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Júri
Outubro 2009
"If you have built castles in the air, your work need not be lost. There is where they
should be. Now put foundations under them."
i
Agradecimentos
Todo o trabalho realizado no decorrer desta dissertação não teria sido possível
isoladamente. Por essa razão agradeço a todos quanto me ajudaram e apoiaram durante este
processo.
A toda a minha Família, por laços sanguíneos ou por laços de grande Amizade, por
todo o apoio, força e incentivos com que me presentearam. Um especial agradecimento à
minha tia Ressurreição e aos meus “avós” Alice e Zé.
Aos meus pais, Mercês e António José, que sempre me encorajaram a seguir as
minhas próprias opções e lutar pelos meus objectivos e a crescer como pessoa através de
todas as experiências da vida.
ii
Resumo
Para alcançar este objectivo, este trabalho apresenta um enquadramento teórico para
Sistemas de Mobilidade Urbana e Planos de Contingência, bem como também uma visão
histórica sobre estes últimos. Com o apoio deste enquadramento, é conduzido um extenso
caso de estudo sobre Lisboa e, após a conclusão da análise, são apresentadas medidas
preventivas e mitigadores para este caso específico.
iii
Abstract
To achieve this aim, this work provides a theory framework to UMS and Contingency
Plans, as a historical view on the later. With the support of this framework, an extended case
study about Lisbon UMS is conducted and, after the analysis, preventive and mitigating
measures are presented for this specific case.
This study is concluded by the presentation of the normative set for Contingency Plans,
grouped in four main fields: a global vision about the different stages of the process, the
involvement of all the different stakeholders in the process, a common technological base for a
city that will ensure communication and information flow and finally the spatial analysis of the
urban tissue from both the internal point of view and the external interaction with the
surrounding areas.
iv
Índice
Agradecimentos ............................................................................................................ ii
Resumo ........................................................................................................................iii
Abstract ....................................................................................................................... iv
Índice ............................................................................................................................ v
Lista de Figuras ...........................................................................................................vii
Lista de Tabelas ..........................................................................................................vii
Lista de Siglas ............................................................................................................ viii
v
O plano de contingência num Sistema de Mobilidade Urbana ...................................... 23
O exemplo de Lisboa ..................................................................................................... 25
A evolução nos Estados Unidos (28) ............................................................................. 28
3.2 Ligação entre o planeamento dos transportes e planos de contingência ...... 30
Bibliografia .................................................................................................................. 77
Anexos ....................................................................................................................... 83
vi
Lista de Figuras
Figura 1: Conjuntos de cenários possíveis (A), desejáveis (B) e plausíveis (C). ....................... 24
Figura 2: Mapa 01 – Cobertura espacial da rede viária de Lisboa [fonte: (31)].......................... 45
Figura 3: Mapa 02 – Vias com maior fluxo por nível de rede. .................................................... 47
Figura 4: Mapa 03 – Vias com maior saturação por nível de rede. ............................................ 48
Figura 5: Cartão “7 Colinas”, cartão “Viva Viagem” e cartão “Lisboa viva” [fonte: (43) (44)]. .... 53
Figura 6: Cadeia de informação aquando de uma ocorrência reportada à PSP. ....................... 54
Figura 7: Pontuação/ Critérios de caracterização da magnitude das emergências [fonte: (30)].59
Figura 8: Matriz de Severidade de Emergências [fonte: (30)]. ................................................... 59
Lista de Tabelas
vii
Lista de Siglas
viii
PPT Período de Ponta da Tarde
RSB Regimento de Sapadores Bombeiros
SCO Sistema de Comando em Operações
SMPC Serviço Municipal de Protecção Civil
SMU Sistema de Mobilidade Urbana
TC Transporte Colectivo
TI Transporte Individual
TP Transporte Público
UN/ ISDR United Nations/ International Strategy for Disaster Reduction
UOS Unidade Operacional de Segurança
ix
CAPÍTULO 1: Introdução
Desde sempre o Homem tem reagido com preocupação face a contingências que
perturbam o normal funcionamento da sua vida e do ambiente que o rodeia. Num contexto
contemporâneo e urbano, tais contingências podem alterar numa grande escala o
funcionamento da urbe a vários níveis, sendo o da afectação da mobilidade um dos que mais
se sente e mais perturba a qualidade de vida.
O papel dos transportes nas sociedades actuais, nomeadamente nas urbanas, tem tido
um reconhecimento crescente – com a evolução registada ao nível das actividades citadinas e
ao nível da comunicação, veio um aumento da necessidade de mobilidade por partes das
pessoas. Esta necessidade não se restringe apenas à deslocação de pessoas e bens de uma
origem para um destino – um Sistema de Transportes tem objectivos mais complexos que
englobam a eficiência, a equidade e a sustentabilidade. O sistema deve apresentar uma
eficiência económica no sector e fornece uma base para o desenvolvimento da economia e
sociedade em geral. A equidade e a coesão social constituem outro pilar do sistema, que deve
oferecer deslocações, com qualidade, a toda a comunidade que serve, contribuindo para o
próprio desenvolvimento social equilibrado. Por fim, e com uma crescente importância no
contexto actual, o sistema deve ser ambientalmente sustentável, trabalhando no sentido de
reduzir a sua pegada ecológica na comunidade.
1
“Acidente grave é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no
espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente.” (70)
2
“Catástrofe é o acidente grave ou a série de acidentes graves susceptíveis de provocarem elevados
prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afectando intensamente as condições de vida e o tecido
sócio-económico em áreas ou na totalidade do território nacional.” (70)
3
“A situação de alerta pode ser declarada quando, face à ocorrência ou iminência de ocorrência de algum
ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.º, é reconhecida a necessidade de adoptar medidas
preventivas e ou medidas especiais de reacção.” (70)
1
Com o recente desenvolvimento do Planeamento Urbano e o reconhecimento da
importância da mobilidade na sociedade contemporânea tem-se registado uma crescente
preocupação em dar resposta não só a acontecimentos de grande impacto, mas também a
acontecimentos banais frequentes que perturbam toda a cadeia de mobilidade – e é aqui que
se enquadram os Planos de Contingência no âmbito deste trabalho. Estes documentos são
necessários para garantir que o Sistema de Mobilidade Urbana consegue manter um bom nível
de funcionamento e que se adapta rápida e eficientemente às condições existentes e às suas
mutações. Adicionando a esta preocupação ao nível da mobilidade, está também implícita uma
preocupação económica, pois o somatório dos efeitos das pequenas perturbações pode atingir
valores avultados, decorrentes, por exemplo, dos atrasos nos serviços logísticos que impactam
os receptores dos produtos (o comércio e outras indústrias) e das próprias horas dos
trabalhadores “perdidas” no trânsito que encontram nas suas deslocações para o trabalho e
entre locais de trabalho (1). Para além destes custos mais directos, há também que considerar
o efeito da mobilidade sobre o preço do mercado imobiliário, já que uma boa acessibilidade
influencia positivamente o preço das casas e o congestionamento motiva o comportamento
inverso (2).
4
“A situação de contingência pode ser declarada quando, face à ocorrência ou iminência de ocorrência de
algum ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.º, é reconhecida a necessidade de adoptar
medidas preventivas e ou medidas especiais de reacção não mobilizáveis no âmbito municipal.” (70)
5
“A situação de calamidade pode ser declarada quando, face à ocorrência ou perigo de ocorrência de
algum ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.º, e à sua previsível intensidade, é reconhecida
a necessidade de adoptar medidas de carácter excepcional destinadas a prevenir, reagir ou repor a
normalidade das condições de vida nas áreas atingidas pelos seus efeitos.” (70)
2
1.3 Objectivos
1.4 Metodologia
3
Seguindo o processo científico, a análise do problema foi estrutura em três fases:
Observar, Compreender e Intervir. Dado que o grau de conhecimento sobre o problema evolui
no tempo, regista-se um efeito cíclico de observar com uma nova perspectiva os dados iniciais
após compreensão das relações existentes.
Finalmente deve ser referido que na análise dos eventos e na definição de níveis de
alerta foram utilizadas metodologias descritas no “Plano de Contingência para Atuação em
Casos de Paralisação no Sistema de Transportes e no Trânsito do Município de Belo
Horizonte” (TIS.BR, Brasil, 2008), documento elaborado de raiz para aquela cidade de forma a
responder às várias contingências numa abordagem conjunta. O processo passou pela recolha
de informação sobre eventos ocorridos no biénio 2007-2008 na cidade de Lisboa, seguida do
seu agrupamento de acordo com as características, impactos e tipos de respostas dadas a
4
cada evento. No final deste trabalho é feita uma avaliação sobre a transferabilidade destas
metodologias de Belo Horizonte para Lisboa.
No presente capítulo pretende-se, tal como o nome indica, dar uma Introdução ao
trabalho. Após contextualização e formulação do problema em estudo, descreve-se o objectivo
proposto e a metodologia utilizada para o alcançar.
5
CAPÍTULO 2: Sistemas de Mobilidade Urbana em Cenários de
Contingência
As viagens integradas no SMU são também vistas numa perspectiva global, nas quais
elas resultam de uma combinação da procura dos utilizadores e da oferta dos operadores. No
contexto contemporâneo esta visão tem patente a multimodalidade, i.e., a combinação de
vários modos de transporte distintos, ainda que não necessariamente integrados entre si no
nível lógico, físico e/ ou tarifário. Esta abordagem permite ao sistema uma maior eficiência e
diversidade, de modo a dar a melhor resposta ao menor custo às diferentes expectativas de
cada utilizador. Adicionando-se a isso, a combinação de diferentes modos pode permitir um
7
certo grau de redundância no sistema, o que possibilita uma melhor acomodação de
perturbações do sistema e um regresso mais rápido e fácil à normalidade (resiliência). Este
último conceito, resiliência, é alvo de várias definições (4) (5) (6), mas todas apresentam a ideia
central de um sistema conseguir “absorver” os efeitos de uma perturbação, transformando-se
de modo a manter o seu funcionamento mínimo ou até utilizando esses efeitos para seu próprio
benefício. Desta forma, o sistema mais resiliente é aquele que, face às mesmas perturbações,
se adapta melhor e apresenta não só menos danos, mas também uma recuperação mais
rápida.
Para além das características mencionadas acima, o sistema deve ainda ser adaptável
aos novos requisitos resultantes da evolução da sociedade e da tecnologia. Neste contexto
salienta-se a importância do desenvolvimento dos serviços ser acompanhado pela evolução
das infra-estruturas que o suportam. Tal implica não só rever e adaptá-las (fisicamente e/ ou
melhorando a sua gestão) de modo a acomodar a variação da procura através do ajuste da sua
capacidade, mas também dar resposta à crescente exigência ao nível da qualidade dos
serviços prestados.
Dada a natureza dinâmica de um SMU, é difícil atingir o seu funcionamento “ideal”, pois
o sistema está em permanente alteração. Para saber como é o funcionamento “normal” do
sistema em condições reais (incluindo a existência de perturbações) é preciso analisar os
eventos causadores dessas mesmas perturbações, e é esse um dos objectivos deste capítulo.
