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Julho de 2023
APRESENTAÇÃO................................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 3
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................ 4
3. EIXO SOCIOPOLÍTICO....................................................................................................... 5
3.1. Panorama de estudos na perspectiva do eixo sócio-político...................................... 5
3.2. Percepções de policiais...............................................................................................6
3.3. Questões raciais..........................................................................................................7
3.4. Redução do uso da força............................................................................................ 8
3.5. Vitimização policial.................................................................................................... 10
4. EIXO GESTÃO ORGANIZACIONAL E TÉCNICO-OPERACIONAL................................ 10
4.1. Panorama de estudos na perspectiva do eixo de gestão organizacional e
técnico-operacional.......................................................................................................... 10
4.2. Adesão ao protocolo operacional..............................................................................13
4.3. Tendências de despoliciamento................................................................................ 14
4.4. Impactos na rotina operacional................................................................................. 14
4.5. Redução das reclamações........................................................................................15
4.6. Verificação de problemas sistêmicos e estruturantes............................................... 15
4.7. As imagens em processos judiciais.......................................................................... 16
4.8. Uso de imagens e credibilidade das ações policiais................................................. 16
5. EIXO TECNOLÓGICO....................................................................................................... 16
5.1. Parâmetros básicos das câmeras............................................................................. 17
5.2. Posicionamento das câmeras................................................................................... 18
5.3. Privacidade dos abordados e dos policiais............................................................... 18
5.4. Infraestrutura de suporte........................................................................................... 20
5.5. Custo de implantação................................................................................................21
6. RESUMO DOS RESULTADOS......................................................................................... 22
6.1 Eixo sócio-político...................................................................................................... 22
6.2 Eixo gestão organizacional e técnico operacional..................................................... 23
6.3 Eixo tecnológico......................................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................... 25
2
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
3
A equipe formada a partir dessa iniciativa tem por objetivo realizar pesquisa
inter/transdisciplinar dentro das áreas de segurança pública e das ciências policiais a partir
do emprego da tecnologia de captação de imagens. O foco específico é a elaboração de
estudos e análises que abordem, tecnicamente, aspectos positivos e negativos sobre
possíveis modelos de implementação de tecnologias relativas ao registro audiovisual de
ocorrências policiais por meio da adoção e uso de câmeras corporais pela Polícia
Rodoviária Federal (PRF, 2023c). O trabalho foi planejado para ser realizado em três fases:
um mapeamento do conhecimento já produzido na área; uma proposta de aplicação; e um
projeto piloto na PRF. O objetivo deste relatório de pesquisa é o de apresentar os resultados
da primeira fase, um mapeamento da literatura apresentando o panorama das pesquisas
realizadas sobre câmeras corporais.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4
3. EIXO SOCIOPOLÍTICO
5
com o volume e complexidade de dados gerados pelas câmeras. Lessing (2021) sugere
como requisito metodológico a necessidade da correta caracterização dos objetivos da
implementação das câmeras corporais para uma avaliação acurada dos resultados obtidos,
isto é, seria preciso fazer a decomposição das análises em linha com os objetivos
perseguidos, por meio de delimitações precisas, para melhor avaliação dos fenômenos
relacionados à aplicação das câmeras. Essa leitura reflete o padrão de publicações
científicas sobre o tema, posteriores ao período inicial da década passada, que, via de
regra, ficaram limitadas à avaliação de apenas uma ou de poucas dimensões do uso da
tecnologia.
6
atividades profissionais. Na visão dos autores, tal concepção seria comprovada pela
mudança de entendimento verificada em avaliações posteriores à implantação da
tecnologia. Em geral, os policiais acreditam que o equipamento irá interferir sobremaneira
no desempenho de suas atribuições. Após a adoção da tecnologia, verifica-se um uma
estabilidade das ocorrências e uma adaptação de boa parte da estrutura institucional, no
sentido de incorporar tecnicamente a nova realidade (COCHRAN e WORDEN, 2023).
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a ser menos respeitosas, em contrapartida, 57% das interações tendem a ser mais
respeitosas em comunidades brancas.
