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ESTRUTURA TEXTUAL
TIPOS MAIS COBRADOS DE REDAÇÃO
INTRODUÇÃO
Trata-se do início da redação. O primeiro parágrafo e deve apresentar informações sucintas sobre o
tema abordado. Deve ter entre cinco e sete linhas, com pelo menos dois períodos. Use
palavras-chave da proposta, deixando claro o tema que será abordado.
DESENVOLVIMENTO
É nessa parte da redação que os argumentos são abordados e a ideia é exposta. Deve ser
constituído de, no mínimo, dois parágrafos de cinco a sete linhas cada um. Tente responder às
seguintes perguntas:
• POR QUÊ?
• COMO?
• PARA QUÊ?
Enumeração "É preciso considerar que ..." "Também não devemos esquecer que ..." "Não
podemos deixar de lembrar que..."
Reafirmação "Compreende-se então que ..." "Deve-se acrescentar ainda que ...". "É
interessante ressaltar ..."
"Para tanto, ..." "Para isso, ..." "Além disso, ..." "Se é assim, ..." "Na verdade,
..." "É fundamental que ..." "Nesse momento, ..." "De forma que, ..." "De tal
forma que ..." "Em ambos os casos, ..."
CONCLUSÃO É o último parágrafo. Nele deve haver a retomada do tema e reafirmação da tese.
Uma dica é utilizar as palavras-chave do tema. Nesse parágrafo deve ser exposta, sempre que
possível, uma proposta de solução, desde que ela seja exequível.
Pode-se utilizar expressões iniciais do tipo: - "Diante
dessa realidade, pode-se observar que...” - "Mediante os
fatos expostos,..." - "Dessa forma, ..." - "Diante do que foi
abordado ..." - "Em vista disso, pode-se constatar que ..." -
"Considerando-se tal contexto, pode-se afirmar que...” -
"Nesse sentido, ..." - "Com esses dados, entende-se que
..."
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LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA VERÔNICA MARIANO
INTRODUÇÃO
• Inicie o texto apresentando o tema
• Use todas as palavras-chave do tema e dos tópicos (só aqui você já consegue ter toda
estrutura da introdução – observe isso nos exemplos negritados)
• Atente-se para tópicos com a conjunção aditiva “E”. Trata-se de uma soma, portanto, dois
assuntos em um mesmo tópico.
CONCLUSÃO
• Retome o tema
• Apresente uma solução para o problema apresentado
• Use a lei novamente, de forma genérica, enfocando a importância da legislação para a
manutenção da ordem
Nesse modelo de tema, a Banca traz um caso hipotético e espera que você, baseando-se nele,
responda os tópicos seguintes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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INTRODUÇÃO:
• Inicie o texto apresentando o tema
• Faz-se necessário apresentar um breve resumo do caso
• Use as palavras-chave do tema e dos tópicos
• Fazendo isso, mostrará para a banca que entendeu o tema
DESENVOLVIMENTO Tema com tópicos a
serem respondidos
• Neste modelo, é preciso ir situando o corretor sobre o caso hipotético. Sempre que for
responder a um tópico, citar o caso.
• Em caso de tema com tópicos a serem respondidos (muito comum na banca Cespe), é
necessário que cada tópico seja respondido em um parágrafo.
• Atente-se para tópicos com a conjunção aditiva “E”. Trata-se de uma soma, portanto, dois
assuntos em um mesmo tópico.
CONCLUSÃO
• Retome o tema
• Apresente uma solução para o problema apresentado
• Use a lei novamente, de forma genérica, enfocando a importância da legislação para a
manutenção da ordem
MODELOS DE REDAÇÃO
Introdução
A palavra cidadão, pela interpretação da Constituição Federal, é a pessoa no gozo dos
seus direitos políticos – direitos de sufrágio, de atuação na vida pública do país. Entende-se,
então, que essa pessoa possui capacidade e discernimento para tomada de decisões. No
entanto, esse conceito pode ir além. Para ser considerado um cidadão consciente, é preciso
que ele seja capaz de exigir seus direitos e de cumprir seus deveres.
Desenvolvimento Verifica-se, porém, que uma quantidade significativa de cidadãos brasileiros não
conhece o rol de direitos e deveres que lhes são garantidos e cobrados, por meio da
Constituição Federal. O Estado, por sua vez, parece que se aproveita desse desconhecimento para
deixar, muitas vezes, de cumprir seu papel, sendo relapso com suas obrigações de pessoa política.
As desigualdades sociais e a baixa qualidade da educação, em especial no nível
fundamental, pode ser uma das justificativas para a falta de acesso do cidadão ao conhecimento
dos seus direitos - como direito a saúde, saneamento básico, educação, segurança pública.
Enquanto de um lado o cidadão enfrenta as mazelas da falta de eficiência e de probidade da
administração pública, do outro estão seus direitos que não são exigidos. Contudo, não há só
direitos que precisam ser exercidos. O cidadão ainda conta com um rol de deveres, que
precisam ser observados para o bom funcionamento da democracia e da política nacional. Entre
esse rol, há o dever de votar, cumprir as leis, respeitar os direitos sociais de outras pessoas e
proteger a natureza.
