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Permitam-me à tamanha honra: dando prosseguimento a defesa, abordarei sobre o segundo capítulo
do nosso trabalho de conclusão de curso.
2.1. Noção de Cessação. (Obs: este títulos e subtítulos negritos estará no slides com certeza)
No que concerne ao termo “ cessão” do contrato a doutrina vem se mostrando um tanto quanto
dúbio, porquanto, uma vasta gama de autores refere-se ao termo em epígrafe, usando diferentes
tipos de termologia, tais como: extinção ou dissolução. No entanto, optou-se pelo termo cessação,
entendo que o mesmo está guarnecido de tecnicidade e do mesmo modo detém um maior alcance
prático-jurídico, sem no entanto menosprezar as diferentes terminologias, que também serão
externadas no presente trabalho. Deste modo, Nascimento ( 2008, p. 25), defende que, o termo
extinção, “ está relacionado com o cumprimento das obrigações assumidas. Sendo porém, o
entendimento da grande maioria da doutrina italiana.
Deste modo, no que diz respeito a definição de cessação do contrato de trabalho, Jorge Leite elucida-
nos o seguinte, consiste na coexistência temporária da subsistência do vínculo contratual com a
paralisação de algum ou alguns dos principais direitos e deveres dele emergentes” (Amado, 2011, p.
337). Ademais, trata-se de um instituto que se filia no princípio da conservação do contrato,
traduzindo numa manifestação do direito à estabilidade no emprego e, em certos casos, num
mecanismo de protecção do devedor transitoriamente impossibilitado de cumprir através da garantia
do chamado “direito ao lugar”.
Nada é “eterno”, este princípio é oposto ao princípio da estabilidade da relação laboral, pois, existe
autonomia de cada um dos intervenientes cessar o vínculo laboral, mesmo que o outro não concorde.
Ou seja, por exemplo, se for vontade do trabalhador de cessar a relação laboral, este pode denunciar
o contrato, desde que respeite o respetivo aviso prévio. Se for o empregador a querer cessar o
contrato, uma vez que a ruptura do vínculo laboral não afecta a sua vida pessoal, esta sua liberdade
de cessar o contrato está associada ao princípio da livre iniciativa económica privada art. 14.º da CRA.
pois, num mundo em constantes alterações, tanto económicas como, até mesmo, tecnológicas, é
imperativo adequar os recursos (incluindo os humanos) a tais alterações. Nascimento, 2008, p. 29).
Uma vez que o contrato é pressuposto de perdurar no tempo, o trabalhador espera estabilidade do
vínculo laboral, assim como, o próprio empregador acaba por querer, também, certa estabilidade na
relação laboral em virtude da necessidade empresaria.
A Lei Geral do Trabalho Angolana regula no Capítulo X, a Extinção da Relação Jurídico-Laboral, quando
na Secção I - art. 198.º vem consagrada a Estabilidade de Emprego. Pode parecer contraditório, mas
não o é, visto que o escopo do legislador foi acautelar a extinção da relação jurídico-laboral por outros
meios que não os consagrados na lei, nisto consiste a Estabilidade de Emprego.
Assim, por Estabilidade da relação jurídico-laboral pode ser entendida como, o direito do trabalhador
de permanecer no emprego mesmo contra a vontade do empregador, enquanto inexistir causa
relevante que justifique sua despedida (Fonseca, 2017, p. 134).
O Capítulo III da CRA, sob a epígrafe Direitos e Deveres Económicos, Sociais e Culturais, principia o
com o art. 76.º, que estabelece o princípio da segurança no emprego: É garantida a segurança no
emprego, sendo proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos.
O direito à segurança no emprego, não consiste apenas no direito a não ser despedido por justa causa
ou por motivos políticos ideológicos, o seu âmbito de protecção abrange também todas as situações
que se traduzam em injustificada precariedade da relação de trabalho.