Alguns estudos aprofundaram as análises dos impactos das câmeras corporais e
discutiram um dos pontos críticos da interação da polícia com a comunidade negra: o
excesso no uso da força letal. Em um deles (RAY et al. 2017), tentou-se verificar se as BWC
têm a possibilidade de mitigar os assassinatos advindos das interações entre policiais e
comunidade afro-americana.
Em geral, esse estudo constatou que a maior parte dos entrevistados acredita que
as câmeras serão positivas para dar maior transparência às ações policiais, além de
reforçar outros meios de contenção e uso da força, antes da utilização do armamento letal.
Verificou-se ainda que a comunidade branca teve interações mais positivas com a polícia,
em contraste a esse achado, a comunidade negra apresentou maior temor no uso da força
policial de maneira injustificada, durante as abordagens.
Embora alguns entrevistados tenham declarado aumento de confiabilidade nas
abordagens, depois da implantação das câmeras, outros se mostraram céticos em relação a
essa inovação. Um grupo desses incrédulos vê o equipamento como um problema de
privacidade e de elevação de risco para o policial; já outra parte entende que a adoção da
tecnologia não mudará a estrutura das relações de poder vigentes na sociedade entre
comunidades brancas e não brancas. Ademais, o estudo aponta que a maior visibilidade
das ações policiais não corresponderá necessariamente à responsabilização efetiva de
casos de racismo, seja em âmbito corporativo ou judicial, o que reforça conclusões similares
de estudos anteriores (STUART, 2011; RAY e ROSOW, 2012 apud RAY et al. 2017). Por
fim, o estudo também evidenciou que os entrevistados sugeriram oficinas sobre preconceito
velado, diversidade e policiamento cidadão, a fim de melhorar a relação da polícia com os
cidadãos oriundos de camadas historicamente marginalizadas.
8
expressiva diminuição no número de reclamações dos usuários contra os policiais (90%),
houve uma sensível redução no uso da força pelos agentes (50%). Neste mesmo trabalho,
os pesquisadores elaboram uma discussão sobre as definições do que seria uso da força.
Há uma miríade de conceituações e tratamentos dessas informações na literatura, o que
dificulta a comparabilidade entre estudos distintos, porque não apresentam em detalhes o
que cada autor de tais estudos entende como uso da força. Não obstante as diferentes
metodologias e definições utilizadas, cada qual com suas lacunas, as quais são
apresentadas de imediato pelos próprios autores ou discutidas a posteriori pelos seus pares
acadêmicos, obteve-se, de maneira geral, uma consistente redução no uso da força
(READY e YOUNG, 2015; JENNINGS et al. 2015; JENNINGS et al, 2016).
Ademais, estudos como o de Ariel et al (2016) indicam que a quantidade de
situações em que houve uso da força por agentes policiais que portam a câmeras corporais
é dirigido pela discricionariedade quanto à ativação ou não do equipamento. Nesses casos
em específico, a redução dos incidentes foi mais acentuada quando a possibilidade de ligar
ou desligar a câmera é minimizada.
Resultados obtidos na análise da experiência na cidade de Birmingham no Reino
Unido estão em linha com aqueles observados nas agências policiais dos Estados Unidos,
com sensível redução no uso da força (HENSTOCK e ARIEL, 2017). Mais uma vez,
destaca-se que a variável sobre uso da força pode fornecer resultados inconclusivos,
quando utilizada de modo genérico. No caso Britânico, quando os autores incluíram o
procedimento ordinário de utilização de algemas (compliant handcuffing), utilizado para
transporte e busca pessoal, não houve redução significativa do uso da força. Contudo, se
esse componente é retirado do indicador, a redução torna-se relevante. Os dados do estudo
demonstram maior probabilidade da utilização de algemas quando os policiais fazem uso
das câmeras, isto porque, segundo hipóteses levantadas pelos pesquisadores, o recurso
passa a ser utilizado para evitar que situações de agressões verbais tornem-se ocorrências
de maior gravidade.
Por fim, quanto à realidade nacional, uma breve análise dos dados apresentados em
estudos que avaliaram experiências similares no Brasil apontam para as mesmas
conclusões dos estudos internacionais. Informações do programa do Estado de São Paulo
reportaram sensível diminuição da letalidade policial e do uso da força, especialmente sobre
a população negra (MONTEIRO et al. 2022). De modo similar, durante o uso de câmeras,
foi registrada diminuição do uso da força dos policiais de Santa Catarina (BARBOSA et al.