Cada evento tem associado a si um certo risco, conceito que combina a probabilidade
de um incidente ocorrer e os impactos negativos e a extensão das consequências resultantes
após o evento se suceder (3) (6). A medição do grau de risco é uma tarefa incerta e que pode
ser feita de diferentes modos; por exemplo, é possível classificar o risco como observado,
estimado, percepcionado e o real. Os dois primeiros são tratados por peritos, enquanto que o
terceiro está relacionado com os utilizadores. Finalmente, o risco real é, muitas vezes,
desconhecido e não calculável (7).
8
A análise de risco, disciplina em crescente desenvolvimento, é tida como a análise
ideal do SMU, mas cuja aplicação prática nem sempre é possível por razões desenvolvidas de
seguida. Segundo Nicholson e Dalziell (7), a gestão e avaliação de riscos visa tratar,
monitorizar e rever os riscos existentes e cujo objectivo final é optar por soluções com o maior
retorno económico possível. O tratamento é aplicado no caso de riscos considerados
inaceitáveis e pode consistir de três acções, isoladas ou combinadas entre si: evitar, reduzir ou
mitigar e transferir os riscos. A avaliação dos riscos é feita através de um processo com os
seguintes passos:
a) Estabelecimento do contexto;
b) Identificação dos perigos (tradução de hazards);
c) Análise dos riscos;
d) Avaliação dos riscos.
6
Esta avaliação dos riscos pode ser auxiliada pela construção de uma matriz de risco ,
ainda que o desenvolvimento desta se revele complexo, ao ponto de nem sempre ter aplicação
prática real dado as incertezas associadas à sua medição e aos meios e esforço exigidos (3).
Há dois quadrantes da matriz cujos impactos no desempenho do SMU são bem conhecidos e
cuja importância é atribuída de acordo com tal: eventos de baixa probabilidade e baixos
impactos são de baixa importância e eventos de alta probabilidade e grandes impactos são de
grande importância. Dados os elevados custos geralmente associados a esta última situação,
ela tem sido tradicionalmente alvo de numerosas investigações e casos de estudo.
Husdal (8) faz uma breve análise da vulnerabilidade quanto à sua origem,
considerando a existência de três categorias: estruturais, naturais e de tráfego. Estas não são
exclusivas entre si e uma ocorrência pode-se enquadrar simultaneamente em mais do que uma
categoria.
6
Consultar o ponto 4.3 para ver a matriz de risco de Belo Horizonte e o contexto em que a mesma é
utilizada.
9
Belo Horizonte: o exemplo desta cidade brasileira e a classificação de eventos
aplicada
De acordo com esta classificação, para fazer fase a estas anormalidades no Sistema
de Mobilidade Urbana foram desenvolvidos Documentos Operacionais de Trânsito (DOTs). Os
dados e variáveis tidos como mais importantes para a classificação/ descrição dos eventos e
obras são:
10
• Volume de tráfego actual da via onde vai ser implantada a obra/ evento e das vias
impactadas;
• Disponibilidade e característica das ofertas de estacionamento para veículos:
número de vagas, proximidade do local do evento e valor cobrado para estacionar;
• Responsável do evento: órgão público, privado ou ambos; e
• Cooperação/ sintonia entre órgãos envolvidos na realização do evento.
Para além destas categorias, para auxiliar o trabalho de diagnóstico foi elaborado um
levantamento dos principais eventos e emergências ocorridos em Belo Horizonte, os quais
foram agrupados em categorias gerais. Estas categorias e os órgãos envolvidos podem ser
observados na tabela que de seguida se reproduz:
11
• Eventos previsíveis e informados: Rock in Rio Lisboa, Maratona de Lisboa;
Marchas Populares, Terreiro do Paço sem carros ao domingo, Desvio do trânsito
devido à intervenção prolongada no Terreiro do Paço, etc.;
• Eventos previsíveis e não-informados: Manifestações políticas, profissionais,
greve de autocarro/ metro/ comboio, etc.;
• Eventos imprevisíveis ou contingências: Incêndios, acidentes viários de larga
escala, colapso do pavimento, etc.
12
um aumento no fluxo de passageiros nas redes não-viárias, como também na rede viária um
aumento dos automóveis e outros meios de TI, mas os efeitos são mais diluídos dado que a
capacidade total do sistema é menos atingida.
13
Ev. Não-Inf. Imprevisíveis/ Contingências Notas
Com vítima, sem vítima, envolvendo produtos
Acidentes de Trânsito
químicos;
Incêndios De pequena, média e grande proporção;
Em vias de pouca circulação ou em vias de
Queda de Árvores
muita circulação;
Animal na Via Vivo ou morto
Rompimento de Adutoras
Explosão de gasodutos
Colisão de carruagens do Metro
Derramamento de óleo na via sem acidente
Para além das variáveis e das classificações a utilizar, foi feito também um
levantamento das principais entidades do SMU relacionadas com os diferentes eventos, quer
na autorização/ monitorização/ organização, quer na resposta a possíveis emergências.
14
Autorização prévia de manifestações; Desencadear, na
Governo Civil de Lisboa (GCL), iminência ou ocorrência de acidente ou catástrofe, as
Governador Civil acções de protecção civil de prevenção, socorro,
assistência e reabilitação adequadas em cada caso.
Garantir a manutenção da ordem, segurança e
Polícia de Segurança Pública – tranquilidade públicas; Garantir a segurança rodoviária,
Divisão de Trânsito (DT) e nomeadamente através do ordenamento, fiscalização e
Núcleo de Tecnologia de regularização do trânsito; Garantir a segurança das áreas
Informação (NTI) ferroviárias; Prestar ajuda às populações e socorro aos
sinistrados e apoiar em especial os grupos de risco.
O RSB garante a segurança de pessoas e bens na cidade
Regimento de Sapadores de Lisboa, através de acções de socorro e prevenção e
Bombeiros (RSB) de Lisboa – colabora na actividade de protecção civil, no âmbito do
Destacamento de Intervenção em exercício das funções específicas que lhe forem atribuídas.
Catástrofes (DIC) O RSB também responde a situações de queda de árvores
e outras situações de bloqueio de vias.
Nota: as incumbências de cada entidade foram retiradas das suas “Missões” nos seus websites.
À semelhança do que foi feito no Plano de Belo Horizonte, também para Lisboa foi
elaborada uma tabela-sumário que indica as entidades intervenientes em cada tipo de evento:
Os utentes do SMU são um dos agentes que mais impacto têm no sistema devido ao
seu comportamento, sendo simultaneamente uma das partes mais difíceis de modelar e prever,
15
nomeadamente em situações inesperadas e/ ou incomuns. Vários estudos ( (9), (10), (11), (12),
(13), (14), (15), entre outros) têm se debruçado sobre este tema.
Face a uma ocorrência inesperada, o utilizador pode optar por alterar a sua viagem
(cancelando-a ou adiando-a) ou mantê-la, mas adaptando-a através da escolha de um destino,
modo de transporte e/ou rota diferente (10). A sua decisão é influenciada por vários factores,
tais como:
• Objectivo da deslocação;
• Experiência prévia;
• Condições encontradas;
• Probabilidade e consequências das diferentes alternativas;
• Grau de conhecimento da rede (e das alternativas existentes);
• Tipo de comportamento (aversão ao risco e optimismo/ pessimismo);
• Sentido da viagem (de ou para casa) e integração do destino do espaço de acção
individual.
16
localização física e a localização temporal. A informação deve ser exacta, oportuna, relevante,
clara e de fácil compreensão, localizada tanto quanto possível em locais onde a opção por
alternativas é facilitada (nós da rede, antes de portagens, etc.), antes do local onde os
incidentes ocorreram. Finalmente a informação deve ser adaptada ao longo do tempo, de modo
a comunicar as condições reais da via em causa e das alternativas existentes. Akiyama e
Okushima (17) realçam ainda a vantagem de diferentes locais exibirem diferente informação,
não só de acordo com o contexto físico, mas também de modo a evitar o redireccionamento de
fluxos para os mesmos arcos e o seu consequente sobrecarregamento.
7
Citação retirada da p. 46 de (7).
17
consequências. A mais indicada a cada situação depende do seu contexto e dos objectivos a
alcançar. Como resultado das definições apresentadas inicialmente, a autora defende que a
análise de qualquer rede deve começar pela definição dos níveis de serviceability aceitáveis e
não aceitáveis (critérios).
A vulnerabilidade pode também ser relacionada com a acessibilidade dos nós da rede,
relacionando-se assim com a qualidade geral da rede. Taylor e D’Este (18) consideram que a
rede é vulnerável se a degradação de um reduzido número de arcos diminuir significativamente
a acessibilidade dos seus nós. Desta forma é sugerido que a vulnerabilidade seja medida
através da variação do custo de viagem generalizado entre duas localizações, caso um arco da
rede falhe, sendo proposto um modelo matemático e um conjunto de indicadores passíveis de
serem utilizadas para efectuar esse cálculo. Os autores chamam ainda atenção à análise de
caminhos alternativos em caso de falha de um ou mais arco, pois se a segunda melhor rota
original englobava o arco que falhou, também ela deixa de estar disponível.
18
fiável se esta não for frágil nem vulnerável. No mesmo estudo foi também observada a relação
entre o desenho da rede (resultante de diferentes políticas de investimento) e o seu grau de
fiabilidade, concluindo-se que uma rede altamente hierárquica apresenta uma maior
vulnerabilidade, ainda que não necessariamente uma maior fragilidade, e que uma rede com
uma hierarquia menos acentuada (e.g., com disposição em grelha) é mais fiável por ser
simultaneamente menos frágil e menos vulnerável; esta diferença acentua-se à medida que um
crescente número de arcos da rede é afectado. Numa visão similar, Campos e Da Silva (20)
desenvolveram um método de análise de rede por aplicação da Teoria dos Grafos, agrupando
os nós por camadas, e que resultou na definição de um Índice de Fiabilidade da Rede (Network
Reliability Index, NRI). Conhecendo a localização de uma perturbação na rede, a aplicação
deste modelo permite identificar que outros nós devem ser protegidos ou manipulados com
vista à minimização das consequências.
19
Lam e Zhang (2000), apud Berdica (3), introduzem o conceito de fiabilidade da
satisfação da procura de viagens (tradução de travel demand satisfaction reliability), que
representa a probabilidade da rede conseguir satisfazer uma procura latente de tráfego
(tradução de latent travel demand) causada pelos eventos de necessidade latentes (tradução
de latent demand events). A este segue-se o último conceito, fiabilidade encontrada (tradução
de encountered reliability), o qual representa a probabilidade de não encontrar quaisquer arcos
degradados no par OD com o mínimo custo esperado.
O desempenho do SMU está relacionado também com outros indicadores, alguns dos
quais já foram mencionados na parte inicial do capítulo. Deste modo, iremos apenas referir
mais dois: os níveis de serviço e a acessibilidade (tradução de accessibility).
