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Ruth da Conceição Francisco João Francisco

Tema:

Sistema de Informação Geográfica (SIG) surgimento e historial

(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Universidade Rovuma

Nacala Porto

2023

Sistema de Informação Geográfica (SIG) surgimento e historial

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário


1
Trabalho de caracter avaliativo da cadeira de introdução a empresas do
curso de cartografia 1º ano. A ser entregue ao docente da cadeira:

dr.

Universidade Rovuma

Nacala Porto

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2023

Índice
1. Introdução................................................................................................................................ 4
1.2 Objectivo geral................................................................................................................... 6
1.2.1 Objectivo específico........................................................................................................ 6
1.3 Metodologia.......................................................................................................................... 6
1.3.1 Quanto à Abordagem....................................................................................................... 6
1.3.2 Quanto ao Objectivo........................................................................................................ 7
1.4 Técnicas de Recolha de Dados........................................................................................... 7
2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................. 8
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA........8
2.2 Origem histórica..................................................................................................................... 9
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 16
REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 17

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1. Introdução

O pressente trabalho de pesquisa visa abordar sobre os sistema de informação


geográfica-SIG, vamos nos cingir na componente histórica e seu surgimento.

O Sistema de Informações Geográficas – SIG é um conjunto de sistemas de softwares e


hardwares capazes de produzir, armazenar, processar, analisar e representar inúmeras
informações sobre o espaço geográfico, tendo como produto final mapas temáticos,
imagens de satélites, cartas topográficas, gráficos e tabelas. Esses produtos são
importantes para a análise de evoluções espaciais e temporais de um fenômeno
geográfico e as inter-relações entre diferentes fenômenos espaciais. A necessidade de
identificar diferentes “camadas” de dados em uma série de mapas e depois tentar
analisá-los e relacioná-los por sobreposição, é uma idéia muito mais remota do que a
existência dos atuais sistemas de informação geográfica.

A evolução dos sistemas de informação não aconteceu como um fato isolado e sim
perpassam a própria história da humanidade e a evolução das Geociências. Essa
evolução é evidenciada desde os primeiros cálculos desenvolvidos pelos sumérios ao
supercomputador, das representações cartográficas da Terra estabelecidas por Ptolomeu
às imagens de satélites hiperespectrais, das referências espaciais obtidas pelo astrolábio
ao sistema de posicionamento global por satélite (GPS), dos registros de dados em
mapas portulanos aos programas do tipo CAD (Computer AidedDesign).

Segundo Ferreira (2003, p.18) “buscar as origens e o arcabouço do pensamento espacial


na Geografia é fundamental neste momento, já que as pesquisas contemporâneas que
adotam instrumentais geotecnológicos têm tentado mostrar equivocadamente que o SIG
nasceu dentro do SIG”. Este autor evidencia que as técnicas de análise espacial,
disponíveis nos sistemas de informação geográfica, foram concebidas sem a
necessidade prioritária de computadores, surgindo como produtos da tradição
geométrica das geografias inglesa e americana entre 1950 e 1970. Por sua vez, Os
sistemas que suportam informação geográfica integram também, frequentemente,
informação não geográfica textual e numérica. Podem ainda incluir informação áudio e
imagem. As características particulares destes sistemas são uma consequência directa da
natureza especificada informação geográfica que suportam devido às áreas de aplicação
a que se destinam. Estes dois aspectos condicionam, nomeadamente, o modo como é
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realizada a representação computacional da informação, o tipo de funcionalidade que é
genericamente requisito destes sistemas e o conjunto de técnicas de âmbito
computacional mais frequentemente utilizadas na sua realização.

Câmara; Davis; Monteiro (2005) explica que foi na década de 60 que começaram a
surgir os primeiros SIGs, que era parte de um programa governamental para criar um
inventário de recursos naturais, dada à tecnologia da época os sistemas SIGs tinham
capacidade de armazenamento e velocidade de processamento baixa tornando assim
difíceis de operar assim como também seu custo era altíssimo devido à necessidade de
mão de obras altamente especializada e necessidade dos melhores computadores da
época. No entanto, foi em meados da década de 70 que começaram a surgir novos e
mais acessíveis recursos de hardware, isso tornou viável o desenvolvimento de SIGs em
escala comercial. A partir disto foi criada então a expressão Geographic Information
System. Neste tempo a cartografia passou a contar com novos fundamentos
matemáticos que foram desenvolvidos para esta finalidade, incluindo a geometria
computacional. Somente na década de 80 que os SIGs passaram a ter um período
acelerado de crescimento e ainda dura até à atualidade.

