Universidade Católica de Moçambique

Extensão de Maputo

Curso de Direito

Discente: Paulo João Úate Docente: Sandra Isábel Sondeia

Turma "A" 3º ano 2º semestre

Avaliação de Direito de Trabalho com vista a obter a aprovação da

disciplina lecionada pela docente MA. Sandra Sondeia

Suspensão da relação de trabalho

Dá-se suspensão do contrato de trabalho quando, mantendo-se o

vinculo contratual, cesse, durante algum tempo, a sua prestação
principal: o dever de trabalhar, ou seja a mesma se difere da cessacao
da relacao laboral, ao passo que esta última põe termino a relação
jurídico laboral. A mesma pode ocorrer por motivos respeitantes a
pessoa do trabalhador ou por motivos relacionados a pessoa do
empregador.

Suspensão do contrato por motivo respeitante ao trabalhador

Nos termos da alínea a) e b) da Lei de Trabalho, entende-se que "a

relação individual do trabalho considera-se suspensa nos casos em que o
trabalhador esteja temporariamente impedido de prestar trabalho, por
facto que lhe não seja imputável, desde que o impedimento se prolongue
por mais de 15 dias, nomeadamente nos seguintes casos:

a) Durante a prestação do serviço militar obrigatório;

b) Durante o período em que o trabalhador se encontre provisoriamente

privado de liberdade, se, posteriormente, for isento de procedimento
criminal ou absolvido".
Ou seja o legislador neste artigo fez uma enunciação exemplificativa de
algumas circunstancias que podem dar lugar a suspensão do vinculo
contratual, podendo ocorrer outras circunstancias que pela sua própria
gravidade obriguem o trabalhador a ter que suspender temporariamente
as suas actividades jurídico laborais.

Sendo que o trabalhador em regra mantém o posto do trabalho,

devendo se apresentar no local de trabalho assim que a causa que lhe
deu origem cesse (n 6 do art. 122 da LT). Sendo que a não reintegração
do trabalhador, em regime de suspensão da relação de trabalho,
corresponde a despedimento tácito e sem justa causa, salvo nos casos
em que haja impossibilidade objectiva de reintegração com fundamento
do disposto no artigo 130 LT. (n 8 do art. 122 da LT).

Ou seja se a entidade empregadora não reintegrar o trabalhador após

cessar a causa da suspensão, isto constitui justa causa o bastante,
para que o trabalhador tenha direito a indemnização prevista no art.
128 da LT.

Suspensão do contrato por motivo respeitante ao empregador

Nos termos do n 1 do art. 123 da LT, "o empregador pode suspender os

contratos de trabalho por razões económicas, entendendo-se estas como
as resultantes de motivos de mercado, tecnológicos, catástrofes ou outras
ocorrências que tenham ou venham, previsivelmente, a afectar a
actividade normal da empresa ou estabelecimento".

Sendo que para efeitos da Lei de Trabalho, consideram-se,

designadamente nos termos do n 2 do art. 130 da LT:

a) Motivos estruturais: os que se reportam à reorganização ou

reestruturação da produção, à mudança de actividade ou à falta de
recursos económicos e financeiros de que poderá resultar um excesso de
postos de trabalho;
b) Motivos tecnológicos: os referentes à introdução de nova tecnologia,
novos processos ou métodos de trabalho ou à informatização de serviços
que pode obrigar à redução de pessoal;

c) Motivos de mercado: aqueles que têm a ver com dificuldades de

colocação dos bens ou serviços no mercado ou com a redução da
actividade da empresa".

Por exemplo: A empresa de constucoes ABC construções lda, decide

mudar o seu objecto social, passando a prestar serviços de consultória
jurídica.

Nestes termos poderá a entidade empregadora decidir suspender parte

dos trabalhadores (pedreiros) por um motivo estrutural, visto que irá
precisar contratar Advogados e juristas qualificados para atender ao
novo objecto social da empresa, nos termos do n 1 do art. 123 da LT.