O contrato de trabalho pode cessar por variadíssimas razões, mas a nossa legislação laboral não deixou
de clarificar e tipificar as circunstancias em que tal rotura eventualmente possa ocorrer. O artigo 198º
já anteriormente citado cuja epigrafe é “Estabilidade da Relação jurídico-Laboral” determina no seu
nº2 em três alíneas as formas de cessação como passamos a expor:
OBS: como se pode depreender, a Lei 2/00 (LGT revogada), previa na alínea b do art. 211º a decisão
voluntária das duas partes. Esta matéria vinha posteriormente regulada na secção II:
Conforme noticiado pelo Expansão na edição de 4 de Fevereiro de 2022, o anteprojecto que marca a
revisão da lei fica marcado por um facto quase inédito: patrões, sindicatos e Governo, depois de
negociações em sede de concertação social, chegaram a uma plataforma de entendimento. O Governo
chegou a admitir que a lei ainda em vigor é desfasada da realidade, sobretudo no que diz respeito aos
contratos a termo determinado, direitos das mulheres e indemnizações para despedimentos por justa
causa.
A nova lei também vai apresentar e incluir novos conceitos como o teletrabalho, modalidade que
registou uma enorme expansão durante a pandemia. Entre outras alterações, a versão a que o
Expansão teve acesso em Fevereiro, indica que os contratos de trabalho por tempo determinado passa
a ter novas regras, incluindo a obrigatoriedade de o contrato ser escrito, com o empregador a ter de
explicar porque razão opta por esta modalidade. Este tipo de contratos passa a ter duração máxima
de até 5 anos (actualmente são 10).
Questionário
PERGUNTAS FREQUENTES:
1. Pode o empregador aplicar uma medida disciplinar diferente das que a lei prevê?
Não, por forca do princípio da tipicidade ou da taxactividade das medidas disciplinares, o
empregador só deve aplicar as medidas previstas no nº 1 do artigo 47º da LGT, que são:
▪ Admoestação verbal – mera repreensão verbal;
▪ Admoestação registada – repreensão escrita;
▪ Redução temporária do salário até seis (6) meses e nunca superior a 20% do salário base.
▪ Despedimento Disciplinar
2. Quando é que uma medida disciplinar é considerada abusiva?
Quando a medida disciplinar for aplicada não em reacção à prática de uma infracção disciplinar, mas
como represália pelo exercício de determinados direitos pelo trabalhador. É o que pode acontecer
quando os trabalhadores reivindicam os seus direitos ou reclamam legitimamente contra as
condições de trabalho, recusam-se a cumprir ordens a que não devem obediência, por serem
contrárias aos seus direitos e garantias, exercerem ou candidatarem-se a funções em estruturas de
representação colectiva dos trabalhadores, tais como sindicatos ou associações sindicais (artigo 597
da LGT).
3. Quando é que o despedimento de um trabalhador é nulo?
São varias as razões:
▪ Quando não se observa o procedimento legal, ou seja, quando não seja remetida a convocatória
para a entrevista do trabalhador (artigo 208º, nº 1, da LGT);
▪ Quando se funda em motivos políticos, ideológicos, étnicos ou religiosos (artigo 208º, nº 2, da LGT)
▪ Se decorrerem os prazos de prescrição e caducidade do procedimento e da infracção disciplinar
(artigo 61º da LGT).
4. Que direitos tem o trabalhador cujo despedimento tenha sido declarado improcedente (nulo) pelo
Tribunal?
▪ Se o Tribunal declara o despedimento improcedente, por sentença transitada em julgado (que não
pode ser recorrida), deve o empregador à reintegração imediata do trabalhador no seu posto de
trabalho, com as condições que beneficiava anteriormente ou, em alternativa, indemnizá-lo nos
termos do artigo 239º da LGT (artigo 209º, nº 1, da LGT);
▪ Se o trabalhador não pretender ser reintegrado tem sempre direito à indemnização (artigo 229º, nº
2, da LGT);
▪ E mais, o trabalhador tem direito aos salários de base que teria recebido se estivesse a prestar o
trabalho, até à data em que obteve novo emprego ou até à data do trânsito em julgado da sentença,
com o limite máximo de seis, quatro ou dois meses de salário conforme se trate de grande, média ou
micro empresa(artigo 209º, nº 3, da LGT).
5. A lei protege alguns trabalhadores contra o despedimento?
Nos termos do artigo 207º da LGT, gozam de protecção especial contra o despedimento:
▪ Trabalhadores que exerçam ou tenham exercido funções de dirigentes sindicais;
▪ As mulheres abrangidas pelo regime de protecção da maternidade;
▪ Os antigos combatentes;
▪ Os menores;
▪ Os trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida.