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Índice

1.Introducao.....................................................................................................................................2

2. Objectivos....................................................................................................................................3

2.1 Objectivo geral.......................................................................................................................3

2.2 Objectivos específicos............................................................................................................3

3.Metodologia..................................................................................................................................4

4. Conceito de norma jurídica..........................................................................................................5

4.1 NORMA JURÍDICA: CONCEITO.......................................................................................5

5. Características da norma jurídica.................................................................................................7

6. Estrutura da norma jurídica.........................................................................................................8

7. FUNÇÕES.................................................................................................................................11

8.CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS....................................................................13

9.Regra Jurídica, Hipoteticidade, Generalidade, Abstração, Bilateralidade e Imperatividade.


(contextualizacão.......................................................................................................................14

10. Espécies de Normas Jurídicas..............................................................................................16

10.1. Normas Autónomas e Normas Não Autónomas...............................................................16

10.2.Normas Universais, regionais e locais...........................................................................16

11 Normas de direito comum e normas de direito especial.......................................................17

12. Conclusão................................................................................................................................18

10. Referencia bibliografica...........................................................................................................19


1.INTRODUCAO

O presente trabalho que tem como tema, a Norma juridica, onde abordaremos sobre o conceito
de Norma juridica, caracteristicas, estruturas, funçoes e as classificacoes das normas juridicas.

A norma jurica é o instrumento de regra que define e orienta o comportamento sociais dos
individuos e dos grupos, estabelecendo limites e prerrogativas as suas ações e convicções.

È atraves das normas juridicas que o estado determina o que é permitido ou proibido em uma
sociedade. Em um sentido amplo, todos os tipos de leis, regulamentos e dispositivos juridicos
constituem normas juridicas. De realçar que todas as pessoas estão sujeitas as normas judiricas e
que as normas tem como objectivo principal manter a ordem e justiça.

Portanto, se desenvolverá de modo afluente a comprienção da norma juridica: conceito,


caracteristicas, estrutura, funções e as classificações.

2
2. OBJETIVOS
Os objetivos são metas, resultados esperados no decurso e no final de um processo. É
imperioso que, em todas as vezes que se lançar mão sobre um estudo, indicar alguns objectivos.
Desta feita, quanto ao tema por nós proposto no presente trabalho, seguem os seguintes
objetivos:

2.1 OBJETIVO GERAL


 Compriender de forma profunda a norma juridica e a suas funções.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Compriender as Características da norma jurídica;


 Conhecer e a estrutura da norma juridica;
 Compriender e saber classificar as normas juridicas.

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3.METODOLOGIA
O Trabalho teve como metodogia a pesquisa bibliográfica que foi desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Quanto aos procedimentos para o presente trabalho foi adoptado o método da pesquisa
bibliográfica, o trabalho consistiu na recolha de diversas matérias já elaborado, constituindo
principalmente em livros disponíveis nas bibliotecas e artigos científicos.

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4. CONCEITO DE NORMA JURÍDICA

A ordem jurídica se expressa através de normas jurídicas, que são regras de conduta social gerais
abstractas e imperativas, adoptadas e impostas de forma coercitiva pelo Estado, através de órgãos
ou autoridades competentes.

4.1 NORMA JURÍDICA: CONCEITO


O Direito estabelece a regulação das relações sociais, determinando normas de conduta e de
organização social.

A norma jurídica, assim, é elemento integrante do Direito, podendo ser entendida como
disposição que rege a vida em sociedade. A norma é jurídica se for assim declarada por um poder
organizado. Cabe lembrar, ainda, que a norma jurídica está no universo da “cultura”, entendido
como aquele construído pelo homem em razão de um sistema de valores.1