Quanto a organização a presente pesquisa obedece a seguinte estrutura.

Na primeira parte apresenta-se a introdução, na qual consta, os objectivos da pesquisa,

Segue-se a exploração das questões metodológicas. Concretamente, caracterizamos o


método, a técnica de recolha de informação,

A terceira parte trata-se de abordar, de forma imparcial, todos os conceitos defendidos

por variados autores, decorrentes das grandes temáticas em estudo.

Por fim, exibimos as respetivas conclusões, bem como uma reflexão crítica acerca de
todo o estudo.

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1.2 Objectivo geral
 Compreender o surgimento do sistema de informação geográfica

1.2.1 Objectivo específico

 Explicar o surgimento do sistema de informação geográfica

 Enumerar as fases do o surgimento do sistema de informação geográfica

1.3 Metodologia

Nesta parte será analisado a metodologia quanto a abordagem, objectivo, técnicas de

recolha de dados usadas para a realização desta pesquisa .

1.3.1 Quanto à Abordagem

De acordo com a forma de abordagem ou método é classificada como qualitativa,


Acevedo e Nohara (2006, p. 52) afirmam que “as abordagens qualitativas são
especialmente úteis para determinar as razões ou os porquês. Assim, tal delineamento é

recomendado quando se deseja conhecer os fatores que afetam os comportamentos

humanos, tais como: atitudes, crenças, sensações, imagens e motivos”.

A presente pesquisa na sua abordagem deve-se ao facto da pesquisa basear-se em fazer

uma análise qualitativa para compreender um vasta revisão de literatura como técnica de
recolha de dados.

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1.3.2 Quanto ao Objectivo

Os dados necessários para elaborar a pesquisa foram realizados através de pesquisa

exploratória e bibliográfica, que conforme Acevedo e Nohara (2006, p.46) “o principal

objetivo da pesquisa exploratória é proporcionar maior compreensão do fenômeno que

está sendo investigado, permitindo assim que a pesquisadora delineie de forma mais

precisa o problema”.

Na pesquisa bibliográfica Lakatos e Marconi (2001, p.183) declaram que “sua


finalidade

é colocar a pesquisadora em contato direto com tudo o que foi escrito, dito... sobre

determinado assunto...”, envolvendo consultas a livros, artigos publicados, revistas,

periódicos e dissertações.

1.4 Técnicas de Recolha de Dados

De acordo com Marconi (2001,p. 49) existem diferentes técnicas de recolha de dados,
tais

como, a documentação direta e a documentação indireta, na documentação direta

composto por a pesquisa bibliográfica e documental e na documentação direta composto

por entrevistas, questionários.

Para esta pesquisa, foram usados as seguintes técnicas para a recolha de dados conforme

se descreve a seguir:

 à pesquisa bibliográfica , e

 documental.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E SUA EVOLUÇÃO


HISTÓRICA

Desde as remotas sociedades, passando pela invenção do telégrafo elétrico no século


XIX, pelos meios de comunicação de massa no século XX, e até mais recentemente, o
surgimento da Internet, onde a informação começou a fluir com velocidade superior a
dos corpos físicos, o ser humano convive com um crescimento exponencial do volume
de dados disponíveis das mais diversas áreas do conhecimento. Todavia, a partir de
1960, os conceitos de dados e informações sofreram grandes transformações pelo
advento dos computadores eletrônicos, hardwares e sofisticados softwares como os
sistemas de informação geográfica (SIG). O uso dos SIG atinge atualmente a quase
todas as universidades, institutos de pesquisas e empresas, criando enormes
possibilidades às mais variadas linhas de pesquisa das geociências, principalmente no
que tange a análise espacial de dados geográfico.

