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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Trabalho da Comarca de [cidade] -

[estado]

[NOME DO RECLAMANTE], brasileiro, [estado civil], Monitor de ressocializacao prisional ,


portador da CTPS nº [CTPS], série nº [série da CTPS]/ [UF da CTPS], do RG. n.º [RG],
SSP/[UF do RG], inscrito no CPF/MF sob o n.º [CPF], no PIS nº [PIS], nascido no dia 0 de
Mês inválido de 0, filho de [nome da mãe], residente e domiciliado na [lougradouro], número
[número], [bairro], [complemento], nesta cidade de [cidade], estado de [estado], CEP [CEP],
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que a esta
subscreve, com base no artigo 840, parágrafo 1º da CLT, c/c artigo 319 do CPC, oferecer,
pelo rito ordinário,

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de [NOME DA RECLAMADA], [personalidade jurídica], inscrita no CNPJ/MF sob o


n.º [CNPJ], inscrição estadual nº [inscrição estadual], situada na [lougradouro], número
[número], [bairro], na cidade de [cidade], [estado], CEP nº [CEP] o que faz ante os fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos:

. Dados essenciais do contrato de trabalho

O Reclamante foi contratado com registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social


(CTPS) através de contrato por prazo indeterminado, no dia 01 de agosto de 2020, para
exercer a função de Monitor de ressocializacao prisional , tendo recebido como última e
maior remuneração (salário base e outras verbas salariais), o valor de R$ 2.223,01.

No desempenho de seu ofício, o Reclamante desenvolvia as seguintes atividades:


[descrição das atividades]

O rompimento do contrato de trabalho ocorreu por rescisão indireta, no dia 30 de


setembro de 2023, quando o trabalho foi efetivamente interrompido.

O aviso prévio ocorreu de forma indenizada, projetando efeitos até 08 de novembro de


2023, tendo a referida data, e período do aviso indenizado, sido observados para fins de
apuração dos reflexos, das verbas aqui pleiteadas, na rescisão contratual.

. Reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho

Em decorrência de violações ao artigo 483 da CLT, o Reclamante interrompeu suas


atividades laborais no dia 30 de setembro de 2023, sendo cabível in casu o reconhecimento
da rescisão indireta do contrato de trabalho.

Os motivos que levaram à medida drástica da interrupção dos serviços foram os seguintes:
[descrição dos motivos da rescisão indireta]

Em decorrência de tais atitudes da Reclamada, observa-se que foram violados os seguintes


incisos do citado artigo 483 do texto consolidado:

l a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
l b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
l e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
Deste modo, mostra-se plenamente configurada a hipótese de rescisão indireta do contrato
de trabalho, nos termos do que orienta a melhor doutrina, e indica a jurisprudência pátria
dominante.

Senão vejamos:

. Exgência de serviços superiores às forças do trabalhador

Espécie do que a doutrina pátria conceituou como assédio moral, a exigência de serviço
superior às forças do trabalhador sempre decorre do abuso de poder do empregador, que
por uma real ou suposta necessidade da empresa, ou - o que é mais comum - para forçar
um pedido de demissão indesejado, exige que o trabalhador realize serviços superiores à
sua capacidade física ou intelectual.

A prática de tal crueldade com aquele que produz o valor de toda empresa, o lucro de todo
o empregador, tem levado, não raro, milhares de trabalhadores a quadros clínicos de
ansiedade, stress e depressão, os quais, muitas vezes, conduzem a verdadeiros
transtornos mentais.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estresse relacionado ao trabalho


'tem conduzido pessoas ao suicídio e 42% dos brasileiros já sofreram assédio moral'
(in 'O trabalho que enlouquece', disponível neste link).

A imposição de objetivos inalcançáveis é pratica que certamente deve ser rechaçada pela
Justiça Trabalho, como forma de preservar a saúde física e mental do trabalhador,
atendendo-se, assim, tanto ao princípio da dignidade, insculpido no art. 1º , inciso III da
Constituição Federal, quanto ao princípio da proteção, que nas palavras de Floriano Vaz
da Silva significa, justamente:

"[...] a necessidade de proteção social aos trabalhadores que constitui a raiz sociológica do
Direito do Trabalho e tem sido a base de todo o seu sistema jurídico." (Floriano Vaz da
Silva,in "Os Princípios do Direito do Trabalho e a Sociedade Moderna." in Os Novos
Paradigmas do Direito do Trabalho: Homenagem a Valentim Carrion. São Paulo: Saraiva,
2001.)
Indiscutível, assim, que a ocorrência de exigência de serviços superiores às forças do
empregado seja causa determinante para a configuração da rescisão indireta.

RESCISÃO INDIRETA. DO CONTRATO DE TRABALHO. EXIGÊNCIA DE SERVIÇOS


SUPERIORES À FORÇA DO EMPREGADO E TRATAMENTO COM RIGOR EXCESSIVO.
ART. 483, -A- e -B-, DA CLT. Tendo restado configurado falta do empregador, nos termos
do artigo 483, alínea b, a ensejar a ruptura contratual por parte do empregado, mantém-se o
reconhecimento da rescisão indireta do contrato de emprego e o consequente pagamento
das verbas decorrentes da ruptura contratual.(TRT-1 - Processo: RO 814004420095010074
RJ Relator(a): Leonardo Dias Borges - Julgamento: 25/07/2012 - Órgão Julgador: Sexta
Turma - Publicação: 2012-07-30 - grifos nossos)
. Rigor excessivo

Previsto expressamente na alínea 'b' do art. 483 da CLT, o rigor excessivo é causa
indiscutível de rescisão indireta, não sendo exigido do trabalhador que comunique o fato aos
orgãos de proteção ao trabalho, ou que exerça sua opção pela rescisão indireta
imediatamente, como se pode verificar do conteúdo ementado de acórdão de fina lavra
proveniente do E. TRT da 3ª Região:

RESCISÃO INDIRETA. IMPOSIÇÃO DE METAS. RIGOR EXCESSIVO. A ninguém é dado


impor ao outro o cumprimento de metas sob um regime de ironia e sujeição ao ridículo,
ainda que a cobrança se limite ao plano da ameaça. A imposição de objetivos é salutar, não
há dúvidas. Não é tolerável, porém, que os fins de uma empresa sejam alcançados a
qualquer custo, sob a pressão desproporcional de agredir psicologicamente o trabalhador
para ele aceitar a obrigação de cumprir as metas estipuladas. Não se vislumbra aí a
possibilidade de pronta reação do obreiro nem mesmo a necessidade de comunicar
imediatamente órgãos de proteção ao trabalhador. Nada impede, pois, que a dor e o
sofrimento experimentados no ambiente laboral se prolonguem no tempo a ponto de só
serem extravasados numa situação limite, em que o empregado não vê outra opção a não
ser recorrer à Justiça do Trabalho para externar sua revolta, sem que isso lhe afaste o
direito à rescisão indireta por descumprimento do requisito da imediatidade.(TRT 3
Processo: RO 00278201213903000 0000278-46.2012.5.03.0139 Relator(a): Milton V.Thibau
de Almeida Órgão Julgador: Quinta Turma Publicação: 25/02/2013 22/02/2013. DEJT.
Página 201. Boletim: Sim. - grifos nossos)
A obrigação da empresa de oferecer um ambiente de trabalho saudável, e livre de pressões
exageradas já foi objeto de análise nas Jornadas de Direito Material e Processual na Justiça
do Trabalho, tendo resultado no seguinte enunciado:

39. MEIO AMBIENTE DE TRABALHO. SAÚDE MENTAL. DEVER DO EMPREGADOR. É


dever do empregador e do tomador dos serviços zelar por um ambiente de trabalho
saudável também do ponto de vista da saúde mental, coibindo práticas tendentes ou aptas a
gerar danos de natureza moral ou emocional aos seus trabalhadores, passíveis de
indenização. (Enunciado nº 39 aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual na
Justiça do Trabalho - 23.11.2007)
É indiscutível que a ocorrência de exigência de serviços superiores às forças do empregado
seja causa determinante para a configuração da rescisão indireta.