Levine et al (21) apresentam uma nova abordagem que propõe uma mudança da
avaliação de conceitos relacionados com mobilidade (tradução de mobility) para indicadores
relacionados com a acessibilidade. No primeiro grupo o estudo inclui indicadores como a
velocidade média e no segundo indicadores como o tempo de viagem, argumentando que uma
velocidade média mais elevada não compensa se a distância a percorrer for também ela
superior e o tempo de viagem global se mantiver ou for mais elevado. A partir do estudo de 24
áreas metropolitanas dos Estados Unidos da América, é observado o facto das características
do tecido urbano influenciarem mais do que os resultados dos índices de mobilidade: as
cidades com melhores indicadores de acessibilidade são mais densas e com maiores regiões
centrais. No contexto desta dissertação, este estudo salienta a importância tempo de viagem
quando se pretende assegurar que o utilizador do SMU alcança o seu destino de viagem.
20
CAPÍTULO 3: Planos de Contingência
Uma contingência num contexto urbano pode ser não só uma emergência, mas
também um qualquer evento, previsível ou não, que obrigue a cidade a responder a
solicitações anormais. O desenvolvimento de Planos de Contingência pode mitigar os efeitos
das mesmas e estes Planos devem abordar vários níveis: pré-avaliação de riscos relacionados
com a tipologia dos eventos, grau de risco das diferentes zonas da cidade, cadeia hierárquica
de comunicação e de resposta à contingência, relatório das intervenções.
21
Não há uma distinção clara entre contingência e emergência, tanta nas fontes das
entidades, como na bibliografia científica consultada. A Protecção Civil portuguesa apresenta,
no seu glossário (4), a emergência como um acontecimento marcadamente inesperado (fora da
rotina) que acarreta riscos humanos (pessoas), físicos (propriedades) ou para a saúde e
segurança pública, o qual exige uma resposta com coordenação especial, acrescida e também
ela fora da rotina habitual da comunidade. A contingência não é descrita per si, mas é definida
a situação de contingência como sendo aquela em que, aquando a ocorrência ou iminência de
8 9
ocorrência de um acidente grave ou catástrofe , se necessita de “adoptar medidas preventivas
e ou medidas especiais de reacção não mobilizáveis no âmbito municipal.”
O glossário do International Strategy for Disaster Reduction (UN/ ISDR) (22) também
não aborda especificamente os conceitos de contingência ou de emergência, mas indica o
Planeamento de Contingência como sendo “um processo de gestão que analisa potenciais
eventos específicos ou situações emergentes que possam ameaçar a sociedade ou o ambiente
e estabelece acordos prévios que permitam responder atempada, efectiva e apropriadamente a
esses eventos e situações.” O comentário do glossário reforça a base do planeamento assente
em cenários de possíveis situações de emergência ou desastres e o potencial de
aprendizagem que tais situações representam para todas as partes envolvidas, bem como a
importância dos planos de contingência serem periodicamente treinados e actualizados.
8
“Acidente grave é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no
espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente” in DL 27/2006, de
3 de Julho, Capítulo I, artigo 3º.
9
“Catástrofe é o acidente grave ou a série de acidentes graves susceptíveis de provocarem elevados
prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afectando intensamente as condições de vida e o tecido
sócio--económico em áreas ou na totalidade do território nacional.” in DL 27/2006, de 3 de Julho, Capítulo
I, artigo 3º.
22
acordo com o contexto em que as mesmas são utilizadas. Uma emergência é “um evento
súbito e habitualmente não previsto que requer resposta imediata do trânsito para minimizar as
consequências. Emergências podem ser eventos rotineiros adversos que não têm impacto a
nível municipal ou que não requerem o uso extraordinário de recursos ou procedimentos para
retomar as condições normais de funcionamento (também referido como um incidente crítico)”.
O desastre ocorre quando “um sistema necessita de recursos adicionais que são obtidos a um
nível superior ao seu. Pode ser de curta duração, de longa duração, de origem humana ou de
origem natural. As comunidades podem ter avisos prévios relativos a um desastre iminente e
ainda assim não serem capazes de funcionar apenas com os seus próprios recursos. Também
é conhecido por catástrofe.” A obra não define o termo contingência.
Nas “Guidelines for the Development of Civil Defence Structures” (24) são indicados
factores (população, propriedade e ambiente) e os seguintes 6 aspectos a ter em conta no
desenvolvimento de programas de protecção civil:
• Análise de riscos e perigos;
• Definição de prioridades;
• Inventário dos meios e recursos disponíveis;
• Definição da forma actuação e responsabilidades dos vários agentes de
protecção civil (entidades e organismos abrangidos) na salvaguarda da
população, propriedade e ambiente;
• Estabelecimento dos objectivos, poderes e responsabilidades [tradução de
terms of reference and powers] dos órgãos de protecção civil;
23
• Criação ou fortalecimento da agência de protecção civil.
Há que ter em conta que, tal como Godet (25) afirma, há um amplo leque de cenários
possíveis (A), dentro dos quais é necessário identificar o grupo dos cenários desejáveis (B) e o
grupo dos cenários plausíveis (C). O objectivo deve ser então trabalhar com a intersecção
desses dois conjuntos, os cenários tanto desejáveis como plausíveis.
24
O exemplo de Lisboa
Durante o século XIX, cuja segunda metade foi marcada pela segunda revolução
industrial, Lisboa desenvolve-se para lá do plano desenvolvido por Eugénio dos Santos e
Carlos Mardel, sendo de assinalar a conversão do Jardim Público na Avenida da Liberdade.
Este período registou várias alterações na mobilidade, principalmente com a crescente
passagem do transporte de tracção animal para a atracção mecânica (criação de linhas
ferroviárias), mas também com o desenvolvimento no transporte público. Na transição entre
séculos surgem as Avenidas Novas, objecto de planeamento prévio e devida autorização. No
século XX, a mobilidade é marcada pelo aparecimento do automóvel e, ainda durante o Estado
Novo, Lisboa continua a desenvolver novas infra-estruturas e novas zonas urbanísticas,
obedecendo ao Plano Geral de Urbanização e Expansão de Lisboa de Etinenne de Groer
25
(1948, revisto em 1959) e posteriormente ao Plano Director Municipal de Meyer-Heine (1967).
O Plano Estratégico de Lisboa (1992) precedeu o PDM de 1994, actualmente em vigor. Está
em processo de elaboração o novo PDM, que apresenta um grande foco no sector dos
transportes e estacionamento.
10
Por questões de confidencialidade e segurança, tanto no caso do Plano Municipal de Emergência como
no Plano de Emergência do “Rock in Rio-Lisboa” não foram reproduzidas neste trabalho informações de
26
na altura da sua elaboração), presidindo ao Centro de Operações de Emergência (CMOEPC).
É o Presidente da CML, nessa qualidade, o responsável pelo accionamento do plano, cujo
âmbito de actuação abrande as fases de prevenção, preparação e de respostas às
emergências, e apresenta os seguintes objectivos principais:
• “Estudar e planear o dispositivo necessário de intervenção, face às situações de
emergência, no âmbito do Rock in Rio-Lisboa;
• Desenvolver e implementar medidas cautelares que permitam, no domínino da
prevenção, mitigar e/ ou reduzir factores de risco e de vulnerabilidade existentes
com a realizaçao do Rock in Rio-Lisboa;
• Estabelecer a coordenação necessária com o escalão superior de protecção civil
no âmbito do PME.”
Para os planos existentes o Sistema de Alerta prevê 4 níveis crescentes: Alerta Azul,
Alerta Amarelo, Alerta Laranja e Alerta Vermelho. O nível mais básico (Alerta Azul)
corresponde a situações de emergência rotineiras, para as quais os organismos estão
normalmente preparados e às quais conseguem responder autonomamente – há
acompanhamento por parte do Departamento de Protecção Civil (DPC) através de uma Célula
carácter operacional e planos de operações neles indicados, mas apenas informação geral
[caracterização dos locais/ evento] e a estrutura lógica com que os mesmos foram elaborados.
27
de Acompanhamento, mas não havendo activação do Centro de Operações de Emergência
(COE). Os níveis vão evoluindo progressivamente, até poderem atingir o nível máximo (Alerta
Vermelho): os planos de emergência (em articulação com o PME) e o CMOEPC são activados,
e poderá ser declarado estado de emergência.
Em caso de sismo podem também ocorrer em três fases distintas: a Fase Imediata, a
Fase Sustentada e a Fase de Recuperação. A fase inicial ocorre durante o período crítico da
emergência imediatamente após a sua ocorrência e caracteriza-se pelas acções de resposta
imediata de socorro e salvamento de vidas humanas e pelo esforço de organização. Na fase
seguinte já existe uma resposta estudada por parte do sistema municipal de protecção civil e,
embora se mantenha prioridade no salvamento de vidas humanas, já são desenvolvidas
medidas de recuperação e funcionamento do sistema social. Finalmente na última fase é
focada na recuperação e funcionamento do sistema, avaliando danos e necessidades da
comunidade e desenvolvendo as correspondentes acções de resposta e as acções logísticas e
estabelecendo gabinetes de apoio. Também é previsto um sistema de informação ao público
com a informação Extra-Sistémica transmitida através do Programa de Informação e Aviso para
as Populações (PIAP) e com a informação Intra-Sistémica veiculada através do Programa de
Informação para as Entidades dos Sistema (PIES).
No início do século XIX (1803) os Estados Unidos aprovam aquela que foi considerada
a primeira legislação relacionada com desastres naturais. Na continuação desta legislação
foram aprovadas várias outras legislações ad hoc para fazer frente a desastres nacionais que
ocorreram no país.
28
Nas décadas de 60 e 70 os Estados Unidos foram assolados por várias desastres
naturais (furacões, incêndios, terramotos), o que teve como consequência a elaboração de
nova e melhor legislação para fazer face a estas situações. Em 1974 foi passado o Disaster
Relief Act, que estabeleceu o processo a seguir para o Presidente declarar emergências
devidas a desastres. No final dos anos 70 existiam mais de 100 agências federais envolvidas
na resposta a emergências e desastres, muitas vezes sobrepondo-se nas suas competências.
Como consequência desse facto e de todo o processo que vinha a tomar forma, em 1979 o
Presidente Jimmy Carter deu a Executive Order 12127, a qual fundiu várias responsabilidades
antes dispersas nas várias agências numa única entidade: a Federal Emergency Management
Agency (FEMA).
Em 2001 foi um ano marcante para a FEMA, a qual começou por dar as boas-vindas a
um novo director, Joe M. Allbaugh, e depois teve de enfrentar a difícil situação dos atentados
de 11 de Setembro. No rescaldo destes actos de terrorismo a FEMA adoptou uma direcção
com um maior foco na preparação a nível nacional e na segurança interna. Esta tendência deu
origem, em 2003, a um novo Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland
Security) responsável pela abordagem global coordenada das emergências e desastres
(naturais ou de origem humana) até à segurança interna. Em 2006 a FEMA sofreu uma
reorganização, com a qual aumentou os seus poderes, através do Post-Katrina Emergency
Reform Act.