2021). Por outro lado, os resultados da experiência no Rio de Janeiro, apontaram para uma
tendência comportamental de despoliciamento, quando os policiais se tornam menos
proativos durante o serviço, bem como não foi observada redução no número de confrontos
9
armados registrados, embora menos disparos tenham sido efetuados (MAGALONI et al.
2019).
10
esforços operacionais e a vitimização policial são explorados de forma incidente,
coadjuvando ou apenas servindo como reforço argumentativo para fundamentar os
aspectos mais enfatizados.
Apesar de existirem protocolos de intenção de diversos estados brasileiros para
aderirem ao uso das câmeras corporais policiais, a implantação efetiva da tecnologia
ocorreu em maior escala apenas nas polícias militares dos estados de São Paulo (LIMA et
al., 2022; MONTEIRO et al., 2022; MARQUES et al., 2023) e de Santa Catarina (BARBOSA
et al., 2021).
A unidade federativa de Rondônia apresenta-se como pioneira na adoção da
tecnologia (GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA, 2021), mas não há informações
oficiais ou acadêmicas mais detalhadas sobre a iniciativa. O estado do Pará está em fase
de aplicação experimental (GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ, 2022), mesma situação em
que se encontra o Distrito Federal (PM/DF, 2022). No Espírito Santo, a adoção está adstrita
à polícia penal (GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO, 2023). No Rio de Janeiro, houve
apenas testes preliminares (MAGALONI et al, 2019). Por fim, Minas Gerais (PM/MG, 2022),
Pernambuco (SDS-PE, 2023), Bahia (SSP-BA, 2023) e Paraná (GOVERNO DO ESTADO
DO PARANÁ, 2023) fizeram movimentações administrativas para efetuar a compra de
equipamentos, mas não se tem conhecimento, até então, de aplicação efetiva ou de testes
de aplicabilidade.
Dessa forma, como consequência, há poucos estudos com análises concretas
acerca dos impactos gerenciais e operacionais da aplicação das câmeras corporais policiais
no Brasil. Portanto, o quadro a seguir propõe-se a fazer a comparação entre os modelos de
câmeras corporais adotados por duas unidades da federação pioneiras no uso das
câmeras, e que já foram objeto de escrutínio científico: São Paulo e Santa Catarina.
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Quadro 1 - Comparativo entre a implementação de câmeras corporais policiais
(PMESP e PMSC)
UNIDADE MARCOS TECNOLOGIAS TIPO DE ALCANCE AVALIAÇÃO ACADÊMICA DAS
FEDERATIVA INAUGURAIS E UTILIZADAS ACIONAMENTO INICIATIVAS
OBJETIVOS
São Paulo Início a partir de 2020 Equipamento: Gravação Até julho de LIMA et al, 2022:
(PM/SP) (MARQUES et. al, Câmera “Axon ininterrupta, em 2022, foram Quanto ao objetivo de redução do
2023) e intensifica a Body 3”, fabricada baixa resolução e compradas e uso da força, as evidências indicam
implementação dos pela empresa sem áudio estão em uso que o programa teria evitado, em
equipamentos a partir americana Axon. durante todo o aproximadam média, 0,81 mortes por intervenções
de 2021 (MONTEIRO Fixação: região período que se ente 10 mil policiais por mês, por cada batalhão
et al, 2022). Os dois do tórax. encontra ligada, câmeras, participante do programa. Não há
objetivos principais do Funcionalidades: independente de majoritariame resultados em relação à coleta de
programa: reduzir o Possui sistema ação do policial. nte em provas.
uso da força e “buffer Uma vez batalhões da
aperfeiçoar a coleta pré-evento”, acionada pelo, capital MONTEIRO et al, 2022:
de provas. recuperando 90 passa a gravar paulista Quanto ao objetivo de redução do
segundos com resolução full (MONTEIRO uso da força, cerca de 104 mortes
anteriores ao HD e com áudio. et al, 2022) foram evitadas nos primeiros 14
acionamento. Segundo UNICEF meses de introdução das câmeras,
Recarga: em (ROSSANO, 2022 considerada apenas a região
dockstation. apud MARQUES metropolitana da capital paulista.