A norma jurídica é um “veículo de realização de determinado valor”, procurando realizar a


justiça, a qual é o valor jurídico fundamental. Ademais, as normas jurídicas podem ter conteúdos
variáveis, conforme: épocas, lugares e povos. É corrente o entendimento de que a norma jurídica
é uma norma de conduta, tendo como fim regular o comportamento das pessoas e grupos,
prescrevendo como cada um deve conduzir-se.2 A norma jurídica, assim, dirige o
comportamento humano e é imperativa (impõe dever). Por isso, situa-se no âmbito das normas
éticas, como comando voltado à conduta das pessoas em sociedade, conforme valores a serem
preservados. A diferença essencial entre a norma ética (prescreve um dever ser) e a lei física ou
da natureza (lei do “ser”, ou seja, do que é) é a imperatividade. Por sua vez, o que diferencia a
norma jurídica das outras espécies de normas éticas (como as normas morais) é o
“autorizamento”. Este elemento é apontado como a essência específica na norma de Direito, a
qual “autoriza que o lesado pela sua violação exija o seu cumprimento ou a reparação do mal
causado”3.1
1
1C.F DINIZ, Maria Helena, introdução à ciência do direito. 19. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 339.
2Cf. DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 340-341.
3Cf. DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 359. introdução à ciência do direito. 19. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 339.

4Cf. DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 374-375. introdução à ciência do direito. 19. ed. São

5
Nesse enfoque, a norma jurídica pode ser conceituada como imperativo autorizante9. Como
explica Maria Helena Diniz: “A norma jurídica é imperativa porque prescreve as condutas
devidas e os comportamentos proibidos e, por outro lado, é autorizante, uma vez que permite ao
lesado pela sua violação exigir o seu cumprimento, a reparação do dano causado ou ainda a
reposição das coisas ao estado anterior”4.

Existe ainda uma importante classificação das normas jurídicas, feita por parte da doutrina,
segundo a qual elas podem ser: normas de conduta, as quais têm como fim disciplinar
comportamentos e atividades das pessoas e dos grupos na sociedade; normas de organização, de
natureza instrumental, tendo como objetivo estabelecer a estrutura e o funcionamento de órgãos,
bem como disciplinar processos e procedimentos de aplicação de outras normas jurídicas5.

A norma jurídica pode ser expressa por meio de proposição que enuncia uma conduta ou uma
forma de organização, as quais são obrigatórias. Desse modo, a norma jurídica enuncia um
“dever ser” relativo a uma conduta ou a uma forma de organização. Aliás, cabe esclarecer que o
conteúdo da norma jurídica pode ser enunciado sob a forma de uma ou mais proposições ligadas
entre si.

Reitere-se, ainda, que a norma jurídica enuncia um “dever ser”, no sentido de ordenar que a
disposição ali estabelecida deve ser observada. Efetivamente, a norma jurídica “enuncia um
dever ser de forma objetiva e obrigatória”, impondo-se mesmo contra a vontade dos obrigados
(no caso das normas de conduta) e sem alternativa de aplicação (no caso de normas de
organização).

Desse modo, como forma de abranger as diferentes espécies de norma jurídica, de acordo com
Miguel Reale, apresenta-se o conceito de que norma jurídica é “uma estrutura proposicional
enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira
objetiva e obrigatória”.5

Paulo: Saraiva, 2008. p. 339.


5DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 383. introdução à ciência do direito. 19. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 339. 4

6
5. CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
A partir da própria definição acabada de apresentar, podem extrair-se as características mais
marcantes da norma jurídica, que são:

a) Generalidade: Todos os cidadãos são iguais perante a lei, razão por que a norma jurídica
se aplica a todas as pessoas em geral. As normas jurídicas são válidas para todos e a todos
obrigam de igual forma;

2
A generalidade e uma hipótese que fixa uma categoria de situações; sem destinatário

Determinado
ex.: normas que estabelecem as competências do PR.6

b) Abstracção: As normas jurídicas aplicam-se a um número abstracto de situações, a situações


hipotéticas em que poderão enquadrar-se as condutas sociais e não a um indivíduo ou facto
concreto da vida social;10

c) Imperatividade: As normas jurídicas são de cumprimento obrigatório;7

d) Coercibilidade: As normas jurídicas podem impor-se mediante o emprego de meios coercivos


(ou da força) pelos órgãos estaduais competentes, em caso de não cumprimento voluntário.

