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2º ANO 2º SEMESTRE
TRABALHO EM GRUPO
Tema:
Regulamento Administrativo
Discentes:
Afate Saíde Chovane
Docente:
Assunção Cololo
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Introdução.............................................................................................................................3
Objectivo Geral:....................................................................................................................3
Objectivos específicos:.........................................................................................................3
O Regulamento Administrativo............................................................................................4
Noção e fundamento.............................................................................................................4
Tipos de regulamentos..........................................................................................................5
Procedimento regulamentar................................................................................................10
Conclusão............................................................................................................................18
Bibliografia:........................................................................................................................19
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Direito Administrativo que visa fazer
uma abordagem clara e completa a cerca do seguinte tema a citar: Regulamento
Administrativo, Os regulamentos são quaisquer normas emanadas pelos órgãos ou
autoridades competentes no exercício da função administrativa, com valor infra-legal
(regulamentar) e destinadas, em regra, à aplicação das leis ou de normas equiparadas
(designadamente, das disposições normativas directamente aplicáveis da União Europeia).
Note-se que alguns regulamentos têm como objecto relações jurídicas privadas ou não-
administrativas, como, por exemplo, certos regulamentos emanados de autoridades
reguladoras e os regulamentos de extensão de contratos colectivos de trabalho.
Objectivo Geral:
Analisar as partes básicas do regulamento administrativo.
Objectivos específicos:
Conhecer os regulamentos administrativos na sua íntegra;
Obter Capacidade intelectual sobre o regulamento administrativo da diferença entre
noção e fundamento;
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O REGULAMENTO ADMINISTRATIVO
Noção e fundamento
Para efeitos do disposto no CPA, consideram-se regulamentos administrativos “as normas
jurídicas gerais e abstractas que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visem
produzir efeitos jurídicos externos”.
Os regulamentos são quaisquer normas emanadas pelos órgãos ou autoridades competentes
no exercício da função administrativa, com valor infra-legal («regulamentar») e destinadas,
em regra, à aplicação das leis ou de normas equiparadas (designadamente, das disposições
normativas directamente aplicáveis da União Europeia).
Note-se que alguns regulamentos têm como objecto relações jurídicas privadas ou não-
administrativas, como, por exemplo, certos regulamentos emanados de autoridades
reguladoras e os regulamentos de extensão de contratos colectivos de trabalho.
Esta noção ampla abrange, além dos regulamentos tradicionais, os estatutos auto aprovados
de entes corporativos (associações públicas) ou institucionais (universidades), os regimentos
de órgãos colegiais, as convenções administrativas de carácter regulamentar, os planos (e
“documentos estratégicos”) de gestão territorial e os programas de concursos,
designadamente na contratação pública.
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Parlamento, o espaço regulamentar estadual é frequentemente ocupado por decretos-leis,
seja porque estes disciplinam aspectos secundários ou pormenorizados dos regimes
jurídicos, seja porque as leis, ao disciplinarem as bases gerais dos regimes, determinam que
a respectiva regulamentação se faça sob a forma de decreto-lei (“decretos-leis
regulamentares”).
Tipos de regulamentos
Os regulamentos podem ser, quanto ao seu âmbito de aplicação, gerais, quando regulam
relações externas, relativas à generalidade das pessoas, especiais, quando regulam “relações
jurídicas especiais de direito administrativo”, com dimensões internas e externas (antigas
“relações especiais de poder”) e sectoriais, quando regulam um sector de actividade
económica ou social. Actualmente, ganham importância, com vinculatividade jurídica
variável, os regulamentos técnicos, muitas vezes emanados de autoridades, organismos ou
agências transnacionais, umas públicas, outras privadas.
Uma das principais classificações é a que, tendo em conta a respectiva eficácia, distingue
entre regulamentos externos e regulamentos internos. As linhas actuais da distinção devem
ter em conta a pluralização subjectiva das administrações públicas, bem como o
desenvolvimento jurídico das relações especiais de direito administrativo (designadamente
por força da relevância que nelas hoje se reconhece aos direitos, liberdades e garantias).
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pessoais, bem como os regulamentos operacionais que determinam auto-vinculações
internas (incluindo directrizes de órgãos superiores) na interpretação e aplicação das leis,
designadamente no exercício de poderes discricionários. Os regulamentos especiais contêm,
em regra, normas internas, que dizem respeito à relação orgânica (do trabalhador, do militar,
do preso, do internado, do aluno matriculado), mas devem considerar-se externos na medida
em que afectem posições jurídicas subjectivas dos indivíduos envolvidos, enquanto pessoas.