Gestão dos et al., 2022), é a Não há resultados em relação à
dados: são primeira vez que coleta de provas.
armazenados em uma instituição
nuvem incluída no policial adota a MARQUES et al, 2023:
contrato com a tecnologia de Quanto ao objetivo de redução da
fabricante. gravação força, considerando o período
ininterrupta. imediatamente anterior à
implantação do programa, ou seja, o
ano de 2019, e o último período
(2022), verificou-se redução de
62,7% nas mortes por intervenções
de policiais militares em serviço,
sendo 76,2% nos batalhões que
compõem o programa e 33,3% nos
batalhões que não possuem as
COP.
FONTE: OS AUTORES
12
gravação passiva e ininterrupta, combinada ao acionamento ativo e suplementar, em melhor
resolução, ativada por decisão e iniciativa do policial.
Essas distinções entre os modelos adotados causam impactos na quantidade e
qualidade das imagens gravadas e, por consequência, na modalidade de armazenamento
das imagens e nos custos financeiros subsequentes, como será explorado com mais
detalhes no eixo tecnológico do presente relatório.
Por fim, cumpre mencionar ainda o modelo adotado no Rio de Janeiro, no qual, o
próprio policial que faz o acionamento da câmera, a partir de protocolos estabelecidos pela
corporação. Foi o modelo adotado no estudo experimental conduzido por Magaloni et al.
(2019) na UPP da Rocinha, na capital fluminense; entretanto, não se tem informação oficial
se há algum outro estado da federação que esteja adotando ou interessado em adotar esse
protocolo de acionamento ativo.
13
Apesar da diminuição do engajamento do efetivo, foi possível constatar uma redução
de eventos de uso da força e redução de munição gasta em relação aos dois anos
anteriores à implantação.
14
reclamações e processos reduzidos; possibilidade de revisão aleatória de uma amostra de
vídeos para garantia da conformidade. Não foram registrados aspectos negativos (SESAY
et al. 2017).
15
4.7. As imagens em processos judiciais
Estudos realizados em Miami, nos EUA (PETERSEN, 2023), mostraram uma
proporção significativamente maior de registros de crimes contra policiais, mas com menor
condenações.
Alguns estudos indicaram que as pessoas são influenciadas por ações valorativas.
Desse modo, quando uma imagem de uso da força por uma entidade policial é disseminada
de certa forma nos meios de comunicação, adicionada ao julgamento prévio realizado pelos
perpetradores da divulgação, há potencial para edificar opiniões, por intermédio de uma
interpretação valorativa da ocorrência. Isso pode, inclusive, minar a legitimidade da ação
policial, mesmo que seja uma ação latente de cumprimento do dever legal (SCHNEIDER,
2023).
Ainda segundo o autor, essa conjuntura vai de encontro às análises que defendem
que a atividade policial gerará mais bem-estar social quando for permeada pela observação
permanente dos atos de seus agentes. É impossível concluir positivamente no sentido de tal
benefício social, pois as análises por vezes são contraditórias e não conseguem delinear
com clareza esse efeito otimizador da prestação pública do serviço policial. Outro ponto a
ser considerado é avaliar se a pressão da opinião pública não atrapalha a visão de que as
imagens são também meios de prova positiva em nome do Estado, podendo justificar o uso
da força nas situações mais extremas, todavia executadas dentro do estrito cumprimento do
dever legal (SCHNEIDER, 2023).
16
5. EIXO TECNOLÓGICO
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Quadro 2 - Requisitos para as câmeras corporais na China
Características Requisitos
Tamanho ≤120*80*40mm
Peso ≤200g
Vídeo resolução ≥1920*1080,
≥1280*720
Taxa de quadros de vídeo ≥25 fps
Campo de visão ≥90°
distorção geométrica ≤20%
Gravação intervalo ≤0,1s
(FONTE: ZHANG, 2022)
18
policial. Esta forma está descrita em Wang et al. (2015) e usa o algoritmo descrito na Figura
1 e a descrição das variáveis está demonstrada na Figura 2.