11
Citação traduzida. Original: “direction, control and warning systems which are common to the full range
of emergencies from small isolated events to the ultimate emergency – war”. (28)
29
3.2 Ligação entre o planeamento dos transportes e planos de
contingência
Tal como já foi referido até agora, os planos de segurança e protecção das cidades não
focavam aspectos de transportes até recentemente, historicamente focando-se mais em
aspecto bélicos e depois em aspectos de segurança como por exemplo cheias ou incêndios.
No entanto esta situação tem vindo a alterar-se, como testemunha o exemplo dos EUA que
demonstra que as consequências económicas, directas e indirectas, dos efeitos dos incidentes
nas estruturas críticas para a deslocação e mobilidade de pessoas e bens impulsiona o
desenvolvimento de planos que mitiguem os impactos e diminuam o tempo de “inoperabilidade”
dessas mesmas estruturas. Neste momento o lote de cidades com planos de emergência ou
contingências especialmente desenhados para o sistema de mobilidade incluem Manchester
(Reino Unido) e Belo Horizonte (Brasil), havendo várias documentações disponíveis no âmbito
distrital/ nacional – por exemplo, no estado do Texas e nos Estados Unidos da América.
Meyer (29) indica que existe uma grande diferença entre a resposta a um desastre
natural e a resposta a uma disrupção no sistema de transporte e demonstra-o através de 3
casos de estudo: a greve de Nova Iorque de 1980, a falha dos serviços em Boston e a crise de
combustível em Dallas – Fort Worth.
30
eficaz dos recursos citadinos disponíveis e mantinha o Mayor informado, tendo sido
criado também um Emergency Management Center responsável por implementar e
monitorizar as medidas de contingência e por monitorizar os dados de deslocações e
inquéritos (tradução de travel data and survey data). É de referir ainda o papel do Office
of Civil Preparedness (OCP), responsável pela monitorização de eventos diários
durante o período de crise, criação e actualização dos procedimentos de contingência e
contacto com as entidades envolvidas.
31
• Acções recomendadas no plano basearam-se numa análise limitada;
• O plano foi usado como arma política, dado o clima de campanha existente.
Os três casos demonstram que a existência prevista de uma crise aumenta o interesse
e a motivação dos intervenientes e permite a definição de uma data-alvo como objectivo. Por
outro lado a incerteza sobre a ocorrência ou não de uma crise conduz a que os diferentes
intervenientes levantem mais obstáculos no assumir de responsabilidades e procedimentos,
aumentando a complexidade e a duração temporal de todo o processo de planeamento. Ainda
é assinalado o efeito positivo que o planeamento pré-emergência e respectiva preparação
podem ter na activação e implementação da resposta. A este propósito o autor refere Wenger
et al quando indica muitas vezes há um ênfase excessivo na construção do plano e um défice
na atenção dada ao processo de implementação do mesmo.
32
Em ambos os casos as situações de crise podem representar oportunidades únicas
para implementar medidas e processos inovadores que, em circunstâncias normais, não
seriam adoptados ou cuja implementação seria o resultado de um longo e moroso processo de
aprovação.
12
No subcapítulo 2.1.1 é feita uma análise dos eventos e da sua classificação.
33
As acções de prevenção fazem parte dos Documentos Operacionais de Trânsito
(DOTs), mas não havia uma sistematização de implementação das mesmas, nomeadamente
na parte inter-organizacional. O uso de mapas e croquis está difundido e estes são uma
ferramenta importante nos planos de acções operacionais e de acções preventivas,
representando um meio rápido de partilha de informação visual e de especial potencial nos
desvios de fluxos e alterações de itinerários.
Ainda na fase de diagnóstico notou-se que a gestão logística era feita tendo em conta
os recursos disponíveis e as necessidades a cobrir, mas não havia treinos específicos nem
preparação prévia para o atendimento de contingência. Na avaliação dos incidentes e da sua
propagação não havia um método único, sendo que cada entidade adoptava o seu próprio
procedimento. Finalmente é de referir que a divisão da cidade em áreas de actuação seguia,
em geral, a divisão administrativa da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PMBH). Esta
divisão no entanto apresentava dois aspectos negativos: i) não era uma divisão comum a todas
as entidades, o que levava a problemas na forma de actuação; ii) a divisão administrativa não
resultava em regiões homogéneas, dificultando o planeamento das acções a tomar. Para
solucionar esse problema o Plano sugere o estabelecimento de Unidades Operacionais de
Segurança (UOS), unidades espaciais próximas e homogéneas quanto à sua criticalidade e
quanto aos procedimentos e recursos a utilizar, definidas tendo em conta também os
obstáculos físicos ou funcionais existentes e os usos do solo existentes.
34
deficiente articulação entre órgãos, com cada um a definir os seus próprios padrões de
actuação não priorizando a articulação e/ ou obtenção de sinergias com os demais”.
35
CAPÍTULO 4: Caso de Estudo – Lisboa, com ênfase nalgumas
zonas
No desenvolvimento dos objectivos deste trabalho, uma das hipóteses iniciais visava a
elaboração de um Plano de Contingência, numa óptica do Sistema de Mobilidade Urbano.
Dadas as restrições pendentes, ao nível do tempo disponível e da informação disponível,
definiu-se como objectivo o estudo da transferabilidade, ao nível lógico, de um Plano já
existente para a realidade de Lisboa.
A escolha da cidade a utilizar como caso de estudo foi grandemente influenciada pela
necessidade de comunicar frequentemente com órgãos oficiais da mesma, logo premiando a
proximidade geográfica, mas também a previsibilidade de que a informação necessária já estar
sistematizada e daí mais facilmente acessível. Dado que o trabalho foi desenvolvido no
Instituto Superior Técnico, Lisboa cumpre estas duas necessidades: é a própria cidade, com
bastantes facilidades de deslocamento, e possui estruturas oficiais e organizacionais
funcionais.
37
• Definição da abordagem a aplicar e do tecido urbano a analisar
38
o Rede do Metropolitano de Lisboa;
o Linhas Suburbanas da CP;
o Praças de táxis.
Incidentes:
o Densidade de incidentes registados nas vias principais e
secundárias, associados aos respectivos impactos;
o Entidades envolvidas na resposta aos incidentes e procedimentos
existentes.
39
4.2 Caracterização das zonas de estudo
Para a caracterização de Lisboa e das zonas de estudo foram utilizadas várias fontes,
das quais de destaca o PDM de Lisboa em vigor (33), o PME ainda em vigor e o estudo de
Mobilidade de Lisboa. Foram utilizados dados desses documentos, mas também dados
actualizados para comparação (quando disponíveis). Também foram analisadas as propostas
de melhoria da rede apresentadas e, quando implementadas, as suas consequências.
Nas duas décadas finais do século XX, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) registou
um aumento significativo da população, a qual se cifrava acima dos 2,5 milhões de pessoas.
Esta tendência não é homogénea em todo o seu território, verificando-se que o concelho de
Lisboa registou um acentuado decréscimo da sua população, atingindo a ordem dos 30%
nesse período. Esta tendência é explicada por dois motivos principais:
• Envelhecimento da população residente em Lisboa;
• Migração da população da cidade para os subúrbios, nomeadamente concelhos de
segunda coroa, processo que ocorre devido às políticas individuais de cada
município, às melhorias da acessibilidade reflectida no desenvolvimento de
infra-estruturas rodo e ferroviárias e às ofertas imobiliárias mais acessíveis (por
comparação com a realidade lisboeta).
40
(entre 46 a 50%), ao contrário do que acontece na Baixa e Oriente (onde os valores se situam
entre 50% e 55%). Ainda assim refira-se que as projecções da população de Lisboa utilizadas
para a revisão do PDM se situam entre os 456 605 e 539 905 habitantes consoantes os
cenários utilizados, mas que foram adoptadas as previsões do cenário pró-activo (que inclui as
medidas correctivas tomadas) que prevê uma população residente de 721 736 habitantes (34).
Não se deve apenas observar apenas a população residente em Lisboa, mas toda a
população da qual a cidade faz parte no seu dia-a-dia e que utiliza o SMU com frequência. Os
principais corredores de acesso à cidade eram, em 2001, Amadora/ Sintra (112700), Almada/
Setúbal (79000), Loures/ Vila Franca de Xira (68800) e Oeiras/ Cascais (59800). O corredor
Oeste (35400) também registava números significativos, mas num escalão mais baixo, e
finalmente o corredor Palmela/ Montijo (6900) é o que menos pessoas transportava.
Este gradiente entre as três zonas em estudo também se verifica numa análise de
estabelecimentos comerciais, em que a Baixa apresenta uma das densidades mais elevadas,
Alvalade encontra-se num escalão abaixo e o Oriente apresenta das densidades mais baixas.
Também se pode referir o facto das duas primeiras zonas não possuírem agregações de
estabelecimentos comerciais com a dimensão que o Centro Vasco da Gama regista,
caracterizando-se por agregações mais pequenas e, acima de tudo, pela existência de um
tecido de estabelecimentos comerciais mais disperso pelas diferentes artérias.
41
e o Campo Grande (índices entre 6 a 12). As zonas num escalão abaixo (1,25 a 6)
correspondem com densidades habitacionais baixas coincidentes, nalguns casos, com zonas
de concentração de postos de emprego e/ou pólos universitários. Tanto Alvalade como Oriente
situam-se no escalão que inclui as situações de equilíbrio (0,75 a 1,25), fruto do planeamento
de cada uma. As restantes zonas desse escalão também são zonas cujo desenvolvimento
respeitou um planeamento prévio ou zonas que, devido às suas características
histórico-económicas, possuem densidades populacionais e de emprego equivalentes.
Estudando estas deslocações, foi verificado que a maioria das deslocações é feita com
uma utilização conjunta de transporte colectivo e transporte a pé, embora a quota tenho sofrido
um decréscimo entre 1991 e 2001, a que corresponde, por seu lado, a um aumento da quota
relativa ao transporte individual. Também é de assinalar que a percentagem de utilizadores do
transporte colectivo e deslocações a pé é superior para residentes de Lisboa (21%) do que
para não residentes (0,4%), o que poderá dever-se à falta de alternativas (ou ao seu
desconhecimento) que promovam a mudança do TI para o TC (com quotas de,
respectivamente, 37% e 42% para residentes e 41% e 58% para não residentes). As
deslocações a pé são quase irrisórias, dado que se percebe pelo aumento das distâncias
percorridas. O aumento da quota do TI é proporcional ao aumento da distância física, tendo em
conta não só a rapidez (motivo indicado nos inquéritos) mas igualmente a baixa atractividade
que o TC tem em muitos conselhos mais limítrofes.
Na análise do TI, importa referir que Lisboa apresentava, em 2001, uma taxa de
motorização 281,8 veículos, dos quais apenas cerca de 63% eram utilizados durante a semana
pelos seus proprietários. A maior concentração de viagens regista-se na Baixa e nas Avenidas
Novas, e as Unidades de Análise com maior aumento populacional e com maior população
jovem foram as que registaram um aumento generalizado das viagens.