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judiciais. Existem, porém, regulamentos directamente ou imediatamente operativos, que
produzem os seus efeitos directamente na esfera jurídica dos destinatários, sem necessidade
de um acto específico de aplicação, bastando que a pessoa preencha em concreto os
requisitos fixados abstractamente na norma – é isso que acontece, por exemplo, com os
regulamentos que proíbem (obrigação incondicional de abstenção ou de renúncia a
comportamento) ou impõem (obrigação de comportamento activo vinculado) condutas
específicas a pessoas determinadas ou determináveis, bem como os que determinam ou
modificam um determinado estatuto (de pessoas ou coisas) ou os que fixam o custo de um
bem ou serviço (tarifas, taxas, propinas). Também são, assim, regulamentos imediatamente
operativos os planos urbanísticos com “eficácia plurisubjectiva” (planos municipais
e planos especiais de ordenamento do território), na medida em que, além das entidades
públicas, vinculam directa e imediatamente os particulares. Esta distinção é relevante para
vários efeitos, designadamente no que toca à impugnação dos regulamentos, como veremos
adiante.
c) Regulamentos independentes, que, embora não dispensem uma norma legal que
fixe a respectiva competência (norma habilitante), não visam executar,
complementar ou aplicar uma lei específica (não têm como objecto uma determinada
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lei), mas, sim, dinamizar a ordem jurídica em geral (em regra, um conjunto de leis),
disciplinando «inicialmente» certas relações sociais, seja no exercício de poderes
próprios de produção normativa primária pelas comunidades auto-administradas
(regulamentos autónomos), seja no exercício de competência universal do Governo
em matéria administrativa (regulamentos independentes governamentais), seja no
exercício de poderes normativos genéricos concedidos por lei a autoridades
reguladoras (regulação independente);
a) Regulamentos de execução
Integram a categoria dos regulamentos comuns ou típicos e não são seguramente abrangidos
e afastados pelo n.º 5 do artigo 112.º, apesar de a formulação do preceito constitucional não
ser inequívoca nas referências que faz à proibição de “interpretar” e “integrar” – no que
respeita aos regulamentos do Governo há uma previsão expressa no artigo 199.º, alínea c).
b) Regulamentos complementares
Os regulamentos complementares de desenvolvimento, embora não sejam proibidos
directamente pelo n.º 5 do artigo 112.º, não têm entre nós razão de ser, em face da
competência legislativa alargada de que goza o Governo e, especificamente, da figura dos
decretos-leis de desenvolvimento (artigo 198.º/1/c, também da Constituição). Por sua vez, os
regulamentos de integração, apesar de aparentemente proibidos pelo n.º 5 do artigo 112.º,
devem considerar-se admissíveis, desde que expressamente autorizados por lei, quando se
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limitem a adaptar o quadro legal a situações especiais (obviamente, fora da zona de reserva
de lei formal), bem como quando se trate de regulamentos produzidos no quadro de uma
autonomia normativa legalmente reconhecida (por exemplo, a autonomia regulamentar das
administrações autónomas ou a autonomia estatutária das universidades) – a integração tem
de fazer-se dentro do “espírito da lei”, de acordo com o princípio da legalidade (analogia
legis).
c) Regulamentos independentes
São admissíveis, desde logo, os regulamentos independentes autónomos, designadamente,
os provenientes das autonomias territoriais – os regulamentos regionais e locais estão
constitucionalmente garantidos (artigo 227.º/d) e 241.º) e a sua emissão está legalmente
prevista e atribuída aos órgãos competentes pela lei (Estatutos das Regiões Autónomas, Lei
das Autarquias Locais).
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autónomas, só deveriam valer como regulamentos de execução de leis, não bastando uma
referência legal às atribuições da entidade, mas verifica-se que as leis, designadamente no
quadro da privatização de actividades de interesse público, “deslegalizaram” ou “abriram”
espaços significativos a favor da regulação técnica, de modo que tais regulamentos se
tornam regulamentos complementares, quando não se arrogam mesmo o carácter
independente
[v., por exemplo, o artigo 9.º, alínea a), 2.ª parte, do Decreto-lei n.º 309/2001, de 7/12, que
confere ao ICP-ANACOM competência para elaborar os regulamentos «nos casos previstos
na lei e quando se mostrem indispensáveis ao exercício das suas atribuições» - disposição
que, no entanto, deverá, quanto a nós, ser interpretada restritivamente nesta última parte, sob
pena de inconstitucionalidade].
d) Os regulamentos autorizados
Embora, em geral, devam considerar-se proibidos, serão admissíveis em casos particulares
– por exemplo, os regulamentos dos planos urbanísticos podem considerar-se como uma
espécie de “regulamentos autorizados”, na medida em que coordenam interesses de diversos
níveis – nacionais, regionais e locais, sejam gerais ou especiais.
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uma nota justificativa fundamentada, que deve incluir uma ponderação dos custos e
benefícios das medidas projectadas (artigo 99.º).
Esta habilitação legal prévia vale também para quaisquer comunicações dos órgãos da
Administração Pública que, ainda que não constituam regulamentos para efeitos do CPA,
estabeleçam padrões de conduta da vida em sociedade, independentemente da denominação
ser “directiva”, “recomendação”, instruções”, “código de conduta” ou “manual de boas
práticas” (artigo 136.º, n.º 3, do CPA).
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restantes regulamentos, emanados pelos entes institucionais e corporativos – estaduais ou
autónomos – não revestem formas solenes específicas, salvo quanto aos estatutos auto-
aprovados (por exemplo, das universidades e respectivas unidades orgânicas).