Neste sentido, vale anotar:

TRATAMENTO COM RIGOR EXCESSIVO. RESCISÃO INDIRETA. CONFIGURAÇÃO. À


configuração do reconhecimento de justa causa apta a ensejar a extinção do contrato de
trabalho por justa causa do empregador (a denominada rescisão indireta), é mister a
existência de ato incompatível com seus deveres legais e contratuais, do qual decorra a
impossibilidade de manutenção da relação de emprego. Prova dos autos que revela conduta
faltosa da empregadora, por meio de seus prepostos. (Vencido o Relator. TRT - 4 -
Processo: RO 00000991620145040301 RS 0000099-16.2014.5.04.0301 Relator(a): George
Achutti Julgamento: 28/10/2015 Órgão Julgador: 4a. Turma - grifos nossos)
RESCISÃO INDIRETA. DO CONTRATO DE TRABALHO. EXIGÊNCIA DE SERVIÇOS
SUPERIORES À FORÇA DO EMPREGADO E TRATAMENTO COM RIGOR EXCESSIVO.
ART. 483, -A- e -B-, DA CLT. Tendo restado configurado falta do empregador, nos termos
do artigo 483, alínea b, a ensejar a ruptura contratual por parte do empregado, mantém-se o
reconhecimento da rescisão indireta do contrato de emprego e o consequente pagamento
das verbas decorrentes da ruptura contratual. (TRT 1 - Processo: RO 814004420095010074
RJ Relator(a): Leonardo Dias Borges Julgamento: 25/07/2012 Órgão Julgador: Sexta Turma
Publicação: 2012-07-30 - grifos nossos)
. Ato lesivo à honra e boa fama do empregado

A atitude irresponsável da Reclamada atingiu diretamente a honra e boa fama do


Reclamante, que se viu humilhado perante as circunstâncias em que ocorreram os fatos
descritos anteriormente.

A situação em relevo está prevista na letra 'e' do art. 483 da CLT como falta grave do
empregador, ensejando a rescisão indireta do contrato de trabalho.

Neste sentido é entendimento dos Tribunais pátrios:

RESCISÃO INDIRETA. ATO LESIVO DA HONRA. O empregado poderá considerar


rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando praticar o empregador ou seus
prepostos, ato lesivo da honra e boa fama, contra o empregado.(TRT - 2 - Processo: RO
00015565220135020373 SP 00015565220135020373 A28 - Relator(a): ÁLVARO ALVES
NÔGA Julgamento: 09/10/2014 - Órgão Julgador: 17ª TURMA - Publicação: 17/10/2014 -
grifos nossos)
. Desvio de função

O ato unilateral da Reclamada de alterar completamente a função de Monitor de


ressocializacao prisional , para a qual contratou o Reclamante, configura-se em nítida
afronta ao princípio da força obrigatória dos contratos, consubstanciado no art. 486 da CLT.

Nesta senda, a rescisão indireta por desvio de função vem sendo reconhecida pelos
Tribunais pátrios, conforme se pode pode notar dos exemplos abaixo colacionados:

RESCISÃO INDIRETA - DESVIO DE FUNÇÃO. O princípio da força obrigatória dos


contratos aproxima-se do princípio da autonomia da vontade, do qual logicamente deriva.
Os termos ajustados somente poderão ser modificados ou revogados por mútuo
consentimento dos que os concluíram, isto é, em virtude de um novo acordo de vontades ou
pelas causas que a lei autoriza. Daí não ser possível, regra geral, a alteração das condições
de trabalho em virtude de ato de um dos contratantes. A natureza contratual da relação de
trabalho apresenta-se, neste particular, com franca nitidez, surgindo o princípio da força
obrigatória dos contratos como verdadeira garantia do empregado contra o arbítrio do
empregador. Neste compasso, não se admite o trabalho em franco desvio da função
original, para o exercício da qual foi admitido o trabalhador. Tratando-se de excesso e abuso
do poder diretivo, verifica-se a existência de causa bastante à imputação da penalidade
contratual máxima ao empregador. (Processo: RO 01025201113703000 0001025-
36.2011.5.03.0137 - Relator(a): Julio Bernardo do Carmo - Órgão Julgador: Quarta Turma -
Publicação: 14/05/2012 - 11/05/2012. DEJT. Página 105. Boletim: Não. - grifos nossos)
É certo, ainda, que a cumulação de mais de um fato previsto no art. 483, reforça ainda mais
a possibilidade de reconhecimento da rescisão indireta.

Saliente-se, ainda, que nos termos do mais atual entendimento do E. TST (com
precendentes da SBDI e de todas as Turmas do E. TST), não é exigida a imediatidade no
que concerne à rescisão indireta, privilegiando-se, assim, os princípios da continuidade e da
proteção ao hipossuficiente.

Neste sentido, anote-se recente decisão da Colenda 6ª Turma do Egrégio Sodalício:

[...]Ademais, esta Corte tem reiteradamente decidido pela relativização do requisito da


imediatidade no tocante à rescisão indireta, em observância aos princípios da continuidade
da prestação laboral e da proteção ao hipossuficiente. Quanto a esse aspecto, convém
ressaltar a própria natureza do vínculo empregatício, que se caracteriza por contemplar, em
um dos polos, uma parte hipossuficiente, que encontra na relação de emprego o meio de
prover a própria subsistência. Dessa forma, desnecessário exigir a atualidade da falta
patronal. Precedentes da SBDI-1 e de todas as Turmas do TST. Recurso de revista
conhecido e provido.(Processo: RR 6051220115030111 Relator(a): Augusto César Leite de
Carvalho - Julgamento: 19/08/2015 - Órgão Julgador: 6ª Turma Publicação: DEJT
21/08/2015)
E uma vez reconhecida a rescisão indireta, são devidas todas as verbas rescisórias cabíveis
na dispensa imotivada, inclusive a multa de 40% sobre o FGTS, tudo nos moldes do pedido
final, realizado abaixo.

Além disso, tamanha é a gravidade dos fatos, que foram atingidos os direitos de
personalidade do Reclamante, sendo cabível uma indenização por danos morais, nos
termos do que indica a lei, leciona a doutrina e recomenda a jurisprudência.

DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL. RESCISÃO INDIRETA. Não se


pode esquecer que a humanidade caminha para frente, para sua libertação, buscando
melhores condições de vida e de trabalho e não retrocedendo a um estado comparável à
barbárie. O rigor excessivo como prática empresarial para estimular o cumprimento de
metas, degradando as condições de trabalho, ignorando o capital humano e as
peculiaridades de cada indivíduo, pode configurar o que vem sendo chamado de 'assédio
moral organizacional.[...] (TRT-15 - RO: 59523 SP 059523/2011, Relator: ANA MARIA DE
VASCONCELLOS, Data de Publicação: 09/09/2011 - grifos nossos)
Destarte, requer que seja reconhecida a rescisão indireta do contrato de trabalho, e que seja
arbitrada uma condenação por danos morais, a qual não se espera que seja inferior a R$
20.000,00.

. Verbas Rescisórias

O Reclamante não recebeu nenhuma verba devida em decorrência da rescisão contratual.

O Reclamante recebia o salário-base calculado por mês, sendo que o último salário-base
mensal que o Reclamante recebeu foi de R$ 2.223,01 por mês.

. Saldo de Salário

De acordo com os art. 459, § 1º, e 463 à 465 da CLT, o salário deve ser pago até o quinto
dia útil do mês subsequente, em dinheiro, cheque, ou depósito em conta bancária.