42
As diferenças entre residentes e não residentes em Lisboa também se reflectem
noutros indicadores utilizados no Plano de Mobilidade. Para os primeiros o principal motivo de
viagem é o regresso a casa, seguido do Trabalho ou Estudo e depois por Compras ou Lazer. A
primeira categoria não se aplica, obviamente, ao não residentes, cujo principal motivo é o
Trabalho ou Estudo, sucedendo-se as deslocações por Assuntos Pessoais e, quase
equitativamente, as referentes a Compras e Lazer ou Outros motivos. Poderá se equacionar
que o motivo que leva os não residentes a tratar de Assuntos Pessoais dizem respeito a
serviços e entidades centralizadas em Lisboa, não disponíveis nas suas zonas de residência, e
seria interessante explorar se estas viagens geram uma agregação de assuntos a tratar ou são
efectuadas independentemente desse ponto.
A Rede Viária
A rede viária é o conjunto de vias e artérias que permite a circulação de veículos entre
os diversos pontos da cidade. A Rede Viária de Lisboa, que totaliza mais de 1000 km13, está
hierarquizada do seguinte modo, segundo o estudo de Mobilidade:
- 1º Nível: Rede Estruturante
13
O mapa de GeoMedia utilizado totaliza cerca de 1200 km de vias, mas este dado não foi oficialmente
encontrado em nenhum dos documentos consultados. O estudo de Mobilidade indica que a rede tinha
1070 km na altura em que foi elaborado.
43
- 2º Nível: Rede de Distribuição Principal
- 3º Nível: Rede de Distribuição Secundária
- 4º Nível: Rede de Proximidade e Rede de Acesso Local
Encontra-se em processo a revisão do Plano Director Municipal da Câmara Municipal
de Lisboa (o vigente data de 1994), cujos últimos documentos preliminares datam de Julho
último, onde é indicada a hierarquiza da rede viária tal como se pode consultar no Anexo 01
(Rede Viária da proposta do novo PDM, Julho 2009).
A Rede Local (3º e 4º Nível) constituía à data os restantes 68% da rede viária e 28% do
tráfego, funcionando como ligação das zonas situadas entre os principais pólos da cidade,
incluindo os próprios bairros habitacionais. As suas características tornam-na desaconselhada
aos fluxos de ligação de nível superior, devendo os seus fluxos apresentar velocidades mais
baixas e, em zonas habitacionais, balançar a prioridade entre o tráfego automóvel e o tráfego
pedonal.
A rede viária apresenta uma Hora de Ponta da Manhã (HPM) entre as 08h00 e as
09h00 e uma Hora de Ponta da Tarde (HPT) entre as 18h00 e as 19h00. No período matinal à
uma maior concentração (860 900 veic.×km) face ao período de ponta vespertino (785 700
veic.×km), sendo que a Rede Estruturante suporta, respectivamente, 72% e 78% do tráfego em
veic.×km no HPM e no HPT.
44
diferentes áreas da cidade, tais como Campolide – Campo de Ourique, Carnide Norte – Lumiar
Norte, Lumiar Sul – Campo Grande, Santa Marta – São Vicente e Arroios – Beato.
A rede viária já foi analisada quanto à sua estrutura, cobertura espacial e ligações, mas
importa também referir os resultados na Análise de Incoerências, cujos resultados são os
14
pontos de conflito da hierarquia da rede viária . Em geral estes reflectem pontos de ligação
entre níveis hierárquicos não consecutivos, e listam-se da seguinte forma:
14
Pontos de conflito obtidos no estudo de Mobilidade, através do procedimento descrito na página 97 do
mesmo.
45
Ligação da CRIL à Estrada da Circunvalação (Parque de Campismo);
Ligação da 2ª Circular (Av. General Norton de Matos) ao Bairro de Telheiras;
Ligação da 2ª Circular (Av. Cidade do Porto) ao Bairro da Encarnação;
Vários acessos na 2ª circular [1º nível e 3º nível], incluindo Nó da Buraca15 e o Nó
do Eixo Norte/ Sul.
Da tabela abaixo é possível verificar que as artérias onde ocorrem o maior número de
acidentes pertencem geralmente ao 1º ou 2º nível hierárquico da rede viária, o que implica que
perturbações neles causadas são mais prováveis de espalhar os seus efeitos nefastos a outros
níveis inferiores da rede. Também é de notar que as artérias onde se registam o maior número
de acidentes praticamente não variou nos dois anos e também se deve salientar o facto do
número de acidentes ter diminuído em todas as artérias, excepto em parte da 2ª Circular (Av.ª
General Norton de Matos) e Av.ª Cidade do Porto (via que corresponde à saída da 2ª Circular
para o Aeroporto – Chegadas e para a Av.ª de Berlim), que registaram um ligeiro aumento de
2% e 1% respectivamente. Dado que os radares instalados em várias artérias da cidade 16
começaram a funcionar em meados de Julho de 2007, pode-se admitir que estes podem ter
tido um efeito apaziguador na condução de risco e nos acidentes. (35) Durante a entrevista na
Divisão de Trânsito da PSP foi também realçado o facto das artérias com maior número de
acidentes não corresponderem aos pontos negros relativamente a vítimas graves, muito graves
ou mortais.
15
Obras a decorrerem.
16
“O novo sistema (…) está instalado nas avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília,
de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho
e nos túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI (…) e ainda na Radial de
Benfica e na Segunda Circular (…)” (71)
46
Ao nível do desempenho da rede viária, o estudo de Mobilidade analisa dados relativos
a Níveis de Carga, Saturação, Rácio Velocidade Corrente/Velocidade Teórica, Levantamento
de Velocidades via GPS, Análise de Pontos Sensíveis. Também foca o Estacionamento em
Vias de Distribuição Principal (estacionamento lateral), o qual não será mencionado, dado o
impacto menor no plano de contingência.
Quando uma via recebe mais tráfego do que o que consegue encaminhar passa a estar
saturada. Quanto maior o nível de saturação, menor o nível de serviço e maior a prepotência à
ocorrência de incidentes. Como já foi indicado anterior, as horas de ponta matinais e
vespertinas apresentam volumes de tráfego ligeiramente diferentes, reflectindo-se no nível de
saturação dos diferentes sentidos de circulação das vias. Ainda assim, uma análise global (sem
ter em conta os sentidos de circulação separadamente) indica os conjuntos de eixos mais
47
saturados, assinalados no Mapa 03 (Figura 4) e listadas no Anexo 03 (Rede Viária – Vias com
maior saturação por nível de rede).
Por fim o Plano de Mobilidade apresenta três razões para a degradação das condições
de circulação:
O desempenho medíocre de vias de níveis superiores (ou troços delas) leva ao
seu congestionamento e, consequentemente, à mudança de rotas por parte
dos condutores;
A rede estruturante e de distribuição principal não garantem ainda a cobertura
espacial desejada em toda a cidade;
48
Verifica-se o atravessamento dos bairros através da rede viária local, dado esta
representar uma alternativa viável originando conflitos entre peões e veículos.
Lisboa é servida por uma rede de transportes públicos, colectivos e individuais, que
garante uma boa mobilidade em geral. Várias medidas têm sido implementadas no sentido de
melhorar as redes existentes e as ligações intra e inter modos de transporte, simultaneamente
colmatando as falhas de cobertura com qualidade que pontualmente ainda se verificavam. As
redes funcionam com o transporte colectivo rodoviário e ferroviários e com o transporte
individual rodoviário (táxis).
O TRANSPORTE SUBURBANO
O TRANSPORTE URBANO
49
terminais (Marquês de Pombal, Campo Grande, Baixa/Chiado, Alameda, Cais do Sodré,
Oriente). A rede do Metropolitano já efectuou e/ou tem em vista expansões importantes, as
quais não foram agora consideradas para efeitos de caracterização do SMU actual, mas que
vão melhorar a qualidade do transporte por assegurar ligações a zonas actualmente mal
servidas e/ ou melhorar as condições para mudança de modo (e, consequentemente, a
multimodalidade).
50
de Pombal – Amoreiras (onde se concentram serviços e comércio), Benfica e Olivais – Oriente
(zonas de ligação com fluxos suburbanos e com a interface da Gare do Oriente) eram
caracterizados por uma oferta rica. Os restantes eixos de serviços (Av. Almirante Reis) e
importantes zonas habitacionais (Alvalade, Castelo) encontram-se num escalão abaixo, bem
como algumas zonas ribeirinhas (entre Alcântara e o Cais do Sodré) entre outras. Verifica-se
que as três zonas de estudo (Baixa, Alvalade e Oriente) estão bem servidas, mas que há uma
diferença notória entre a oferta no HPM e HPT e o intervalo diurno entre elas, desigualdade
também verificada em Lisboa. Como já foi referido, a Carris reformou a sua rede, tendo como
um dos objectivos assegurar boa acessibilidade às diferentes zonas da cidade, pelo que esta
situação já poderá ter sido parcialmente resolvida.
51
O Plano de Mobilidade termina a análise da rede de TC sugerindo várias medidas,
algumas das quais estão apresentadas mais à frente, na secção 4.4.
Deve ser referido ainda o táxi, como TI público com importante papel no SMU.
Segundo a ANTRAL, Lisboa possuía cerca de 4400 táxis licenciados, que transportam
diariamente mais de 135.000 passageiros, equivalendo a cerca de 4 milhões/mês (42). No
regime actual os táxis permitem complementar a oferta do TC em situações pontuais; podendo
evoluir para um uso mais frequente se houver uma adaptação do modelo de serviço.
A Rede Pedonal
52
Figura 5: Cartão “7 Colinas”, cartão “Viva Viagem” e cartão “Lisboa viva” [fonte: (43) (44)].
O SMU possui outro sistema que controla o “tempo de verde” da sinalética luminosa de
algumas zonas da cidade desde 1985,
1985 o GERTRUDE – Gestion Electronique de Régulation en
17
ANA, Carris, CP, Fertagus, Metropolitano de Lisboa, PT.Com, Scotturb, Transportes Colectivos do
Barreiro, Transportes Sul do Tejo, Transtejo, Vimeca, Rodoviária de Lisboa, desenvolvido em parceria
com a PT.COM
Temps Réel pour l'Urbanisme, les Déplacements et l'Environnement (Gestão Electrónica em
Tempo Real para Planeamento Urbano, Transportes e Ambiente), cujos objectivos são
assegurar fluidez no trânsito, melhorar
melhorar o desempenho dos transportes públicos, assegurar a
prioridade dos veículos de emergência e controlar a poluição atmosférica. O sistema, adaptado
a cada cidade onde é implementado, monitoriza em tempo real as condições e fluxos de
tráfego através da recolha de dados recolhidos por sensores colocados no pavimento e
tratamento dos mesmos numa estação central, respondendo depois de acordo com as
condições existentes e as condições pretendidas – pode criar “ondas de verde” durante o dia
ou interrompê-las
as durante a noite de modo a evitar velocidades elevadas. Este sistema permite
ainda a recolha de dados em formato estatístico, de modo a poderem servir de apoio à
monitorização do tráfego e à tomada de decisões. (51) (52)
NTI acciona
NTI envia
Ciclovias os
Reportam a agentes NTI
NTI recebe confirmam diferentes
ocorrência para actualiza a
informação a meios para
à PSP confirmar informação
ocorrência resolver a
informação
ocorrência
Quando uma
ma ocorrência é reportada à PSP por uma fonte externa, essa informação é
recebida no NTI (112).. Dadas as características prováveis, os
os operadores policiais do 112
contactam agentes para verificar o local, habitualmente
habitualm da divisão de Ciclovias devido à
rapidez e facilidade de deslocação. Após averiguação da ocorrência, os Agentes reportam
novamente ao NTI a confirmar a situação e facultando mais dados. Após centralizar toda a
informação e avaliar previamente a situação,
situaç o NTI, através dos seus OCRs, acciona os
diferentes meios necessários para dar uma resposta (PSP, INEM, RSB, etc.), coordenado a
comunicação inicial. Cada incidente introduzido no sistema dá origem ao cronograma
correspondente que engloba todas as informações
info e diligências, desde o seu início (recepção
da chamada telefónica) até ao seu término (recolha dos elementos de informação no local,
junto dos acidentados, normalizada a circulação de trânsito).