A norma jurídica, ao revestir as características de imperatividade e coercibilidade, limita a


liberdade do indivíduo, impelindo-o a conter os impulsos pessoais e a eleger as condutas a seguir
de modo a não pôr em causa a liberdade dos outros e as bases de convivência social. Assim, para
que a norma jurídica possa ser observada efectivamente, a par da sua justeza intrínseca, joga um
papel importante a responsabilidade do indivíduo, que pode levá-lo a ter uma conduta conforme
ao direito. O acatamento voluntário ou natural dos deveres jurídicos afasta a necessidade de
coerção na aplicação da norma jurídica.8

2
6.CUNHA, Paulo, introdução ao estudo de Direito, Lisboa, 1984.
7.FREITAS DO AMARAL, DIOGO, Sumários de Introdução ao Direito, 2ª ed., Lisboa, 2000.
8.CHORÃO, MÁRIO BIGOTTE - Introdução ao Direito – Almedina Coimbra, 1989.

7
6. ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA
A norma jurídica tem uma estrutura interna constituída, amiúde, por três elementos, a saber:

a) Previsão ou hipótese : a norma jurídica regula situações ou casos hipotéticos da vida que se
espera venham a acontecer (previsíveis), isto é, contém, em si mesma, a representação da
situação futura;

b) Estatuição ou consequência: a norma jurídica impõe uma conduta a adoptar quando se


verifique, no caso concreto, a previsão da norma:9

c) Sanção: a norma jurídica dispõe os meios de coacção que fazem parte do sistema jurídico para
impor o cumprimento dos seus comandos.

Exemplo: “Aquele que, achando exposto em qualquer lugar um recém-nascido ou que,


encontrando em lugar ermo um menor de sete anos, abandonado, o não apresentar à autoridade
administrativa mais próxima, será condenado a prisão de um mês a dois anos” (artigo 346º do
Código Penal vigente em Cabo Verde):10

No exemplo apresentado, temos:

- Previsão: “

Aquele que, achando exposto em qualquer lugar um recém-nascido ou que, encontrando em


lugar ermo um menor de sete anos, abandonado....”

- Estatuição: ...”

o não apresentar à autoridade administrativa mais próxima”...

- Sanção:

...” será condenado a prisão de um mês a dois anos”.

Esclareça-se, entretanto, que nem sempre (e, porventura, raramente) encontramos, na estrutura de
uma norma jurídica, simultaneamente, os três elementos referidos, que podem apresentar-se de
forma dispersa em diferentes normas do mesmo diploma legal ou mesmo de distintos diplomas

8
legais. Assim, há diplomas legais em que a parte sancionatória é encontrada no fim, precedendo-
a as normas de previsão/estatuição.

Refira-se, por outro lado, que certos autores apenas consideram, na estrutura da norma jurídica,
dois elementos. Assim, a Previsão e a Estatuição fundem-se num só elemento, que costuma
tomar3 diferentes designações (Estatuição, Hipótese ou Previsão…), mantendo-se, entretanto, o
último elemento (a Sanção), com a ressalva referida no parágrafo precedente.

Não obstante a sua natureza imperativa, a ordem jurídica, como toda a norma social, é violável.
O incumprimento da norma jurídica implica a aplicação de sanções, matéria de que nos
ocupamos em seguida.

Como explica Eros Roberto Grau:

a norma juridica (proposição jurídica) é dotada de uma estrutura peculiar: representa determinada
situação objetiva, hipotética , à qual estão ligadas certas consequências práticas, ou seja, os
efeitos por ela prescritos (, estatuição, ).

A norma jurídica prescreve os efeitos enunciados na estatuição ou injunção em relação à


situação objetiva que prevê possa vir a se verificar, desde que ela se verifique.

Por isso é dotada de caráter logicamente hipotético:enuncia hipótese que produz consequências
jurídicas. O caráter formal das proposições jurídicas é expresso na conexão entre uma hipótese e
uma estatuição de consequência jurídica”13.

A norma jurídica, em regra, prevê um fato típico de forma genérica. Ocorrendo um fato
particular concreto que corresponda ao fato-tipo, previsto na norma, o responsável pelo fato
particular deve suportar ou gozar as consequências obrigatórias ou efeitos determinados no
dispositivo ou preceito da norma jurídica14.4

11. 17Cf. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 3. ed. São Paulo; Malheiros, 1997,
Pg.108.
12.FREITAS DO AMARAL, DIOGO, Sumários de Introdução ao Direito, 2ª ed., Lisboa, 2000.