Conclusão
Diante desse contexto, infere-se, portanto, que é importante que o cidadão busque
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formas de informar-se de seus direitos e, assim, fazer valer o ordenamento jurídico sob o qual o
país é regido. Contudo, há, em contrapartida, deveres que são impostos aos cidadãos e que
também são imprescindíveis à ordem social e ao regime democrático do país. Por isso, deveres e
direitos sempre andarão lado a lado. Para que um seja cobrado, o outro deverá ser cumprido.
MODELO I – SÓ INTRODUÇÃO
Introdução
A sociedade, em sua história, já se viu assolada por diversas ondas criminosas. Houve
o tempo dos bárbaros, dos crimes de guerra, do Holocausto e tantos outros que
envolveram a sociedade em um sentimento de terror. Já na sociedade
contemporânea, os crimes estão, em sua maioria, ligados à droga ilícita, pois, sejam
eles motivados pelo tráfico, sejam pelo uso, acabam resultando em diversos crimes,
como: roubos, furtos ou homicídios. Trata-se, portanto, de um negócio lucrativo, uma
vez que o narcotráfico, por meio do crime organizado global, movimenta cifras
bilionárias em todo mundo
MODELO II Tema: A Constituição Federal de 1988 elenca os princípios inerentes à
administração pública, cuja função é a de dar unidade e coerência ao direito administrativo,
controlando as atividades administrativas de todos os entes que integram a federação
brasileira (União, estados, Distrito Federal e municípios). Esses princípios devem ser
seguidos rigorosamente pelos agentes públicos, sob pena de estes praticarem atos
inválidos e exporem-se à responsabilidade disciplinar civil ou criminal, a depender do caso.
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do seguinte tema.
bagatela, que pode ser aplicado pelo juiz se forem preenchidos os requisitos exigidos pela lei. Para
exemplificar tal benefício do furto, tem-se um caso hipotético em que Maurício, maior e sem
antecedentes criminais, pratica um furto em que o dano causado foi de R$ 115,00, sendo detido
antes que pudesse evadir- se do local. Nesse caso, Maurício, por ser primário e ter furtado coisa de
pequeno valor poderá ser enquadrado no furto privilegiado.
Tal espécie de furto possui como requisitos: ser o agente primário e a res furtiva ser de
pequeno valor. Dessa forma, cabe ao juiz aplicar a substituição da pena de reclusão por detenção,
a redução da pena em 1/3 ou só a aplicação da multa. Esse tipo não deve ser confundido com o
furto de bagatela, que, por sua vez, não está tipificado no CP. Nesse caso, não haverá crime
quando a res furtiva for de valor ínfimo, aplicando, assim, o princípio da insignificância. Como
não há crime, muitos doutrinadores acreditam ser paradoxal nominar por furto de bagatela um
princípio que é considerado fato atípico.
Ainda observando o caso hipotético acima, o fato de Maurício não conseguir evadir-se do
local do furto não desconfigura a consumação crime. Segundo o Supremo Tribunal Federal, para
que haja a consumação do furto, ou até mesmo do roubo, não há a necessidade de o agente
sair da esfera de vigilância da vítima ou de terceiro, bastando, para isso, que o agente se apodere do
bem.
ESTUDO DE CASO
A lei rege a administração pública imputando-lhe princípios que devem ser observados. Tais
princípios podem ser evocados pelos cidadãos na defesa de seus direitos. Por exemplo, um usuário
do Sistema Público de Saúde, após uma consulta médica, não teve acesso aos medicamentos
receitados. Por se sentir lesado com a situação, procurou o Ministério Público (MP) e fez uma
denúncia de suspeita de desvios financeiros no hospital.
Diante do fato, um dos princípios feridos é o da Eficiência, no qual a administração pública
tem o dever de atuar de modo a otimizar os meios que possui e melhorar os resultados finais. Para
isso, deve racionalizar a máquina administrativa, aperfeiçoar o atendimento e a prestação do serviço
público, garantindo, por exemplo, que o paciente tenha acesso a medicamentos receitados. Além
disso, se comprovada a suspeita de desvios financeiros, o princípio da Moralidade também será
infringido, uma vez que nele há a obrigação de ser probo – honesto. Ainda observando a situação
citada acima, vale ressaltar que, cabe ao MP o controle da probidade administrativa e da defesa dos
direitos fundamentais, como saúde, educação, segurança. O instrumento capaz de ensejar a defesa
de tais direitos é a ação civil pública. No entanto, para o fato apresentado, primeiramente, o MP
deverá apurar a procedência da denúncia. Durante o processo de investigação deverá entrar com
ação para garantir que o denunciante receba o medicamento necessário para seu tratamento.
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Sendo assim, regido por leis complementares, o MP, consoante ao fato mencionado,
poderá valer-se, para a defesa do interesse do denunciante, dos seguintes fundamentos: soberania e
representatividade popular; princípio da moralidade; zelo dos direitos assegurados na Constituição
Federal sobre serviços de saúde. Além disso, a lei prevê ainda, que o MP receba notícias de
irregularidades ou reclamações de qualquer natureza, promova as apurações cabíveis e tome as
soluções adequadas, assim como propõe o caso hipotético supracitado.