A Reclamada realizava o fechamento da folha de pagamento todo o dia 5, do mês anterior


ao que o salário era efetivamente pago.

O Reclamante recebia seu salário calculado por mês, com jornada máxima de 8 horas
diárias, de segunda à sexta-feira, perfazendo, assim, 40 horas por semana, e 200 horas
por mês.

Destarte, o Reclamante trabalhou 25 dias no período anterior à ruptura do contrato de


trabalho, fazendo jus ao saldo salarial, preliminarmente apurado no valor de R$ 1.852,50.

. Aviso prévio indenizado

O Reclamante tem direito ao recebimento do aviso prévio em sua forma indenizada, uma
vez não foi informado com antecedência da ruptura unilateral do contrato, a ser pago com
base na maior remuneração recebida, incluídas todas as verbas de natureza salarial, nos
termos do §1º do artigo 487, da CLT, e art. 7º, inciso I, da Constituição Federal, bem como a
sua integração ao tempo de serviço, para todos os efeitos legais.

Assim, o período de aviso prévio indenizado, nos termos da Lei 12.506/11, corresponde a
mais 39 dias de tempo de serviço, tendo sido projetado o aviso prévio até 08 de novembro
de 2023.

O total de dias acima é devido uma vez que o Reclamante já havia completado 38 meses
de serviço, devendo o mesmo ser computado como efetivo tempo de serviço, e refletir em
todas as verbas de direito, inclusive no cálculo das férias e 13º salário proporcional, em
FGTS e multa rescisória de 40%, e todos os outros direitos trabalhistas, conforme dispõe a
Súmula 305 do E. TST, totalizando preliminarmente o valor de R$ 2.889,90.

. 13º Salário proporcional

O Reclamante tem direito ao recebimento da gratificação natalina instituída pela Lei


4.090/62, de forma proporcional, uma vez que sua incidência é devida em todos os casos
onde ocorre a ruptura do contrato de trabalho, inclusive em pedido de demissão (Súmula
157 TST).

Assim, tendo o contrato iniciado no dia 01 de agosto de 2020 e terminado no dia 30 de


setembro de 2023, mas tendo sido projetado o aviso prévio até 08 de novembro de 2023,
o Reclamante tem direito ao recebimento de 13º salário proporcional de 10/12 avos, nos
termos do que determina o artigo 7º, inciso VIII da Constituição Federal, totalizando o valor
preliminar de R$ 1.852,51.

. Férias Proporcionais

Em conformidade com o artigo 146, parágrafo único, e 147 da CLT, e artigo 7º, XVII da
Magna Carta, o Reclamante tem o direito de receber pelo período incompleto de férias,
acrescido do terço constitucional.

Assim, tendo o contrato iniciado no dia 01 de agosto de 2020 e terminado no dia 30 de


setembro de 2023, mas tendo sido projetado o aviso prévio até 08 de novembro de 2023,
o Reclamante tem direito às férias proporcionais de 3/12 avos, acrescido do terço
constitucional (aviso prévio projetado), no valor preliminar de R$ 741,00.

. Multa do artigo 467 da CLT

De acordo com o art. 467 da CLT, o Reclamante tem o direito de receber a parte
incontroversa das verbas rescisórias à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, sob
pena de a Reclamada ter que pagá-las com o acréscimo de 50%.

O Reclamante esclarece que, nos termos do inciso III do art. 324 do CPC, tal pedido é
apresentado, inicialmente, de forma genérica, ante a impossibilidade de se prever a atitude
da Reclamada na primeira audiência (ou seja, se irá controverter parcialmente ou não
quanto às rescisórias, e se irá ou não pagar a evental parte incontroversa), compromotendo-
se, desde logo, a ajustar o valor da ação eventualmente, caso tal providência se mostre
necessária.

Destarte, requer desde já que, havendo parte incontroversa quanto às rescisórias, que a
Reclamada as pague logo em primeira audiência, sob pena da multa de 50%.

. Cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade

A possibilidade de cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade vem


ganhando força com a corrente que defende a aplicação da Convenção nº 115 da
Organização Internacional do Trabalho.

A providência, com efeito, prioriza a saúde e a vida dos trabalhadores. Tratam-se de


adicionais distintos, com hipóteses de incidência e efeitos pecuniários diversos, como vemos
nas palavras de Fernando Formulo:

“No caso, se optar pelo adicional de periculosidade, estará trabalhando em condições


insalubres “de graça”, ou seja, sem nenhuma compensação pecuniária, e vice-versa do caso
de optar pelo adicional de insalubridade (caso em que o labor em condições perigosas será
prestado sem nenhuma compensação pecuniária), ao arrepio da Constituição e sujeitando-
se a manifesto desequilíbrio e desvantagens na relação contratual, comprometida que fica,
em rigor, a equivalência das prestações dos sujeitos contratantes.”
A Constituição de 1988, em seu artigo 7º inciso XXIII, não faz menção expressa a vedação
de cumulação dos adicionais, de forma que não recepcionou o § 2º do artigo 193 da CLT (de
1977).

O próprio caput do artigo 7º da Constituição, apregoa que em seus incisos estão listados
direitos do trabalhador, sendo absolutamente contraditória uma interpretação restritiva de
direitos do trabalhador, com base em um de seus incisos, ainda mais de forma implícita.
Em alguns julgados de nossos Tribunais Regionais do Trabalho, inclusive, a tese tem sido
acolhida, baseando-se no Direito Internacional do Trabalho, posto que o Brasil já ratificou a
convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual em seu artigo11
alínea b, prescreve:

Convenção 155 OIT Art. 11. [...] b) a determinação das operações e processos que serão
proibidos, limitados ou sujeitos à autorização ou ao controle da autoridade ou autoridades
competentes, assim como a determinação das substâncias e agentes aos quais estará
proibida a exposição no trabalho, ou bem limitada ou sujeita à autorização ou ao controle da
autoridade ou autoridades competentes; deverão ser levados em consideração os riscos
para a saúde decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes;
Nesta linha interpretativa, Jorge Luiz Souto Maior assim defende a possibilidade de
cumulação dos adicionais:

“2. Acumulação de adicionais: como o princípio é o da proteção do ser humano,


consubstanciado, por exemplo, na diminuição dos riscos inerentes ao trabalho, não há o
menor sentido continuar-se dizendo que o pagamento de um adicional ‘quita’ a obrigação
quanto ao pagamento de outro adicional. Se um trabalhador trabalha em condição insalubre,
por exemplo, ruído, a obrigação do empregador de pagar o respectivo adicional de
insalubridade não se elimina pelo fato de já ter este mesmo empregador pago ao
empregado adicional de periculosidade pelo risco de vida a que o impôs. Da mesma forma,
o pagamento pelo dano à saúde, por exemplo, perda auditiva, nada tem a ver com o dano
provocado, por exemplo, pela radiação. Em suma, para cada elemento insalubre é devido
um adicional, que, por óbvio, acumula-se com o adicional de periculosidade, eventualmente
devido. Assim, dispõe, aliás, a Convenção nº 155, da OIT, ratificada pelo Brasil.”
No mesmo sentido, Sebastião Geraldo de Oliveira defende a revogação do § 2º do artigo
193 da CLT, em razão da convenção nº 155 da OIT:

“Discute-se, também, a possibilidade de cumulação do adicional de insalubridade com o de


periculosidade. Pelas mesmas razões expostas, somos também favoráveis. Aponta-se,
como obstáculo à soma dos dois adicionais, a previsão contida do art.193, § 2º, da CLT: 'O
empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido'. O
dispositivo legal indica que os dois adicionais são incompatíveis, podendo o empregado
optar por aquele que lhe for mais favorável. Entretanto, após a ratificação e vigência
nacional da Convenção nº 155 da OIT, esse parágrafo foi revogado, diante da determinação
de que sejam considerados os riscos para a saúde decorrentes da exposição simultânea a
diversas substâncias ou agentes (art. 11, b).”
O Ministro Mauricio Godinho Delgado, do E. Tribunal Superior do Trabalho, já manifestou
seu entendimento favorável à cumulação, conforme se vê no julgado abaixo, onde voto foi
vencido:

RECURSO DE REVISTA. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE.