4
13Cf. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 3. ed. São Paulo; Malheiros, 1997,
Pg.108.

9
5
Observa-se, assim, que na norma de conduta há uma alternativa, no sentido de cumprir ou violar
o dever nela enunciado, sabendo-se que a norma jurídica determina que se imponha a sanção no
caso dessa violação do dever. Essa alternativa decorre da liberdade da pessoa de cumprir ou
descumprir a norma jurídica. Em razão disso, a norma de conduta não apresenta apenas um
aspecto lógico formal, mas também um caráter axiológico, expressando um “valor a ser
atingido”, bem como resguardando o “valor da liberdade do destinatário”.

Nesse sentido, por exemplo, de acordo com o Código Penal:

“Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos”.

No caso acima, há o seguinte juízo hipotético:

Se uma pessoa matar alguém (hipótese ou fato-tipo), deve ser aplicada a pena de

reclusão de seis a vinte anos (dispositivo ou sanção).

Nota-se, ainda, que a norma jurídica (de conduta) pode ser entendida como exprimindo um
enunciado, composto de dois elementos: um comando (estabelecendo uma regra de conduta) e
uma consequência (entendida por alguns autores como a sanção). No exemplo acima, a
prescrição refere-se à proibição de matar alguém, o que estabelece o dever jurídico (imperativo)
de não matar. Caso esse comando seja desobedecido, deve ser aplicada a sanção, no caso, a pena
de reclusão15.

Entretanto, além desse aspecto lógico-formal, nesse juízo hipotético também está

implícito o valor “vida”, expresso no imperativo “não matar”, como fundamento da norma
jurídica. E fetivamente, ao se enunciar uma consequência obrigatória para o caso de ocorrer o
fato previsto na norma jurídica, procura-se alcançar um objetivo, preservando um valor.

5
14Cf. GOMES, Orlando. Op. cit., p. 7-8; Compõe-se [a norma jurídica] de dois elementos:
um preceito e uma sanção. O primeiro encerra a regra de conduta a ser observada por seus
destinatários; o segundo, a pena a ser imposta a quem a desobedeça, correspondentemente,
segundo Engisch, a um pressuposto de fato e a uma consequência jurídica. O preceito
estabelece obrigações ou proibições.

10
Há, portanto, uma relação entre fato e valor, de modo que na norma jurídica há uma “base
fática”

e “objetivos axiológicos”. Desse modo, a norma jurídica é composta de fato, valor e forma

lógica, conferindo “estrutura lógico-fático-axiológica”16.

Conclui-se, assim, que na norma jurídica, além da estrutura lógica formal, há a integração dos
aspectos fático e valorativo (axiológicos). Na norma jurídica esses três fatores se integram e se
correlacionam, do mesmo modo que a realidade do Direito, como experiência, apresenta-se
como a integração de fato, valor e norma17.6

7. FUNÇÕES
As normas jurídicas podem ser de dois tipos, apresentando cada uma delas funções próprias e
distintas. Nesse sentido, as normas de Direito podem ser:

Normas de conduta: norma jurídicas que tem como fim disciplinar comportamentos e
atividades das pessoas e dos gupos na sociedade;

Normas de organização: normas jurídicas de natureza instrumental, tendo como objetivo


estabelecer a estrutura e o funcionamento de órgãos, bem como disciplinar processos e
procedimentos de aplicação de outras normas jurídicas18.
As normas de conduta podem ser chamadas primárias ou de primeiro grau, enquanto as normas
instrumentais seriam secundárias ou de segundo. No entanto, a respeito dessa terminologia, para
Kelsen, a norma primária é aquela que enuncia a sanção, ficando em segundo plano a norma que
fixa o que deve ou não deve ser feito. De todo modo, as normas jurídicas de conduta e de
organização se relacionam entre si, sendo ambas relevantes para a regulação das relações sociais.
Por isso, em sentido amplo e abrangente, as normas jurídicas têm como função primordial
reguar a vida em sociedade19.

