela sua inclusão no grupo A quaisquer contribuintes desde que
mencionem a sua pretensão até ao final do mês de Fevereiro do ano a que o
imposto industrial respeite, mediante alteração no Registo Geral do
contribuinte, a solicitar por escrito na repartição fiscal com competência sobre o
sujeito passivo do imposto.

Os contribuintes que tiverem optado pela sua inclinação no grupo A, só depois


de decorrido 3 (três) anos, podem requerer o seu reingresso no grupo B.

2.3.3. Tributação pelo Grupo B10


São tributadas pelo grupo B, todos os contribuintes referidos no artigo 5º do
Código do Imposto Industrial não abrangidos pelo grupo A, e bem assim, os
que, da mesma natureza subjectiva, devam imposto somente pela prática de
alguma operação ou acto isolado de natureza comercial ou industrial.

Entende-se por acto isolado de natureza comercial ou industrial a realização de


qualquer actividade comercial ou industrial, como definida nos termos do
Código do Imposto Industrial, que de forma contínua ou interpolada, não tenha
duração superior a 180 dias durante um exercício fiscal.

2.4. Determinação da Matéria Colectável do Grupo A11

A matéria colectável é determinada com base na declaração fiscal e


demonstrações financeiras do contribuinte cuja elaboração é obrigatória nos
termos do Código do Imposto Industrial, do Plano Geral de Contabilidade e dos
Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras.

Na ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos elementos necessários à


determinação do imposto devido, a administração tributária pode utilizar
métodos indirectos de apuramento da matéria colectável utilizando,
inclusivamente, a informação contabilística e fiscal de contribuinte que se
relacionem com o sujeito passivo, nos termos do Código Geral Tributário.

9
Artigo 9º do CII
10
Artigo 10º do CII
11
Artigo 12º do CII

49
O lucro tributável reporta-se ao saldo revelado pela conta de resultados do
exercício elaborados em obediência aos princípios contabilísticos estabelecidos
na legislação em vigor e consiste na diferença entre os proveitos ou ganhos
realizados e os custos ou gastos incorridos no exercício, uns e outros,
eventualmente corrigidos nos termos do Código do Imposto Industrial.

Sem prejuízo do disposto nos parágrafos anteriores, as declarações podem ser


submetidas através de meios electrónicos, nos termos que vierem a ser
regulamentados.

2.5. Custos não Aceites Fiscalmente12


Não são aceites como custos dedutíveis a matéria colectável do imposto:

a) O imposto industrial, o imposto predial urbano, o imposto sobre os


rendimentos do trabalho, o imposto sobre aplicação de capitais;
b) As contribuições para segurança social na parceria que constitui encargo
do trabalhador;
c) O imposto que incida sobre transmissões de fonte sucessória, ou sobre
transacções gratuitas, que constituíam obrigação tributária de terceiros
às sociedades e o imposto que incida sobre remunerações de
trabalhadores ou pagamento de prEstadores de serviços que tenha sido
suportado pela entidade sujeita à imposto industrial;
d) As multas e todos os encargos pela prática de infracções de qualquer
natureza;
e) As indemnizações pagas pela ocorrência de eventos cujo risco seja
segurável;
f) Os custos de conservação e reparação de imóveis arrendados,
considerados como custos no apuramento do imposto predial urbano;
g) Correcções da matéria colectável relativas a exercícios anteriores, bem
como correcções extraordinárias do exercício;
h) Os seguros dos ramos vida e saúde cujo benefício não seja atribuído à
generalidade do pessoal da empresa.

12
Artigo 18º do CII

50
A prática de procedimentos contabilísticos destinados a omitir os custos não
aceites em sede do artigo 18.º do Código do Imposto Industrial, são
sancionadas nos termos do Código Geral Tributário.

2.6. Tratamento de Amortizações13

São aceites como custos ou perda de exercício, até ao limite das taxas anuais
que forem fixadas, os encargos de reintegração e amortização dos elementos
do activo imobilizado, corpóreo e incorpóreo, sujeitos a deperecimento,
efectuados nos termos do Código do Imposto Industrial.

Para efeitos dos aspectos do parágrafo anterior consideram-se sujeitos a


deperecimento os elementos do activo imobilizado que, com carácter
sistemático, sofrerem perdas de valor resultantes da sua utilização, do recurso
do tempo ou do processo tecnológico.

As amortizações e reintegrações dos contribuintes sujeitos aos Planos de


Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras devem ser realizadas de
acordo com o respectivo normativos contabilísticos, mesmo quando contrários
às disposições do Código do Imposto Industrial, podendo, no entanto, os
procedimentos de contabilização serem corrigidos pela Direcção Nacional de
Impostos quando se entenda que estes não têm aderência aos respectivos
normativos contabilísticos.

2.7. Activos Amortizáveis14

Activos amortizáveis são todos os bens, e seus elementos, contabilizados


como activo imobilizado, corpóreo ou incorpóreo, que estejam sujeitos a
deperecimento.

Salvo razões devidamente fundamentadas e previamente aceites pela Direcção


Nacional de Impostos, os elementos do activo imobilizado consideram-se
sujeitos a deperecimento, a partir da sua data de entrada em funcionamento.

13
Artigo 24º do CII
14
Artigo 25º do CII

51
São aceites para efeitos fiscais, apenas os custos ou perdas com amortizações
que estiverem contabilizados como tal no exercício a que respeitem e que
tenham sido calculadas sobre activo amortizáveis.

Não são aceites amortizações pela aquisição de bens móveis sujeitos a regista,
dos quais o contribuinte não possua, sequer a respectiva declaração de venda,
em que seja identificável o transmitente originário, e elementos identificados
que permitam identificar o bem de forma individualizada.

2.8. Método de Cálculo15

O cálculo das amortizações do exercício deve fazer-se, pelo método das


quotas constantes.

Os contribuintes que pretendam utilizar qualquer outro método de cálculo das


amortizações por considerarem mais adequado a sua actividade económica,
devem requerer, com base em fundamentação técnica apropriada, a aprovação
prévia da Direcção Nacional de Impostos, sob a pena da não consideração do
custo.

2.9. Amortização de Bens de Reduzido Valor16

Os activos amortizáveis cujo custo individualmente considerado e valorizado,


nos termos do Código do Imposto Industrial, não exceda Kz: 30 000,00 (trinta
mil Kwanzas) podem ser totalmente amortizados no exercício em que entram
em funcionamento.

Excluem-se da regra anterior, os activos amortizáveis, que façam parte


integrante de um conjunto de bens e elementos, que devam ser amortizados
como um todo e não sejam susceptíveis de avaliação e utilização
individualizada.

15
Artigo 27º do CII
16
Artigo 36º do CII

52
2.10. Amortizações de Bens Reavaliados17

As amortizações dos bens imobilizados corpóreo reavaliados nos termos da


legislação em vigor são aceites para efeitos fiscais nos precisos termos aí
estabelecidos.

Não são aceites para efeitos fiscais, quaisquer amortizações que forem
calculadas sobre o acréscimo de custo dos bens resultantes de reavaliações
que tenham sido efectuadas ao abrigo de qualquer legislação de natureza fiscal
que especificamente as autorize.

2.11. Amortizações não aceites18

Não são aceites para efeitos fiscais as amortizações do exercício que:

a) Não sejam contabilizadas como custo ou gastos no exercício a que


respeitam;
b) Sejam calculadas sobre bens e elementos do activo imobilizado
corpóreo ou incorpóreo não sujeitos a deperecimento;
c) Excedam as taxas limite e períodos de vida útil estabelecidos na
legislação em vigor sobre a matéria, salvo os casos excepcionais
devidamente fundamentados e aceites pela Direcção Nacional de
Impostos;
d) Sejam calculadas sobre imóveis na parte correspondentes ao valor dos
terrenos que ultrapassem os limites definidos no presente Código;

e) No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, sejam calculadas


sobre a parte do custo inicial, ou do custo revalorizado, que exceda os
Akz: 7 000 000,00 (sete milhões de kwanzas), excepto se tais viaturas
estiverem afectas à exploração de serviços públicos de transporte ou se
destinarem a ser alugadas no exercício da actividade normal da
empresa;
f) Sejam calculadas sobre o custo de barcos de recreio e aviões ou
helicópteros e de todos os encargos com estes relacionados, excepto se

17
Artigo 37º do CII
18
Artigo 40º do CII

53
estiverem afectos à exploração de serviços de transportes ou se
destinam a ser alugados no exercício da actividade normal da empresa;
g) Sendo excepcionais conforme dispõe o n.º 1 do artigo 38.º do Código do
Imposto Industrial, o contribuinte não tenha obtido a aprovação prévia da
Direcção Nacional de Impostos prevista no n.º 2 do mesmo artigo;
h) Não estejam sujeitas inscritos e devidamente justificados nos mapas de
amortizações que devem acompanhar a declaração anual de
rendimentos – Modelo 1 do imposto industrial.

2.12. Obrigações declarativas

 Contribuintes do Grupo A (Apresentação da Declaração Modelo 1)19

Os contribuintes do grupo A apresentam anualmente, no mês de Maio, na


repartição fiscal com competência sobre o contribuinte, uma declaração em
duplicado Modelo 1, a regulamentar (anexo n.º1).

A declaração – Modelo 1 do imposto industrial deve ser entregue


obrigatoriamente, sob pena da sua não recepção pela repartição fiscal,
acompanhada de Demostração de Resultado por Natureza, Balanço, Balancete
do Razão e Balancete Geral Analítico, antes e depois dos lançamentos de
rectificação e regularização e de apuramento dos resultados do exercício, e
respectivos anexos, devidamente assinados pelo contabilista responsável pela
elaboração.

Deve igualmente acompanhar a Declaração – Modelo 1 do imposto industrial o


relatório técnico onde, com base em mapas discriminativos, o contabilista que
assinou as declarações financeiras e a declaração fiscal deve comentar
sucintamente as reintegrações e amortizações contabilizadas, com indicação
do método utilizado, das taxas aplicadas e dos valores iniciais e actuais dos
diversos elementos sobre os quais aquelas recaíram, as alterações sofridas
pelas existências de todas as categorias e os critérios que presidiram à sua
valorimetria, as provisões constituídas ou as alterações nelas ocorridas, os
critérios incobráveis verificados, as mais-valias realizadas, as variações

19
Artigo 51º do CII

54
patrimoniais ocorridas, os gastos gerais de administração, com especial
referência às remunerações, de qualquer espécie, atribuídas aos corpos
gerentes, bem como as todas despesas de representação suportadas durante
o exercício, as mudanças no critério de imputação de custos ou atribuição dos
proveitos às diferentes actividades ou estabelecimentos da empresa, quaisquer
outros elementos reputados de interesse à justa determinação do lucro
tributável e ao esclarecimento do balanço e da conta de resultados do exercício
ou de ganhos e gastos.

Sem prejuízo do disposto no número anterior, as declarações podem ser


submetidas através de meios electrónicos, nos termos regulamentares.

Os contribuintes integrantes do grupo A, que sejam sociedades, obrigadas a ter


as suas demostrações financeiras auditadas por perito contabilista, devem
apresentar, para além dos documentos referidos acima, o relatório e o parecer
do respectivo perito contabilista sobre tais demostrações financeiras.

2.12.1. Documentação a Arquivar com a Declaração Modelo 120

O duplicado da declaração referida no artigo 51.º do Código do Imposto


Industrial deve encontrar-se disponível nas instalações do contribuinte,
acompanhada dos seguintes documentos e peças contabilísticas:

a) Relação dos titulares dos órgãos de gestão;


b) Cópia da acta da Assembleia Geral de aprovação de contas do
exercício, ou documento de aprovação de contas;
c) Balanço, Balancete do Razão e Balancetes Geral Analítico, antes e
depois dos lançamentos de rectificação ou regularização e de
apuramento dos resultados do exercício;
d) Demostração de Resultados por Natureza e Demostração de Fluxos de
Caixa;
e) Mapas de amortizações e reintegrações de bens activos imobilizado;
f) Mapa geral de todos os impostos pagos no decurso do exercício.
1- O incumprimento da obrigação estabelecida no número anterior constitui
infracção fiscal, nos termos do Código Geral Tributário.

20
Artigo 52º do CII

55
2.13. Disposições diversas
2.13.1. Cessação de Actividade21

No prazo de 60 (sessenta) dias a contar da cessação da sua actividade, os


contribuintes devem apresentar, em triplicado, a Declaração Modelo 1,
entendendo-se que a cessação se verifica na data de encerramento das
contas, ou tratando-se de sociedade regularmente constituídas como sede ou
direcção efectiva no País, na da aprovação das contas do liquidatário ou
administrador.

A declaração é acompanhada dos seguintes documentos:

a) Relação dos liquidatários;


b) Identificação do contabilista envolvido na preparação das demostrações
financeiras da liquidação;
c) Identificação do advogado envolvido nos actos e negócios jurídicos de
liquidação da pessoa colectiva;
d) Cópia da acta da Assembleia Geral que tiver aprovado as contas, ou
havendo aprovação judicial, certidão da respectiva decisão;
e) Mapa da conta de resultados da liquidação, discriminado por rubricas do
balanço;
f) Mapa da conta de resultados do exercício;
g) Mapa do Balanço final.

Relatório elaborado e assinado por contabilista e advogado com descrição dos


actos e negócios jurídicos de liquidação societária, com breve descrição do seu
impacto da situação patrimonial da sociedade, acompanhado de cópias da
documentação comprovativa da sua habilitação profissional.

Os contribuintes mencionados no artigo 4.º do Código do Imposto Industrial


devem cumprir o preceituado no presente artigo quando cessarem totalmente o
exercício da actividade em Angola.

Na falta de contabilidade, a cessação entende-se verificada na data em que se


preencham os requisitos indicados nos n.os 1 e 2 do artigo 78.º do Código do
Imposto Industrial.

21
Artigo 53º do CII

56
Os contribuintes cujas sociedades tenham sido constituídas ao abrigo de
projectos de investimento privado devidamente licenciados por autoridades
pública são obrigados à entrega de declaração dessa autoridade, ou daquela
que lhe sucedeu, onde seja descrito o tratamento fiscal a conferir ao activo
superveniente à liquidação da sociedade.

2.13.2. Conservação da Informação Contabilística22

Os contribuintes devem organizar e conservar a sua informação contabilística e


fiscal de modo a que a mesma se possa apurar clara e inequivocamente e
controlar o lucro tributável e o cumprimento das obrigações fiscais do
contribuinte com inteira observância das disposições do Código do Imposto
Industrial, por um período de 5 (cinco) anos.