TEMA ABERTO
TRE – AC 2010 Prova Discursiva – Redação
Discorra sobre a inviolabilidade domiciliar no sentido constitucional. Fundamente.
A Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 5°, inciso XI, assegura como direito
fundamental da pessoa humana “a casa”, a qual, segundo essa, é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, exceto em casos de flagrante delito,
desastre, para prestar socorro ou, durante o dia, por determinação judicial. Vale ressalvar, conforme
interpretação majoritária acerca do referido texto constitucional, que o conceito jurídico de “casa”
deve ser compreendido de forma ampla, ou seja, a inviolabilidade não alcança somente “casa”, no
sentido de residência do indivíduo, mas também qualquer recinto fechado, não aberto ao público,
ainda que de natureza profissional, tais como, escritório do advogado, consultório do médico, entre
outros. Esse entendimento é resultado de uma interpretação que leva em conta a Constituição como
um todo, haja vista que as normas constitucionais são harmônicas entre si e complementares umas
em relação às outras.
Nota-se ainda, segundo o texto constitucional, que na ocorrência de flagrante delito,
desastre e prestação de socorro, é autorizada a invasão domiciliar sem o consentimento do morador,
a qualquer momento, seja o período de incurso diurno ou noturno. Os demais casos de violação
devem ocorrer durante o dia e por determinação judicial, situação em que se garante a reserva
constitucional de jurisdição, o que impede a invasão da morada por autoridade administrativa,
membro do Ministério Público ou mesmo Comissão Parlamentar de Inquérito. Cuidou a Constituição,
ao prever o direito em comento, de garantir ao indivíduo uma esfera de privacidade, intimidade, vida
privada e segurança pessoal. A própria Carta Magna prevê inúmeros institutos para assegurar esse
caráter íntimo, ou seja, possibilita ao indivíduo, em caso de violação ao direito à inviolabilidade
domiciliar, valer-se de ação jurídica, podendo requerer, por meio dessa, indenização de cunho moral
ou material.
Logo, é notável a preocupação dada pelo poder constituinte originário, no momento de
elaboração da Carta Política, à casa do indivíduo, protegendo-a de eventuais abusos do poder
público e de membros da sociedade. Mais memorável é a mensagem implícita constante do texto,
pois, ao possibilitar a invasão domiciliar em caso de desastre e prestação de socorre, recorda o
cidadão do dever de prestar auxílio ao próximo em casos emergenciais.
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A SOCIEDADE DO TIMELINE A década de 1990 para os dias
atuais vem presenciando um exacerbado crescimento do uso das redes sociais. Tal uso está criando
a nova sociedade/vida virtual, a qual pode ser caracterizada como a vida idealizada. A sociedade
contemporânea encontra-se na busca constante pelo reconhecimento pessoal, que é obtido pela
participação ativa dessa vida virtual. Ocorre que esse reconhecimento que proporciona a
felicidade instantânea ocasiona causas e consequências identificáveis.
O sociólogo polonês Zygman Bauman, em uma das suas entrevistas, afirmou que a
sociedade vivencia o tempo da “modernidade líquida”, a qual as pessoas estão cada vez mais
conectadas somente ao presente. Os cidadãos vivem e sobrevivem como se não tivesse ocorrido o
ontem, de maneira que o passado, as heranças não tivesse influência no presente. Vive-se a
sociedade da imediatidade. Em que pese, destaca-se que a evolução tecnológica do mundo atual e o
uso constante das redes sociais contribuíram por essa busca demasiada do reconhecimento pessoal,
visto que, nos dias atuais as pessoas estão compartilhando em suas timelines cada vez mais suas
vidas idealizadas, ou seja, regradas de restaurantes caros, roupas da moda, viagens e passeios.
Paralelo a isso, infere-se as consequências negativas dessas condutas. Para atender o
padrão imposto pela sociedade virtual percebe-se o consumo exagerado, gerando consumidores
com cartões de crédito extrapolados e endividadas. Além disso, destaca-se ainda o crescimento de
pessoas depressivas, conforme dados da Organização Mundial de Saúde – OMS. Um dos fatores
que contribuíram para o crescimento do índice é devido pois para fazer parte dessa sociedade é
necessário estar dentro dos padrões impostos. Padrões esses que proporcionam apenas felicidade
momentânea.
Desse modo, com intuito de diminuir as mazelas ocasionadas por essa busca constante do
reconhecimento pessoal, a sociedade poderá utilizar dos recursos da reengenharia social
combinados com os serviços educacionais e psicológicos, para que possam ter maior clareza e
conhecimento que a felicidade não se resume ao que é compartilhado e que o padrão imposto não é
obrigatoriamente a ser seguido por todos. Entender que a vida é repleta de ocasiões alegres e tristes,
mas que isso é normal. E ter consciência e sabedoria de que para ser reconhecido não é necessário
repetir padrões.
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