6
15.Cf. REALE, Miguel. Op. cit., p. 103-104
16.Cf. TELLES JUNIOR, Goffredo. Iniciação na ciência do direito. 4. ed. São Paulo:
17.Saraiva, 2008. p. 43; DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 383-384.
7
18.Cf. REALE, Miguel. Op. cit., p. 99.
19.Cf. REALE, Miguel. Op. cit., p. 97.

11
Quanto à imperatividade, as normas jurídicas podem ser assim classificadas:

Normas cogentes ou de ordem pública (normas de imperatividade absoluta): ordenam ou


proíbem algo de modo absoluto, não podendo ser modificadas pelas partes;
Normas dispositivas (normas de imperatividade relativa): não ordenam nem proíbem de modo
absoluto, mas sim permitem ação ou abstenção (por exemplo, art. 797 do Código Civil de 2002:
“No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o
qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro”), ou suprem declaração de vontade
não existente (por exemplo, art. 287 do Código Civil de 2002: “Salvo disposição em contrário,
na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios”).

Quanto ao autorizamento, as normas jurídicas são assim classificadas: normas mais que
perfeitas: quando violadas autorizam a aplicação de duas sanções:

a) nulidade do ato praticado ou o restabelecimento da situação anterior; e


b) aplicação de pena àquele que violou a norma jurídica;

Normas perfeitas: quando violadas autorizam a declaração de nulidade do ato ou a


sua anulabilidade (não autorizando a aplicação de pena àquele que violou a norma);
Normas menos que perfeitas: quando violadas autorizam a aplicação de pena àquele quas
desrespeitou (não autorizando a declaração de nulidade ou anulação
do ato);

Normas imperfeitas: a violação não acarreta qualquer consequência jurídica (por


exemplo, as obrigações decorrentes de dívida de jogo, pois, conforme o art. 814 do
Código Civil de 2002: “As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento;
mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi
ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito”20)8

8.CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS


Normas perceptivas, proibitivas e permissivas

8
20.Cf. TELLES JUNIOR, Goffredo. Iniciação na ciência do direito. 4. ed. São Paulo:p. 383-384.

12
A ordem jurídica (1)ordena e (2) proíbe.

Através de normas imperativas:

(1)normas preceptivas ; (2)normas proibitivas.Exs:

(1) normas que nos obrigam a pagar impostos, ou que nos obrigam acircular pela direita, etc21.

(2)normas que punem o furto, o homicídio, as ofensas corporais, etc. Mas… a ordem jurídica,
além de ordenar e proibir, também (3) permite ou autorizacertos comportamentos / trata-se de
positivamente conceder poderes ou faculdades, de pôr o exercício de um poder jurídico nas mãos
dos particulares, ou de conferir direitos--» normas dispositivas.

Exs: (3) arts. 802.º (concede ao credor a faculdade de resolver o negócio), 1055.º (denúncia
do contrato de arrendamento), 1698.º (livre fixação doregime de bens na convenção
antenupcial).

Assim

(1)tu deves;

(2)tu não deves;

(3)tu podes22.9

9. REGRA JURÍDICA, HIPOTETICIDADE, GENERALIDADE, ABSTRAÇÃO,


BILATERALIDADE E IMPERATIVIDADE. (CONTEXTUALIZAÇÃO)

Regra Jurídica Hipotética

9
21.BAPTISTA, machado, Manual de introdução ao Direito, 4. ed. São Paulo, 1997, págs. 93 a 98.
22.Cf. TELLES JUNIOR, Goffredo. Iniciação na ciência do direito. 4. ed. São Paulo:
Saraiva, 2008. p. 43; DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 394-397.

13
A regra Jurídica é hipotética. Pretende-se aplicar, apenas aos casos que prevê. E por isso, só se
aplica quando se verificam os factos ou situações que integram a sua previsão. A regra jurídica
que pretende regular o facto Z pretende regular o facto Z.

A sua estatuição depende da hipótese de se verificar o facto Z. A regra é hipotética neste sentido.