O titular do departamento ministerial que responde pelas finanças públicas,


pode, por Decreto Executivo, tornar obrigatória, a existência da informação
contabilística adicional ao especializar o seu reporte em termos diferentes dos
definidos no Código do Imposto Industrial.

2.14. Contabilistas e Peritos Contabilistas23


Consideram-se contabilistas, para os efeitos do Código do Imposto Industrial os
que estiverem escritos como tal na Ordem dos Contabilistas e peritos
contabilistas nos termos da legislação em vigor.

Os contribuintes do grupo A e do grupo B sempre que disponham de


contabilidade organizada, deve comunicar à Direcção Nacional de Impostos os
elementos de identificação do seu contabilista na primeira liquidação de
Imposto Industrial provisório posterior a entrada em vigor do Código do Imposto
Industrial ou sempre que houver mudança do contabilista do contribuinte.

O incumprimento do disposto no parágrafo anterior é sancionado com pena de


multa prevista no n.º 2 do artigo 76.º do Código do Imposto Industrial se
prejuízo do estatuído no Código Geral Tributário.

22
Artigo 55º do CII
23
Artigo 56º do CII

57
2.15. Verificação da Matéria Colectável24
A verificação da correcta determinação da matéria colectável sujeita a Imposto
Industrial compete à repartição fiscal da área e que deva ser apresentada a
Declaração Modelo 1.

Na falta ou insuficiência das declarações procede-se a determinação do lucro


tributável por presunção tendo por base todos elementos de que a
administração tributária disponha e, designadamente, os seguintes:

a) Elementos da contabilidade do contribuinte;


b) Matéria colectável de anos anteriores;
c) Margens médias de lucro bruto ou liquido, sobre as vendas e prestação
de serviços ou compras e fornecimento de terceiros;
d) Elementos e informação declaradas a administração tributaria, incluindo
os relativos a outros impostos e bem assim, os obtidos em empresas ou
entidades que tenha relações com o contribuinte.

A matéria colectável apurada nos termos do número anterior, quando superior


ao apuramento efectuado pelo contribuinte origina um procedimento de
liquidação adicional de imposto com as devidas consequências determinadas
no Código do Imposto Industrial e no Código Geral Tributário.

Sem prejuízo do disposto nos parágrafos anteriores, as liquidações de


impostos efectuadas nos termos do parágrafo anterior podem ser enviadas ao
contribuinte, através de meios electrónicos, nos termos regulamentares.

2.16. Procedimento com reavaliação

2.16.1.Valores máximos de reavaliações

O valor líquido dos elementos do activo imobilizado corpóreo reavaliado não


poderá ser superior ao valor real actual na data de reavaliação.

Entende-se por valor real de um bem imobilizado aquele que tem por base o
seu valor de substituição, a data a que se reporta a reavaliação, ajustado na
proporção necessária para obter em conta o seu Estado de uso e a utilidade
ainda esperada.

24
Artigo 57º do CII

58
Nos casos em que a reavaliação for feita com base no valor real actual
observar-se-ão as seguintes regras:

a) Tratando-se de bens não totalmente amortizados e coeficiente de


correcção monetária a aplicar será o que resulta do cociente entre o
valor do bem e o respectivo valor líquido contabilístico antes da
reavaliação;
b) Tratando-se de bens totalmente amortizados o coeficiente de correcção
monetária a aplicar será o que resulta do processo descrito no n.º 2 do
artigo 4.º (Decreto n.º 6/96, de Janeiro), porem, a correcção das
amortizações acumuladas far-se-á para que o valor líquido contabilístico
após a reavaliação não exceda o citado valor actual, aplicando-se nos
exercícios previstos como cota máxima de amortização a que resultar a
divisão do valor real actual pelo números de anos de utilidade esperada.

2.17. Regime Fiscal das Amortizações25

O regime fiscal das amortizações dos bens reavaliados nos termos do diploma
(Decreto n.º 6/96, de Janeiro), é o que resulta das disposições e vigor do
Código do Imposto Industrial e legislação complementar.

Só poderão calcular-se amortizações sobre os valores dos bens resultantes da


reavaliação a partir do exercício económico seguinte.

Para efeitos de determinação do lucro tributável, não se considera como custo


respectivo do exercício o acrescemos das amortizações anuais resultantes da
reavaliação multiplicado por 0,3.

Considera-se como acréscimo das amortizações anuais nos casos dos bens
não totalmente amortizados, o valor que resulta da aplicação das taxas de
amortização utilizadas no exercício ao valor do aumento dos custos destes
bens e no caso de bens totalmente amortizados, o valor das cotas de
amortizações contabilizadas, anualmente.

25
Artigo 7º do Diploma (Decreto n.º 6/96, de Janeiro)

59
2.18. Provisões26
1 – São de considerar como provisões aceites para efeito, do disposto da
alínea h)27 do artigo 14º do Código do Imposto Industrial, apenas:

a) As que se destinarem a ocorrer a obrigações e encargos


derivados de processos judiciais em curso por factos que
determinariam a inclusão daqueles entre os custos ou gastos do
exercício;

b) As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança


duvidosa, calculados em função da soma dos créditos resultantes
da actividade normal da empresa existentes no fim do exercício, e
da sua antiguidade;

c) As que se destinarem em cobrir a perda de valor das existências;

d) As que tiverem sido constituídas de acordo com as obrigações


impostas pelas entidades públicas reguladoras do sector
financeiro, segurador e de jogos, e de outras entidades públicas
reguladoras supervenientes ao presente Código;

e) As taxas e os limites das provisões a que se referem as alíneas


a), b) e c) devem ser publicadas até 90 (noventa) dias após a
entrada em vigor do presente Código;

2 – As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os


eventos a que se reportam e as que forem utilizadas para fins diversos dos
expressamente previstos no presente no artigo 45º do CII, considerar-se-ão
proveitos ou ganhos do respectivo exercício.

3 – As provisões dos contribuintes sujeitos à utilização dos Planos de Contas


das Instituições Financeiras e Seguradoras, nos termos e limites definidos
na legislação própria da entidade reguladora na totalidade do seu volume.

2.19. Donativos

26
Artigo 45º do CII
27
Provisões constituídas nos termos da legislação em vigor.

60
Apenas têm relevância fiscal os donativos em dinheiro ou em espécie e a
prestação de serviços, concedidos sem contrapartidas para os mecenas, cujo
escopo se posicione ao nível dos sectores descritos no artigo 1º 28 da Lei/12 de
18 de Janeiro (Lei do Mecenato).

28
Objecto – A presente lei estabelece o regime jurídico de incentivos fiscais e apoios do Estado no
âmbito do Mecenato, visando fomentar, valorizar e promover o desenvolvimento dos sectores social,
cultural, desportivo, educacional, juvenil, tecnológico, bem como da saúde e da sociedade de informação.

61
CAPITULO III - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTO DO TRABALHO
3.1. Conceito

Com o processo a reforma tributária em curso no país, afigura-se necessário


proceder a revisão do Imposto sobre o rendimento do trabalho, no sentido de
eliminar alguns aspectos que se revelam desajustados à actual realidade
económica e social e totalmente obsoletos.

A presente revisão contempla a segmentação dos rendimentos em grupo,


nomeadamente Grupo A, B e C, a eliminação de algumas isenções bem como
a clarificação e desenvolvimento de algumas matérias incluídas no âmbito da
sujeição do referido imposto.

Por outro lado, procedeu-se a harmonização com as alterações efectuadas no


Código do Imposto Industrial. As diversas alterações permitem não só o
alargamento da base de incidência do imposto, potenciando a receita efectiva
bem como a introdução de maior justiça social na repartição da carga fiscal dos
contribuintes singulares, de acordo com o espírito e a letra, do Decreto
Presidencial nº 50/111 de 15 de Março, que definiu as linhas gerais do
Executivo para a reforma Tributária.

3.1.2. Definição

O Imposto sobre o Rendimento do Trabalho - é um imposto de Tributação


sobre o Rendimento, visa atingir faculdades contributivas permanentes,
directas e acima de tudo estáveis; praticados a luz das Leis 12/92, de 19 de
Julho; 10/99 de 29 de Outubro e do Decreto Executivo nº 80/09, de 07 de
Agosto, todos revogadas e da Lei 18/14 de 22 de Outubro em vigência na
República de Angola.

3.2. Incidência29

O Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, incide sobre os rendimentos por


conta própria ou de outrem, expresso em dinheiro, ainda que auferido em
espécie de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais,

29
Artigo 1º Base do Imposto CIRT

62
fixos ou variáveis independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma
estipulada para o seu cálculo e pagamento.

Constituem rendimentos para os efeitos deste imposto, todas a remunerações


percebidas a título de ordenados, vencimentos, salários, honorários, avenças,
gratificações, subsídios, prémios, comissões, senhas de presença,
emolumentos, participações em multas, custas, margens os rendimentos
comerciais e industriais, bem como outras remunerações acessórias, sem
prejuízo do imposto no art.º 2º do presente código.

Consideram-se também rendimentos do trabalho:

a) Os abonos para falhas, subsídios diários de representação, de viagem


ou deslocações e quaisquer outras importâncias da mesma natureza,
sem prejuízo do imposto nas alíneas c) e j) do artigo 2º.
b) As remunerações dos detentores de participações sociais pelo
desempenho de trabalho nas respectivas sociedades;
c) As remunerações dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e
entidades equiparadas;
d) Os aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a
devida comprovação da origem do rendimento;
e) As remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de
carácter político ou social.

3.3. Não Sujeição30

Não constituem matéria colectável:


a) As prestações sociais pagas pelo Instituto Nacional da segurança
Social, no âmbito da protecção social obrigatória nos termos da lei;
b) As gratificações de fim de carreira devidas no âmbito da relação
jurídico-laboral;
c) Os abonos para falhas, em montante que não ultrapassem o limite
máximo estabelecido para os funcionários públicos;

30
Artigo 2º CIRT

63
d) O abono de família pago pela entidade empregadora, em montante
que não ultrapasse o limite máximo de 5% (cinco por cento) do
ordenado base mensal do trabalhador, excluídos os trabalhadores
sujeitos ao regime remuneratório da função pública;
e) As contribuições para a segurança social;
f) Os subsídios para renda de casa até ao limite de 50% (cinquenta por
cento) do valor do contrato de arrendamento, excluídos os
trabalhadores, sujeitos ao regime remuneratório da função pública;
g) As compensações pagas à trabalhadores por rescisão contratual
independentemente de causa objectiva, que não ultrapassem os
limites máximos previstos na lei geral do trabalho;
h) Os salários e outras remunerações devidas aos trabalhadores
eventuais agrícolas e aos trabalhadores domésticos contratados
directamente por pessoas singulares ou agregados familiares;
i) Os subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de
deficiências motoras, sensoriais e mentais,
j) Os subsídios diários, aposentação, viagem e deslocação, atribuídos
aos funcionários do Estado, que não ultrapasse os limites
estabelecidos na legislação específica;
k) Os subsídios diários de alimentação e transporte, atribuído a
trabalhadores dependentes não incluídos na alínea J) até ao limite
Akz 30.000,00 (trinta mil kwanzas), no seu valor mensal global;
l) O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependente
de entidade sujeita a imposto industrial ou outro regime especiais de
tributação quando deslocados aos serviços patronal desde que estas
despesas se encontrem devidamente documentas nos termos do
Código do imposto Industrial e legislação complementar;
m) As gratificações de férias e o subsídio de natal até ao limite de 100%
(cem por cento) do salário base do trabalhador.

Para efeitos na alínea c) do nº 1 do presente artigo, entende-se por abonos


para falhas o complemento remuneratório acessório que a entidade patronal
paga aos seus trabalhadores, pelos riscos inerentes ao exercício de funções

64
que, pela sua natureza, sejam susceptíveis de gerar falhas contabilísticas em
operações de tesouraria, pelas quais possam ser directamente
responsabilizadas.

Para efeitos do disposto na alínea f) do nº 1 do presente artigo devem os


interessados fazer a entrega de cópias do contrato de arrendamento na
Repartição Fiscal competente, no prazo de 15 (quinze) dias a partir da data da
assinatura do contrato;

Na falta da entrega do contrato nos termos do número anterior; os montantes


atribuídos ao trabalhador a título de subsídio de renda de casa constituem
matéria colectável na sua totalidade.

3.4. Grupo de tributação31

Os impostos sobre os rendimentos do Trabalho dividem-se em 3 (três) grupos


de tributação, A, B e C.

No Grupo A, incluem-se todas as remunerações percebidas pelos


trabalhadores por conta de outrem e pagas por uma entidade patronal por força
de vinculo laboral como definido nos termos da Lei Geral do Trabalho e os
rendimentos dos trabalhadores cujo vinculo de emprego se encontra regulado
pelo regime jurídico da função pública.

No Grupo B, incluem-se todas as remunerações percebidas pelos


trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma independente,
actividades constantes da lista de profissões anexas ao presente Código, e os
rendimentos auferidos por titulares de cargos de gerência ou administração ou
por titulares de órgãos sociais de sociedades.

No Grupo C, Todas as remunerações percebidas pelo desempenho de


actividades industriais e comerciais, que se presumem todas as constantes na
tabela de lucros mínimos em vigor.

3.5. Incidência subjectiva e âmbito de sujeição32

31
Artigo 3º CIRT
32
Artigo 4º do CIRT

65
O imposto é devido pelas pessoas singulares, que residam, quer não, em
território nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por serviços prEstados,
directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com domicílio,
sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no País.

a) Actividades dos tripulantes de navios ou aeronaves pertencentes a


empresas que possuam no território nacional sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável;
b) Actividade dos titulares de cargos de gerência, administração, e órgãos
sociais de sociedades que tenham a sua sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável no território nacional.

3.6. Rendimentos isentos33

1 - Estão isentos de Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho:

a) Os rendimentos auferidos pelos agentes das missões diplomáticas e


consulares estrangeiras sempre haja reciprocidade de tratamento.
b) Os rendimentos auferidos por pessoal ao serviços de organizações
internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo
órgão competente do Estado;
c) Os rendimentos auferidos pelo pessoal ao serviço das organizações
não-governamentais, nos termos estabelecidos nos acordos com
entidade nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito do Director
Nacional de Impostos;
d) Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de
guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a
50% (cinquenta por cento), comprovada com a apresentação pelo
contribuinte de documentação emitida por autoridade competente para o
efeito;
e) Os rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais com idade superior
a 60 (sessenta) anos derivados do trabalho por conta de outrem;
f) Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos
Grupos de Tributação A e B, auferidos pelos antigos combatentes,

33
Artigo 5º do CIRT

66
deficientes de guerra e familiares de combatentes tombado ou perecido,
desde que devidamente registados no Departamento Ministerial de
tutela.

