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OPINIÃO
Ricardo Cabral
21 de Novembro de 2022, 7:20
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Essas regras orçamentais ainda vigentes, mas suspensas desde 2019 e até 2023, eram
muito complexas, sendo baseadas em sete critérios (e restrições) não lineares e
altamente discricionários: défice de 3% do PIB; dívida de 60% do PIB; redução da dívida
acima de 60% do PIB em 1/20 avos em cada ano; saldo estrutural de -0,5% ou -1% do PIB
potencial; melhoria do saldo estrutural de, pelo menos, 0,5% do PIB potencial em cada
ano até ser atingido o objetivo de médio prazo (OMP); OMP definido para cada estado
membro pela Comissão Europeia (no caso de Portugal o OMP foi de +0,25% do PIB
potencial até 2018); crescimento da despesa líquida primária inferior à taxa de
crescimento do PIB potencial (média móvel de 10 anos).
Na perspetiva do autor, as regras orçamentais europeias, que têm as suas raízes no início
dos anos 90, têm tido efeitos contraproducentes para o desenvolvimento sustentado dos
estados-membros da Área do Euro e não têm evitado sucessivas crises da Área do Euro
que se têm agravado.
P.S. – Este texto inspira-se em parte na intervenção do autor num debate organizado pela
Ordem dos Economistas sobre a Governança Económica da Área do Euro
(https://www.ordemeconomistas.pt/xportalv3/noticias/noticia.xvw?
p=71071432&confer%C3%AAncia:o-futuro-da-governa%C3%A7%C3%A3o-
econ%C3%B3mica-da-ue&p=71071432) na última sexta-feira.