Pense numa lei que, a respeito do contrato promessa, diga que “o Promitente Vendedor que for
responsável pela não celebração do contrato prometido é obrigado a restituir ao promitente
comprador, o dobro do sinal recebido”.

A hipoteticidade da regra faz com que só exista a obrigação de restituir o sinal em dobro se
houver incumprimento por parte do promitente vendedor.

Regra Jurídica e Generalidade

Será a regra jurídica geral? Tendencialmente sim, mas a verdade é que existem muitas regras
excepcionais.

A generalidade é também, hoje em dia pelo menos, da essência do Direito.

O Direito procede genericamente, prescindindo de qualidades individuais e circunstancias


subjectivas.

Abraça nos seus comandos uma pluralidade indefinida de factos coexistentes ou sucessivos e
goza, em princípio, de duração potencialmente ilimitada.

Na generalidade das normas esta a garantia do tratamento igualitário e imparcial das pessoas.

Isto não é só valido só para o chamado direito comum, como civil, mas também para o especial
como o Direito Comercial.

Regra Jurídica e Abstração.

A regra jurídica é abstracta. Toda a regra jurídica deve supor que, no momento em que é criada,
existe uma indeterminabilidade das situações de facto a que se dirige.

14
Porque existem regras que se dirigem a situações de facto que podem ser determinadas, mas que
não são indetermináveis. É claramente o caso das leis dirigidas a situações de facto bem precisas
e o caso das leis retroactivas.

A Regra Jurídica e a Bilateralidade

A Bilateralidade – traduz-se na especial direção das prescrições jurídicas, que tem dois
destinatários, o Sujeito de um dever, por um lado, o titular do correlativo direito, por outro lado.

Do carácter da norma moral, como regra do solitário agir individual, em atíntese com a norma
jurídica como regra da conduta externa nas relações com os outros homens, resulta que a
primeira se dirige só para um dos lados, tendo em vista o triunfo do bem, ao passo que a segunda

se encaminha para os dois lados, tendo em vista a harmonia social. A Lei declara ao Devedor
“paga” o que significa dizer ao mesmo tempo ao Credor “tens direito a esse pagamento”.

A Regra Jurídica e a Imperatividade.

O Direito Coloca face a face dois sujeitos: a u impõe um dever, a outro reconhece um direito.
Ora, impor um dever significa comandar, imperar.

O Direito não se limita a afirmar, a registar factos ou situações, dá ordens.

O modo próprio do Direito não é o indicativo, é o imperativo, faze isto, faze aquilo.

Sem dúvida, consultando as leis, quase sempre encontramos a vontade do legislador expressa no
modo indicativo. Mas essa técnica obedece a um propósito de simplificação, na realidade, sob a
forma indicativa contém-se um imperativo real.

A Regra Jurídica e a Coercibilidade

A Coercibilidade significa esta característica que, em caso de inobservância do Direito, se torna


legítimo fazê-lo valer pela força. É a Coercibilidade que praticamente permite distinguir o
Direito – das outras normas de conduta.

15
A coatividade existe sempre no Direito como tendência para a coação, como desejo do
ordenamento jurídico de ser respeitado a todo transe, mesmo pela força se necessário e possível.

10. Espécies de Normas Jurídicas


Todo o ordenamento jurídico se decompõe ou analisa em múltiplos comandos. Cada um destes
comandos pode ter por objecto uma conduta positiva ou negativa – uma acção ou uma abstenção.

A Norma pode, portanto, traduzir-se numa ordem (no sentido restrito da ordem positiva) ou
numa proibição.

10.1. Normas Autónomas e Normas Não Autónomas


Daqui a distinção entre normas autônomas e não autônomas. As primeiras formam por si um
comando completo, positivo ou negativo; as restantes só fazem sentido relacionadas ou
conexionadas com outras normas, que completam, restringem ou esclarecem.

As normas não autônomas são, verdadeiramente, simples parcelas de um comando jurídico,


apenas podendo ser tomadas em conta com referencia a esse comando, em torno do qual
gravitam.