3.7. Isenções específicas34

São isentos de impostos, os rendimentos auferidos por pessoas singulares que


prestem serviço militar e paramilitar nos órgãos de Defesa e Ordem Interna,
mas apenas aqueles derivados dessa prestação.

3.8. Método de liquidação do imposto35

1 – A liquidação do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A,


é efectuado pela entidade responsável pelo pagamento destes rendimentos,
mensalmente, após a realização das deduções previstas no nº do artigo 7º,
pela aplicação da tabela de taxas do imposto do Rendimento em vigor e
preenchimento do Documento de Liquidação de Imposto.

2 – A liquidação do imposto devido pela atribuição de rendimento do Grupo B é


efectuada nos seguintes termos;

a) Pela entidade pagadora desses rendimentos, mediante retenção na


fonte.
b) Pela entidade pagadora desses rendimentos quando atribuídos aos
titulares de cargos de gerências ou administração ou titulares de órgão
sociais de sociedades.
c) Pelo contribuinte.

3 – A liquidação do imposto devido pelos contribuintes do Grupo C é efectuada


nos seguintes termos:

a) Pelo contribuinte, nos casos referidos nos nºs 1 e 2 do artigo 9º do


Código sobre Imposto sobre Rendimentos do Trabalho, no que respeita
aos rendimentos auferidos no ano anterior.
b) Pela entidade pagadora dos rendimentos, mediante retenção na fonte.

34
Artigo 6º do CIRT
35
Artigo 10º do CIRT

67
3.9. Pagamento36

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A, deve ser


entregue, pela entidade empregadora, até ao final do mês seguinte ao
respectivo pagamento, na Repartição Fiscal competente.

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo B, deve ser


entregue:

a) Pela entidade pagadora dos rendimentos, até ao final do mês


seguinte ao do pagamento, na Repartição Fiscal competente, quanto
aos rendimentos liquidados nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo
10 do Código do Imposto sobre Rendimentos do Trabalho;
b) Pela entidade dos rendimentos, nos precisos termos em que é
entregue o imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo
A, quanto aos Rendimentos liquidados nos termos da alínea b) do
nº2 do artigo 10 supracitado;
c) Pelo titular desses rendimentos, até ao final do mês em que deve ser
entregue a declaração anual de rendimentos liquidados.

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo C deve ser


entregue;

a) Pelo titular desses rendimentos, até ao final do mês de Fevereiro, quanto


aos rendimentos liquidados nos termos da alínea a) do nº 3 do artigo 10
(CIRT).
b) Pela entidade pagadora dos rendimentos na Repartição Fiscal
competente, até ao final do mês seguinte ao respectivo pagamento.

A entrega do imposto é realizada, nos termos do (CGT), através do


preenchimento e entrega do respectivo Documento de Liquidação do Imposto.

3.10. Taxas37

36
Artigo 11º do CIRT
37
Artigo 16º do CIRT

68
A matéria colectável apurada por atribuição de rendimentos do Grupo A,
aplicam-se as taxas constantes na tabela anexa ao presente código.

A matéria colectável apurada por atribuição de rendimentos do Grupo B, aplica-


se a taxa única de 15% (quinze por cento).

A matéria colectável do Grupo C, referente aos rendimentos previstos no nº 1


do artigo 9º, aplica-se a taxa de 30% (trinta por cento).

O rendimento auferido nos termos dos nº 2 e do artigo 9º do presente Código,


aplica-se a taxa de 6,5% ( seis vírgula cinco por cento).

3.11. Atraso na escrituração e na declaração38

Para os contribuintes do Grupo B e C, os atrasos superiores a 30 (trinta) dias,


contados a partir de 1 de Abril de cada ano, na apresentação da escrita e da
declaração, a que se refere o nº 3 do artigo 22 º do CIRT, são punidos com
pena de multa a apurar, nos termos do Código geral Tributário, no valor mínimo
de kz 50.000,00 (cinquenta mil kwanzas).

Vencido o Prazo de 30 (trinta) dias previstos no número anterior; a


Administração Tributária notifica o contribuinte para regularizar a sua escrita e
apresentar a declaração, dentro do prazo dos 30 (trinta) dias subsequentes,
com a cominação de, se o não fazer, fica sujeito à pena de multa adicional de
Akz: 100.000,00 (cem mil kwanzas).

Se, relativamente ao exercício económico seguinte, o contribuinte não observar


os prazos referidos nos números anteriores, é punido com pena de multa no
valor de kz: 300.000,00 (trezentos mil kwanzas) e Akz: 500.000,00 (quinhentos
mil kwanzas) respectivamente.

As entidades responsáveis pela liquidação e entrega do imposto previstas nos


nºs 1 e 22 do artigo do CIRT, que não apresentem a declaração a que se refere
aquelas normas, são punidos com a pena de multa de Akz: 4.000,00 (quatro
mil kwanzas) por cada nome.

3.12. Não conservação de documento39

38
Artigo 28º do CIRT

69
Não sendo conservados os documentos referidos no artigo 22 º do presente
Código, na reforma e período nele estabelecido, aplica-se ao contribuinte a
pena de multa de Akz: 200.000,00 (duzentos mil kwanzas).

3.13. Responsabilidade solidária40

Pelas omissões, inexactidões e outras infracções tributárias eventualmente


praticadas, nos termos do CIRT, são responsável solidariamente entre si e com
a entidade patronal, os gerentes e administradores das pessoas colectivas de
direito público.

3.14. Falta de retenção41

As entidades obrigadas à retenção na fonte que não cumpram essa obrigação


são punidas com pena de multa nos termos do Código Geral Tributário. A multa
a apurar nos termos do nº 1 do CIRT, não pode ter um valor inferior a kz:
50.000,00 (cinquenta mil kwanzas).

3.15. Redução das multas42

As penas de multas constantes dos artigos 32º e 33º do CIRT, são sempre
reduzidas à metade, quando o cumprimento da obrigação fiscal se efectuar
voluntariamente dentro dos 30 dias subsequentes àqueles em que devesse ter
sido feito.

3.16. Recibo e remunerações43

1 – Cumpre à entidade empregadora a emissão de comprovativos relativos às


remunerações pagas e as deduções efectuadas por conta do imposto, através
de recibos mensais de remunerações, assinados pela gerência ou
administração, ou por um funcionário devidamente mandatado para os
representar e aposto carimbo da empresa.

39
Artigo 29º do CIRT
40
Artigo 30º do CIRT
41
Artigo 31º do CIRT
42
Artigo 34º do CIRT
43
Artigo 35º do CIRT

70
2 – os recibos mencionados no número anterior, podem ser enviados ao
trabalhador por via electrónica, quando a empresa e o trabalhador possuam
endereço electónico.

3 – O incumprimento do imposto do disposto no número anterior do presente


artigo é sancionado nos termos do Código Geral Tributário.

Lista a que se refere o nº 3 do artigo 3º do Código de Imposto sobre


Rendimento do Trabalho:

1 – Arquitectos, engenheiros e técnicos similares;

2 – Artistas plásticos e similares, actores, músicos, jornalistas e repórteres;

3 – Economistas, contabilistas, actuários e técnicos similares;

4 – Enfermeiros, parteiros, e outros técnicos paramédicos;

5 – Juristas;

6 – Médicos e dentistas;

7 – Psicólogos, psicanalistas e sociólogos;

8 – Veterinários, agrónomos, e especialistas com profissões conexas;

10 – Outras pessoas exercendo profissões liberais, técnicos e similares.

Tabela de taxas a que se refere o nº 1 do artigo 16º do Código de Imposto


sobre Rendimento de Trabalho.

RENDIMENTO EM KWANZAS/IMPOSTO

Rendimentos Taxa

Até 34.450,00 Isento

De 34.451,00 A 35.000,00 Excesso de 34.450,00

71
De 35.001,00 A 40.000,00 Parcela fixa + 7% sobre o excesso de
550,00 35.000,00

De 40.001,00 A 45.000,00 Parcela fixa + 8% sobre o excesso de


900,00 40.000,00

De 45.001,00 A 50.000,00 Parcela fixa + 9% sobre o excesso de


1.300,00 45.000,00

De 50.001,00 A 70.000,00 Parcela fixa + 10% sobre o excesso de


1.750,00 50.000,00

De 70.001,00 A 90.000,00 Parcela fixa + 11% sobre o excesso de


3.750,00 70.000,00

De 90.001,00 A 110.000,00 Parcela fixa + 12% sobre o excesso de


5.950,00 90.000,00

De 110.001,00 A 140.000,00 Parcela fixa + 13% sobre o excesso de


8.350,00 110.000,00

De 140.001,00 A 170.000,00 Parcela fixa + 14% sobre o excesso de


12.250,00 140.000,00

72
De 170.001,00 A 200.000,00 Parcela fixa + 15% sobre o excesso de
16.450,00 170.000,00

De 200.001,00 A 230.000,00 Parcela fixa + 16% sobre o excesso de


20.950,00 200.000,00

Mais 230.001,00 A Parcela fixa + 17% sobre o excesso de


de 25.750,00 230.000,00

73
CAPITULO IV - IMPOSTO SOBRE APLICAÇÃO DE CAPITAIS

4.1. Conceito
Tendo em conta o crescimento inevitável e cada vez maior do circuito
financeiro em Angola, com a iminência da entrada em funcionamento do
mercado de capitais e a consequente nas respectivas operações e a
necessidade de potenciar as receitas a arrecadar, bem como a implementação
de um sistema de tributação justo.

Sendo necessário adaptar os procedimentos tendentes ao apuramento da


matéria colectável, liquidação e pagamento de imposto actualmente vigentes e
sem aplicação prática.

Face a presente realidade económica e social em Angola, preconizando a


efetivação dos propósitos impregnados no projecto de Reforma Tributária em
curso, é aprovado o Decreto Legislativo Presidência nº 2/14 de 20 de Outubro,
nos termos do nº 1 do artigo 102º e do nº 1 do artigo 125º, alínea o) do artigo
165º, 170º e 171º, todos da Constituição da República de Angola.

4.2. Incidência44

O imposto sobre aplicação de capitais incide sobre os rendimentos


provenientes da simples aplicação de capitais e divide-se em duas secções: A
e B. É devido pelos titulares dos respectivos rendimento sem prejuízo da sua
exigência a outras entidades nos casos previstos no presente Código.

4.3. Sujeição ao imposto45

1 – Estão sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais, os rendimentos


gerados em Angola ou atribuídos a pessoas singulares ou colectivas, nacionais
ou estrangeiras, que tenham em Angola, residência, sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável ao qual os rendimentos sejam imputáveis.

Consideram-se gerados em Angola os rendimentos que derivem de capitais aí


aplicados, entendendo-se sempre como tais os rendimentos pagos por

44
Artigo 1º do CIAC
45
Artigo 7º do CIAC

74
entidades que aí possuam residência, sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável ao qual o pagamento deva imputar-se.

4.4. Isenção da Secção A46

1 – Estão isentos de imposto pela Secção A:

a) Os juros das vendas a crédito dos comerciantes relativos a produtos ou


serviços do seu comércio ou indústria, bem como o juro ou qualquer
compensação da mora no pagamento do respectivo preço;
b) Os juros dos empréstimos sobre apólice de seguros de vida, feitos por
sociedades de seguros.

2 – Não estão sujeitos a este imposto os rendimentos das instituições


financeiras e das cooperativas, quando sujeitos a Imposto Industrial, ainda que
dele isentos.

4.4.1. Isenção da Secção B47

1 - Estão isentos de imposto pela Secção B:

a) Os lucros ou dividendos distribuídos por uma entidade com sede ou


direcção efectiva em território angolano caso em que a entidade
beneficiária seja uma pessoa colectiva ou equiparada com sede ou
direcção efectiva em território angolano sujeita a Imposto Industrial,
ainda que dele isenta, que detenha no capital social da entidade que
distribui os lucros ou dividendos uma participação não inferior a 25%,
por período superior a um ano anterior à distribuição dos lucros;
b) Os juros de instrumentos que se destinem a formatarem as poupanças
que sejam devidas e previamente aprovados pelo Ministro das Finanças
sob parecer da Direcção Nacional dos Impostos, ouvidos o banco
Nacional de Angola.

2 – Em todo o caso, a isenção prevista na alínea b) do artigo 13º do CIAC, não


se aplica a juros auferidos de qualquer produto relativamente ao capital em
excesso de Akz: 500.000,00 por pessoa.

46
Artigo 12º do CIAC
47
Artigo 13º do CIAC

75
4 – Estão ainda isentos deste imposto os juros das contas-poupanças
habitação, criadas pelas instituições financeiras com o objectivo de
fomentar a poupança com vista à aquisição de habitação própria e
permanente.

4.5. Determinação da matéria colectável

4.5.1. Obrigações declarativas48

1 – As pessoas obrigadas à liquidação dos impostos nos termos do presente


Código, apresentam uma declaração de todos os rendimentos recebidos,
pagos ou postos à disposição dos seus titulares, até ao final do mês de Janeiro
do ano seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou colocação à
disposição ocorram.

2 – Ficando os créditos sujeitos a imposto por força do nº 3 do artigo 8º, o


prazo para apresentação da declaração conta-se a partir da data em que o
credor fixe residência em Angola.

3 – Exceptuam-se os empréstimos efectuados pelos organismos corporativos.

4.6. Dever de informação49

Os titulares dos créditos ou seus representantes, são obrigados a declarar,


dentro do prazo de 30 (trinta) dias, as alterações ocorridas em relação aos
elementos constantes da declaração que possam originar agravamento do
imposto, devendo igualmente declarar os recebimentos parciais e quaisquer
outras modificações que importem diminuição de colecta.

4.7. Créditos litigiosos50


1 – Os créditos de dívidas litigiosas podem requerer a suspensão da
determinação da matéria colectável e da liquidação do imposto até à extinção
da instância.

48
Artigo 15º do CIAC
49
Artigo 16º do CIAC
50
Artigo 17º do CIAC

76
2 – O pedido é acompanhado de certidão comprovativa da existência da
instância.

3 – Enquanto durar a instância, os credores têm de apresentar, no I Trimestre


de cada ano, nova certidão do Estado da causa em 31 de Dezembro do ano
anterior.