No caso das chamadas para o número 112 em que se tratam de acidentes com feridos,
as mesmas são reencaminhadas para o CODU-INEM para ser efectuada triagem telefónica
conduzida por Técnicos de Saúde. A intervenção do RSB pode ser accionada por contacto
directo de entidades exteriores e 112, mas também através dos números de socorro
disponíveis para a população civil ou contacto directo num quartel, através da linha de alerta de
incêndios 117, ofício dirigido ao Comandante do RSB ou pelas próprias equipas do RSB
aquando da detenção de uma anomalia in loco (o organograma dos RSB de Lisboa pode ser
consultado no Anexo 05).
19
Este novo sistema será utilizado por várias entidades , entre elas a PSP, SNPC
(Serviço Nacional de Protecção Civil), SNB (Serviço Nacional de Bombeiros) e ABV
(Associações de Bombeiros Voluntários) e INEM e CVP (Cruz Vermelha Portuguesa). O
18
Para uma análise exaustiva, consultar o Relatório do Grupo de Trabalho relativo ao Sistema Integrado
da Rede de Emergência e Segurança de Portugal, disponível na internet (55).
19
Para uma análise exaustiva, consultar o Relatório do Grupo de Trabalho relativo ao Sistema Integrado
da Rede de Emergência e Segurança de Portugal, disponível na internet (55).
55
relatório menciona ainda a possibilidade do sistema ser utilizado, ainda que com restrições,
pelas Forças Armadas em situações excepcionais de calamidade, crise, emergência ou guerra.
Este novo sistema e a escolha da área piloto (Lisboa) reflectem a necessidade que o INEM em
ter uma ferramenta funcional neste campo e o supracitado relatório indica que poderá servir de
“catalisador e indutor de acções de reestruturação, reorganização e modernização de
instituições, procedimentos e competências”. (55)
20
O conceito inicial, de 2002, já sofreu algumas alterações em vários Decretos-Lei de anos seguintes.
56
políticas tarifárias. (56) (57) (58) É de assinalar ainda que a AML possui um Sistema
Metropolitano de Informação Geográfica (SMIG), acessível através do “Portal de Informação
Geográfica” (59).
A modelação do SMU
Berdica et al. (60) afirmam que os modelos de microsimulação devem ter três
características desejáveis:
• Capacidade para variar as características da rede durante o período do modelo;
• Ajuste dinâmico às condições variáveis;
57
• Interacção detalhada de veículos ao nível individual e introdução aleatória dos
veículos na rede.
A recolha de dados para estes modelos é feita através da selecção de indicadores que
respeitem um conjunto de características (63):
• Relevância à escala da análise;
• Adequação às necessidades do utilizador;
• Pertinência para os objectivos a que se destina;
• Clareza e facilidade de compreensão (não ambíguo);
• Computação viável (disponibilidade e custos de obtenção de dados);
• Representatividade em relação à realidade analisada.
O grau de severidade dos eventos é, de certa forma, uma medida do impacto que os
mesmos têm sobre o SMU. Esse impacto é função não só das características do evento, mas
também da capacidade de resposta da rede de mobilidade da zona onde o evento ocorre.
58
(estragos humanos na matriz), existência de vítimas mortais (existência de vítimas na matriz),
extensão da área afectada e impacto nas funções de manutenção. Para efeitos do processo de
decisão das equipas operacionais, para despoletarem o Plano de Contingência, é atribuído um
código quantitativo a cada um destes critérios de acordo com a matriz abaixo (Figura 7) e a
decisão é tomada em função do somatório destes códigos. Note-se que esta matriz visa
apenas harmonizar o processo de decisão e em nenhum momento corresponde ao somatório
de critérios, pois isso seria um erro metodológico.
Proporções
Muito/Grande Pouco/Pequena Não houve/teve
Estragos materiais 1 0,5 0
Estragos humanos 1 0,5 0
Critérios
Existência de vítimas 1 - 0
Extensão da área afetada 1 0,5 0
Impacto nas funções de manutenção 1 0,5 0
59
Determinado o grau de Severidade no local por um técnico responsável (analista), é
declarada o estado de crise e são informados os órgãos prioritários ao atendimento de
emergência e a Central de Operações. De seguida é accionado um dos três níveis de alerta:
Alerta Amarelo, Alerta Laranja ou Alerta Vermelho (por ordem crescente de severidade). A
cada tipo de alerta está associado um grupo de procedimentos a seguir e deve ser atingido
progressivamente (Amarelo → Laranja; Laranja → Vermelho). No passo final desta fase o
analista avalia se ele deve permanecer como coordenador da resposta ou se deverá passar a
coordenação a outra equipa ou pessoa.
Salienta-se que, na presença de rumores sobre emergências, é imediatamente
accionado o Alerta Amarelo antes mesmo que estas sucedam.
60
infra-estruturas ou actividades da PSP. Segundo informação do Sindicado dos Trabalhadores
de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), tanto o Metro como a Carris não
têm aderido às greves gerais (apenas foi registada uma pequena adesão à greve geral de 11
de Maio de 2007) nem têm organizado greves nos últimos três anos.
21
IG = 100×M + 10×FG + 3×FL, em que M é o número de mortos, FG o de feridos graves e FL o de
feridos leves.
61
ii. A velocidade média é mais baixa no período de ponta da manhã devido à maior
concentração do trânsito num curto espaço de tempo, levando também à
ocorrência de menos acidentes por aumento do tempo de reacção disponível para
os condutores;
iii. No período pós-laboral os condutores podem apresentar sinais de cansaço
superiores em comparação com o período matinal, levando a um nível de
distracção mais elevado e/ ou menor tolerância, o que pode originar mais
acidentes.
Estas e outras hipóteses poderiam ser estudadas no futuro, para determinação das
verdadeiras razões que conduzem a esta evolução diária e diferença entre o período matinal e
vespertino.
Aquando da reunião com a PSP também foi transmitido que esta entidade apenas
possui dados sobre os incidentes ocorridos que são reportados ou que são identificados pelas
patrulhas. Os acidentes que são resolvidos amigavelmente entre as partes intervenientes não
fazem parte dos números oficiais desta força de segurança, sendo que parte desses acidentes
são resolvidos com recurso às companhias de seguro ou outra parte ainda é resolvida em
privado, por acordo mútuo entre os intervenientes. Esta entidade está também ao corrente da
realidade dos acidentes secundários (causados, directa ou indirectamente, por acidentes
primários), mas não possui números sobre os mesmos, dando apenas a indicação que são
mais frequentes em vias com mais velocidade de circulação, como consequência do menor
tempo de reacção disponível para os condutores.
62
correctivas do desempenho do sistema de transportes, com a confiança decorrente da
qualidade dessa informação.”
A ANPC desenvolveu o “Prociv IV/ 2008”, o maior exercício de protecção civil realizado
em Portugal até à data, com o intuito de treinar a “capacidade de resposta da ANPC, dos
mecanismos de articulação com os Agentes de Protecção Civil (APC) e dos sistemas de apoio
à decisão no quadro das intervenções de protecção civil resultantes da ocorrência de um
22
sismo” e operacionalizar a versão em análise do Plano Especial de Emergência de Risco
Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML). Este
simulacro realizou-se entre 21 e 23 de Novembro de 2008, nos distritos de Lisboa, Santarém e
Setúbal, e contou com o envolvimento de 68 entidades e organismos. Estas avaliaram o
exercício muito positivamente, destacando a sinergia criada e o estabelecimento de contactos
que promovem a cooperação futura.
22
Directiva Operacional Nacional N.º 13/2008 – Exercício Nacional “PROCIV IV/2008” (DON 13/2008),
Ponto 2, Alínea b (publicada pela ANPC a 5 de Novembro de 2008).
63
Existe uma diferença entre emergências de grande complexidade e as contingências
da vida diária, mas que essa diferença não deve ser motivo de não aprender entre as duas
situações, mas apenas tida em conta para a adequada transferabilidade, como foi
anteriormente referido neste trabalho. Com esta visão, o relatório desde exercício é uma
importante fonte de informação, pois engloba várias entidades já anteriormente mencionadas
no diagnóstico do caso de estudo e possui cenários enquadrados especificamente na cidade
de Lisboa.
23
Informação é o resultado do tratamento de dados, os quais não conseguem, apenas por si, criar
conhecimento. (64)
24
O DL nº 134/2006, de 25 de Julho, define o SIOPS como “o conjunto de estruturas, normas e
procedimentos de natureza permanente e conjuntural que asseguram que todos os agentes de protecção
civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando único, sem prejuízo da respectiva
dependência hierárquica e funcional” que “visa responder a situações de iminência ou de ocorrência de
acidente grave ou catástrofe”.
64
Nas várias propostas apresentadas, é sugerido realizar periodicamente exercícios
destes, intercalados por outros de menor dimensão, e que sejam desenvolvidos mecanismos
de articulação e cooperação que permitam aprofundar os contactos e sinergias resultantes do
exercício.
65
Ao nível das recomendações futuras, o plano aconselha à criação de um sistema de
informação com suporte SIG que permita monitorizar em tempo real, a utilização sistemática da
rádio para informação ao cidadão, a educação e sensibilização das populações, a avaliação do
desempenho da rede de mobilidade, com detecção dos trechos críticos da cidade a criação de
um grupo inter-institucional de monitorização do plano de emergência, responsável pela sua
melhoria contínua e a realização de cursos para treino.
Realça-se que vários estudos (por exemplo, Meyer e Belobaba (65)) já mencionaram a
necessidade de haver uma correcta gestão da informação e da forma como a mesma é
transmitida à população. É necessário garantir uma boa relação com os media de modo a
garantir que a mesma não é alterada, que não há sobreposição de mensagens e, acima de
tudo, que não há indicações divergentes entre diferentes níveis (local/ regional/ nacional) e/ou
nas zonas de fronteira das regiões administrativas com gestão independente.