Segundo Ferreira (2003, p.18) “buscar as origens e o arcabouço do pensamento espacial


na Geografia é fundamental neste momento, já que as pesquisas contemporâneas que
adotam instrumentais geotecnológicos têm tentado mostrar equivocadamente que o SIG
nasceu dentro do SIG”. Este autor evidencia que as técnicas de análise espacial,
disponíveis nos sistemas de informação geográfica, foram concebidas sem a
necessidade prioritária de computadores, surgindo como produtos da tradição
geométrica das geografias inglesa e americana entre 1950 e 1970. O uso dos SIG atinge

atualmente a quase todas as universidades, institutos de pesquisas e empresas, criando


enormes possibilidades às mais variadas linhas de pesquisa das geociências,
principalmente no que tange a análise espacial de dados geográficos. O domínio da
informação espacial disponível é uma fonte de poder, uma vez que permite analisar
fatores do passado, relacionando-os com os fenômenos da natureza e da sociedade,
compreendendo o presente, e principalmente, antevendo o futuro do espaço geográfico.
Dessa forma, objetiva-se aqui contextualizar as últimas décadas da evolução dessa
tecnologia por meio de alguns fatos históricos.

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2.2 Origem histórica

Os sistemas de informação, para atender necessidades geográficas na sua concepção


fundamental, pode-se dizer, surgiram no Império Inca, onde a comunicação era
realizada através dos chasquis (mensageiros), que empreendiam grandes maratonas para
coletar distribuir informações.

Em meados do século XIX, o “Atlas to Accompany the Second Report of the Irish
Railway Commissioners” já mostrava dados acerca da população, da topografia e da
geologia sobrepostos no mesmo mapa básico, seria uma primeira utilização empresarial
e não militar de um sistema de informação. Apesar dos exemplos remotos do uso desses
sistemas para fins eminentemente geográficos, a real necessidade desses sistemas teve
início a partir da II Revolução Industrial, pois essa fase, do ponto de vista técnico

caracterizou-se pela descoberta e utilização de novas fontes de energia, que envolviam

diretamente instrumentos para o conhecimento da distribuição de recursos naturais. São

exemplos, em 1831 a eletricidade, onde Faraday demonstrou suas experiências sobre as

bases físicas da eletricidade; em 1885, Daimler apresentou o motor à explosão


utilizando petróleo descoberto em 1859 na Pensilvânia (EUA) e pela utilização de nova
matéria prima -o aço - produzido a partir de 1855 pelo conversor Bressemer.

Essa etapa da Revolução Industrial se caracterizou também pelas transformações


ocorridas na ordem capitalista, ou seja, houve um processo de concentração de empresas
e de capitais. O capitalismo adotou uma forma monopolista, verificada através dos
trustes, holdings e cartéis. Nesse período, intensificou-se a expansão imperialista sobre a
África, Ásia e América Latina promovida pelas nações industrializadas como a
Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão, alterando as
relações comerciais e a percepção geopolítica.

O século XVIII foi o grande momento do desenvolvimento das ferramentas e dos

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instrumentos, se se entende por ferramenta o objeto técnico que permite prolongar e
armar

o corpo para realizar um gesto, e por instrumento o objeto técnico que permite
prolongar e adaptar o corpo para obter uma melhor percepção; o instrumento é a
ferramenta da percepção (Simondon, 1969, p. 114).

Exemplo clássico das primeiras espacializações de dados foi o trabalho desenvolvido


pelo John Snow em 1854, o qual utilizou o endereço de casos detectados de cólera em
uma base cartografada da cidade de Londres para identificar a fonte causadora de um
surto dessa doença. O procedimento de localizar a residência dos infectados permitiu
definir com precisão que, no centro, na zona de Soho em Londres, existia um poço de
água contaminada, e este seria a fonte causadora do surto. Este exemplo forneceu
evidência empírica para a hipótese (posteriormente comprovada) de que o cólera é
transmitido pela ingestão de água contaminada e constitui-se como uma situação típica
onde a relação espacial entre os dados dificilmente seria inferida pela simples listagem
dos casos de cólera e dos poços.

Dessa forma, o mapa elaborado pelo Dr. Snow passou a ser considerado como um dos

primeiros exemplos de análise espacial na história, iniciando um processo de


instrumental para a tomada de decisão.