Figura 1 - Algoritmo proposto para garantir privacidade
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5.4. Infraestrutura de suporte
Uma projeção inicial do impacto, em termos de dados gerados do sistema de
câmeras aplicável à instituição, pode ser estimada a partir das especificações técnicas
mostradas no Quadro 2 supra. Dessa forma, adotando-se a resolução de 1920x1080,
conjugada à força de trabalho ordinária operacional da PRF, a quantidade de dados gerados
por policial, por plantão de 24 horas, seriam as demonstradas no Quadro 3 infra.
Quadro 3 - Simulação da quantidade diária de dados gerados pela PRF (dados brutos)
Minuto (MB) Dia (GB) Ano (TB) PRFs dia
Por policial 10 14,06 1,67 2369
Pelo efetivo 23690,00 33314,06 3958,21
FONTE: OS AUTORES
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Quadro 4 - Simulação da quantidade diária de dados gerados pela PRF (com
pós-processamento)
Dados pós-processados
Minuto (MB) Dia (GB) Ano (TB) PRFs dia
Por policial 0,7 0,98 0,12 2369
Pelo efetivo 1658,30 2331,98 277,07
FONTE: OS AUTORES
21
Custos indiretos:
- Ajustes nos uniformes;
- Adaptação nas unidades operacionais para receberem as dock stations;
- Mecanismos de acionamento/auto acionamento das câmeras;
- Armazenamento dos dados;
- Infraestrutura de transmissão dos dados;
- Licença dos softwares;
- Treinamento da equipe de TI;
- Treinamento de equipes administrativas que gerenciarão os dados.
Fazer um levantamento prévio sobre o quanto o sistema todo irá custar seria leviano
neste momento. Esse levantamento requer protocolos experimentais bem definidos que
definam regras de acesso, segurança do sistema e tempo de armazenamento das imagens.
Em seu estudo, SOUZA (2023), concluiu que o custo das câmeras é de apenas 5% do
preço final contratado, sendo que o sistema de armazenamento das imagens pode chegar a
70% do valor total. Tais valores podem mudar de acordo com a realidade de cada instituição
e o custo de uma, não pode ser adotado como regra para a implantação da outra. Para que
se possa fazer esse levantamento, um estudo piloto deve ser realizado para identificar quais
soluções tecnológicas atendem a realidade da PRF em âmbito nacional.
22
A implantação de câmeras corporais busca reduzir o uso da força policial e as
reclamações contra policiais, mostrando resultados consistentes na diminuição do uso da
força, embora haja variações na ativação das câmeras e nos efeitos observados em
diferentes regiões.
Violência contra policiais é um tema pouco explorado na literatura. Estudos
internacionais indicam que o uso de câmeras corporais pode aumentar as agressões contra
policiais. No contexto nacional, observou-se uma diminuição acentuada das mortes entre
policiais em serviço após a adoção das câmeras, mas não há informações disponíveis
sobre lesões não letais.
23
complexidade, o que pode ser interpretado como uma perda de eficiência policial ou uma
falha nas políticas de implementação do policiamento preventivo.
Estudos mostraram que o uso de câmeras corporais pode aumentar o registro mas
diminuir a condenação por crimes contra policiais A disseminação de imagens de uso da
força policial pode minar a legitimidade das ações, enquanto as análises sobre o benefício
social do uso das câmeras são contraditórias.
A divulgação de vídeos positivos capturados pelas câmeras corporais pode
aumentar a confiança na polícia, promover a cooperação da comunidade e melhorar as
relações entre a polícia e os cidadãos.
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Os custos de implantação de sistemas de câmeras corporais envolvem tanto custos
diretos, como o valor das câmeras e dock stations, quanto custos indiretos, como ajustes
nos uniformes, adaptação das unidades operacionais e treinamento da equipe. O custo total
do sistema pode variar de acordo com a realidade de cada instituição, sendo que o
armazenamento das imagens pode representar a maior parte dos custos. Um estudo piloto
é necessário para identificar as soluções tecnológicas que atendam à realidade da PRF em
nível nacional.
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