PAGAMENTO NÃO CUMULATÓRIO. OPÇÃO POR UM DOS ADICIONAIS. Ressalvado o
entendimento deste Relator, o fato é que, segundo a jurisprudência dominante nesta Corte,
é válida a regra do art. 193, § 2º, da CLT, que dispõe sobre a não cumulação entre os
adicionais de periculosidade e de insalubridade, cabendo a opção pelo empregado entre os
dois adicionais. Assim, se o obreiro já percebia o adicional de insalubridade, porém entende
que a percepção do adicional de periculosidade lhe será mais vantajosa, pode requerê-lo,
ou o contrário. O recebimento daquele adicional não é óbice para o acolhimento do pedido
de pagamento deste, na medida em que a lei veda apenas a percepção cumulativa de
ambos os adicionais. Todavia, nessa situação, a condenação deve estar limitada ao
pagamento de diferenças entre um e outro adicional. Para a ressalva do Relator, caberia o
pagamento das duas verbas efetivamente diferenciadas (adicional de periculosidade e o de
insalubridade), à luz do art.7º, XXIII, da CF, e do art. 11-b da Convenção 155 da OIT, por se
tratar de fatores e, de principalmente, verbas/parcelas manifestamente diferentes, não
havendo bis in idem. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR:
6117006420095120028 611700-64.2009.5.12.0028, Relator: Mauricio Godinho Delgado,
Data de Julgamento: 26/06/2013, 3ª Turma)
. Adicional de Insalubridade

Durante todo o período em que perdurou o contrato de trabalho, o Reclamante manteve


contato permanente com determinados agentes insalubres previstos na NR 15, jamais
tendo recebido o adicional correspondente, restando, assim, violados os artigos 189, 192
e 200 da CLT, bem como os incisos XXII e XXIII do art. 7º da Constituição.

Segundo se depreende da exegese do art. 189 da CLT, são atividades insalubres aquelas
que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos acima dos limites de tolerância fixados pela Norma Regulamentadora nº 15.

Para sua caracterização, inclusive, não é necessária a atuação permanente e ininterrupta


durante o labor, configurando-se ainda que seja intermitente, de acordo com a Súmula 47 do
E. TST.

Agravando ainda mais a situação de insalubridade na qual trabalhava, o Reclamante não


recebia EPI's que pudessem neutralizar os fatores de risco, valendo dizer, a propósito,
que o fornecimento de apenas alguns equipamentos, entregues de forma esparsa e
irregular, não afasta o direito ao adicional pleiteado, ex vi da Súmula nº 289 do TST.

Neste caso, conforme consta da descrição das atividades e do local de trabalho do


Reclamante, realizada acima, o labor era prestado em contato com os seguintes agentes
insalubres:

.Calor

De acordo com a descrição do trabalho do Reclamante, realizada acima, constata-se que


seu trabalho se desenvolvia em limites de calor superiores ao permitido pelo Anexo III da
Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho e Emprego, o qual define os
limites de exposição mínimos e máximos a tal agente insalubre.

Anote-se, neste particular, que na maioria dos casos de insalubridade por calor inexistem
equipamentos de segurança individuais capazes de neutralizar o dano, sendo imprescindível
a adoção de providências de proteção coletivas, como um melhor sistema de circulação de
ar no ambiente de trabalho, o que inocorreu na espécie.

Segundo entende a melhor jurisprudência pátria, pode-se afirmar com segurança que,
evidenciado o agente insalubre, a única forma da Reclamada esquivar-se ao pagamento da
verba em referência, data venia, será provando que, tendo realizado todas as atitudes de
prevenção possíveis (fornecimento exato de EPI, orientação e fiscalização de uso),
conseguiu neutralizar o agente insalubre.
Neste sentido, anote-se entendimento do E. TRT da 23ª Região, no qual foi relatora a Douta
Desembargadora Beatriz Theodoro:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXPOSIÇÃO AO CALOR ACIMA DAS


TEMPERATURAS PREVISTAS NO ANEXO 03 DA NR 15. Segundo emerge do laudo
técnico, a exposição do trabalhador a temperaturas superiores às estabelecidas no anexo
03 da NR-15 restou comprovada. Assim, considerando que a ré não tomou as medidas de
ordens gerais aptas à neutralização do agente calor, tais como sistema de ventilação e
exaustão eficazes, alterações de layout, climatização, entre outras, impende reconhecer o
direito obreiro ao adicional de insalubridade, sob esse aspecto. Recurso da ré ao qual se
nega provimento.” (TRT-23 - RORs: 715201103123006 MT 00715.2011.031.23.00-6,
Relator: DESEMBARGADORA BEATRIZ THEODORO, Data de Julgamento: 04/07/2012, 2ª
Turma, Data de Publicação: 05/07/2012 - grifos nossos)
. Biológicos

De acordo com a descrição do trabalho do Reclamante, realizada acima, constata-se que


seu trabalho se desenvolvia em contato com agentes biológicos insalubres, em desacordo
com o Anexo XIV da Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho e Emprego,
o qual relaciona todas as atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é
caracterizada pela avaliação qualitativa.

Segundo entende a melhor jurisprudência pátria, pode-se afirmar com segurança que,
evidenciado o agente insalubre, a única forma da Reclamada esquivar-se ao pagamento da
verba em referência será provando que, tendo realizado todas as atitudes de prevenção
possíveis (fornecimento exato de EPI, orientação e fiscalização de uso), conseguiu
neutralizar o agente insalubre.

Neste sentido, anote-se entendimento do E. TRT da 15ª Região, que reconheceu o


adicional de insalubriadade em decorrência do trabalho com agentes químicos, no qual não
se comprovou a entrega adequada de EPIs:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXPOSIÇÃO A AGENTE BIOLÓGICO. Constatado o


labor em atividades que envolvem o contato com agentes biológicos, a teor do disposto no
Anexo 14 da NR 15 da Portaria n.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, impõe-se
o reconhecimento do direito ao adicional de insalubridade. (TRT-15 - RO:
9655720125150052 SP 090820/2013-PATR, Relator: FABIO GRASSELLI, Data de
Publicação: 18/10/2013 - grifos nossos)
.Poeiras minerais

De acordo com a descrição do trabalho do Reclamante, realizada acima, constata-se que


seu trabalho se desenvolvia em contato com poeiras minerais, em des acordo com o Anexo
XII da Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho e Emprego.

O referido Anexo XII trata, especificamente, de qualquer atividade na qual os trabalhadores


estejam expostos a Manganês, fibras de Asbestos e para poeiras que contém Sílica Livre
Cristalizada.

Segundo entende a melhor jurisprudência pátria, pode-se afirmar com segurança que,
evidenciado o agente insalubre, a única forma da Reclamada esquivar-se ao pagamento da
verba em referência, data venia, será provando que, tendo realizado todas as atitudes de
prevenção possíveis (fornecimento exato de EPI, orientação e fiscalização de uso),
conseguiu neutralizar o agente insalubre.