10.2.Normas Universais, regionais e locais

Esta classificação reporta-se ao âmbito de validade territorial das normas.Universais: as que se


aplicam em todo o território do Estado;

Regionais: as que apenas se aplicam numa determinada região (ex: decretos das regiões
autónomas);

Locais: as que apenas se aplicam no território de uma autarquia local (posturas eregulamentos
locais)

.Normas gerais (ou de direito-regra) e normas excepcionais

Normas gerais = estabelecem o regime-regra para o sector de relações que regulam;

Normas excepcionais = limitam-se a uma parte restrita daquele sector de relações ou factos,
consagrando neste sector restrito, por razões privativas dele, um regimeopostoàquele regime-

16
regra. Ex:art.º 219.º CC ---» estabelece o regime-regra da consensualidade (a validade
dadeclaração negocial não depende da observância de forma especial .

Art.º 1143.º CC ---» norma excepcional Por força do art.º 11.º, as normas excepcionais não
comportam aplicação analógica.10

11 Normas de direito comum e normas de direito especial


Normas de direito especial – não consagram uma disciplina directamente oposta à dodireito
comum; consagram todavia uma disciplina nova ou diferente para círculos mais restritos de
pessoas, coisas ou relações. Ex: Direito Civil é um direito privado comum,ao passo que, o
Direito Comercial é direito especial23

Esta classificação tem a ver com as consequências jurídico-civis e jurídico-penais que seseguem
à violação de uma norma imperativa.

a)As primeiras correspondem às normas cuja violação importa, ao mesmo tempo,a nulidade do
acto e uma pena;

b)Correspondem às segundas as normas cuja violação importa a nulidade do acto,mas sem pena;

c)Cabe a terceira designação àquelas normas cuja violação importa uma pena, masnão a nulidade
do acto;d)a última designação cabe às normas cuja violação não importa qualquerespécie de
sanção. Ex: se o Presidente da República não cumpre o disposto non.º3, art.º 198.º CRP.24

12. CONCLUSÃO
Chegado ao fim do trabalho, o grupo concluiu que a norma jurídica é um elemento fundamental
do Direito e desempenha um papel central na organização e regulamentação da sociedade. Ela
estabelece direitos e deveres, promove a justiça e a ordem social, e serve como um mecanismo
de controle e coerção social. No entanto, é necessário que a norma jurídica seja efetiva, flexível e
capaz de acompanhar as mudanças socias, a fim de cumprir plenamente as suas funções no
sistema jurídico.
10
23.BAPTISTA, machado, Manual de introdução ao Direito, 4. ed. São Paulo, 1997, págs. 93 a 98.
24.Saraiva, 2008. p. 43; DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 343-345.
KELSEN, Hans, op.cit, pg.124

17
Também, vimos que a norma jurídica, é geral, abstrato, imperativo e coercivo, onde todos os
cidadãos são iguais perante a lei, e as normas jurídicas são aplicados a um número abstracto de
situações e são de cumprimento obrigatório e em caso de não cumprimento voluntário, a norma
jurídica é imposta a coercibilidade.

10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


1.Cf. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 19. ed. São

Paulo: Saraiva, 2008.

2. Cf. TELLES JUNIOR, Goffredo. Iniciação na ciência do direito. 4. ed. São Paulo:

Saraiva, 2008. p. 43; DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 383-384

18
3. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 4. ed. Tradução de João Baptista Machado. Coimbra:
Armênio Amado Editor, 1976. p. 110-116.

4. Cf. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 3. ed. São Paulo:

Malheiros, 1997.

5. BAPTISTA, machado, Manual de introdução ao Direito, 4. ed. São Paulo, 1997, págs:40 a 45.

6.BOBBIO, Norberto, Teoria geral do Direito. 2 ed. São Paulo, 2003.

7. BAPTISTA MACHADO, Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador, 1983.

8. CUNHA, PAULO, Introdução à Teoria do Direito, Porto.

9.DIAS MARQUES, Introdução ao Estudo do Direito, Lisboa, 1984

10.GALVÃO TELLES, Introdução ao Estudo do Direito, I, 11ª ed., Coimbra, 1999 e II, 10ª ed.,
Coimbra,2000.

11. GARCIA BARBOSA Filipe Custava, Teoria geral do direito, 3˚ed., São Paulo, pgs:91 a 97.

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