4 – Extinta a instância por qualquer das formas previstas no Código de


Processo Civil, o credor fica obrigado a declarar essa extinção no prazo de 30
(trinta) dias, com vista à liquidação do imposto, conforme decisão judicial e sem
limitação do números de anos.

5 – Decorrido o prazo fixado no número anterior, o Chefe de Repartição Fiscal,


sempre que tenha notícia da extinção da instância, procede oficiosamente à
liquidação.

6 – Consideram-se litigiosas as dívidas cuja declaração ou pagamento seja


pedido em juízo.

Livro de registo
Os organismos corporativos ficam obrigados a organizar um livro de registo dos
empréstimos concedidos, que deve ser patenteado aos funcionários a quem
incumbe a fiscalização do imposto.

4.8. Determinação da matéria colectável da Secção B

Obrigações declarativas51

As pessoas obrigadas à liquidação do imposto, nos termos do CIAC,


apresentam uma declaração de todos os rendimentos recebidos, pagos ou
postos à disposição dos seus titulares, até ao final do mês de Janeiro do ano
seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou colocação à disposição
ocorram.

51
Artigo 19º do CIAC

77
Determinação do valor das acções52

1 – Para efeitos do disposto na alínea h) do artigo 9º, o valor das acções


emitidas resulta da cotação média na Bolsa nos 1880 dias anteriores à data do
encerramento da subscrição ou não tendo cotação, o produto de 20 (vinte)
vezes o dividendo que caberia àquelas acções, o qual é determinado pela
média dos dividendos distribuídos nos últimos 3 (três) exercícios, ou no caso
de transformação de sociedade por quotas em sociedades anónimas, pela
média dos lucros dos três últimos exercícios correspondentes a idêntico capital
nominal.

2 – No caso de emissão de acções com reserva de preferência, deduz-se


previamente a parte a atribuir ao conjunto dos sócios ou dos subscritores que
devam beneficiar de isenção.

Aumento do capital social em reservas de preferência53

1 – As sociedades anónimas, em comandita por acções ou por quotas, que


tenham procedido a aumentos de capital, mediante emissão de acções com
reserva de preferência, devem declará-lo na repartição fiscal da área do seu
domicílio, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da correspondente
escritura, pagando-se o imposto que se mostre devido.

5 – São igualmente obrigadas ao disposto do artigo 21º do CIAC, as


sociedades por acções resultantes da transformação de sociedade por
quota, quando se tenha reservado aos quotistas o direito de subscrição das
acções.

Escritura pública de aumento de capital social54

1 – A declaração a que se refere o artigo 21º do presente código, deve ser


acompanhada de uma certidão da escritura de aumento de capital e de uma
relação dos accionistas isentos em que se indique o número de títulos que
coube a cada um.

52
Artigo 20º do CIAC
53
Artigo 21º do CIAC
54
Artigo 22º do CIAC

78
2 – No caso da emissão de acções com reserva de preferência, a declaração é
também acompanhada, se possível, de uma certidão da Comissão de mercado
de Capitais, da qual consta a cotação média das acções nos 1880 dias
anteriores à data do encerramento da subscrição para o aumento de capital.

Declaração de rendimentos55

1 – A declaração referida nos artigos 15º e 19º é entregue na repartição fiscal


da área do domicílio do obrigado à apresentação da declaração, em
documento, conforme Modelo nº 1.

2 – A declaração é substituída no caso de alterações quanto à identidade do


devedor ou credor dos rendimentos ou de modificações que importem
alteração no quantitativo do imposto.

Correcção da declaração56

1 – A Administração Fiscal pode rever e corrigir o valor dos rendimentos


declarados pelo contribuinte sempre que, em face de elementos oferecidos
pala fiscalização ou de quaisquer outros meios de que disponha, verifique
quaisquer faltas, insuficiências ou inexactidões.

2 – Na falta das declarações, compete à repartição fiscal determinar o


rendimento colectável com base nos elementos disponíveis.

Contagem dos rendimentos

A contagem dos rendimentos sujeitos a imposto é feita dia a dia, salvo


tratando-se dos referidos na parte final da alínea d) do nº 1 do artigo 9.º do
CIAC, em que tenha início em 1 de Janeiro seguinte.

Redução dos rendimentos

Nas hipóteses não previstas no Código Geral Tributário, a redução dos


rendimentos a dinheiro é feita com observância no disposto no Código do
Processo Civil.

55
Artigo 23º do CIAC
56
Artigo 24º do CIAC

79
4.9. Taxas do imposto57

1 – A taxa de imposto para os rendimentos previstos no nº 1 do artigo 3.º do


CIAC, é de 15%.

2 – A taxa de imposto para os rendimentos previstos no nº 1 do artigo 9º do


CIAC, é de 10%, salvo quando se trate dos rendimentos a que se referem as
alíneas e), o) e p), casos em que a taxa é de 15%.

3 – A taxa de imposto de 5%:

a) Nos casos de rendimentos referidos nas alíneas c), k), i) e m) do nº 1 do


artigo 9.º do CIAC, quando os títulos a que dizem respeito os
rendimentos se encontrem admitidos à negociação em mercado
regulamentado e a sua emissão apresente uma maturidade igual ou
superior a 3 anos;
b) No caso de rendimentos referidos na alínea a) do nº 1 do artigo 9.º do
CIAC, quando as repartições sociais a que dizem respeito os
rendimentos se encontrem admitidos à negociação em mercado
regulamentado;
c) Nos casos da alínea f) do n.º 1 do artigo 9.º do CIAC.

4 – A redução de taxa prevista na alínea b) do número anterior é aplicável


apenas durante 5 (cinco) anos após a entrada em vigor do Código sobre
Aplicação de Capitais.

Autoliquidação do imposto Secção A58

1 – O imposto é liquidado pelo titular do rendimento.

2 – O imposto é liquidado pelo devedor do rendimento quando;

a) O titular do rendimento não possuir em Angola residência, sede,


direcção efectiva ou estabelecimento estável;
b) O rendimento seja devido por pessoas colectivas ou singulares com
contabilidade organizada, a favor de pessoas singulares.

57
Artigo 27º do CIAC
58
Artigo 28º do CIAC

80
Retenção na fonte do imposto da Secção B59

1 – Nos casos referidos nas alíneas a) a g) e i) a p) do nº 1 do artigo 9º do


CIAC, a liquidação é efectuada pelas entidades a quem incumbe o pagamento
dos rendimentos, que ficam responsáveis pela totalidade do imposto e
acréscimos legais, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito de
regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à divida principal,
salvo se tais entidades não tiverem em Angola residência, sede, direcção
efectiva ou estabelecimento estável a que os pagamentos sejam imputáveis,
caso em que cabe ao beneficiário do rendimento a liquidação do imposto.

2 – As entidades obrigadas a efectuar a retenção na fonte referidas no número


anterior, ficam obrigadas a efectuar sempre o desconto do imposto devido nos
rendimentos que paguem ou coloquem á disposição, salvo nos casos em que
que os beneficiários dos mesmos sejam entidades isentas de Imposto sobre a
Aplicação de Capitais.

3 – Tratando-se de títulos admitidos à negociação em mercado regulamentado,


no caso dos rendimentos referidos nas alíneas a), c), k) e l) do n.º 1 do artigo 9º
CIAC, de que sejam titulares entidades isentas de Imposto sobre Aplicação de
Capitais, compete às instituições financeiras através das quais esses títulos
sejam detidos instruir os respectivos emitentes, no sentido de não ser
efectuada a respectiva retenção na fonte.

4 – Para efeitos do nº anterior, as instituições financeiras apenas devem


identificar, perante os respectivos emitentes, a quantidade dos títulos em
questão.

5 – As instituições financeiras referidas nos números anteriores, devem


possuir e manter a documentação que comprove a isenção subjectiva das
entidades que beneficiem da dispensa de retenção na fonte prevista no nº 3 do
artigo 29º do Código sobre Aplicação de Capitais.

6 – No caso referido na alínea m) do nº 1 do artigo 9º, as entidades isentas de


imposto sobre Aplicação de Capitais, devem manter uma conta corrente com o
Estado, na qual seja efectuado o registo individual, operação a operação, do
59
Artigo 29º do CIAC

81
imposto correspondente às transações efectuadas relativamente aos títulos ai
mencionados e que deve ser movimentada.

a) A crédito, no momento da aquisição dos títulos, pelo montante de


imposto implícito no recebimento dos juros contáveis.
b) A débito, no momento da alienação dos títulos, pelo montante de
imposto implícito no recebimento dos juros contáveis.

7 – Aos organismos de Investimentos Colectivos não se aplica o disposto na


alínea b) do nº anterior.

8 – O montante de imposto referido no nº 6 do artigo 29º correspondente ao


valor resultante da aplicação da taxa de imposto aplicável aos rendimentos
referidos na alínea m) do nº1 do artigo 9º sobre rendimento em questão. O
saldo resultante da conta corrente movimentada nos termos do nº 6, deve ser
apurado a 31 de Dezembro de cada ano e regularizado de acordo o seguinte:

a) Apresentando-se credor, a importância correspondente a esse saldo é


entregue nos cofres do Estado até ao dia 31 de Janeiro do ano seguinte,
na repartição fiscal da área do domicílio;
b) Apresentando-se devedor, a importância correspondente a esse saldo
pode ser deduzida ao eventual saldo credor apurado no 4 (quatro) ano
seguintes.

9 – No caso referido na alínea h) do nº 1 artigo 9.º 0 imposto é liquidado pelos


beneficiários do rendimento.

Pagamento do imposto Secção A60

O pagamento do imposto é devido pelas entidades obrigadas a liquidar,


devendo efectuar-se até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeite.

60
Artigo 32º do CIAC

82
Pagamento do imposto Secção B61

1 – O pagamento do imposto não sujeito a retenção na fonte nos termos do nº


1 do artigo 29º do CIAC, efectua-se até ao último dia do mês seguinte àquele a
que respeite o imposto.

2 – Salvo os casos previstos no nº 8 do artigo 29.º a entrega do imposto retido


faz-se, se na repartição fiscal da área do domicílio ou, na falta desta, na do
principal estabelecimento da entidade que a ela deva proceder ou da situação
do estabelecimento estável, até ao fim do mês seguinte àquele em que se
verifique:

a) A aprovação das contas de gerência, ou a colocação dos rendimentos à


disposição dos seus titulares antes de encerradas as contas ou
independentemente da sua aprovação formal, nos casos abrangidos
pelas alíneas a), b) e d) do nº 1 do artigo 9.º;
b) O vencimento dos juros nos casos das alíneas c), e), j), k) e l) do nº 1 do
artigo 29.º;
c) A liquidação ou colocação à disposição dos rendimentos, nos

Modo de Pagamento62

1 – O pagamento do imposto efectua-se através do preenchimento e entrega


na dependência bancária ou entidade legalmente identificada para o efeito do
Documento de Arrecadação de receita (DAR) e dos meios de pagamento
adequados, nos termos do Código Geral tributário.

2 – Se o pagamento não for efectuado dentro do prazo legal, é extraída


certidão de dívida tributária, sendo o processo encaminhado para a cobrança
coerciva.

61
Artigo 33º do CIAC
62
Artigo 34º do CIAC

83
CAPITULO V - IMPOSTO DE SELO

5.1. Caracterização
O imposto de selo é aquele cuja manifestação é indirecta, instável e não
permanente. Decreto Legislativo Presidencial nº 3/14, de 21 de Outubro.

5.1.1. Incidência objectiva63

Estão sujeitos a imposto de selo todos os actos, contratos, documentos, títulos,


operações e outros factos.

5.1.2. Incidência subjectiva64

a) Notariado, Conservadores dos Registos Civil, Comercial, Predial e de


outros bens sujeitos a registo, bem como outras entidades públicas,
incluindo os estabelecimentos e organismo do Estado, relativamente,
com excepção dos celebrados perante notários relativos a credito e
garantias concedidas por instituições de crédito, sociedades financeiras
ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e por quaisquer
outras instituições financeiras, e quando, nos termos da alínea r) do
artigo 5º., os entrados ou documentos lhes sejam apresentados para
qualquer efeito legal, hipóteses em que o sujeito passivo do imposto é o
titular do rendimento decorrente do acto;
b) Entidades concedentes de crédito e de garantias ou credores de juros,
prémios, comissões e outras contraprestações derivadas de contratos
de natureza financeira;
c) Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outra entidades a elas
legalmente equiparadas residentes em território nacional, sem prejuízo
da legislação específica sobre sociedades e cooperações de crédito, de
prestação de garantias ou juros, comissões e outras contraprestação
devida por residentes no mesmo território a instituições da crédito ou
sociedades financeiras não residente;
d) Entidades mutuarias, beneficiárias de garantias ou devedoras dos juros,
comissões e outras contraprestações no caso das operações referidas
na alínea anterior que não tenham sido intermediadas por instituições de

63
Artigo 1º CIS
64
Artigo 2º CIS

84
crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente
equiparadas, e cujo credor não exerça a actividade no território nacional;
e) Locador, no âmbito de contratos de locação financeira ou operacional,
relativamente às contraprestações cobradas;
f) O locador e segurador, nos arrendamentos e subarrendamentos;
g) Empresas seguradoras, relativamente à soma do premio de seguro,
custo da apólice e quaisquer outras importâncias cobradas em conjunto
ou em documentos separado, bem às comissões pagas a mediadores;
h) Entidades emitentes de letras e outros títulos de credito, entidades
emissoras de cheques e livrança ou, no caso de títulos emitido no
estrangeiros, a primeira entidade que intervenha na negociação ou
pagamento;
i) Seguros, relativamente à soma do prémio do seguro, custo da apólice e
quaisquer outras importância cobradas em conjunto ou em documento
separado, no âmbito de contratos de seguros celebrados com
seguradores estrangeiras, nos termos da legislação em vigor, ou
autorizados pelo Ministério das Finanças, cujo risco se localize em
território nacional;
j) No trespasse de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, o
trespassante;
k) Nas subconcessões e trespasses de concessões feitas pelo Estado e
Províncias para exploração de empresas ou de serviços de qualquer
natureza, o subconcedente ou o trespassante;
l) Outras entidades que intervenham em actos, contratos ou operações;
m) Representantes que, para o efeito, sejam nomeados em Angola pelas
instituições de crédito ou sociedades financeiras que, prestando serviços
financeiros no estrangeiro a clientes residentes ou estabelecidos em
território nacional não sejam intermediados por instituições de crédito ou
sociedades financeiras domiciliadas em Angola ou, na falta daqueles, o
cliente enquanto titular do interesse económico da operação.

