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Modelo de financiamento

A União Europeia é atualmente colocada como um dos maiores financiadores de medidas que
promovem o combate as alterações climáticas, juntamente com os seus países o grupo dos 27
disponibilizou 23,04 mil milhões de euros em 2021. Este investimento vem da mobilização de
fluxos financeiros e de capital privado para investimentos ecológicos. Com o apoio do
instrumento de recuperação da UE NextGenerationEU, por volta de 37% dos 672,5 mil milhões
de euros do Mecanismo de Recuperação e Resiliência são investidos em áreas relacionadas
com o clima o que levou a aplicação de uma meta climática global de 30% ao montante total
de despesas do próximo orçamento de longo prazo da UE para 2021-2027.

De modos a atrair mais fundos para as suas políticas ambientais, a UE deu início a plataforma
internacional de investimento sustentável. Estas medida tem como intuito de aumentar a
quantidade de capital privado investido em iniciativas ambientais, por intermédio desta
plataforma os membros podem trocar e divulgar informações para promover as melhores
práticas, comparar suas diferentes iniciativas e identificar barreiras e oportunidades de
financiamento sustentável, respeitando os contextos nacionais e regionais. Ainda dentro desta
iniciativa foram lançadas algumas estratégias abrangentes para conectar ainda mais as finanças,
incluindo assim dez ações primordiais que podem ser divididas em três categorias, dentre estas
podemos realçar:
1- A estratégia de financiamento sustentável renovada e implementação do plano de ação para
o financiamento do crescimento sustentável
Criação de um Padrão de Títulos Verdes da UEEN••• e rótulos para produtos financeiros
verdes:
• Com base no relatório final e no guia de usabilidade do Grupo de Especialistas Técnicos
(TEG), a Comissão está explorando o desenvolvimento de um padrão voluntário de
títulos verdes da UEEN•••. Além disso, a Comissão está a trabalhar num rótulo
ecológico da UE para produtos de investimento de retalho. A extensão da estrutura do
rótulo ecológico a produtos financeiros, por meio de uma decisão da Comissão, está
prevista para o terceiro trimestre de 2021.

Fomentar o investimento em projetos sustentáveis:


• Para aumentar os investimentos em projetos sustentáveis, a Comissão associa quadros
e ferramentas de financiamento sustentável ao Plano de Investimento para a Europa
SustentávelEN•••, InvestEUEN••• e outros fundos relevantes da UE. O programa
InvestEU visa apoiar quatro áreas políticas através de financiamento, apoio técnico e
assistência, e reunindo investidores e promotores de projetos: infraestruturas
sustentáveis; investigação, inovação e digitalização; pequenas e médias empresas; e
investimento e competências sociais.

2- Integração da sustentabilidade na gestão de riscos:


Melhor integração da sustentabilidade em classificações e pesquisas de mercado:
• Para fortalecer a divulgação sobre como os fatores ESG estão sendo considerados, a
ESMA atualizou suas Diretrizes sobre requisitos de divulgação para ratings de crédito
em julho de 2019 e começou a verificar como as agências de classificação de risco
aplicam essas novas diretrizes em abril de 2020. Além disso, em dezembro de 2019, a
Comissão lançou um estudo sobre ratings de sustentabilidade e pesquisas que
explorarão os tipos de produtos que são fornecidos para ratings e pesquisas de mercado,
principais players, fonte de dados, transparência de metodologias e possíveis
deficiências do mercado. A conclusão do estudo está prevista para o verão de 2020.

Esclarecendo os deveres dos gestores de ativos e investidores institucionais em relação à


sustentabilidade:
• Em 9 de dezembro de 2019, foi publicado no Diário Oficial o Regulamento sobre
divulgações relacionadas à sustentabilidade no setor de serviços financeiros. Os
serviços da Comissão estão agora a trabalhar na implementação da legislação,
clarificando os deveres dos investidores em partes essenciais do acervo da UE em
matéria de serviços financeiros.