Os sistemas de informação, como são concebidos atualmente, tiveram seu efetivo início
a partir de 1960 e a cronologia do desenvolvimento dos modelos atuais é balizada por
inúmeros fatores que geraram uma mudança na forma de pensar e atuar dos
profissionais da área.

Dentre esses fatores, cita-se:

a) avanços na tecnologia de processadores e da computação gráfica;

b) elevação da percepção ambiental na sociedade;

c) necessidades de integração das informações sobre serviços como transporte, energia,


água e esgotos;

d)ativação dos estudos integrados na Universidade de Washington sobre métodos


estatísticos avançados, programação de aplicativos para computadores e cartografia por
computador.

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A seguir, apresento uma breve síntese, por década, das principais ocorrências da
evolução histórica dos sistemas de informação geográfica.

 DÉCADA DE 40

Na Geografia, este momento histórico é marcado por novos paradigmas, destacando-se


a corrente teórico-metodológica designada de Nova Geografia, que era influenciada
principalmente pelo neopositivismo. Segundo Christofoletti (1985, p. 16) “tentando
superar as dicotomias e os procedimentos metodológicos da Geografia Regional, a Nova
Geografia desenvolveu-se procurando incentivar e buscar um enquadramento maior da
Geografia no contexto científico global”. Para esse autor, essa corrente tinha dentre seus
pressupostos um rigor maior na aplicação da metodologia científica, desenvolvimento
de teorias, o uso de técnicas estatísticas e matemáticas, a abordagem sistêmica e o uso
de modelos nas pesquisas geográficas.

Conforme Becker et al. (2001, p. 72) “em 1940, com o desenvolvimento de


equipamentos para radiometria em infravermelho são realizadas as primeiras medidas
radiométricas de objetos na superfície por Duntley (USA)”. Este processo subsidiou
interesses na produção de filmes para a deteção de camuflagem durante a Segunda
Guerra mundial e o aperfeiçoamento na resolução, contraste e cores. Outro sim, Esta
década marca o início da era da computação moderna (computadores da “primeira
geração”), que se inicia com uma corrida de desenvolvimento antes e durante a Segunda
Guerra Mundial, com circuitos eletrônicos, relés, capacitores e válvulas substituindo

seus equivalentes mecânicos e o cálculo digital substituindo o cálculo analógico.


Iniciava-se assim, um novo momento nas Geociências, que apresentava transformações
tecnológicas significativas e que influenciariam os estudos e pesquisas das próximas
décadas, em particular, na área da geração de modelos complexos e alternativos de
simulação de eventos futuros.

 DÉCADA DE 50

Pós II Guerra Mundial, essa década inicia um forte desenvolvimento nas formas de
representações da superfície terrestre, em função da evolução dos estudos geodésicos,

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topográficos, aerofotogramétricos, matemáticos, entre outros. Esse desenvolvimento
proporcionou representar os fenômenos ocorrentes na superfície terrestre de forma e
precisão únicas para a época. Posteriormente, iniciaram-se as atividades relacionadas à
representação temática já em base cartográfica, tendo destaque na época, a
representação da variação magnética, das correntes de ar, e com a evolução crescente da
computação, as tentativas iniciais de representar dados geofísicos, geológicos e
meteorológicos.

Nos EUA, realizaram-se os estudos de volume de tráfego envolvendo planos integrados


de transportes para as cidades de Detroit e Chicago, por meio de análise estatística
relacionada com a distribuição espacial. Os trabalhos desenvolvidos em Detroit e
Chicago permitiram a elaboração do aplicativo Cartographatron pela Armour Research
Foundation, no ano de 1958, o qual permitia representar graficamente o volume de
tráfego das rodovias (Tobler,1959).

