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FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

AVALIAÇÃO III BIMESTRE - DIREITO DO TRABALHO - 2021

PROFA. ELIANA BORGES CARDOSO

Leonardo Teixeira Zuppo RA 22978 Turma: 02DD

1- Sim, pode ser demitido, visto que o interesse pessoal não pode se
sobrepor ao coletivo, essa foi a justificativa do Tribunal Regional de
Trabalho (TRT) de São Paulo, quando decidiu que uma empresa pode
demitir um funcionário que se recusar a tomar vacina contra o Covid-19.
Essa decisão foi tomada após a demissão de uma auxiliar de limpeza
terceirizada que se recusou a tomar vacina, a mesma prestava serviços a
um hospital municipal em São Caetano do Sul (SP), o que provou a
possibilidade da demissão nessas circunstâncias, isso está fundamentado na
determinação do STF, que permite a aplicação de consequências jurídicas
àqueles que não tomarem a vacina, tendo em vista o posicionamento do
Ministério Público do Trabalho, que segundo o artigo 158 da CLT, obriga o
empregado a colaborar com a empresa para que consigam gerar um ambiente de
trabalho seguro e no direito à vida e à saúde coletiva, já que muitas empresas
têm avaliado o risco que um funcionário não vacinado pode representar para
toda a corporação, pois pode influenciar no aumento do contágio e também,
com o retorno às rotinas normais de trabalho, provocar desconforto e
insegurança aos outros empregados.

2- A rescisão indireta é a que melhor se enquadra nessa situação, posto que a


rescisão por morte do empregado ocorre quando o contrato de trabalho se
extingue devido ao falecimento do trabalhador. Dessa forma, o empregado
receberia todas as verbas da rescisão por justa causa, como o aviso prévio e o
seguro desemprego, pois segundo o Art. 483 da CLT - O empregado poderá
considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: forem
exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato; for tratado pelo empregador ou por seus
superiores hierárquicos com rigor excessivo; correr perigo manifesto de mal
considerável. Nessa perspectiva, no caso acima, os empregados envolvidos não
vieram a falecer por adversidades arbitrárias do local ou por algum tipo de
serviços prestados, mas sim por imprudência e negligência da própria empresa.
Foi comprovado nas investigações que a Vale decidiu seguir com a operação
mesmo ciente do risco de desmoronamento, além de que as falhas cometidas
pela empresa foram decorrentes de imperícia.

3- Jorge, critica a abordagem constitucional ao tratar-se da despedida arbitrária,


ainda fala que o tema não foi abordado pela Constituição Federal de forma
objetiva, tendo em vista que, ao enquadrar o tema aos termos da lei
complementar, será ineficaz, o autor dispõe:
“Ora, da previsão constitucional não se pode entender que a proibição de
dispensa arbitrária ou sem justa causa dependa de lei complementar para ter
eficácia jurídica, pois que o preceito não suscita qualquer dúvida de que a
proteção contra dispensa arbitrária ou sem justa causa trata-se de uma garantia
constitucional dos trabalhadores”
Jorge ainda diz que o artigo apenas salienta e estimula o declínio do direito do
trabalhador, visto que, entende apenas virtudes negativas para com o indivíduo
que oferece sua força e vitalidade como mecanismo de trabalho, de modo que o
artigo desloca métodos paralelos mais corrosivos do que a própria problemática
que artigo busca suavizar.
Jorge enuncia: “No entanto, há de se reconhecer que a Constituição ao proibir a
dispensa arbitrária acabou por criar uma espécie qualificada de dispensa [...]”
O autor muda sua crítica para demonstrar que o mecanismo oferecido pela
constituição, fará com que o indivíduo seja refém das decisões emitidas pelo
coletivo, fazendo com que se submeta à situações ofensivas, pois as virtudes
serão pautadas no prospecto decidido pelo coletivo, e a não aceitação resultará
no desemprego, Jorge novamente diz:
“A noção de que os contratos devem ser baseados em clima de boa-fé atinge,
igualmente, a esfera coletiva do direito do trabalho. [...] A constante ameaça do
desemprego, sem um contraponto efetivo do direito, representa, ademais, a
possibilidade concreta de considerar possível agredir a ordem jurídica e à
própria nação brasileira, impunemente.”.
Dessa forma, concordo com o autor, pois a constituição deve corrigir as
injustiças e qualquer método que viole a dignidade humana. Posto que, através
do funcionamento do artigo 7º da CF e as noções desenvolvidas pelos
mecanismos do trabalho, entende-se que atacam a dignidade do trabalhador.

4- O recorrente diz respeito a DARLIE MARTINS DE OLIVEIRA, já o


recorrido refere-se a INTERMÉDICA SISTEMA DE SAÚDE S/A. O número
do processo 1001140-49.2016.5.02.0054 (ROT), 16ª Turma, realizado no
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
A autora alegou que foi dispensada pela reclamada de forma discriminatória, em
virtude de estar doente no momento da rescisão contratual e pleiteia a sua
reintegração no emprego com o pagamento das verbas decorrentes, tendo em
vista que fora dispensada durante licença médica, além de indenização por danos
morais. Enquanto a defesa alega que não cometeu nenhuma ilegalidade e que o
contrato havido entre as partes era por prazo determinado, sendo a autora
dispensada quando do seu regular término.
Como previsto na Lei n.º 9.029/95 aplicada em questão, utilizada para que
entendamos se a rescisão contratual ocorreu em razão de ato discriminatório ou
não, em face do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, além
da Súmula 443 do Tribunal Superior do Trabalho.
Dessa forma, sou a favor da solução judicial dada, visto que, no caso em
questão, a reclamante não demonstrou ser portadora de "doença grave que
suscite estigma ou preconceito". A empregada foi afastada por hipotensão
arterial e palpitação um dia antes do fim do prazo do contrato a termo. Além
disso, é possível perceber que a data de término foi estipulada pelas partes desde
a contratação. Com isso, a extinção do contrato, portanto, decorreu do fim do
prazo previamente estabelecido, não de ato discriminatório do empregador, ou
seja, não existe ilegalidade da conduta adotada pela ré, tampouco em dispensa
discriminatória.

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