85
5.2 - Encargo do Imposto65

O imposto constitui encargo dos titulares do interesse económico,


considerando-se como tal:
a) Na aquisição de bens a título gratuito ou oneroso, do direito de
propriedade ou de figuras parcelares desse direito sobre imóveis, o
adquirente;
b) Na concessão do crédito, o utilizador do mesmo;
c) Nos contratos de locação financeira ou operacional, o locatário;
d) No arrendamento e subarrendamento, o locador e o sublocador;
e) Nas apostas de jogo, o apostador;
f) Nas garantias, as entidades obrigadas à sua apresentação;
g) Nos juros, comissões e restantes operações financeiras realizadas
por, ou com intermediação de instituições de credito, sociedades ou
outras instituições financeiras, o cliente desta;
h) Nos seguros, o segurado;
i) Na actividade de mediação, o mediador, individual ou colectivo;
j) Nas outras operações financeiras, o cliente da entidade que presta o
serviço;
k) Nas operações de angariação de crédito ou garantias, o angariador;
l) No comodato, o comodatário;
m) Na publicidade, o publicitário;
n) Nos cheques, o titular da conta;
o) Nas letras e livrança, o sacado e o devedor;
p) Nos títulos de crédito não referidos anteriormente, o credor;
q) Nas procurações e substabelecimentos, o procurador e o
substabelecimento;
r) No reporte, o primeiro alienante;
s) Na constituição de uma sociedade de capitais, a sociedade a
constituir;
t) No aumento de capital de uma sociedade de capitais, a sociedade de
cujo capital é aumentado;

65
Artigo nº 3 CIS

86
u) Na transferência de sede estatutária ou de direcção efectiva de uma
sociedade de capitais, para fora do território nacional, a sociedade
cuja sede ou direcção efectiva e transferida;
v) Na matrícula de veículos sujeitos a registo, o requerente;
w) No trespasse de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola e
nas subconcessões e trespasse de concessões feitas pelo Estado e
províncias para exploração de empresas ou serviços de qualquer
natureza, o adquirente;
x) Em quaisquer outros actos, contratos, operações, o requerente, os
interessados e os beneficiários, respectivamente.

Em caso de interesse económico comum a vários titulares, o encargo do


imposto suportado de forma solidária por qualquer um dos interessados.

5.3. Isenções66

São isentos de imposto de selo, quando este constitui seu encargo, o


Estado e quaisquer dos seus serviços, estabelecimento e organismo,
ainda que personalizados, excepto as empresas públicas.

São também isentos de imposto, excepto quando actuem no âmbito do


desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial;

a) As instituições públicas de previdência e segurança socia;


b) As associações de utilidade pública reconhecidas nos termos da Lei,
bem como as instituições religiosas legalmente constituídas.

5.3.1. Estão ainda isentos de impostos:67

a) Os créditos concedidos até ao prazo máximo de 5 dias, o micro


credito, os créditos concedidos no âmbito de (contas jovens) e
(contas terceiras idade) outras com diferente designação mas
igual propósito, cujo o montante não ultrapasse, em cada mês,

66
Artigo nº 6 CIS
67
Artigo 6º do CIS

87
17.600 kwanzas, podendo este valor ser ajustado, mediante o
decreto executivo do Ministro das Finanças;
b) Os créditos derivados da utilizações de cartões de créditos
quando o reembolso, entidade emitente de cartão for efectuado
sem pagamento de juros nos termos contratualmente definidos;
c) Os créditos relacionados com exortações, quando devidamente
documentados com o respectivos despacho aduaneiros;
d) Nos juros, comissões e contra prestações de vida no âmbito dos
contratados de financiamento destinados ao crédito habitação;
e) O deposito-caução constituído a favor do Estado e outros
organismos público, excepto as empresas públicas…

5.4. Valor Tributável68

1- O valor tributável de selo é o que resulta da tabela sem prejuízo do


disposto nos números seguintes.
2- Nos contratos de valor indeterminados, a sua determinação é
efectuada pelas partes de acordo com os critérios neles estipulados
ou, na sua falta, segundo juízo de equipa.
3- O valor tributável dos negócios jurídicos sobre bens imoveis previstos
na Tabela é determinado através das tabelas de avaliação de
imoveis de Imposto Predial Urbano.

5.5. Valor representado em moeda estrangeira69

Sempre que os elementos necessários a determinação do valor


tributável não sejam expressos em moeda nacional, a sua equivalência
na moeda nacional é reajustada pela cotação média do trimestre anterior
ao da liquidação.

5.6. Valor representado em espécie70.

A equivalência em unidade monetária nacional dos valores em espécie


faz-se de acordo com as regras seguintes e pela ordem indicada:

68
Artigo 8º do CIS
69
Artigo 9º do CIS
70
Artigo 10º do CIS

88
a) Pela cotação oficial de compra, nos termos da Bolsa de valores;
b) Pelos preços dos bens ou serviços similares publicados pelo Instituto
Nacional de Estatística;
c) Pelo valor de mercado;
d) Por declaração das partes.

5.7. Taxas71

1- As taxas do imposto são as constantes da tabela anexa em vigor no


momento em que o imposto é devido.
2- Não há acumulação de taxas do imposto relativamente ao mesmo
facto ou operação.
3- Para efeitos do número anterior, quando mais de uma taxa estiver
prevista, aplicação a maior.

5.8. Liquidação72

1- A liquidação do imposto de selo efectua-se por meio de guia mediante


aplicação de respectiva verba.
2- A liquidação do imposto compete aos sujeitos passivos referidos no
artigo 2º.
3- Tratando-se de imposto devido por operações de crédito ou de
sociedades financeiras, a liquidação do imposto pode ser efectuada
globalmente por qualquer daquelas entidades, sem prejuízo da
responsabilidade, nos termos gerais, de cada uma delas em caso de
incumprimento.
4- O imposto devido pelas operações aduaneiras é liquidado pelo serviço
Nacional das Alfandegas, e depositado na Conta Única do Tesouro, até
ao dia 15 do mês seguinte ao da arrecadação, através de Documento de
Arrecadação de Receita.
5- Nos documentos sujeitos a imposto, são mencionados o valor do
imposto e a data da liquidação.

71
Artigo nº 12 CIS
72
Artigo nº 13 CIS

89
6- As entidades residentes em Angola e que contratem entidades não
residentes, devem liquidar e entregar o imposto devido, nas situações
em que compete aqueles o dever de liquidar.~
7- Nos contratos em que o Estado ou demais organismo públicos, com
excepção das empresas públicas, sejam parte, a liquidação do imposto
é feita no momento do pagamento da prestação.
8- O imposto liquidado nos termos do número anterior é transferido ou
depositado na Conta Única do Tesouro, até ao dia 15 do mês seguinte
ao da arrecadação, através de Documento de Arrecadação de Receita.

5.9. Pagamento73

1- O pagamento do imposto é efectuado pelas pessoas ou entidades


referidas nos artigos 2º e 13º.
2- O imposto de selo é pago mediante apresentação do Documento de
Liquidação de Imposto (DLI), o imposto cobrado nos termos de cada
uma das verbas da tabela, devendo as entidades escriturar, em
conformidade com a sua contabilidade e os respectivos livros de registo,
a fim de serem conferidos pelos Serviços de Fiscalização Tributaria.
3- O imposto é pago até final do mês seguinte àquele em que a obrigação
tributaria se tenha constituído.
4- Para efeitos do prazo constante do nº3 do presente artigo, aplicam se as
regras do artigo 2079º do código civil.

5.10. Garantias74

1- Se, depois de efectuada a liquidação do imposto, for anulada a


operação, reduzido o seu valor tributável em consequência de quaisquer
factos de que tenha resultado imposto liquidado e pago superior ao
devido, as entidades referidas no artigo 13º podem efectuar a

73
Artigo nº 15 CIS
74
Artigo nº 17 CIS

90
compensação do mesmo até à concorrência das liquidações e entregas
seguintes.
2- A compensação do imposto referida no número anterior deve ser
efectuada no prazo de um ano contado a partir da data em que o
imposto a que conste do respectivo registo, devendo, para o efeito, os
sujeitos passivos manterem o mesmo actualizado, do qual deve constar
a identificação dos contratos, os montantes sujeitos a imposto.
3- No caso de anulação, só é considerada para liquidação imposto- se a
que conste do respectivo registo, devendo, para o efeito, e sujeito
passivo manterem o mesmo actualizado, do qual deve constar a
identificação dos contratos, os montantes sujeitos a impostos e o
respectivo imposto liquidado devendo ainda sem arquivado os
documentos de suporte com a indicação de «Anulado» referencia ao
facto que levou anulação.

5.11. Obrigações das entidades públicas 75

Nenhum documento ou título que, encontrando-se sujeito a imposto não,


o tiver pago e admitido em juízo, perante qualquer autoridade ou
repartições públicas, sem que se encontre revalido com pagamento do
correspondente imposto, multas e juros aplicáveis.
5.12. Declaração anual76.

1- os sujeitos passivos de impostos ou os seus representantes legais


são obrigados apresentar anualmente declaração discriminativa do
imposto do selo liquidados.
2- A declaração a que se refere o número anterior é de modelo oficial
deve ser apresentada até ao último dia útil do mês de março do ano
seguinte ao da realização dos actos, contratos e operações sujeitas a
impostos de selo, nos termos da tabela anexa.

75
Artigo nº 21
76
Artigo nº 19 CIS

91
3- Sempre que aos serviços da administração fiscal se suscitem
duvidas dos quaisquer elementos constantes das declarações,
notifica os sujeitos passivos para prestarem por, escrito, no prazo
que lhes for fixado, nunca inferior a 10 dias, os esclarecimento
necessário.
4- Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, as declarações
podem ser submetidas através de meios eletrónicos nos termos
regulamentais.

5.13. Obrigações contabilísticas77

1-Os contribuintes sejam obrigados a dispor contabilidade nos termos do


plano geral de contabilidade devem organizá-la de modo a possibilitar o
conhecimento claro e inequívoco dos elementos necessário a verificação
de imposto de selo liquidado, bem como a permitir o seu controlo.
2-Para comprimento de imposto no nº1 do presente artigo, são objecto
de registo as operações e os actos realizados sujeitos a impostos de
selo.
3-O registo das operações e actos a que se refere o número anterior é
efectuado da seguinte forma:

a) O valor das operações e do acto realizados sujeitos a impostos


segundo a verba aplicável constante da tabela;
b) O valor das operações e do acto realizados sujeitos a impostos
segundo a verba aplicável constante da tabela;
c) O valor do imposto liquidado segundo a verba aplicável da tabela, do
valor do imposto compensado.

Actos/ Documentos/ Contratos o operações/ Títulos


Taxas

Garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma,


designadamente o aval, a caução, a garantia bancária autónoma, a fiança, a

77
Artigo nº 19

92
hipoteca, o penhor e o seguro caução, salvo quando materialmente acessórias
de contratos especialmente tributados na tabela, considerando-se como tal as
que sejam constituídas até 90 dias após a celebração do contrato constitutivo
da obrigação garantida ainda que em instrumentos ou títulos diferentes, ou no
caso de penhor de bens futuros desde que o mesmo seja inscrito no contrato
principal – sobre o respectivo valor, em função do prazo, considerando-se
sempre como nova operação a prorrogação do prazo do contrato:

 Garantias de prazo inferior a um ano…………………...….……………….


0.3%

 Garantias de prazo igual ou superior a um ano;………………...………….


0, 2%

 Garantias sem prazo ou de prazo igual ou superior a cinco


anos…….……. 0,1%

Operações de financiamento:

Pela utilização de créditos, sob a forma de fundos, mercadorias e outros


valores em virtude da concessão de crédito a qualquer título, incluindo o crédito
documentário, a cessão de créditos, factoring e as operações de tesouraria
quando envolvam qualquer tipo de financiamento, salvo, em qualquer
circunstância, as emissões de títulos de dívida de organismos admitidos a
negociação no mercado regulamentado, considerando-se em caso de
prorrogação do prazo do contrato, que o imposto é recalculado em função da
duração total do contrato e deduzido do montante anteriormente liquidado –
sobre o respectivo valor, em função do prazo:

93
Crédito de prazo igual ou inferior a um
ano…………..……………………………..0,5%

• Crédito de prazo superior a um


ano;……………………………………………….0,4%

• Crédito de prazo igual ou superior a cinco


anos;………………………………….0,3%

• Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou


qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou
determinável, sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em
dívida apurados diariamente, durante o mês, dividido por
30;…………………………………………..………….0.2%

• Crédito
habitação…………………………………………………………………..0,1%

Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito,


Sociedades
Financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer
outras instituições financeiras (sobre o valor cobrado): Câmbio de notas em
moedas estrangeiras, conversão de moeda nacional em moeda estrangeira, a
favor de pessoas singulares – sobre o valor nacional.

Reporte – sobre o valor do contrato.