 DÉCADA DE 60 – SURGE O SIG

No início desta década, com a evolução dos sistemas computacionais, inúmeros grupos
acadêmicos se formaram com o objetivo de desenvolver estudos específicos para
geração de programas automatizados já dentro de um conceito de sistemas de
informação. Um grupo pioneiro formou-se na Universidade de Washington, que criou
um centro de pesquisas e desenvolvimento de SIG, onde estudaram e desenvolveram
métodos quantitativos, programação e aplicações para algumas áreas de interesse, em
especial a área de transpor-te. Este pioneirismo contribuiu significativamente para a
disseminação da concepção de SIG nos Estados Unidos e no Canadá e, para Antenupcial
et al. (1991), influenciando o estabelecimento de outros grupos e centros de pesquisa,
com destaque para Harvard Laboratoryfor Computer Graphics and Spatial Analysis e o
laboratório de SIG da State University of New York at Buffalo.A Geografia propunha,
naquele período, entre outras abordagens, uma forma de analisar de maneira integrada
as características naturais e sociais fundamentada na teoria geral dos sistemas. Os
geógrafos russos da época denominaram essa nova visão de“Geossistema”.

Assim, a utilização desse enfoque geossistêmico na geografia física, permitiu retorno da


sua concepção interativa, possibilitando assumir uma estrutura dinâmica operacional.

A concepção de geossistema foi definitivamente consagrada por Sotchava(1978), sendo


que para esse autor, geossistema é uma unidade dinâmica com organização geográfica

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própria, um espaço que permite repartição de todos os componentes de um ambiente, o
que assegura sua integridade funcional.

Essa década é marcada, assim, pelo crescente desenvolvimento na tecnologia das


comunicações, na computação e na interpretação de dados obtidos por sensoriamento
remoto, em especial de recursos naturais, demandando ainda mais a necessidade do
aprimoramento dos sistemas de informação geográfica. Esse rápido desenvolvimento
tecnológico viabilizou uma “revolução quantitativa” na Geografia.

Segundo Christofoletti (1999, p. 30)“as origens da análise espacial remontam ao


desenvolvimento da quantificação na Geografia e da ciência regional, durante o início
da década de 60, quando os estudos procuraram focalizar as características dos padrões
espaciais”.

 DÉCADA DE 70 – A DIFUSÃO DO SIG

No decorrer da década de 70, iniciou-se a produção de novos e mais acessíveis recursos


de hardware, tornando viável o desenvolvimento de sistemas de informação comercial.
Assim, neste contexto de evolução, difundiu-se a expressão Geographic Information

System ou Sistemas de Informação Geográfica - SIG. Nesta época, também, aparecem


os primeiros sistemas comerciais do tipo CAD, ou projeto assistido por computador, que
melhoraram significativamente as condições para a produção de desenhos e plantas para
engenharia, sendo os precursores dos primeiros softwares de cartografia automatizada.

Durante os anos 70 foram estabelecidos alguns novos fundamentos matemáticos


voltados para a Cartografia, incluindo questões de geometria computacional,
impulsionando disseminação do SIG. Do ponto de vista acadêmico, possivelmente a
maior contribuição para o desenvolvimento dos atuais sistemas tenha surgido a partir
dos estudos de Howard

Fischer, do Harvard’s Laboratory for Computer Graphics and Spatial Analysis, que
continuava influenciando o desenvolvimento dessa tecnologia. Comercialmente, foi
nesse período que surgiram empresas de aplicativos baseados em SIG, como a Gimms,
Esri, Intergraph, Synercon, Comarc, Computer Vision, entre outras.

 DÉCADA DE 80 – DA ACADEMIA AO COMÉRCIO

A partir da década de 80 a tecnologia de sistemas de informação geográfica iniciou

um período de acelerado crescimento, em que a popularização e barateamento das


estações gráficas de trabalho, o surgimento e evolução dos computadores pessoais, dos
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sistemas gerenciadores de bancos de dados relacionais e da ligação de dados gráficos e
alfanuméricos, promoveram uma grande difusão do uso desses sistemas. Aliado a esse
crescimento, a década de 80 teve significativa evolução no que tange a hardware e
periféricos como scanners, mesas digitalizadoras, vídeo de alta resolução, plotters e
unidades de armazenamento de dados, permitindo uma manipulação de dados
geográficos de forma mais efetiva. Iniciou-se assim um novo período onde as empresas
privadas e a comunidade científica começam a investir e a pesquisar com maior

intensidade esta tecnologia. Dessa forma, cresceu significativamente o aperfeiçoamento


dos sistemas

de informação geográfica voltados ao gerenciamento governamental desses recursos.