Neste sentido, anote-se o entendimento do E. TRT da 23ª Região, no qual foi relatora a
Douta Desembargadora Beatriz Theodoro:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXPOSIÇÃO AO CALOR ACIMA DAS


TEMPERATURAS PREVISTAS NO ANEXO 03 DA NR 15. Segundo emerge do laudo
técnico, a exposição do trabalhador a temperaturas superiores às estabelecidas no anexo
03 da NR-15 restou comprovada. Assim, considerando que a ré não tomou as medidas de
ordens gerais aptas à neutralização do agente calor, tais como sistema de ventilação e
exaustão eficazes, alterações de layout, climatização, entre outras, impende reconhecer o
direito obreiro ao adicional de insalubridade, sob esse aspecto. Recurso da ré ao qual se
nega provimento.” (TRT-23 - RORs: 715201103123006 MT 00715.2011.031.23.00-6,
Relator: DESEMBARGADORA BEATRIZ THEODORO, Data de Julgamento: 04/07/2012, 2ª
Turma, Data de Publicação: 05/07/2012 - grifos nossos)
. Base de cálculo do adicional de insalubridade

O adicional de insalubridade de 20% ao mês deverá observar a evolução do salário mínimo,


tendo sido apurado preliminarmente nos seguintes valores por ano:

l 2020: R$ 209,00
l 2021: R$ 220,00
l 2022: R$ 242,40
l 2023: R$ 264,00
. Reflexos do adicional de insalubridade nas verbas rescisórias, férias e décimo
terceiros salários anteriores à rescisão

Ainda, conforme entendimento da Súmula 139 do E. TST, o valor do adicional de


insalubridade integra o cálculo de todos haveres trabalhistas.

Assim, de acordo com os dados do contrato de trabalho informado anteriormente, o


Reclamante faz jus à integração do adicional de insalubridade nas seguintes verbas:

l 3 férias anteriores (sobre o 1/3 nas férias anteriores): R$ 264,00;


l 2 anos e 5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão: R$ 638,88;
l 39 dias de aviso prévio: R$ 343,20;
l 3/12 avos de férias proporcionais: R$ 88,00;
l 10/12 avos de décimo terceiro proporcional: R$ 220,00;
Desta forma, os reflexos sobre rescisão, férias e décimos terceiros totalizam
preliminarmente R$ 1.554,08 valor sobre o qual ainda são devidos os depósitos de FGTS.

Pelo exposto, observa-se claramente que o Reclamante laborava em condições insalubres,


sendo devido o pagamento do adicional de insalubridade no percentual que for apurado
através da realização de perícia técnica por médico ou engenheiro do trabalho (art. 195,
CLT), mas estimado a priori em 20% sendo devida, ainda, a integração na remuneração
para todos os efeitos legais (Súmula 139 do TST), totalizando preliminarmente o valor de
R$ 10.530,85 .

. Adicional de periculosidade

Durante todo o período em que perdurou o contrato de trabalho, o Reclamante laborou em


atividade considerada perigosa pela NR 16, não tendo, contudo, recebido o adicional
correspondente, restando violados, assim, os artigos 193 caput e parágrafo 1º, e art. 200 da
CLT, bem como os incisos XXII e XXIII do art. 7º da Constituição Federal.

[descrição da periulosidade]

Segundo se depreende da exegese do art. 193 da CLT, são atividades ou operações


perigosas aquelas que por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição permanente do trabalhador, nas situações descritas nos incisos I e
II e parágrafo 4º.
Para sua caracterização, inclusive, não é necessária a atuação permanente e ininterrupta
do Reclamante durante o labor, configurando-se ainda que seja intermitente, de acordo com
a Súmula 364 do E. TST, in verbis:

Súmula Nº 364 do TST Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto


permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido,
apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que,
sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 -
inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003 - grifos nossos)
E que nem se alegue, data venia, a existência de norma coletiva alterando o percentual
(30%), ou mesmo a base de cálculo do adicional de periculosidade, uma vez que, no
entendimento do E. TST, o disposto no art. 7º, XXII, da Constituição Federal não pode ser
objeto de negociação coletiva:

“[...] ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO POR


ACORDO COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. Ao cancelar o item II da Súmula nº 364, II, esta
c. Corte buscou resguardar o disposto no art. 7º, XXII, da Constituição Federal que garante
aos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança. No entendimento desta c. Corte, estas normas não podem ser
objeto de negociação coletiva. O inciso XXIII do art. 7º da Constituição Federal estabelece,
como direitos dos trabalhadores, adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei. Assim, deve ser considerada igualmente inválida
cláusula de acordo coletivo que altera a base de cálculo do adicional de periculosidade,
diante da existência de norma específica, art. 1º da Lei nº 7.369/85, e de Súmula desta c.
Corte (191), estabelecendo que a base de cálculo do adicional de periculosidade dos
eletricitários é a totalidade das parcelas de natureza salarial. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST, ARR 12526420135030037, 6ª Turma, CILENE FERREIRA AMARO SANTOS,
Desembargadora Convocada Relatora, Data de Julgamento: 10/12/2014 - grifos nossos)
Neste caso, conforme consta da descrição das atividades e do local de trabalho do
Reclamante, realizada acima, o trabalho era prestado em situação de risco com os
seguintes agentes:

. Periculosidade por exposição à violência

De acordo com a descrição do trabalho do Reclamante, realizada acima, constata-se que


seu labor se desenvolvia com exposição a roubos ou outras espécies de violência física,
sendo devido o adicional de periculosidade nos termos do que prescrevem os artigos 193,
inciso II e 200, caput, da CLT, bem como o Anexo III da Norma Regulamentadora nº 16 do
Ministério do Trabalho e Emprego, na qual enquadra-se a atividade do Reclamante.

Ressalte-se que, de acordo com o entendimento dos Tribunais pátrios, não é imprescindível
que a empresa de vigilância esteja registrada no Ministério da Justiça.

Neste sentido, anote-se:

[...] Nem se alegue que somente os empregados de empresas de segurança privada ou das
que têm registro no Ministério da Justiça fazem jus ao adicional de periculosidade. O
Reclamante, até por não ter treinamento para tanto, era exposto a muito mais risco que os
seguranças das firmas especializadas, que são treinados para as situações de perigo.
Assim, razoável que ele tenha direito ao recebimento do adicional em debate. (TRT-3 - RO:
01085201307103007 0001085-42.2013.5.03.0071, Relator: Fernando Antonio Viegas
Peixoto, Sexta Turma, Data de Publicação: 16/06/2014 13/06/2014. DEJT/TRT3/Cad.Jud.
Página 282. Boletim: Não.)
. Base de cálculo do adicional de periculosidade

O adicional de periculosidade de 30% ao mês deverá observar a evolução do salário base


do Reclamante, tendo sido apurado preliminarmente nos seguintes valores por ano:
l 2020: R$ 806,55
l 2021: R$ 580,20
l 2022: R$ 626,61
l 2023: R$ 666,90
. Reflexos do adicional de periculosidade nas verbas rescisórias, férias e décimo
terceiros salários

Ainda, de acordo com a Súmula 132 do E. TST, o valor do adicional de periculosidade


integra o cálculo das verbas pagas indenizadamente e de horas extras.

Assim, de acordo com os dados do contrato de trabalho informado anteriormente, o


Reclamante faz jus à integração do adicional de periculosidade nas seguintes verbas:

l 3 férias anteriores ao ano da rescisão (sobre o 1/3): R$ 666,90;


l 2 anos e 5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão: R$ 1.613,91;
l 39 dias de aviso prévio: R$ 866,97;
l 3/12 avos de férias proporcionais: R$ 222,31;
l 10/12 avos de décimo terceiro proporcional: R$ 555,75;
Desta forma, os reflexos sobre rescisão, férias e décimos terceiros totalizam
preliminarmente R$ 3.925,84, valor sobre o qual ainda são devidos os depósitos de FGTS e
multa de 40%.