 Juros por, designadamente, desconto de letras e por empréstimos, por


contas de créditos e por créditos sem
liquidação………………………...…………….0,2%

 Prémios e juros por


letras;……………….……………………………….….0,5%
94
 Comissões por garantias
prestadas;………………………………………….0,5%

 Outras comissões e contraprestações por serviços


financeiros…….…….….0,7%

Câmbio de notas em moedas estrangeiras, conversão de moeda nacional em


moeda estrangeira, a favor de pessoas singulares – sobre o valor
nacional………………...0,1%

Operações de locação:

• Locação financeira de bens móveis – sobre o montante


contraprestação……...…..0,3%

• Locação financeira e operacional de bens móveis corpóreos, integrando a


manutenção e assistência técnica – sobre o montante da
contraprestação…………………..……0,4%

Reporte – sobre o valor do


contrato……………..…………………………………..0,5%

Apólices de seguros – sobre a soma dos prémios de seguro, do custo de


apólice e
de quaisquer outras importâncias que constituam receita das empresas
seguradoras,
cobradas juntamente com esse prémio ou em documento separado:

 Seguro do ramo
caução;……………….…………………………………….0,3%

 Seguro do ramo marítimo e


fluvial;…………………………………………0,3%

95
 Seguro do ramo
aéreo;……………………………………………………………………….0,2%
 Seguro do ramo de mercadorias exportadas, não previstas nos ramos
anteriores; 0,2%
 Seguro de quaisquer outros
ramos………………………………………….0,1%

Letras, livranças, ordens e escritos de qualquer natureza, com exclusão dos


cheques, nos quais se determine pagamento ou entrega de dinheiro com
clausulas à ordem ou a disposição, ainda que sob a forma de correspondência
– sobre o respectivo valor, com o mínimo de AKZ
100…………………………...……………………………………0,1%

Recibos de quitação pelo efectivo recebimento de créditos resultantes do


exercício da actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espécie, com
excepção dos resultantes exclusivamente do arrendamento habitacional feito
por pessoas
singulares……..……………………………………………………………………...0,1
%

Abertura de crédito, por escrito particular ou instrumento público – sobre o


respectivo
valor………………………………………………………………………………….0,1
%

Trespasse ou cessão para exploração de estabelecimento comercial, industrial


ou agrícola e subcomissões e trespasses feitos pelo Estado e pelas províncias
para exploração de empresas ou de serviços de qualquer natureza – sobre o
seu
valor…………………………………………………………………………….……0,2
%

96
CAPITULO VI - IMPOSTO DE COMSUMO DECRETO 41/99 DE 10 DE
DEZEMBRO

6.1. Sujeito passivo78

São sujeito passivos deste as pessoas singulares colectivas ou outras


entidades que :
a) Pratiquem operações de produção, fabrico ou as transformações de
bens, quaisquer que sejam processos ou meio utilizado;
b) Procedam arrematação ou venda em hasta pública de bens;

c) Procedam a importação de bens;

d) Procedam ao fornecimento de água e energia;

e)Forneçam qualquer do serviço previsto nas líneas e) a q) do nº1 do artigo 2


do CIC79;

6.1.1. Não sujeição80

Não se consideram, tributáveis no âmbito deste imposto a produção dos


seguintes bens:

a)Produtos agrícolas e pecuários não transformados;

b)Produtos primário de silvicultura;

c)Produtos de pesca não transformados;

d)Produtos minerais não transformados;

6.2. Isenções81

1- Estão isentos do imposto de consumo:

78
Artigo nº 2 CIC
79
CIC – Código do Imposto de Consumo
80
Artigo nº 3 CIC
81
Artigo nº 4 CIS

97
a) Os bens exportados, quando a exortação seja feita pelo próprio
produtor ou entidade vocacionada para o efeito, reconhecida nos
termos previstos na lei;
b) Os bens importados pelas representações diplomáticas e consulares,
quando haja reciprocidade de tratamento;
c) Os bens manufacturados em resultado de actividades desenvolvidas
por processos artesanais;
d) As matérias- primas e os matérias subsidiários, incorporados no
processo de fabrico, os bens de equipamentos e peças
sobressalentes, desde que que devidamente certificados pelo
Ministérios da tutela, com declaração de exclusividade; 82
e) Os animais destinados à procriação mediante informação dos
serviços de veterinária, na qual sejam considerados como podendo
contribuir para o melhoramento e progresso da produção nacional.
f) Os matérias subsidiários referidos na alínea d) serão objecto de
relação discriminada, a ser aprovada por decreto executivo conjunto
dos Ministros da Industria e das Finanças.83
2- Entende-se que uma actividade é exercida em moldes artesanais
quando, cumulativamente, se verifiquem os sujeitos requisito:
a) Seja utilizada matéria-prima nacional ou de origem nacional; mesmo
quando tenha havido incorporação de outro tipo de matéria-prima ou
produto semiacabado;
b) O número de empregados ou artífices familiares do dono da actividade,
não seja superior a 5 (cinco);
c) A produção se desenvolva em instalação de reduzida dimensão ou se
faça na própria casa da habitação do dono da actividade;
d) A produção seja exercida através do uso de processos rudimentares de
produção.

82
(Redação introduzida pelo Decreto nº.29/02, de 21 de Maio.)
83
(Alínea aditada pelo Decreto nº 29/02. De 02 de Maio.)

98
6.3. DATERMINAÇÃO DA MATÉRIA COCLECTAVEL

Obrigação declarativa artigo nº 5

1-Os sujeitos passivos referidos no artigo 2 , apresentarão na Repartição Fiscal


da sua área, até ao último dia útil de cada mês, uma declaração em duplicado,
conforme modelo D, em que procedam á liquidação do imposto de consumo
devido relativamente ao volume de operação tributáveis realizadas no mês
anterior.

2- A declaração referida no mês anterior, sujeita a revisão pela administração


tributária , será sempre apresentada em duplicado, quer tenha ou não havido
operação tributáveis .

3 - Conjuntamente com a declaração referida no n 1, os sujeitos


passivos referidos na alínea a) do artigo 2 , do artigo 18 do presente
regulamento.

4 - O duplicado do mapa, com as notas de recebimento devidamente


autenticada, deverá ser devolvido ao contribuinte.

6.4. Determinação oficiosa do imposto84

Verificando- se a falta de entrega da entrega da declaração prevista no n do


artigo 5 deste diploma, a fixação do valor base para liquidação será feita pelo
chefe da Repartição Fiscal competente para recepção da mesma.

A mesma entidade procederá também á rectificação das declarações quando,


com fundamento, considere que nelas figura um imposto inferior ou uma
dedução superior ao devido.

84
Artigo nº 6 CIC

99
1- A fixação referida nos números anteriores terá por base os elementos
recolhidos em vistas de fiscalização, por confronto com as declarações
entregues pelo contribuinte em períodos ou outros de que os serviços
disponham bem, como informações obtidas juntos dos fornecedores ou
clientes do contribuinte fiscalizado, os dados referentes á aquisição de
matéria-prima e também de coeficientes técnicos medianamente obtidos
nos processos produtivos do seu ramo de actividade.
2-
3- As Inexatidões ou omissões poderão igualmente ser constatada em visitas
de Fiscalização efetuadas nas instalações do contribuinte, através de
exame á sua contabilidade, quer ainda por verificação das existências do
estabelecimento.
4- Os contribuintes serão notificados do resultado da fixação, e bem assim dos
fundamentos que determinaram a mesma, para, no prazo de 15 dias
efectuar o pagamento do imposto apurado. A falta de pagamento
determina a imediata extração da respectiva certidão para efeitos de
cobrança coerciva.

Reclamações contra as fixações oficiosas

As reclamações contra as fixações efetuadas pela administração fiscal deverão


ser apresentadas na Repartição Fiscal da área do contribuinte na forma e nos
prazos previstos no Código Geral Tributário.

6.5. Aplicação da lei no tempo85

O imposto é devido e torna-se exigível:

a) Na produção, no momento em que os bens são postos á disposição do


adquirente;
b) Nas importações, no momento de desembaraço alfandegário;

85
Artigo nº 8 CIC

100
c) Na arrematação ou venda, no memento em que tais actos são
praticados;
d) No consumo de água e energia, no momento da sua liquidação;
e) Nos serviços previstos nas alíneas e) a q) do n 1 do artigo 1 , no
momento da sua liquidação;

6.6. Base de cálculo do imposto86

1-O valor tributário sujeito a imposto será:

a) Para os bens importados, no país, o preço de custo á porta de armazém;


b) Para os bens importados, o seu valos aduaneiro;
c) Nas arrematações ou vendas, o valor por que tiverem sido efectuadas;
d) O consumo de água e energia e nas prestações de serviço referidas nas
alíneas e)a q), o preço pago pelo consumo de água e energia ou pelo
serviço de prEstado.
6.7. Taxas87
1- A taxa deste imposto é de 10 .
2- Exceptuam-se do número anterior, as taxas constantes das tabelas
I,II e III anexa ao presenta regulamento88 e que dela parte integrante.

6.8. Competência para Liquidação


1-Acompetençia para liquidação do imposto sobre consumo pertence:
a) Aos produtores, nos casos dos bens produzido nos pais, referidos
no n.2 do artigo1º.
b) Aos serviços aduaneiros, no coso de importação bens;
c) Ao serviço que realizar a arrematação ou venda, nos casos referidos
nas alíneas b) do n 1 do artigo 1. ;
d) Às entidades que forneçam os bens ou prestem os serviços
previstos nas alíneas a) a q) do n 1 do artigo 1 , (Redação
introduzida pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/11, de 30 de
Dezembro.)

86
Artigo nº 9 CIC
87
Artigo nº 10 CIC
88
Regulamento do Imposto sobre o Consumo

101
e) Às entidades residentes em ANGOLA e sujeitas s imposto
industrial que contratem, a entidade não residentes, os serviços
referidos nas alíneas g) a q) do n 1 do artigo 1 ; (Redação
introduzida pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/11, de 30 de
Dezembro.)

f) Á Repartição Fiscal, para os restantes casos.

2- Complete á administração fiscal homologar ou alterar as liquidações


referidas nas alíneas a) a d) do número anterior. (Redação introduzida pelo
Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro.)

6.9. Modo de pagamento89

1- O pagamento do imposto é efectuado pela entidade obrigada á


liquidação, nos termos do artigo 11 e realiza-se e realiza-se através do
preenchimento e entrega na dependência bancária ou entidade
legalmente indicada para o efeito, do Documento de arrecadação de
Receitas (DAR) e do meio de pagamento adequados, nos termos do
Código Geral Tributário.
2- Se o pagamento não for efectuado dentro do prazo legal, proceder-
se á de conformidade com os preceitos do Código Geral Tributário, até a
cobrança coerciva do imposto pelo juízo das execuções fiscais.
Fiscalização

6.10. Dever legal de fiscalização

1- O cumprimento das obrigações impostas pelo presente diploma


será fiscalizado, em geral e dentro dos limites legais da sua
competência, por todas as entidades pública ou equiparadas, e em
especial pela Direcção Nacional dos impostos.
2- No exercício das suas funções de fiscalização especial dos serviços
competentes são estão autorizados a utilizar os mecanismos

89
Artigo nº 14 CIC

102
previstos neste diploma e, em especial, os do artigo 65. do código
tributário.

6.11. Obrigação de facfuração90

1- Relativamente a cada uma das operações tributáveis


realizadas, previstas neste regulamento, nos termos do artigo 22
e seguintes.
2- Os documentos referidos no número anterior deverão ser
processados em duplicado, excepto quando existir disposição
legal que exija um maior número de exemplares ou quando o
contribuinte o entenda necessário.

Requisitos da facturação

As facturas ou documentos equivalentes, quaisquer que sejam os modelos


adoptados, deverão os seguintes elementos:

 O nome, firma ou denominação social, a sede ou domicílio, o


número de identificação fiscal do emitente e do destinatário ou
adquirente, quando legalmente exigível;

 A discriminação exaustiva dos bens e/ ou serviços prEstados, com


indicação das quantidades, preços, valores ilíquidos e descontos ou
abatimentos concedido concedidos;

 Especificação das embalagens , quando paga ou debitados, bem


como as quantidades, preço e valores respectivos;
 As taxas aplicáveis e o montante do imposto devido.

90
Artigo nº 16 CIC

103
 As facturas ou documento equivalentes serão numerados por anos
económicos, sequencialmente, devendo conservar-se na respectiva
ordem os seu duplicados e bem assim todos os exemplares dos
que tiverem sido anulados ou inutilizados, com os averbamentos
indispensáveis à identificação daqueles que os substituíram.
 Seja qual for o modelo adoptado para a facturação, o valor do imposto e
a taxa aplicável deverão estar bem legível e destacados dos demais
elementos.

Organização da contabilidade91

A contabilidade dos sujeitos passivos deste imposto deve estar organizada de


forma a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos elementos
necessários ao correcto cálculo do imposto, permitir o seu controlo imediato e
evidenciar todos os dados referidos no n.º 1 do artigo17.º.

Simultaneamente, os sujeitos passivos deste imposto, referidos na alínea a) do


artigo 2.º, são obrigados a registar em livros próprios com referencia a cada
bem e em relação a cada mês;

As quantidades produzidas;
As quantidades vendidas, com indicação com respectivos compradores;
As quantidades exportadas;
As quantidades existente em armazém no fim de cada mês e que transitam
para o mês seguinte.
Para efeito da fiscalização do cumprimento das obrigações de fracturação, é
competente a repartição fiscal da área onde se situa o respectivo
estabelecimento.

Falta de pagamento de imposto artigo 26º.92


A falta de pagamento de todo ou parte do imposto devido será punido nos
termos do artigo 75º. Do código geral tributário.

91
Artigo nº 18 CIC
92
Artigo 26º do CIC

104
CAPITULO VII - IMPOSTO PREDIAL URBANO O DIPLOMA LEGISLATIVO
Nº 4.044, DE 13 DE OUTUBRO DE 1970

7.1. Incidência93

93
Artigo 1º - 4º do CIPU

105
O imposto incide sobre os rendimentos de prédios urbanos situados no
território da República de Angola quando são arrendados ou sobre a sua
detenção quando o não esteja.

No caso de prédios arrendados o imposto incide sobre o valor da respectiva


renda expressa em moeda corrente.

No caso de prédios não arrendados, o imposto incide no valor patrimonial.

Para efeito deste imposto, prédio urbano é toda a fracção de território,


abrangendo os edifícios e construções de qualquer natureza nela incorporados
ou assentes com caracter de permanência, desde que faça parte do património
de uma pessoa singular ou colectiva, seja susceptível, em circunstâncias
normais, de produzir rendimentos e esteja afecto a quaisquer fins que não
sejam a agricultura, silvicultura ou pecuária; e bem assim todo o edifício ou
construção que se encontre nas condições anteriores, ainda mesmo quando
situado numa fracção de território que constitua parte integrante de um
património diverso ou não tenha natureza patrimonial.

Os edifícios ou construções, ainda que móveis por natureza, serão havidos


como tendo caracter de permanência quando se acharem assentes no mesmo
local por um período superior a seis meses.

No caso de prédios arrendados, o imposto é devido pelos titulares de direito


aos rendimentos do prédio, presumindo-se como tais as pessoas em nome de
quem os mesmos se encontrem inscritos na matriz, sendo devido pelo
proprietário, usufrutuário ou beneficiário do direito de superfície relativos ao
prédio no caso de prédios não arrendados.

Nos casos em que os rendimentos se repartam por diversos titulares, o imposto


recairá sobre cada um consoante o seu direito.

Tratando-se de propriedade resolúvel, o imposto será devido por quem tenha o


uso e fruição do prédio.

As pessoas singulares ou colectivas que beneficiem da cadência gratuita, a


título precário, de quaisquer prédios pertencentes a entidades isentas de

106
imposto predial são obrigadas ao pagamento de imposto pelos rendimentos
dos mesmos prédios.

7.2. Isenções94

Ficam isentos de imposto predial urbano:

 O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de


utilidade pública;
 Estados estrangeiros, quanto aos imóveis, destinados as respectivas
representações diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade;
 Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados
exclusivamente ao culto.