3- Promoção da transparência e visão de longo prazo

Promover a governança corporativa sustentável e atenuar o imediatismo nos mercados de


capitais:
• Em 1 de fevereiro de 2019, a Comissão solicitou o parecer da ESMA, da EBA e da
EIOPA sobre a pressão indevida de curto prazo do setor financeiro sobre as
empresasEN•••. Publicaram as suas conclusões em dezembro de 2019, recomendando
o reforço da divulgação dos fatores ESG para facilitar o envolvimento do investidor
institucional (relatório da EBA, relatório da EIOPA, relatório da ESMA).

Com uma estimativa feita pela comissão europeia, será necessário um investimento de
aproximadamente 260 mil milhões de euros por ano, para atingir os objetivos climáticos de
2030. Com o Pacto Ecológico Europeu lançado pela Comissão Europeia, todas as dimensões
da economia europeia vão ser avaliadas à luz da emergência climática. A título exemplificativo
temos os 40% do orçamento da Política Agrícola Comum que deverá ser dedicado ao combate
às alterações climáticas, a partir de 2021. Os objetivos para 2030 incluem um corte mínimo de
40% nos gases com efeito de estufa, em relação a 1990, uma parte mínima de 32% de energias
renováveis no consumo energético total e pelo menos 32,5% de poupanças energéticas.
Com todos estes esforços o continente europeu terá de dedicar entre 1 a 2% do PIB à chamada
economia verde, o que inclui novas infraestruturas, contratos públicos, Investigação e
Desenvolvimento e uma atualização no equipamento industrial. A Comissão Europeia estima
que é necessário um investimento adicional para atingir os objetivos climáticos de 2030 no
valor 260 mil milhões de euros por ano e propõe a soma de 45 mil milhões anuais entre 2021
e 2027. Os restantes 215 mil milhões de euros deverão ficar a cargo das empresas, dos
particulares e, sobretudo, dos governos nacionais.
No âmbito do Pacto Ecológico Europeu, a Comissão Europeia anunciou a estratégia de
financiamento sustentável renovada, esta tem como objetivo fornecer ferramentas políticas
para garantir que o sistema financeiro contribua genuinamente para a transição das empresas
para a sustentabilidade num contexto de recuperação do impacto da COVID-19. A estratégia
renovada contribuirá para os objetivos do plano de investimento europeu Green DealEN•••, em
particular para a criação de um quadro propício para investidores privados e o setor público
para facilitar investimentos sustentáveis. Ele se baseará em iniciativas e relatórios anteriores,
como o plano de ação para o financiamento do crescimento sustentável e os relatórios do Grupo
de Especialistas Técnicos em Finanças Sustentáveis (TEG)EN•••. Esta estratégia visa apoiar o
financiamento sustentável da transição para uma economia sustentável em áreas como:
finanças de transição, inclusão, resiliência e contribuição do sistema financeiro e ambição
global.
Na execução do plano de ação para o financiamento sustentável, em 2019 e 2020, o Conselho
adotou legislação que visa canalizar o capital privado para investimentos mais sustentáveis no
mercado de capitais, através das seguintes medidas:
• A melhoria das obrigações de transparência impostas aos intermediários financeiros
quanto à forma como incorporam fatores ambientais, sociais e de governação nos seus
processos de avaliação dos riscos
• A criação de uma nova categoria de índices de referência para investimentos
sustentáveis a fim de ajudar os investidores a compararem a pegada de carbono dos
seus investimentos
• A criação de um sistema de classificação unificado da UE ("taxonomia") para as
atividades económicas sustentáveis.
Apesar de ser um país de pequena dimensão Portugal é considerado como um bom exemplo
no domínio da transição energética. No ano passado, de janeiro a novembro, 53% da energia
consumida no país foi proveniente de fontes renováveis. Em Portugal, 53,3% da eletricidade
provém de fontes renováveis. O país espera atingir a neutralidade carbónica em 2050 e
comprometeu-se a fechar as duas centrais de produção de eletricidade a partir do carvão (Pego
e Sines) em 2021 e 2023.