Nesse momento, inúmeros governos, instituições de pesquisas e empresas começaram a
investir no desenvolvimento e aprimoramento de métodos e aplicativos visando à
análise geográfica de dados nos diferentes setores da economia e meio ambiente,
destacando-se a Alemanha, Inglaterra, Itália, França, Holanda, Noruega, Suécia, URSS,
Israel, Austrália, China, Brasil e África do Sul.

 DÉCADA DE 90 – A POPULARIZAÇÃO

Os anos 90 consolidaram definitivamente o uso de SIG como instrumento de apoio à


tomada de decisão, tendo saído do meio acadêmico e científico para incorporar-se
rapidamente o setor comercial. Instituições governamentais e grandes empresas
começaram a investir significativamente no desenvolvimento de aplicativos para o
mercado, consolidando-se assim as aplicações desktop que agregavam diversas funções
no mesmo sistema(processamento digital de imagens, análise espacial, modelagem 3D
etc). No início desta década, os usuários eram especialistas e tem início a difusão dos
benefícios dos usos e aplicações em SIG.

 PÓS 2000 – A MASSIFICAÇÃO

Após a grande popularização desses sistemas na década de 90 e o engajamento de


grandes empresas de TI, surgem o Google Maps e o Google Rath, ocorrendo uma
verdadeira revolução no perfil dos usuários e na forma de SIG.

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O contínuo avanço da tecnologia digital permite atualmente que sistema computacionais
de última geração possam ser adquiridos por valores relativamente baixos em relação às
décadas anteriores, impulsionando o uso dos sistemas de informação geográfica no
âmbito institucional, empresarial, comercial e doméstico.

Observa-se uma significativa incorporação dos conceitos teóricos norteadores de


inúmeros estudos de análise espacial ao SIG, além dos recursos de software e hardware
avançados. Essas inovações tecnológicas permitem a concepção de sistemas
amadurecidos conceitualmente, recriando o SIG fundamentado em conceitos de
sistemas especialistas (expert-systems), da lógica nebulosa (fuzzy logic), das noções de
tempo e espaço relativos, possibilitando incorporar princípios da análise sistêmica em
suas rotinas e aplicações.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Historicamente a observação e a representação da superfície da Terra se constituem

como relevante na organização e desenvolvimento das sociedades e das diferentes

culturas. Desde a antiguidade até o presente momento, as informações e dados

espacialmente referenciados foram descritos graficamente e utilizados por navegadores

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e demais profissionais. Na construção da evolução dos sistemas de informação

geográfica observou-se a preocupação em integrar dados espaciais e não espaciais em

um único sistema, possibilitando cruzar informações de uma gama de diferentes fontes e

tipos, provenientes de inúmeros bancos de dados. Inicialmente, um processo simples de

converter mapas e outros tipos de informações espaciais na forma digital, via SIG,

tornava possível desenvolver novos e inovadores métodos para a análise e exibição de

dados geográficos. Ao longo da história, os sistemas de informação geográfica tiveram

aplicações em diferentes áreas do conhecimento: geografia, saúde, agricultura,

silvicultura, planejamento territorial, geologia, logística, segurança pública, recursos

naturais. Em todas essas áreas foi dada ênfase na coleta, processamento, integração e

análise de dados espaciais, gerando assim inúmeros benefícios, onde pode-se destacar:

• Gera conhecimento acerca dos recursos naturais existentes em uma área geográfica;

• Permite a otimização de recursos humanos disponíveis para coleta e análise de

dados;

• Melhora o planejamento e a execução de pesquisas, pois disponibiliza dados já

existentes e estabelece linhas norteadoras para coleta, armazenamento e

processamento dos novos dados a serem coletados;

REFERÊNCIAS

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Completo de Conteúdo e Forma. 2.Ed. São Paulo, Atlas,

Bechker, H. A. (1972). Observation by informants in institutional research. Quality &

16
Quantity, v. 6, p. 157-169

Christofoletti, A. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Edgar Blüncher,1999.


236p

Lakatos, E.M; & Marconi, M A. (2001). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.

São Paulo: Atlas

Parent, P. J. Geographic Information Systems: evolution, academic involvement


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contextualizada na história. Ciência Geográfica, Bauru, v. 2, n. 19, p. 69-75, 2001

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