Pelo exposto, observa-se claramente que o Reclamante laborava em condições de perigo,


sendo devido, portanto, o pagamento do adicional de periculosidade, com base no salário
mensal (acompanhando a evolução salarial), no percentual de 30% ao mês, o que deverá
ser apurado através da realização de perícia técnica por médico ou engenheiro do trabalho
(art. 195, CLT), sendo devida, ainda, a integração na remuneração para todos os efeitos
legais (Súmula 132 do TST), totalizando preliminarmente o valor de R$ 28.469,30.

. FGTS

. Depósitos mensais pré-rescisão

Conforme demonstra o incluso extrato, emitido pela CEF, o valor total depositado na data de
hoje perfaz o total de R$ 3.665,92. No entanto, a Reclamada não viabilizou seu
levantamento, não tendo realizado o depósito da multa de 40% sobre o saldo, bem como a
entrega das guias e documentos necessários para o saque na conta vinculada do
Reclamante.

. Depósitos sobre a rescisão

A Reclamada também não realizou os depósitos do FGTS sobre as seguintes verbas


rescisórias pleiteadas nesta ação:

l 25 dias de saldo de salário: R$ 148,20


l 10/12 avos de décimo terceiro salário proporcional: R$ 148,20
l 39 dias de aviso prévio indenizado: R$ 231,19
. Depósitos de FGTS sobre o adicional de insalubridade

O Reclamante tem direito aos depósitos do FGTS sobre o adicional de insalubridade,


conforme exposto anteriormente, totalizando preliminarmente o valor de R$ 718,14.

. Depósitos de FGTS sobre os reflexos do adicional de insalubridade


O Reclamante também tem direito aos depósitos do FGTS dos reflexos do adicional de
insalubridade, nas seguintes verbas:

l Sobre 10/12 avos de décimo terceiro proporcional: R$ 17,60;


l Sobre 2 anos e 5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão: R$ 51,11;
l Sobre 39 dias de aviso prévio indenizado: R$ 27,46;
. Depósitos de FGTS sobre o adicional de periculosidade

O Reclamante tem direito aos depósitos do FGTS sobre o adicional de periculosidade,


conforme exposto anteriormente, totalizando preliminarmente o valor de R$ 1.963,48.

. Depósitos de FGTS sobre os reflexos do adicional de periculosidade

O Reclamante também tem direito aos depósitos do FGTS dos reflexos do adicional de
periculosidade, nas seguintes verbas:

l Sobre 39 dias de aviso prévio indenizado: R$ 69,36;


l Sobre 10/12 avos de décimo terceiro proporcional: R$ 44,46;
l Sobre 2 anos e 5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão: R$ 129,11;
. Multa de 40% do FGTS

Ainda, uma vez que a dispensa foi realizada sem justa causa, o Reclamante tem direito à
multa de 40% sobre o saldo devido atualizado, incluindo todas as verbas com natureza
salarial pleiteadas na presente ação, nos termos do que determina o § 1º do artigo 18 da Lei
8.036/90, totalizando preliminarmente o valor de R$ 2.885,69.

. Totalização do FGTS

Destarte, a Reclamada deverá realizar o depósito na conta vinculada do Reclamante, o que


deverá ser apurado em regular liquidação de sentença, totalizando preliminarmente o valor
de R$ 10.099,92.

A Reclamada deverá, ainda, providenciar e entregar ao Reclamante as guias e


documentos necessários para o levantamento junto à CEF, ou então, diante de
impossibilidade, requer que seja realizado o pagamento de forma indenizada da parte não
depositada, bem da expedição de alvará por este E. Juízo para levantamento dos valores
que se encontram em conta vinculada.

. Pedido de concessão dos benefícios da Justiça Gratuita por Declaração de


Hipossuficiência

O Reclamante não possui recursos suficientes para arcar com o pagamento das custas
processuais estimadas para este processo.

A presente declaração, além de ser realizada por este procurador, devidamente habilitado
para tanto (Procuração, doc. I), também é acompanhada do instrumento formal em anexo
(Declaração de Hipossuficiência, doc. II) assinado pelo Reclamante sob as penas da lei.

A possibilidade de tal comprovação ser realizada por via de declaração, mesmo após o
advento da lei 13.467/17, vem sendo reconhecida tanto pela doutrina especializada quanto
pela jurisprudência pátria recentes, apenas cedendo lugar quando exista nos autos prova
em sentido contrário.

Neste sentido vem sendo o entendimento majoritário da primeira instância da Justiça do


Trabalho brasileira, tendo sido igualmente no mesmo sentido a valiosa lição do Ministro do
TST Mauricio Godinho Delgado, no indispensável e oportuno A reforma trabalhista no
Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/17, obra escrita em conjunto com sua filha, a
jurista Gabriela Neves Delgado:

[...] Diz o novo § 4o do art. 790 da CLT que o benefício da justiça gratuita somente será
concedido "à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas
do processo". Essa comprovação pode se fazer, em princípio, pela declaração de próprio
punho da pessoa natural do autor da ação, bem como pela declaração de seu procurador no
processo (art. 105, in fine, CPC-2015), desde que autorizado por "cláusula específica"
contida no instrumento de mandato (procuração) - Súmula n. 463, I, TST. Entretanto, tais
declarações podem não bastar, caso exista nos autos prova em sentido contrário, juntada
pela parte adversa ou não; mesmo assim, antes de indeferir o pedido, deve o Magistrado
"determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos" (§ 2o, in
fine, do art. 99 do CPC-2015).” (Delgado, Maurício Godinho, A reforma trabalhista no Brasil:
com os comentários à Lei n. 13.467/17 / Mauricio Godinho Delgado, Gabriela Neves
Delgado. - São Paulo : LTr, 2017. - fls. 324/325 - sem grifos no original)
Recentemente, inclusive, o próprio TST, através de sua 2ª Turma, entendeu que “a simples
afirmação do reclamante de que não tem condições financeiras de arcar com as
despesas do processo autoriza a concessão da Justiça gratuita à pessoa natural.” (RR
- 340-21.2018.5.06.0001, relator o Ministro José Roberto Freire Pimenta, acórdão proferido
em 15/05/2020).

O presente pedido é feito, ainda que o Reclamante atenda ao pressuposto do § 3º do


art. 790, como se verá adiante, tendo em vista a disposição do § 4º do art. 791, que
estabelece a possibilidade de revogação da Justiça Gratuita, quantos aos honorários
advocatícios, na hipótese de ficar comprovado que os motivos ensejadores de sua
concessão deixaram de existir.

De forma que, uma vez concedidos os benefícios em virtude do fato de o Reclamante ter
auferido salário inferior ao teto legal, a concessão da Justiça gratuita seria bastante tênue
com a relação ao referido § 4º do art. 791, tendo em vista a possibilidade de sua revogação
caso o Reclamante venha a receber salário consideravelmente superior no decurso de 2
anos após o trânsito em julgado da decisão que o concedeu.

Com efeito, existe uma única interpretação realmente sintonizada aos preceitos
constitucionais e à legislação processual adjetiva mais benéfica, podendo concluir-se, à
partir dela, que é necessária a comprovação através de Declaração Formal de
Hipossuficiência, a ser suprida nos termos da legislação supletiva.

A contrario senso posiciona-se o entendimento de que o Reclamante deveria demonstrar,


por todos os meios de prova em direito admitidos, a insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo.

Neste caso, pergunta-se: o que exatamente o Reclamante deverá fazer? Deverá apresentar
seu orçamento doméstico dos últimos meses, quiçá dos últimos anos?

Enfim, sobram dúvidas para interpretar o termo comprovação, Douto Magistrado,


mostrando-se, com efeito, em maior sintonia com o texto constitucional o entendimento de
que a dita comprovação possa ser realizada através de declaração formal, e ser concedida
nos termos dos arts. 98 e 99 do CPC, em especial pelo § 3º deste último, o que fica
desde já requerido na espécie.