Com um acordo politico entre a presidência e o parlamento sobre as índices de referências


hipocarbónicas, a União Europeia da assim os primeiros passos para a criação de um quadro
regulamentar para encorajar os investidores a serem mais conscientes do impacto das suas
atividades no ambiente. Visto que a transição para uma economia sustentável e hipocarbónica
exige que repensemos a forma como desenvolvemos as atividades empresariais e onde
investimos o nosso dinheiro. Graças a esta iniciativa será mais fácil aos investidores optarem
por projetos, infraestruturas e tecnologias sensíveis às questões do clima de modo a
reorientarem os fluxos de capitais para ativos ecológicos, assim como disse o ministro das
finanças da Roménia Eugen Teodorovici.
Um número crescente de investidores procura assegurar que os seus investimentos tenham um
impacto positivo no ambiente. Assim sendo, estes tomam decisões de investimento baseadas
na pegada carbónica dos projetos ou ativos nos quais ponderam investir, servindo-se de
índices que referenciam ou aferem o desempenho das carteiras de investimento. Entretanto,
existe atualmente uma ampla variedade de índices deste tipo, com diferentes objetivos e graus
de qualidade e integridade. Deste modo, a Presidência e o Conselho chegaram a acordo sobre
um instrumento harmonizado e fiável para implementar estratégias de investimento
hipocarbónicas, através da criação de uma nova categoria que abrange dois tipos de índices de
referência financeira:
• índices de referência da UE para a transição climática, que visam reduzir a pegada
carbónica de uma carteira de investimento normalizada. Mais precisamente, os índices
de referência deste tipo devem ser definidos tendo em conta as empresas que até ao
final de 2022 estejam a seguir uma trajetória de descarbonização, mensurável e com
base científica, à luz do objetivo de longo prazo em matéria de aquecimento global do
acordo de Paris.

• índices de referência da UE alinhados com o acordo de Paris, que têm o objetivo


mais ambicioso de selecionar apenas os componentes que contribuem para alcançar o
objetivo de uma redução em 2º C estabelecido no acordo de Paris sobre o clima.

Além disso, este a obrigação de todos os índices de referência ou famílias de índices de


referência fornecerem uma explicação sobre a forma como os fatores ambientais, sociais e de
governação se refletem na sua estratégia de investimento, e também sobre a forma como a sua
metodologia se articula com o objetivo de reduzir as emissões de carbono.
Com a UE a instaurar um sistema de classificação comum para incentivar o investimento
privado no crescimento sustentável e contribuir para uma economia com impacto neutro no
clima. É certo dizer que nos últimos anos o Conselho Europeu adotou um regulamento que
estabelece um sistema de classificação para toda a UE, ou "taxonomia", que proporcionará às
empresas e investidores uma linguagem comum para identificar as atividades económicas que
podem ser consideradas sustentáveis do ponto de vista ambiental.

Essa taxonomia permitirá aos investidores reorientar os seus investimentos para tecnologias e
empresas mais sustentáveis e será essencial para permitir que a UE passe a ter um impacto
neutro no clima até 2050 e cumpra as metas do Acordo de Paris para 2030. Entre estas metas,
destacamos a redução de 40 % das emissões de gases com efeito de estufa, o que, segundo as
estimativas da Comissão, exigirá que a UE colmate um défice de investimento de cerca de 180
mil milhões de euros por ano.
O futuro quadro assentará em seis objetivos ambientais da UE:
1) Atenuação das alterações climáticas;
2)Adaptação às alterações climáticas;
3) Utilização sustentável e proteção dos recursos hídricos e marinhos;
4) Transição para uma economia circular;
5) Prevenção e controlo da poluição;
6) Proteção e recuperação da biodiversidade e dos ecossistemas.

Apesar da União Europeia ser o centro da investigação, é necessário abordar sobre as suas
contribuições na área ambiental ao redor do globo, destacando assim a Comissão Europeia que
em 2021, comprometeu € 2,50 bilhões para as economias em desenvolvimento, com uma
parcela significativa (quase 40%) destinada a financiar atividades de adaptação ao clima. Além
disso, enquanto 20% de todo o orçamento da UE para 2014-2020 foi gasto em projetos
relacionados ao clima – essa meta passou a ser de 30% para 2021-2027 e 35% para o
Instrumento de Vizinhança, Desenvolvimento e Cooperação Internaciona. Ainda neste
seguimento, o Banco Europeu de Investimento forneceu € 2,56 bilhões em financiamento
climático para economias em desenvolvimento em 2021, financiando por exemplo, projetos de
eficiência energética e energia renovável em África e em outras regiões, e frequentemente
combina fundos com os da Comissão e agências nacionais nos países da UE.

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