Taylor & D’Este (66) também realçam a importância da identificação dos links críticos
num dos seus estudos da vulnerabilidade da rede. Tal ocorre quando, como é habitual, um ou
vários troços da melhor rota pertencem também à segunda melhor rota, pelo que a falha ou
condicionamento de um deles leva à degradação não só do caminho preferencial, mas também
da melhor alternativa previamente existente.
Esta medida já está prevista e deve ser implementada, dado que a gestão do tráfego
rodoviário através do sistema GERTRUDE já deu provas de ser eficaz e de permitir de facto
melhorar o tráfego nas zonas abrangidas.
66
diferentes fontes. Este sistema permitiria uma melhor cooperação e comunicação entre as
várias agências disponíveis e também pode auxiliar a identificação e monitorização dos arcos
críticos.
Ao nível da rede viária, uma correcta identificação do nome das vias (e de fácil leitura)
e das indicações para alcançar as vias principais a partir de diferentes pontos da cidade;
67
pedonal, mas também através da colocação de placas informativas da localização das
principais artérias (tal como já existe no Parque das Nações).
Tal como o estudo de Mobilidade de Lisboa já fez, reapreciação dos principais pontos
de conflito existentes (e levantamento de possíveis novos pontos) e desenvolvimento de
soluções correctivas adequadas.
68
Desenvolvimentos de um sub-plano cuja informação seja destinada a pessoas que
não falam Português (turistas, imigrantes) e que permita uma melhor utilização das
redes existentes, bem como possível redireccionamento para uma fonte de
informação em inglês, espanhol ou outra língua que seja significativa
Com base nas condições de circulação (níveis de saturação) das vias, definir várias
alternativas que não utilizem o trecho onde se situa o incidente. Redireccionar o trânsito para
alternativas diferentes, de modo a evitar a sobrecarga que pode ocorrer se existir apenas uma
alternativa.
69
Recorrer aos painéis de mensagens variáveis e aos programas de rádio com
informação sobre o trânsito (devendo existir acordos prévios sobre o modo de cooperação
entre esses meios de comunicação e as entidades oficiais).
70
CAPÍTULO 5: Conjunto Normativo e Conclusão
Neste capítulo final apresentamos um conjunto normativo sumário que pode ser
aplicado na elaboração do Plano de Contingência de uma cidade, não explicitamente Lisboa.
Também é feita uma reflexão face ao trabalho realizado, mencionando outras conclusões
retiradas e apresentando sugestões de correcção.
Após a elaboração deste trabalho apresenta-se um conjunto normativo que pode ser
aplicado aquando do desenvolvimento de um Plano de Contingência para uma qualquer
cidade, tendo em mente os posteriores ajustamentos para melhor o adaptar ao tecido urbano
em causa.
• Fase inicial:
o Determinação da missão e objectivos a alcançar com o plano;
o Desenvolvimento de uma linha temporal que represente as diversas fases e as
características, metas a atingir e entidades envolvidas em cada período.
o Apresentação do plano a todos os intervenientes, i.e., as várias organizações
privadas e públicas envolvidas, bem como representantes da população;
o Recepção de ideias sobre o plano e os seus objectivos e possível ajuste ao
mesmo;
• Fase de diagnóstico:
o Elaboração dos documentos a utilizar para recolha de dados e informação
durante a fase de diagnóstico;
o Recolha de dados (entrevistas, outros métodos) e documentos oficiais junto
das diferentes entidades previamente seleccionadas;
o Tratamento dos dados obtidos e gestão da informação;
o Elaboração e apresentação do relatório de diagnóstico;
• Fase de produção do plano:
o Desenvolvimento do método de classificação de eventos;
71
o Desenvolvimento do método de classificação de criticalidade das unidades
espaciais da cidade, se necessário com recurso a um prévio reordenamento
espacial das mesmas com vista a alcançar uma solução mais homogénea;
o Adaptação do sistema de alerta de modo a ter em conta não só a classificação
do evento, como também a da área impactada pelo mesmo;
o Definição dos procedimentos a adoptar para cada nível de alerta, bem como a
estrutura de recursos humanos e inter-organizacional a existir;
o Criação de documentos standards para as várias categorias, que permitam a
centralização da informação a utilizar o evento, mas também o posterior registo
de todo o processo, incluindo a avaliação do procedimento e propostas de
melhorias futuras;
o Desenvolvimento de um sistema de monitorização de resultados que garante a
melhoria e evolução contínua do plano;
• Fase final:
o Estabelecimento de acordos de cooperação entre as diferentes entidades,
incluindo acordos com meios de media para garantir a informação à população
através dos mesmos;
o Desenvolvimento de um programa de treinos e simulações que abranjam
diferentes níveis de alerta e tipos de incidentes/ unidades espaciais, com o
objectivo triplo de melhorar a acção conjunta de diferentes entidades, criar e
desenvolver sinergias e melhorar o plano após a análise dos resultados
obtidos;
o Apresentação do plano, tanto na sua vertente interna, como na sua versão
pública.
Salienta-se que estas etapas podem ser usadas na criação de um plano de raiz ou
podem ser adaptadas para a revisão de planos já existentes e que a realização de exercícios
como testes de validação de proficiência de cada uma das fases é importante, principalmente
na fase de pré-aprovação do Plano, para o seu eventual ajuste. O próprio programa de treinos
e simulações (que deve incluir a avaliação do modo como decorreram) constitui uma
ferramenta central no processo iterativo de contínuo melhoramento, o qual deve incluir a
revisão de todas as fases.
Tal como foi identificado durante o trabalho, é crítico que todas as partes que intervêm
no processo de criação/ revisão do plano possam participar activamente. Neste sentido é
importante trabalhar para que haja um ambiente de abertura a novas sugestões, bem como
meios através dos quais as mesmas possam ser apresentadas.
72
Todas as entidades directamente relacionadas com o Sistema de Mobilidade Urbana e
com as acções de protecção civil devem estar presentes no processo, mas devem ser ouvidas
também os profissionais que operam diariamente no sistema (motoristas dos TC, taxistas,
outros) e as entidades indirectamente envolvidas, tais como os meios de comunicação (rádio,
televisão, jornais) e as associações de utilizadores dos diferentes meios de transporte.
A motivação e participação dos diversos representantes podem ser estimulada através
definição de objectivos claros e de metas temporais a alcançar, bem como através da
organização de situações de partilha de informações e feedback entre organizações que
potencializem o desenvolvimento e melhoramento de acções de cooperação.
Ao longo deste trabalho já foi demonstrado por várias vezes que é imperativo para a
cooperação entre organização e para a rapidez e qualidade da resposta saber identificar e
caracterizar rapidamente os incidentes. Esta premissa implica que haja uma base tecnológica
que permita não só a partilha de informação num formato compatível com todos os utilizadores,
mas também que a mesma seja feita em tempo-real e que permita um bom nível de
interactividade para poder ser actualizada à medida que se desenvolvem novas acções.
Para atingir este objectivo pode ser implementado um sistema informático único
partilhado ou optar por uma solução em que os vários sistemas existentes conseguem aceder
a um sistema central e a partir daí aceder e partilhar a informação. No primeiro caso há a
vantagem de poder ser adoptada uma solução mais simples, mas pode ser de difícil
implementação (e mais dispendiosa) caso já existam sistemas em uso nas diferentes
organizações, não só porque as pessoas já estão habituadas a trabalhar neles e um novo
sistema implica horas de formação e habituação ao mesmo, como a mudança pode implicar
“desaproveitar” todo o investimento realizado até à data nos sistemas em uso. No segundo
caso todo o que foi agora enumerado já não se aplica, mas ao nível informático implica
conseguir uma solução que compatibilize dados em diferentes formatos, bem como uma
possível manutenção mais complexa e dispendiosa dado o elevado grau de especificidade
(incluindo a resolução dos bugs que geralmente aparecem nos sistema).
Por fim, ao elaborar um plano deve ser tida em conta o espaço da cidade, do ponto de
vista interna e externo. Internamente convém adoptar uma divisão espacial que garanta uma
solução homogénea dentro de cada zona, ao nível sócio-urbanístico e ao nível das
73
características de uso e de transportes das mesmas. Novamente convém que esta divisão seja
adoptada (ou pelo menos integrada) pelas diferentes entidades de modo a facilitar a
comunicação entre as diferentes equipas e evitar a sobreposição de equipas da mesma
entidade ou de entidades diferentes.
Do ponto de vista externo convém analisar a interacção que o tecido urbano em causa
possui com aquele que o rodeia. No caso de vilas e cidades pequenas, esta interacção deve
ser tida em conta, mas pode não criar tantas implicações, no entanto o mesmo não se passa
no contexto de grandes metrópoles. Quando existem grandes fluxos de entrada e saída da
cidade relativamente aos restantes municípios é preciso preparar medidas que garantam os
movimentos dessas pessoas e produtos, não só dentro do contexto citadino, mas também
inter-municipal. Adicionando a esse ponto de vista, devem ser acauteladas conflitos entre
municípios, principalmente nas situações de incidentes fronteiriços, ou seja, deve haver um
acordo e diálogo entre ambos para garantir que as medidas aplicadas não criam novos
problemas e que há uma coordenação de recursos e comunicação interna e externa.
Uma visão global do trabalho realizado revela que alguns dos objectivos inicialmente
propostos eram demasiado ambiciosos, face às limitações que foram encontradas. Ainda
assim, verifica-se que vários foram alcançados, tal como dotar este caso de estudo de um
enquadramento teórico, e outros foram adaptados. A caracterização do Sistema de Mobilidade
Urbana focou Lisboa na generalidade, dando apenas um ênfase pontual às três zonas de
estudo iniciais, já que os dados obtidos se encontravam principalmente à escala municipal.
Este facto também se reflectiu na insuficiência de informação quanto às zonas, não permitindo
a determinação de Níveis de Criticalidade. Relativamente aos eventos, a falta de informação
com o nível de detalhe necessário apenas possibilitou a criação de grandes grupos de eventos,
mas não permitiu uma análise mais fina que resultasse numa proposta de procedimento para
determinação da magnitude dos mesmos. Na ausência tanto dos Níveis de Criticalidade como
da magnitude dos eventos, o sistema de Níveis de Alerta – que funcionariam de modo
semelhante à Severidade dos eventos do Plano de Belo Horizonte – e os respectivos
procedimentos também não puderam ser desenvolvidos.
74
Lisboa ainda tem um longo percurso a percorrer no sentido de melhorar a sua resposta
a incidentes que ocorrem no SMU, mas podemos felicitar-nos por notar que os primeiros
passos já foram dados e que vários desenvolvimentos estão a ser pensados e aplicados num
futuro próximo. Um exemplo desta situação é a alteração que se irá verificar em breve na
estrutura da Protecção Civil e nos Serviços Municipais de Protecção Civil, já prevista e
integrada no novo Plano de Emergência Municipal actualmente em desenvolvimento.