Destarte, requer desde já que a concessão da Justiça Gratuita seja deferida, em


interpretação conforme a constituição, com fundamento na Declaração de Hipossuficiência
em anexo, tendo em vista a compatibilidade entre tal requerimento e o § 4º do art. 790 da
CLT.

. Pedido de controle difuso de constitucionalidade


Em continuidade, e apenas na hipótese de Vossa Excelência entender pela
inaplicabilidade da comprovação pela via de declaração, o Reclamante, data maxima
venia, irá requerer, por cautela, a análise incidental de sua constitucionalidade.

Acerca da possibilidade do controle difuso de constitucionalidade nesta especializada,


Excelência, vale citar o que restou consignado no Enunciado nº 2 da Comissão nº 1 da 2º
Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho promovida pela Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) entre os dias 9 e 10 de
outubro de 2017:

INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA LEI 13.467/2017 Ementa OS JUÍZES DO


TRABALHO, À MANEIRA DE TODOS OS DEMAIS MAGISTRADOS, EM TODOS OS
RAMOS DO JUDICIÁRIO, DEVEM CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO E AS
LEIS, O QUE IMPORTA NO EXERCÍCIO DO CONTROLE DIFUSO DE
CONSTITUCIONALIDADE E NO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE DAS LEIS, BEM
COMO NO USO DE TODOS OS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO/APLICAÇÃO
DISPONÍVEIS. [...] (grifamos)
De qualquer forma, o Reclamante genuinamente lamenta, Excelência, o fato de ser obrigado
a apresentar razões processuais tão longas nesta especializada, porém, a possibilidade real
de advir prejuízo em decorrência de uma legislação em grande parte inconstitucional, não
poderia deixar margem para atitude diversa.

. Sobre a agressão ao direito de acesso à Justiça

O acesso à justiça é o primeiro dos direitos do ser humano a ser efetivamente assegurado,
pois através de seu exercício é que serão reconhecidos os demais. (Cappelletti e Garth -
1998)
Dentre as regras de direito processual introduzidas pela nova legislação encontram-se
vários dispositivos que possuem a nítida e declarada intenção de inviabilizar o ajuizamento
de reclamações trabalhistas.

Tais disposições contrariam de forma direta e incontestável o mandamento constitucional,


na medida em que dificultam a concessão e tornam a Justiça Gratuita parcial, limitando
drasticamente seu alcance e efeitos.

Felizmente, algumas delas já foram declaradas inconstitucionais pelo E. STF (v.g: arts. 790-
B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º da CLT).Porém, no entender do Reclamante, e data maxima
venia ainda existe a evidente e não analisada inconsitucionalidade do art. 790, § 4º. Senão
vejamos, com máxima brevidade:

. Art. 790, § 4º

[..] § 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência
de recursos para o pagamento das custas do processo.(NR)
Em sentido diametralmente oposto, Douto Julgador, o CPC de 2015 previu expressamente
no § 3º de seu artigo 99 que:

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por


pessoa natural.
Então, Douto Magistrado, esta é a regra do processo civil, onde não se considera, pelo
menos não à princípio, que as partes estejam em condição de desigualdade.

De outro lado, no Direito do Trabalho, que é (ou pelo menos era, até o advento da dita
Modernização Trabalhista) norteado pelo princípio da proteção, será necessário agora que o
trabalhador comprove que não possui condições de arcar com os custos do processo.
Procedendo de tal forma, a legislação trabalhista, ao conceder incomparável vantagem ao
litigante no processo civil, além de ofender diretamente os incisos LXXIV, LIV, LV e XXXV,
também ofendeu o princípio da igualdade constante no caput do artigo 5º da CF, ofendendo,
ainda, outras disposições legais, constitucionais e convenções internacionais, as quais estão
consignadas expressamente em capítulo específico adiante.

Destarte, requer desde já a declaração incidental de inconstitucionalidade do § 4º (inteiro) do


art. 790 da Lei 13.467/17, com aplicação subsidiária do CPC (especialmente do art. 99 § 3º)
para a concessão da Justiça Gratuita.

. As disposições legais, constitucionais, e tratados internacionais violados

Por todo o exposto, o Reclamante requer desde já o reconhecimento incidental, em sede de


controle difuso de constitucionalidade do art. 790, § 4º, por limitar o direito fundamental de
acesso à Justiça, ofendendo diretamente o artigo 5º, caput, e incisos XXXV, LXXIV, LIV, LV
e XXXV da Magna Carta, além de ofender os artigos 1º, incisos III e IV, o artigo 3º , incisos I
e III, e 7º, IV e X, e art. 9º também da CF, bem como os princípios da proteção e da regra
mais favorável ao trabalhador, o artigo 8, item 1, da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, os artigos 8 e 10 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, e o artigo 14,
item 1, do Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos, tudo para que a Justiça
Gratuita seja concedida sem necessidade de comprovação, e sem as limitações citadas
anteriormente.

. Pedido de concessão da Justiça Gratuita por atendimento ao novo § 3º do art. 790


do CPC

Na hipótese de serem ultrapassados os pedidos anteriores, o que, de qualquer forma, não


se espera, o Reclamante requer que lhe sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita
por atendimento ao §4º do art. 790 da CLT, pois como o desligamento ocorreu no ano de
2023, e o Reclamante recebeu como último salário, conforme exposto nesta petição inicial,
o valor de R$ 2.223,01, sendo este inferior 40% do teto dos benefícios da previdência
Social da época (R$ 3.045,52), incide a regra do artigo 790 da CLT (com a modificação
introduzida pelo § 4º do art. 790 da Lei 13.467/17).

Destarte, requer que seja concedida a Justiça Gratuita, sem as limitações inconstitucionais
trazidas pela Lei 13.467/17.

Por fim, caso Vossa Excelência entenda que não foram atendidos os pressupostos para a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, requer ainda que seja concedida a
oportunidade para que o Reclamante complemente com os documentos que Vossa
Excelência julgar necessários e aptos para a comprovação, nos termos do § 2º do art.
99, in fine do CPC.

. Pedidos

Por todos os fundamentos anteriormente expostos, o Reclamante REQUER o


reconhecimento das situações de fato e de direito acima expostas (conteúdo declaratório),
bem como a condenação da Reclamada, para cumprir as determinações mandamentais e
para pagar ao Reclamante as seguintes verbas, nos seguintes termos:

1. a concessão da Justiça Gratuita por Declaração de Hipossuficiência, nos termos dos arts.
98 e 99 (especialmente seu § 3º) do do CPC, por interpretação conforme a Constituição, ou
pela declaração de inconstitucionalidade do § 4º do art. 790 da Lei 13.467/17 pela via difusa;
2. a concessão da Justiça Gratuita por atendimento da regra do § 3º do art. 790 da Lei
13.467/17, uma vez que o o Reclamante ganhava salário inferior a 40% do teto dos
benefícios da Previdência Social;
3. o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho;
4. uma indenização por danos morais em decorrência dos fatos geradores da rescisão
indireta, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência tendo em vista os ditames legais e
as orientações jurisprudênciais, mas que não se espera seja inferior a R$ 20.000,00;
5. o recebimento do valor referente aos 39 dias de aviso prévio indenizado, totalizando
preliminarmente o valor de R$ 2.889,90, e o reconhecimento deste tempo como se de
efetivo serviço fosse, projetando seus efeitos até 08 de novembro de 2023;
6. o recebimento de 25 dia(s) de saldo de salário, referente ao mês em que ocorreu a
ruptura do contrato de trabalho, totalizando preliminarmente o valor de R$ 1.852,50;
7. o recebimento de 10/12 avos de 13º salário, totalizando preliminarmente o valor de R$
1.852,51;
8. o recebimento de 3/12 avos de férias proporcionais, totalizando preliminarmente o valor
de R$ 741,00;
9. o recebimento das verbas salariais consideradas incontroversas logo na primeira
audiência, sob pena de pagamento com acréscimo de 50%, conforme determinado pelo art.
467. CLT – à conferir e apurar, nos termos dos arts. 324, inc. III do CPC;
10. o recebimento do adicional de insalubridade, referente a todo o período trabalhado,
definido através de perícia técnica, calculado pelo valor do salário mínimo, no percentual
estimado previamente em 20%, totalizando preliminarmente o valor de R$ 8.976,77;
11. a integração do adicional de insalubridade para todos os efeitos legais, refletindo nas
verbas rescisórias, em 13º salário e férias anteriores à rescisão e em FGTS, conforme
especificado anteriormente e requerido abaixo;
12. o recebimento do reflexo do adicional de insalubridade sobre 3 férias anteriores (sobre o
1/3 nas férias anteriores), totalizando preliminarmente o valor de R$ 264,00;
13. o recebimento do reflexo do adicional de insalubridade sobre 2,42 décimo terceiro(s)
anterior(es) à rescisão (excluído proporcional), totalizando preliminarmente o valor de R$
638,88;
14. o recebimento do reflexo do adicional de insalubridade sobre 39 dias de aviso prévio,
totalizando preliminarmente o valor de R$ 343,20;
15. o recebimento do reflexo do adicional de insalubridade sobre 3/12 avos de férias
proporcionais, totalizando preliminarmente o valor de R$ 88,00;
16. o recebimento do reflexo do adicional de insalubridade sobre 10/12 avos de décimo
terceiro proporcional, totalizando preliminarmente o valor de R$ 220,00;
17. o recebimento do adicional de periculosidade calculado no valor de 30% sobre a
remuneração do Reclamante, referente a todo o período trabalhado, totalizando
preliminarmente o valor de R$ 24.543,46;
18. a integração do adicional de periculosidade para todos os efeitos legais, refletindo nas
verbas rescisórias, em 13º salário e férias anteriores à rescisão e em FGTS, conforme
especificado anteriormente e requerido abaixo;
19. o recebimento do reflexo do adicional de periculosidade sobre 3 férias anteriores (sobre
o 1/3 nas férias anteriores), totalizando preliminarmente o valor de R$ 666,90;
20. o recebimento do reflexo do adicional de periculosidade sobre 2,42 décimo terceiro(s)
anterior(es) à rescisão (excluído proporcional), totalizando preliminarmente o valor de R$
1.613,91;
21. o recebimento do reflexo do adicional de periculosidade sobre 39 dias de aviso prévio,
totalizando preliminarmente o valor de R$ 866,97;
22. o recebimento do reflexo do adicional de periculosidade sobre 3/12 avos de férias
proporcionais, totalizando preliminarmente o valor de R$ 222,31;
23. o recebimento do reflexo do adicional de periculosidade sobre 10/12 avos de décimo
terceiro proporcional, totalizando preliminarmente o valor de R$ 555,75;
24. o recebimento dos depósitos de 8% do FGTS sobre os valores principais e reflexos de
todas as verbas com natureza salarial pleiteados nesta ação, conforme especificamente
requerido abaixo, com a imediata entrega das guias e documentos necessários para o
saque na conta vinculada do Reclamante, eventualmente com a aplicação de multa diária
em caso de descumprimento, em valor determinado por este Egrégio Juízo, ou,
alternativamente, pela expedição de Alvará Judicial por este Egrégio Juízo, ou, ainda
alternativamente, no caso de impossibilidade dos pedidos anteriores, por seu pagamento
indenizado;
25. a viabilização do levantamento dos valores de depósitos e décimo terceiros,
regularmente depositados na conta vinculada do FGTS, no valor de R$ 0,00 ;
26. o recebimento do FGTS referente aos 10/12 avos de décimo terceiro salário
proporcional, no valor preliminar de R$ 148,20;
27. o recebimento do FGTS referente ao(s) 25 dias de saldo de salário, no valor preliminar
de R$ 148,20;
28. o recebimento do FGTS referente aos 39 dias de aviso prévio indenizado, no valor
preliminar de R$ 231,19;
29. o recebimento do FGTS referente ao adicional de insalubridade, no valor preliminar de
R$ 718,14;
30. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de insalubridade nos 39 dias
de aviso prévio indenizado, no valor preliminar de R$ 27,46;
31. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de insalubridade nos 10/12
avos de décimo terceiro proporcional, no valor preliminar de R$ 17,60;
32. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de insalubridade em 2 anos e
5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão, no valor preliminar de R$ 51,11;
33. o recebimento do FGTS referente ao adicional de periculosidade, no valor preliminar de
R$ 1.963,48;
34. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de periculosidade nos 39 dias
de aviso prévio indenizado, no valor preliminar de R$ 69,36;
35. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de periculosidade nos 10/12
avos de décimo terceiro proporcional, no valor preliminar de R$ 44,46;
36. o recebimento do FGTS referente ao reflexo do adicional de periculosidade em 2 anos e
5 meses de 13º salários anteriores ao ano da rescisão, no valor preliminar de R$ 129,11;
37. o recebimento da multa de 40% do FGTS, conforme exposto anteriormente, no valor
preliminar de R$ 2.885,69;
38. a incidência de juros legais moratórios;
39. a incidência de correção monetária pelo índice IPCA-E, de acordo com o entendimento
consolidado no E. TST;
40. que sejam remetidos ofícios para a Delegacia Regional do Trabalho, o Ministério Público
do Trabalho, e à Receita Federal, informando as irregularidades noticiadas, para que sejam
tomadas as medidas cabíveis, uma vez que a situação do Reclamante pode estar se
repetindo com outros funcionários da Reclamada.
41. que a incidência de imposto de renda, se devida em decorrência do recebimento
acumulado das verbas, seja suportada pela Reclamada;
42. a condenação da Reclamada em de honorários advocatícios de sucumbência, em
percentual a ser definido por Vossa Excelência, calculados sob o valor final da liquidação,
nos termos do que dispõe o artigo 791-A da CLT;

Todos os cálculos acima apresentados representam um estimativa para fins de


distribuição, devendo ser apurados em regular liquidação de sentença, e acrescidos, ainda,
de reflexos e juros e correção monetária, até a data do efetivo pagamento.

E para que venha ao final obter a satisfação dos seus direitos, requer ainda as seguintes
providências processuais:

1. notificação da Reclamada para apresentar a defesa que entender cabível, sob pena de
revelia;
2. a designação de audiência inaugural;
3. a produção de todos os meios legais de prova, ainda que não especificados na
legislação processual (art. 369 do CPC), como a oitiva de testemunhas, a realização de
perícia técnica de exame, vistoria, avaliação, juntada ou pedido de exibição de documento
ou coisa, e todos os demais em direito admitidos.
4. o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, ou de preposto que tenha
conhecimento dos fatos, sob pena de confissão quanto à matéria de fato;
5. a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que o Reclamante encontra-
se atualmente em situação econômica não lhe permite pagar as custas do processo e os
honorários sem prejuízo do sustento próprio e da família;

Termos em que, dando à causa o valor de R$ 76.435,98 para efeitos de distribuição, em


caráter preliminar, e requerendo a total procedência da presente Reclamação, com a
condenação da Reclamada nos pedidos formulados e verbas pleiteadas, acrescidas de juros
moratórios e correção monetária na forma da lei, custas processuais, verba honorária
advocatícia de sucumbência e demais cominações legais,

Pede deferimento,

[cidade], 20 de setembro de 2023.

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