7.3. Determinação da matéria colectável95

7.3.1. Prédios arrendados:

O rendimento colectável dos prédios urbanos, quando arrendados, é igual as


rendas efectivamente recebidas em cada ano, liquidas de 40%
correspondentes a despesas relacionadas com o imóvel.

94
Artigo 5º do CIPU
95
Artigo 16º do CIPU

107
Considera-se renda tudo quanto o senhorio recebe do arrendatário, ou este
satisfaça em sua vez, por efeito direito da cadência dos prédios e dos serviços
que porventura neles tenha estabelecidos, quer estes serviços sejam especiais
para o arrendatário, quer comuns a outros arrendatários do mesmo ou de
diversos prédios e ainda que também aproveitem do mesmo senhorio.

7.3.2. Consideram-se ainda rendas dos prédios urbanos:

a) O que arrendatário pagar pelo aluguel de maquinismo e mobiliário dos


estabelecimentos fabris e comerciais instalados nos mesmos prédios;
b) Tudo o que o senhorio receba pelo arrendamento de casa mobiladas;
c) O preço da cadência da exploração de estabelecimentos mercantis ou
industriais;
d) As importâncias recebidas de quem utiliza quaisquer prédios para
publicidades ou outros fins especiais.

Quando, em arrendamentos ou sublocações que devam durar dois ou mais


anos, haja antecipação total ou parcial de rendas e sempre que o preço da
cadência da exploração de estabelecimentos mercantis ou industriais nas
condições anteriores seja pago por uma só vez, constituirá matéria colectável
do imposto predial, em cada ano, o quociente da divisão da renda ou preço
pelo número de anos a que respeite.

7.3.3. Não se consideram devolutos os prédios ou partes de prédio:

a) Que se encontram arrendados, embora o locatário os não habite;


b) Que estejam ocupados pelos titulares do direito aos arrendamentos ou
por estes cedido gratuitamente;
c) Que, estando mobilados, não sejam oferecidos para arrendamento com
mobília;
d) Que, não obstante encontra-se desocupado, o senhorio se recuse
injustificadamente a arrendar.

108
Para os efeitos da alínea d), haver-se-á como recusa injustificada o facto do
senhorio pedir renda exorbitante, como tal se considerando a que exceda
em mais de 30 por cento a ultima renda contractual, quando actualizada, ou
o valor locativo da matriz, se o prédio ou parte do prédio não se encontrava
anteriormente em regime de arrendamento.

Quando no prédio se tenha introduzido melhoramento apreciáveis, ou a


ultima renda se encontre desactualizada, a pretendida pelo senhorio deve
comparar-se com a de prédio ou parte do prédio, arrendado em regime de
liberdade contactual, e que melhor sirva de padrão.

7.3.4. Prédios não arrendados96

O rendimento colectável dos prédios urbanos não arrendados corresponde


ao valor patrimonial.

O valor patrimonial corresponde ao valor que resulte da avaliação feita de


acordo com o disposto no artigo 31.º e seguintes ou ao valor pelo qual o
imóvel tenha sido alienado, conforme o que seja maior.

Enquanto o valor patrimonial dos imóveis não for estabelecido, nos termos
do número anterior, continua a usar-se o valor que estiver escrito na matriz.

Quando o prédio arrendado passar a situação de não arrendado fica sujeito


a imposto como prédio não arrendado incluindo o imposto, nesse ano,
sobre a proporção do valor patrimonial que corresponda ao remanescente
do ano.

7.4. Avaliações directas97

O procedimento de avaliação tem como finalidade definir o valor patrimonial


dos prédios arrendados.
96
Artigo 28º do CIPU
97
Artigo 31 do CIPU

109
É competente para efectuar a avaliação a repartição fiscal da situação do
imóvel, sendo o procedimento desencadeado por via de despacho do chefe
dessa repartição.

A avaliação com base em tabelas para os efeitos que são publicados nos
30 dias posteriores á entrada em vigor desta lei.

As tabelas referidas no número anterior têm como base o valor por metro
quadrado, sendo esse valor ajustado por meio de coeficiente de correção
tendo em conta as características especificas do imóvel a avaliar.

Os valores constantes das tabelas devem ser revistos e actualizados


anualmente.

7.5. Matrizes prediais98

7.5.4. Organizações das matrizes:

A matriz predial é o tombo de todos os prédios de um concelho ou


circunscrição, ou de zona de concelho ou circunscrição, consoante a divisão
que for adoptada.

As inscrições matriciais só para efeitos tributários constituem presunção de


propriedade.

A organização das matrizes incumbe ás repartições de fazenda da área onde


os prédios se encontrem situados.

Poderá a Direccão Provincial dos serviços de fazenda e contabilidade chamara


a si a competência para a organização das matrizes de qualquer área fiscal.

A matriz será constituída pelo conjuntos de folhas separadas, segundos o


modelo n.º 3, uma para cada artigo.

A numeração dos artigos será seguida em cada matriz.

98
Artigo 56º - 60º

110
Se um prédio se encontrar situado em duas áreas das referências no artigo
56.º será inscrito na matriz da zona em que se localize a parte onde tenha a
serventia principal.

Quando um prédio faca parte de herança indivisa, será inscrito na matriz


respectiva em nome auto de herança com o aditamento, «Cabeça de casal
da herança de».

7.6. Taxas99

A taxa do imposto predial urbano para prédios arrendados é de 25%.

Do disposto no número anterior não pode resultar imposto a 1 pagar em


montante inferior a 1% do valor patrimonial do imóvel.

A taxa do imposto predial urbano para prédios não arrendados é determinada


de acordo a seguinte tabela:

VALOR PATRIMONIAL (AKZ) TAXA (percentagem)

Até 5.000.000 0

Superior a 5.000.000 0,5

Sobre este imposto não recaem quaisquer adicionais nem o selo de


conhecimento de cobrança.

7.7. Liquidação100

O imposto predial será liquidado anualmente na Repartição de Fazenda em


cujas matrizes se encontrem inscritos os prédios que produzam os rendimentos
sore que o mesmo imposto incide.

99
Artigo 98º 101
100
Artigo 102º - 104

111
O imposto relativo aos prédios não arrendados será liquidado sobre os
rendimentos colectáveis que constem das matrizes á data do ultimo
encerramento mas sem prejuízo do disposto nos artigos 110.º e 112.º.

Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada,


incluindo organismos públicos e qualquer pessoa singular ou colectiva. de
direito publico ou privado, a quem competir o pagamento, ou entrega de rendas
relativas a imóveis, devem deduzir lhes, na altura da sua atribuição ou
pagamento, a importância que resultar da aplicação das taxas referidas nos
artigos 98.º e 16.º .

Podem igualmente proceder, nos termos do número anterior outras entidades


contratantes a quem competir o pagamento ou entrega de rendas relativas a
imóveis.

Os dispostos nos números anteriores nao prejudicam as obrigações constantes


dos artigos 19.º e 17.º que impedem sobre os sujeitos passivos do imposto.

No que respeita aos restantes prédios arrendados, o imposto é liquidado


tomando por base o valor da renda estabelecida no contracto.

Nos casos previstos nos nºs 1 e 2, a liquidação e pagamento do imposto são


da responsabilidade do arrendatário, que responde pela totalidade do imposto
e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito de regresso
contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à divida principal.

Não obstante o disposto no número anterior, o sujeito passivo do imposto


Predial Urbano fica obrigado a comprovar o cumprimento da obrigação prevista
no nº 1 do artigo 117º, sob pena de ser considerado responsável pelo
pagamento do imposto em falta.

Considera-se cumprida a obrigação prevista no numero anterior, nos casos em


que o sujeito passivo de imposto predial urbano receba do substituto tributário
o Documento Arrecadação de Receitas (DAR) que comprove a entrega do
imposto retido ou, assim não sendo, comunique tal facto à repartição fiscal
competente no prazo de 90 dias a contar do termo do prazo para entrega
daquele imposto.

112
A comunicação pelo sujeito passivo de Imposto Predial Urbano, à repartição
fiscal competente, da falta de apresentação do Documento de Arrecadação de
receitas (DAR) pelo substituto tributário, nos termos e prazo do número do
anterior, faz operar a caducidade automática do contrato de arrendamento
entre as partes.

Depois de definitivamente determinado o rendimento colectável cada prédio,


pela forma estabelecida no artigo 26º, serão os verbetes ali referidos dispostos
por ordem alfabética de nomes dos contribuintes fim de serem confrontados
com os rendimentos colectáveis provisoriamente tributados nos termos do
artigo anterior.

Nos verbetes de lançamento anotar-se-ão as diferenças resultantes do


confronto e proceder-se-á ao calculo das colectas adicionais e das anulações a
efectuar.

Considerar-se-á definitiva a liquidação provisoria quando a diferença da colecta


usando a diferença da colecta, apurada na rectificação, seja inferior de 20$.

Rectificado o lançamento provisório pela estabelecida neste artigo, serão os


verbetes auxiliares novamente dispostos pela ordem numérica das inscrições
matriciais a que respeitem e incorporados nos processos a que se refere o
artigo 27º.

Quando o rendimento dos prédios pertença mais de um titular e o foro, censo,


pensão ou quinhão exceda o rendimento colectável, só este será atribuído a
quem deva receber aquelas prestações.

A transmissão contratual da propriedade imobiliária, quando origine mudança


dos titulares dos rendimentos, importará a liquidação imediata do imposto
predial devido, quanto aos duodécimos correspondentes aos meses anteriores
aquele em que tenha sido paga a sisa, se a liquidação desta preceder a
transmissão, ou aquele em que se haja celebrado o respectivo contrato,
havendo liquidação posterior da sisa ou tratando-se de transmissões a título
gratuito.

113
Ate ao fim do mês seguinte ao do pagamento de sisa ou da celebração da
escritura, conforme, devera alheador solicitar que o imposto predial lhe seja
liquidado e, se o prédio tiver Estado em regime de arrendamento, cumprir-lhe-á
apresentar logo a declaração a que se refere o artigo 19º.

Nas transmissões dos bens a que se refere o artigo anterior e que venham a
realizar-se por venda judicial ou administrava, o juiz da execução fará notificar
oportunamente o respectivo secretário de Fazenda para que proceda com vista
à graduação de créditos, à liquidação do imposto predial devido pelo executado
e lhe remeta certidão do seu quantitativo, no prazo de dez dias, o qual poderá
ser prorrogado por motivos atendíveis.

O mesmo se observará, com as necessárias adaptações, em todos os demais


casos de venda ou adjudicação em processo judicial ou administrativo.

Na verificação e graduação dos créditos atender-se-á não só ao imposto


constante da certidão a que se refere este artigo, mas ainda ao que deva ser
liquidado até à data da venda ou da adjudicação do prédio.

Sobre os rendimentos dos prédios que forem demolidos ou expropriados será


liquidado o imposto predial devido, com referência aos meses decorridos até ao
inicio da demolição ou até à data da expropriação, observando-se sempre as
formalidades estabelecidas no nº 2, do artigo 107º.

Relativamente aos prédios novos, o imposto liquidar-se-á a partir do mês em


que tenham sido ocupados ou daquele em que haja terminado a isenção
temporária.

Cada habitação ou parte de prédio novo susceptível de arrendamento


separado será tomada autonomamente para efeito de determinação de
rendimento colectável sobre que haja de incidir a liquidação.

O imposto relativo aos rendimentos de quaisquer outros prédios cuja isenção


tenha cessado liquidar-se-á também nos termos deste artigo.

Quando a avaliação de prédio omisso se torne definitiva, liquidar-se-á imposto


por todo o tempo durante o qual a omissão se tenha verificado, com o limite
máximo dos cinco anos civis imediatamente anteriores ao lançamento.

114
O rendimento que acrescer em virtude de alteração em prédios já inscritos será
colectado pelo imposto que lhe corresponda, desde o mês em que o aumento
se verifique.

No caso de avaliação dos prédios de uma área fiscal ou de uma das suas
zonas e enquanto se não proceder à organização de novas matrizes, deverão
as cadernetas ser utilizadas para o lançamento do imposto predial a partir da
data do encerramento a que se refere o artigo 55º.

A liquidação do imposto predial far-se-á –á nos verbetes de lançamento,


preenchendo-se seguidamente o índice dos verbetes e relação para descarga
dos documentos de cobrança.

Na coluna dos rendimentos isentos escriturar-se-ão todos os que se encontrem


nessas circunstancias, ainda que temporariamente.

Depois de concluído o lançamento do imposto predial, deverão extrair-se os


conhecimentos de cobrança e elaborar-se uma certidão, em duplicado, na qual
se mencionem o numero e montante das colectas.

7.8. Cobranças101

Os conhecimentos de cobrança serão entregues ao recebedor até ao dia 25 de


novembro de cada ano, ou até 15 de junho no caso de que trata o nº 3 do
artigo 104º.

O recebedor deverá expedir até 20 de Dezembro ou até 20 de Junho,


consoante o caso, os avisos para pagamento à boca do cofre.

Relativamente a prédios arrecadados quando o imposto haja sido liquidado por


retenção na fonte com base nos nºs 1 e 2 do artigo 104º, o imposto predial
Urbano é entregue, pelo contribuinte que procedeu a retenção, até ao da
situação do imóvel, através do preenchimento do correspondente documento
de liquidação de imposto (DLI).

101
Artigo 116º - 117º

115
O imposto é liquidado na moeda em que se tenha fixado o pagamento no
respectivo contrato, procedendo-se a sua conversão em moeda nacional para
efeitos de aplicação do artigo 76º do Código Geral Tributário.

Os contribuintes disponham ou devam dispor de contabilidade organizada,


incluindo embaixadas, organismos públicos e qualquer pessoa, singular ou
colectiva. De direito publico ou privado, e que estejam sujeitos a Imposto
Predial Urbano relativamente a um imóvel do qual sejam também arrendatário
tem, nos casos previstos no número anterior, a faculdade de, no momento de
apresentação da declaração, deduzir às rendas recebidas, as rendas pagas,
devendo o montante de imposto devido ser ajustado em conformidade.

Relativamente a prédios arrendados quando não haja lugar a liquidação do


imposto por retenção na fonte, o Imposto Predial Urbano deve ser pago em
duas prestações iguais co vencimento. Respectivamente, em janeiro e julho.

No que respeita a prédios não arrendam arrendados, o Imposto Predial Urbano


deve ser pago em duas preados, o Imposto Predial Urbano deve ser pago em
duas prestações iguais com vencimento, iguais com vencimento,
respectivamente, em Janeiro e Julho.