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c) A regra da irretroactividade dos regulamentos desfavoráveis (artigo 141.º) – com
algumas compressões naturais: regulamentos de leis retroactivas, regulamentos
necessários à execução de leis;
d) A regra da inderrogabilidade singular (artigo 142.º, n.º 2), nos termos da qual os
regulamentos (diferentemente do que acontece com as leis, que são reversíveis) não
obrigam só os particulares, mas também a própria Administração que os elaborou, de
modo que nenhuma autoridade administrativa pode deixar de o cumprir nos casos
concretos, enquanto ele se mantiver em vigor (mesmo que seja autora do
regulamento, caso em que terá de o revogar antes de poder dele divergir);
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No caso dos regulamentos não imediatamente operativos, suscita-se a questão da ilegalidade
da norma no processo de impugnação do acto que a aplique.
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regulamentos da autoria dos delegados têm de respeitar os regulamentos emanados pelo
delegante, salvo se a delegação incluir a competência regulamentar. Nestes casos, a
contrariedade implica a respectiva invalidade (artigo 143º, n.º 2, alíneas a) e b)).
O problema mais complicado é o que envolve os regulamentos das autarquias locais, por se
tratar de pessoas colectivas públicas de fins múltiplos. Nos termos do artigo 241.º da
Constituição, os regulamentos das autarquias locais devem respeitar os limites da
Constituição, das leis e dos regulamentos emanados das autarquias de grau superior (isto é,
das que têm jurisdição territorial mais ampla) ou das autoridades com poder tutelar
(Governo ou governos regionais). Este preceito não deve, porém, ser interpretado no sentido
de estabelecer uma relação de subordinação abstracta, hierárquica e automática entre
regulamentos, com a consequência da invalidade das normas subordinadas – à semelhança
do que acontece na relação dos regulamentos com as leis e
com as normas constitucionais. Por um lado, a supremacia há-de consistir em uma mera
prevalência (“preferência aplicativa”) dos regulamentos preferidos.
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Assim, se não for possível a aplicação cumulativa das normas nacionais e autárquicas,
entendemos que devem valer as normas autárquicas enquanto normas especiais, salvo se a
preferência das normas governamentais se impuser, seja perante a deficiência da
regulamentação local, seja pela necessidade imperiosa de assegurar uma realização
uniforme do interesse nacional.
O caso curioso da Resolução do Conselho de Ministros n.º 39/2010, que fixa um “quadro de
referência” indicativo para as autarquias locais do “Estatuto das Conselheiras e dos
Conselheiros Locais para a Igualdade”.
A tutela judicial efectiva dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos em
matéria regulamentar (268.º, n.º 5 da CRP): as acções administrativas especiais de
impugnação de normas ou de declaração de ilegalidade por omissão.
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A declaração de ilegalidade por omissão e fixação de prazo (não inferior a 6 meses) para a
respectiva emissão (fixação de prazo que deve ser entendida como condenação).
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CONCLUSÃO
O trabalho que acabamos de apresentar corresponde o fruto das nossas investigações feitas
por parte dos discentes em um enorme suor de tantos dias e noites lendo, com vista a trazer
uma abordagem clara e subjectiva. E de salientar que baseamo – nos na busca de grandes
obras bibliográficas e outos que posteriormente irei citar na referência bibliográfica, com
objectivo de trazer um bom conteúdo dos temas propostos pelo docente da disciplina. Ao
longo das minhas pesquisas tive a oportunidade de aprender coisas novas que certamente
aumentaram o meu conhecimento cognitivo e científico.
O limite constitucional da regulação primária por lei da matéria de direitos, liberdades e
garantias, face a regulamentos policiais (Acórdão n.º 83/2001), a regulamentos das
autarquias locais (Acórdãos n.º 74/84 e n.º 307/88) e a regulamentos autónomos de Ordens
profissionais (Acórdão n.º 89/2012).
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BIBLIOGRAFIA:
AFONSO QUEIRÓ, “Teoria dos Regulamentos”, in Revista de Direito e Estudos Sociais,
XXVII (1ª série), p 1 e ss, e ano 1.º (2ª série), p. 5 e ss;
VIEIRA DE ANDRADE, O ordenamento jurídico administrativo português, in Contencioso
Administrativo, Braga, p. 58-68;
ANA RAQUEL MONIZ, A titularidade do poder regulamentar no direito administrativo
português, in BFDUC, 80 (2004), p. 483-562; Estudos sobre regulamentos administrativos,
2.ª ed., 2016.
FREITAS DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, vol. II, p. 145 e ss; Acórdão do
Tribunal Constitucional n.º 1/92, in Diário da República, I Série-A, de 20-02-92;
GOMES CANOTILHO, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7.ª ed., 2003, p.
833-846;
GOMES CANOTILHO/VITAL MOREIRA, Constituição da República Portuguesa
Anotada, 3.ª ed., 1993, anotações XVIII a XXIX ao (então) artigo 115.º.
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