Terminado este trabalho, faz-se uma avaliação positiva do mesmo. Apesar de não ter
sido possível aceder ou processar toda a informação – situação que se deveu às inúmeras
fontes distintas de informação, necessidade de autorização para acesso e utilização de dados
e restrições de tempo com origem externa a este trabalho – conseguiu-se obter resultados
iniciais com qualidade. Espera-se que o trabalho realizado permita utilizar este documento
como ferramenta complementar para uma contextualização teórica e real da cidade de Lisboa
que dê origem a novos projectos ou que apoie os que já se encontram em desenvolvimento.
75
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65. Meyer, M. D., Belobaba, P., “Contingency Planning for Response to Urban Transportation
System Disruptions”, Journal of the American Planning Association, Vol. 48:4, 1982, pp. 454-465.
66. Taylor, M. A. P., D'Este, G. M., “Critical infrastructure and transport network vulnerability:
developing a method dor diagnosis and assessment” in The Second International Symposium on
Transportation Network Reliability (INSTR), Christchurch, Nova Zelândia, 2004.
67. s.a., “Taxistas comunicam abandono de resíduos e de veículos”, Transportes em Revista, 74,
Abril de 2009, p. 68.
68. Hartgen, D. T., “New York State's perspective on transportation energy contingency planning”
(abstract), Science Direct. Consultado em 04 de Abril de 2008,
<http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V2S-498M1BW-
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69. Thywissen, Katharina, “Components of Risk - A Comparative Glossary. Alemanha : UNU
Institute for Environment and Human Security (UNU-EHS)”, SOURCE - ‘Studies of the University:
Research, Counsel, Education’, Publication Series of UNU-EHS, No. 2/2006, 3-9810582-1-6.
70. s.a., “Decreto-Lei 27/2006”, Vol. Diário da República n.º 126 de 3 de Julho de 2006, Portugal,
pp. 4696-4706.
71. s.a., “Lisboa: Radares registam 80.307 excessos de velocidade no 1º semestre”, Mundo
Português, 10 de Julho de 2008.
81
Anexos
Anexo 02: Rede Viária – Vias com maior fluxo por nível de rede.
Anexo 03: Rede Viária – Vias com maior saturação por nível de rede.
Anexo 09: Critérios internos utilizados pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa na
classificação dos incidentes.
Anexo 10: Evolução horária do número de acidentes nas 15 vias com maior número de
registos.
83
Anexo 01
Prevista Nível 1
Prevista Nível 2
Prevista Nível 3
Prevista Nível 4
MOBILIDADE E TRANSPORTES
REDE VIÁRIA
Julho 2009
Sistema de referenciação Hayford-Gauss, DATUM 73 1:15.000
m
500 250 0 500
Anexo 02
Nota: No mapa integrado no texto do trabalho os dois trechos da CRIL, a Radial de Benfica e a parte mais
recente do Eixo Norte/ Sul foram desenhada “a olho”, dado que esses eixo viários não estavam introduzidos
na base de dados no ficheiro utilizado para a elaboração do mapa.
Nota: No mapa integrado no texto do trabalho a Radial de Benfica foi desenhada “a olho”, dado que esse
eixo viário não estava introduzido na base de dados no ficheiro utilizado para a elaboração do mapa.
Polícia de Segurança
Pública
Unidade
Comandos
Departamentos Especial de
Territoriais
Polícia
Comando Territorial de
Lisboa
Divisões Núcleos
Outros
NTI
Núcleos
Outras Secção de
Secções Exploração
Atendimento Comunicações
112 Rádio
Fonte: PSP.
Anexo 05
Fonte: RSB.
Anexo 06
Lista de representates:
(*) Não há informação sobre missas, apenas eventos para os quais foi pedida autorização.
(**) Nos eventos oficiais incluiram-se também as acções de campanha política.
(***) Não foi possível recolher informação relativa à actividade do PM, apenas do PR.
(****) Número de acidentes nas 15 artérias mais acidentadas - não tem em conta os restantes
acidentes registados, nem os acidentes que acontecem, mas são tratados amigavelmente através
das companhias de seguro e/ ou em privado.
Fontes: Governo Civil de Lisboa, Palácio de Belém, PSP, RSB, ATL, internet.
internet
Anexo 08
Edifícios Habitados
Edifícios Desabitados
Incêndios Ar Livre
Veículos
Abertura de Portas
Acidentes/Salvamentos de Viação
Apanha de Animais
Conduções Ambulatórias
Curtos Circuitos
Detecção de Incêndio
Vários
Edifícios em Mau Estado
Inundações
Queda de Árvores
Socorros a Náufragos
Fechos de Gás
Falsos Alarmes
Incêndio
Incêndio - Povoamento Florestal
Incêndio - Agrícula
Incêndio - Inculto
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação)
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Habitação
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Estacionamento
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Serviços
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Escolar
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Hospitalar/Lar
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Espectáculo/Lazer/Culto Religioso
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Hoteleira e similar
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Comercial/Lojas/Feiras/Gare de Transporte
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Cultura/Museu/Arte/Biblioteca
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Militar/Forças Segurança
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Indústria/Oficina/Armazém
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Edifício Devoluto/Degradado
Incêndio - Edifício (Infra-estrutura/Instalação) - Edifício de grande altura (>29 m)
Incêndio - Equipamentos (sem afectação do ambiente)
Incêndio - Equipamentos (sem afectação do ambiente) - Contentores de lixo
Incêndio - Produtos
Incêndio - Transportes
Incêndio - Transportes - Rodoviário
Incêndio - Transportes - Aéreo
Incêndio - Transportes - Ferroviário
Incêndio - Transportes - Aquático
Incêndio - Detritos
Acidentes
Acidentes - Rodoviários
Acidentes - Rodoviários - Atropelamento
Acidentes - Rodoviários - Com viaturas
Acidentes - Rodoviários - C/ Encarcerados
Acidentes - Aéreo
Acidentes - Ferroviário
Acidentes - Ferroviário - Atropelamento
Acidentes - Ferroviário - Abalroamento
Acidentes - Ferroviário - Choque
Acidentes - Ferroviário - Descarrilamento
Acidentes - Ferroviário - Com Encarcerados
Acidentes - Aquático
Acidentes - Aquático - Queda ao Rio
Acidentes - Equipamentos
Acidentes - Equipamentos - Elevadores
Acidentes - Equipamentos - Escadas/Tap. Rolantes
Infra-estruturas e Vias de Comunicação
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Queda de Árvore
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Corte de abastecimento
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Corte de abastecimento - Água
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Corte de abastecimento - Electricidade
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Desabamento
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Desabamento - Queda de Revestimento
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Deslizamento
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Inundação
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Desentupimento/Tamponamento
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Danos/Queda Cabos Eléctricos
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Danos/Queda Cabos Eléctricos - Curto-circuito
Infra-estruturas e Vias de Comunicação - Queda de Estruturas
Pré-Hospitalar
Pré-Hospitalar - Intoxicação
Pré-Hospitalar - Doença Súbita
Pré-Hospitalar - Traumatismo/Queda
Pré-Hospitalar - Queimado
Pré-Hospitalar - Parto
Pré-Hospitalar - Afogamento
Pré-Hospitalar - Médico-Evacuação (Helitransporte)
Pré-Hospitalar - Médico-Evacuação (Helitransporte) - Inter-Hospital
Pré-Hospitalar - Médico-Evacuação (Helitransporte) - Transporte de Orgãos
Conflitos Legais
Conflitos Legais - Explosivos
Conflitos Legais - Explosivos - Ameaça
Conflitos Legais - Explosivos - Explosão
Conflitos Legais - Agressão/Violação
Conflitos Legais - Suicídio/Homicídio
Conflitos Legais - Suicídio/Homicídio - Tentativa
Conflitos Legais - Suicídio/Homicídio - Consumado
Conflitos Legais - Motim
Conflitos Legais - Transporte/Remoção Cadáver
Tecnológicos Industriais
Tecnológicos Industriais - Acidentes Matérias Perigosas
Tecnológicos Industriais - Acidentes Matérias Perigosas - Radiológicos
Tecnológicos Industriais - Acidentes Matérias Perigosas - Químicos
Tecnológicos Industriais - Acidentes Matérias Perigosas - Biológicos
Tecnológicos Industriais - Matérias Perigosas em Trânsito
Tecnológicos Industriais - Matérias Perigosas em Trânsito - Radiológicos
Tecnológicos Industriais - Matérias Perigosas em Trânsito - Químicos
Tecnológicos Industriais - Matérias Perigosas em Trânsito - Biológicos
Tecnológicos Industriais - Fuga de Gás
Tecnológicos Industriais - Fuga de Gás - Canalização/Conduta
Tecnológicos Industriais - Fuga de Gás - Garrafa
Tecnológicos Industriais - Fuga de Gás - Depósito/Reservatório
Tecnológicos Industriais - Situações Suspeitas
Tecnológicos Industriais - Situações Suspeitas - Verificar Fumos
Tecnológicos Industriais - Situações Suspeitas - Verificar Cheiros
Tecnológicos Industriais - Situações Suspeitas - Verificar SADI / Alarmes
Serviços
Serviços - Prevenções
Serviços - Prevenções - Patrulhamento/Vigilância
Serviços - Prevenções - Espectáculo
Serviços - Prevenções - Desporto
Serviços - Prevenções - Queimadas
Serviços - Prevenções - Transportes
Serviços - Prevenções - Pré-Posicionamento Meios
Serviços - Limpeza de Via/Conservação
Serviços - Limpeza de Via/Conservação - Sinalizar Buraco
Serviços - Limpeza de Via/Conservação - Óleo no Pavimento
Serviços - Abastecimento de Água
Serviços - Abastecimento de Água - População
Serviços - Abastecimento de Água - Entidade Pública
Serviços - Abastecimento de Água - Entidade Privada
Serviços - Abertura de Porta
Serviços - Abertura de Porta - Com Socorro
Serviços - Abertura de Porta - Sem Socorro
Serviços - Fecho de água
Serviços - Reboque/Desempanagem
Serviços - Transporte Doentes
Serviços - Transporte Doentes - Geral
Serviços - Transporte Doentes - Inter-Hospital
Serviços - Transporte Doentes - Auxílio p/ Transporte de Doentes
Serviços - Resgate/Recolha de Animais
Actividades
Actividades - Evacuação
Actividades - Evacuação
Actividades - Busca/Resgate (Pessoas e Animais)
Actividades - Busca/Resgate (Pessoas e Animais) - Terrestre
Actividades - Busca/Resgate (Pessoas e Animais) - Aquático
Actividades - Operações Nacionais
Actividades - Operações Nacionais
Actividades - Operações Nacionais - Socorro
Actividades - Operações Nacionais - Assistência
Actividades - Exercício/Simulacro
Actividades - Deslocações
Actividades - Deslocações - Formação
Actividades - Deslocações - Oficial
Actividades - Deslocações - Serviço Geral
Actividades - Assistência à População/Apoio Social
Nota: Os códigos correspondentes a cada classificação não foram divulgados por protecção dos
mesmos.
Fonte: RSB.
Anexo 10
Fonte: PSP.