O imposto a pagar, nos termos do numero anterior pode, todavia pagar-se em


quatro prestações, quando o contribuinte assim o tenho declarado, em
impresso conforme ao modelo nº6,no mês de julho do ano anterior, e, neste
caso, são as prestações pagas em Janeiro, Abril, Julho e Outubro.

7.9. Fiscalização102

Os notários são obrigados a enviar a Repartição de Fazenda da aria onde


estejam situados os prédios, ate o dia dez de cada mês, reações separadas
das escrituras de arrendamento lavradas nas notas de mês anterior, com
indicações dos nomes e moradas dos contraentes e da qualidade em que

102
Artigo 124º - 125º

116
outorgaram, das inscrições matriciais dos prédios, das rendas contratuais e das
demais condições convencionadas.

Os senhorios são obrigados a apresentar, na respectiva repartição da fazenda,


dentro de dez dias a contar da sua celebração, em três exemplares os escritos
particulares de arrendamento de prédios ou partes de prédios, nos casos em
que essa forma contratual e permitida. Após o seu registo, será retirado
triplicado, sendo os dias restantes exemplares devolvidos aos representantes.

Nos casos de constituição ou transmissão de direitos sobre prédios urbanos


deveram os oficias públicos que intervenham nos respetivos actos ou contratos
exigir a apresentação das cadernetas prediais.

Verificando se justo impedimento de apresentação da caderneta, será exigido


documento comprovativo de estar o período escrito na matriz ou de para tal ter
sido feita partição, devem constar do mesmo documento o numero de inscrição
ou mencionar se aquela circunstancia.

Quando, no caso de disposições testamentárias ou de doação, não seja


possível do comprimento ao preceituado neste artigo far-se-á referência
expressa no documento a razão justificativa da impossibilidade.

As conservatórias de registo predial não poderão efectuar quaisquer registo


sem que lhes seja apresentada a caderneta respeitante ao prédio ou
documento comprovativo de ter sido feita a participação mencionada no nº 2 do
artigo anterior.

Se o requerente do registo não for titular da caderneta ou, sendo-o, fizer a


provar da impossibilidade de a apresentar, deverá aquela caderneta ser
substituída por uma certidão de teor da respectiva inscrição da matriz.

7.10. Reclamação e recursos103

Os contribuintes poderão reclamar das matrizes prediais com os fundamentos


seguintes:

103
Artigo 133º CIPU

117
a) Indevida inclusão do prédio na matriz;
b) Erro na designação das pessoas e suas residências ou sedes, ou na
descrição dos prédios;
c) Erro de descrição dos elementos ou das inscrições das cadernetas de
avaliações;
d) Duplicações ou emissão de inscrição dos prédios;
e) Omissão, modificação ou extinção de quaisquer foros, pensões ou
outros encargos a estes equiparáveis;
f) Falta de averbamento de isenção já reconhecida;
g) Alteração na composição dos prédios, em resultado de divisão ou
anexação de outros confiantes ou rectificação de extremas;
h) Falta de descriminação do rendimento dos prédios por andares ou
divisões susceptíveis de arrendamento separado;
i) Passagem do prédio ao regime de propriedade horizontal;
j) Erro na correção dos rendimentos matriciais;
k) Fixação insuficiente das percentagens a deduzir nas rendas dos prédios;
l) Erro na aplicação na tabela de encargos;
m) Exagero na atribuição de rendimento coletável.

118
CAPITULO VIII REGIME JURÍDICO DAS FACTURAS E DOCUMENTOS
EQUIVALENTES
Objecto e Âmbito

Artigo 1º - Objecto

O presente Diploma regula os requisitos para a emissão, conservação e


arquivamento das facturas e documentos equivalentes pelos contribuintes,
no exercício da sua actividade comercial e industrial.

Artigo 2º - Âmbito

1 – É obrigatória a emissão de facturas ou documentos equivalentes em


todas as transmissões onerosas de bens corpóreos ou incorpóreos e prestação
de serviços.

2 - Por factura deve entender-se o documento comercial, portador dos


elementos informativos definidos no presente Diploma, que comprovam a
realização das transmissões de bens ou prestação de serviços, mencionadas
no número anterior.

3 – É obrigatório para as pessoas singulares ou colectivos, com domicílio,


sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola que procedam
às operações previstas no número anterior, a emissão dos documentos
referidos no nº 1 deste artigo.

4 - Para efeitos do nº 1 deste artigo, a energia eléctrica, o gás, a água e


similares são considerados bens corpóreos.

5 - São considerados documentos equivalentes os recibos, a nota de débito, o


despacho aduaneiro, o talão de venda, e outros documentos que preencham
os requisitos constantes do presente Diploma.

119
CAPITULO II- Dispensa e Documento Equivalente

Artigo 3º - Dispensa de emissão de factura

1 - É dispensada a obrigação de emissão de factura, sempre que se verifiquem


as seguintes operações:

a) Transmissão de bens feita através de aparelhos de distribuição


automática, ou de recurso aos sistemas electrónicos;

b) Prestação de serviços em que seja habitual a emissão de talão,


bilhete de ingresso ou transporte, senha, ou outro documento
impresso, ao emitido ao portador, comprovativo do pagamento,
em que constem os elementos informativos obrigatórios, nos
termos deste Diploma.

c) Transmissão de bens e prestação de serviço cujo valor unitário


seja igual ou inferior a Akz: 1000,00 (mil kwanzas).

2 – A dispensa de emissão de factura prevista no nº 1 deste artigo é afastada,


sempre que o adquirente do bem ou serviço o solicitem, independentemente do
requisito previsto na alínea c) do nº 1 do presente artigo.

Artigo 4º - Documentos equivalentes

1 – A dispensa de emissão de facturas referida no artigo anterior, não afasta a


obrigação da emissão de talão de venda ou de recibo, em que seja identificável
o nome do vendedor dos bens ou prEstador dos serviços, e respectivo número
de identificação fiscal e morada.

2 – Os talões de venda e recibos emitidos nos termos do número anterior


possuem os mesmos efeitos probatórios de uma factura, apenas os casos em
que esta não seja obrigatória.

3 – Dispensa de emissão de facturas a que se refere o artigo anterior pode ser


atribuída pelo Director Nacional de Impostos, mediante solicitação deferida, a
outras categorias de contribuintes que forneçam ao público serviços
120
caracterizados pela sua uniformidade, frequência e valor limitado, sempre que
o cumprimento da obrigação de emissão de factura e obrigações conexas se
revelem onerosas.

CAPUTLO III Processamentos e Requisitos


Artigo 5º - Processamento

1 – Os contribuintes obrigados a emitir facturas ou documentos equivalentes


devem utilizar programas informáticos que garantam a numeração sequencial e
cronológica dos documentos.

2 – Os documentos referidos no número anterior devem ser emitidos em


duplicado, destinando-se o original ao cliente e a cópia ao arquivo do
fornecedor.

3 – Todos os exemplares de facturas ou documentos equivalentes devem


conter a designação «processados por computador».

4 – Em caso de avaria técnica dos equipamentos ou em situação de


inoperacionalidade, devem os contribuintes emitir facturas ou documentos
equivalentes, impressos tipograficamente, respeitando os requisitos deste
Diploma.

Artigo 6º - Emissão de facturas

1 - A factura ou documento equivalente deve ser emitida no momento do seu


pagamento, ou até ao quinto dia útil a seguir à data da operação de
transmissão do bem ou prestação de serviço.

2 - No caso de pagamento relativos a uma transmissão de bens ou prestação


de serviço ainda não efectuada, a data da emissão do documento
comprovativo deve coincidir sempre, com a da percepção do pagamento do
montante relativo à transmissão do bem, ou prestação de serviço.

3 – As facturas ou documentos equivalentes são substituídos por guias ou


notas de devolução, quando se trate de devolução de mercadoria
anteriormente transacionadas entre os mesmos contribuintes, cuja emissão se
processa no prazo referido no nº 1 deste artigo.

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Artigo 7º - Requisitos

1 – As facturas ou documentos equivalentes devem ser devidamente datados,


sequencialmente numerados e conter obrigatoriamente os seguintes
elementos:

a) O nome, firma ou denominação social e a sede ou domicilio do


fornecedor de bens ou prestador

b) de serviço e do destinatário ou adquirente, bem como os seus números


de identificação fiscal;

c) Numeração sequencial, por anos económicos;

d) Discriminação dos bens ou serviços prEstados, com indicação das


quantidades;

d) O preço final em moeda nacional, salvo as facturas que decorrem do


processamento de importação e exportação, que estão sujeitas às regras
do comércio internacional, com todos os elementos que concorrem para a
sua formação;

e) As taxas de impostos aplicáveis e o montante de imposto, quando


devido:

f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente,


em que os serviços foram realizados, ou em que foram efectuados
pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não
coincidir com a da emissão da factura;

g) Estar escrito, obrigatoriamente, em língua portuguesa.

2 – As guias ou notas de devoluções devem conter, além da data, os


elementos mencionados nas alíneas a), b) e c) do número anterior.

Artigo 8º - Identificação de documentos rectificados ou substituídos

122
Quando os contribuintes devam proceder à rectificação ou substituição dos
documentos emitidos nos termos deste Diploma, os documentos substituídos
devem conter a expressão «rectificado ou substituição», bem como a
identificação do documento rectificado os substituídos.

Artigo 9º - Arquivamento

1 - Os contribuintes são obrigados a arquivar e conservar todas as facturas ou


documentos equivalentes, bem como os registos relativos à análise,
programação e execução dos tratamentos informáticos utilizados, durante os
prazos estabelecidos pelo Código Geral Tributário.

2 – Os documentos referidos no número anterior devem ser mantidos em


estabelecimentos ou instalações situadas em território nacional.

3 – O arquivamento em formato digital de cópias de segurança das facturas ou


documentos equivalentes não substitui a obrigação prevista no número
anterior.

CAPITULO IV- Penalidades e Disposições Finais

Artigo 10º - Penalidades

1 - Sempre que o contribuinte proceda a transmissões onerosas de bens, ou


prestação de serviços não suportadas por factura ou documento equivalente,
incorre em multa, nos termos que se seguem:

a) 20%, do valor da factura não emitida;


b) 40%, do valor da factura não emitida, no caso de incumprimento
reiterado.

2 – Para efeitos da alínea b) do número anterior, entende-se por incumprimento


reiterado a não emissão de factura ou documento equivalente, em mais de
quatro transmissões onerosas de bens ou prestação de serviços.

123
3 – Sempre que o contribuinte proceda a transmissões onerosas de bens ou
prestação de serviços, e à emissão de factura sem os elementos mencionados
no artigo 7º, incorre em multa, nos termos que se seguem:

a) Akz: 30.000,00 (trinta mil kwanzas), quando os elementos omitidos, ou


erradamente indicados, forem o preço ou nome da entidade emitente, ou
o seu número de contribuinte, por cada factura emitida;
b) Akz: 10.000,00 (dez mil kwanzas), quando os elementos omitidos, ou
erradamente indicados, respeitem a quaisquer outros elementos
obrigatórios, por cada factura emitida.

Artigo 11º - Dúvidas e omissões

As dúvidas e omissões suscitadas da interpretação e aplicação do presente


Diploma são resolvidas pelo Presidenta da República.

Artigo 12º - Entrada em vigor

O presente Decreto Presidencial entra em vigor 60 dias após a data da sua


publicação.

Preciado em conselho de Ministros, em Luanda, 21 de Agosto de 2013.

Publicado em Luanda, aos 19 de Setembro de 2013.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

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ANEXO I

DECRETO PRESIDENCIAL Nº 149/13, DE 01 DE OUTUBRO

Considerando que a correcta aplicação dos Imposto Industrial, do Imposto


de Consumo, do Imposto de Selo, entre outros, depende da existência de
um sistema de facturação consistente, coerente e transversal;

Valorizando as necessidades crescentes de formalização da economia


angolana, e de desincentivo ao recurso aos mercados informais, sobretudo
quando a utilização desses mercados e sua inerente informalidade são
utilizadas como mecanismo de sobrevalorização de custos, ou até de
encobrimento de despesas não relacionadas com a manutenção da fonte
produtora das empresas;

Havendo a necessidade de, por um lado, tornar as declarações dos


contribuintes mais comprováveis, objectivas e inequívocas, e por outra
reforçar e melhorar os mecanismos de controlo e fiscalização por parte da
Administração Fiscal.

Tendo em conta os imperativos da existência de procedimentos tributários


simplificados e eficazes, inerentes às Linhas Gerais do Executivo para a
Reforma Tributária, de harmonia com a Constituição vigente em Angola.

O Presidente da República decreta, nos termos da alínea l) do artigo 120º e


do nº3, do artigo 125º, ambos da Constituição da República de Angola, o
seguinte:

125
ANEXO II

DESPACHO Nº 174/11, DE 11 DE MARÇO

Convindo actualizar os valores fixados para liquidação de impostos, multas e


juros bem como outras receitas de natureza fiscal;

Em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente da República,


nos termos do artigo 137º da Constituição da República e de acordo com as
disposições conjugadas do nº 2, do artigo 1º, da Lei nº 10/03, de 25 de Abril e
do artigo 1º do decreto Presidencial nº 6/10, de 24 de Fevereiro, determino:

1 - O Valor da Unidade de Correcção Fiscal (UCF), para actualização de


impostos, taxas, multas e outras receitas de natureza tributárias, conforme
determinado no artigo 40º -A do Código Geral Tributário é fixado em Kz: 88,00
para o mês de Janeiro de 2011.

2 – O Valor da Unidade de Correcção Fiscal ora fixado, relativo ao mês de


Janeiro de 2011, vigorará até a fixação de novo valor.

Publica-se.

Luanda, aos 21 de Fevereiro de 2011.

O Ministro, Carlos Alberto Lopes.

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BIBLIOGRAFIA

Advogados, Fátima Freitas, (2014), Legislação Fiscal Angolana, Luanda, Plural


Editores.

Amaral, Diogo Freitas, (2010), Curso de Direito Administrativo, 3ª Edição,


Lisboa, Edições Almeida S.A.

Martinez, Soares, (2011), Direito Fiscal, 10 Edição, Coimbra, Livraria Almedina.

Santos, J. Albano, (2007), Teoria Fiscal, Lisboa, Instituto Superior de Ciências


Sociais e Políticas.

Sousa ,N.J. V. Alburqueque. (2011). Noçoes de Direito Adminstrativo. Lisboa:


Coimbra- Editora.

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