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ESTUDANDO: NR 17 BÁSICO - ERGONOMIA


Atividades com Sobrecarga Muscular Estática ou Dinâmica
Quais os cuidados a serem tomados nas atividades e métodos de trabalho que exijam sobrecarga muscular
estática ou dinâmica dos membros?

Segundo o item 17.6.3, nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros,
dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o
seguinte:

- Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer
espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
- Devem ser incluídas pausas para descanso;
- Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igualou superior a 15 dias, a exigência de
produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

As posições que implicam ter as mãos para cima ou dobrar para frente estão entre as formas mais comuns de criar
carga "estática". É importante que a carga de trabalho não seja muito pesada a que deva ser concedido descanso
durante a jornada de trabalho.

A carga "estática", que faz com que os braços fiquem erguidos ou dobrados para a frente, são comuns e
geralmente estão combinadas com operações repetitivas, exigência de carga ocular e alto ritmo de pressão de
trabalho. Os músculos tencionados sobre uma carga estática ficam cansados porque ficam contraídos por um
longo período, depois de algum tempo eles ficam doloridos. A carga estática nos músculos por um longo período
aumenta o trabalho cardíaco e a pulsação.

A forma mais natural de trabalhar é através da forma ritimizada. A carga "dinâmica" viabiliza a contração e o
relaxamento alternado dos músculos, sob uma carga estática uniforme.

O desenho das ferramentas manuais pode afetar a produtividade e a saúde de um operador caso não seja
adequado ao trabalhador ou à sua tarefa. As seguintes considerações são importantes na seleção de ferramentas
manuais:

a) Evitar sustentar continuamente um equipamento pesado;


b) Evitar ângulos dos pulsos ao utilizar tesouras ou alicates;
c) Reduzir a pressão desconfortável na palma das mãos ou nas articulações (alicates muito pequenos);
d) Evitar ferramentas pontiagudas (tesouras de chapa);
e) Utilizar maçanetas fáceis de agarrar, com bom isolamento elétrico e sem pontas agudas ou cantos vivos;
f) Utilizar ferramentas especiais para ações repetidas, como ferro para soldar com a ponta dobrada e suporte de
ferramenta ao usar uma talhadora.

O número de horas de trabalho e a forma como estão organizadas podem afetar de forma significativa o cotidiano
do trabalhador. É essencial que os trabalhadores tenham tempo livre para o descanso e lazer.

O cumprimento do número de horas trabalhadas é uma das principais exigências de um trabalho. A limitação ou a
redução das horas de trabalho é tema das recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A
adequação da jornada de trabalho, incluindo os turnos diurnos e noturnos, trabalhos em turno, licenças por razões
particulares e treinamento são igualmente importantes.

As horas de trabalho básicas geralmente são fixas pela lei, podendo ser limitadas, também através de acordos
coletivos entre empregados a empregadores. As horas trabalhadas geralmente diferem da duração normal, já que
as horas extras devem ser acrescentadas. Se as horas de trabalho forem inadequadas, elas podem influenciar na
saúde a na segurança, no grau de tensão a fadigae na qualidade da vida de trabalho em geral. Muitos países estão
estabelecendo limites menores, a Convenção n° 116 da OIT de 1962 ratifica as 48 horas por semana como sendoo
padrão mundial com redução progressiva até 40 horas por semana.

O limite legal no Brasil definido a partir da Constituição Federal de 1988 é de 44 horas semanais, entretanto a CLT
(Titulo III Das Normas Especiais do Trabalho, Capítulo I - Das disposições especiais sobre duração e condições de
trabalho) estabelece períodos menores para algumas atividades como por exemplo, bancários, telefonista, serviços
de portaria, ferroviários e outros.

O trabalho extra compreende as horas trabalhadas além das horas normais. Quando o trabalho extra for freqüente,
as longas horas de trabalho podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar. O trabalho extra significa também,
custos mais elevados para a empresa, o trabalho extra pode ser necessário para a organização de algum trabalho
de emergência ou por razões econômicas para não contratação de mão de obra externa. Os problemas surgem
quando o trabalho extra se torna uma regra, mais do que uma exceção, o que envolve acréscimos substanciais ao
salário. Estes ganhos mais elevados são vantajosos para os trabalhadores, entretanto, os ganhos a mais são a
despesa do descanso, da vida familiar e do lazer. As horas extras constantes têm outras desvantagens, incluindo
ganhos instáveis, efeitos adversos na saúde e segurança.

As horas de trabalho excessivas podem ser o resultado de:

a) concentração sazonal de trabalho;


b) trabalho intermitente distribuído em longas jornadas de trabalho;
c) falta de mão-de-obra especializada ou qualificada;
d) controle de execução fraco ou com dificuldades.

As horas de trabalho excessivas acarretam efeitos adversos nos trabalhadores, à saber:

a) tensão e cansaço excessivo, tanto físico como mental;


b) baixa qualidade de trabalho e aumento da incidência de erros;
c) aumento no número de acidentes;
d) sono insuficiente, em alguns casos, associados com a dificuldade em dormir e o possível uso de medicamentos;
e) diminuição da resistência a doenças, geralmente levando ao envelhecimento precoce;
f) alterações na vida familiar e nas atividades sociais.

Os efeitos negativos de muitas horas de trabalho podem estar associados a outros fatores, tais como: higiene e
segurança deficientes, alimentação inadequada, saúde geral precária, condições de moradia precárias, falta de
serviços sociais públicos, longas horas de viagem a meios de transporte ineficientes.

A existência de períodos de descanso e intervalos é necessária para a segurança, a saúde e o bem estar dos
trabalhadores. Tais períodos de descanso e intervalos devem incluir:

a) intervalos curtos durante as horas de trabalho;


b) intervalos longos para as refeições;
c) descanso diurno e noturno;
d) descanso semanal

Os pequenos intervalos durante a jornada de trabalho são necessários para evitar a fadiga, eles são importantes
nos trabalhos de supervisor das máquinas ou processos contínuos.

O intervalo de uma hora para as refeições é obrigatório por lei, sendo indispensável para a jornada a partir de oito
horas diárias. O empregador deve disponibilizar um local adequado para as refeições fora do local de trabalho. É
recomendável a utilização de recursos que possam distrair o trabalhador durante seu período de almoço, como por
exemplo, televisão, sala de jogos ou de leitura.

Os intervalos para as refeições e as pausas curtas para descansar evitam a perda de concentração, o contato com
os colegas de trabalho é essencial para criação de um bom clima social no trabalho.

O descanso diurno ou noturno deve assegurar o sono, o lazer e o convívio familiar devem ser garantidos ao
trabalhador. No caso do trabalho de turno, as precauções são necessárias para assegurar um descanso diurno ou
noturno. O descanso semanal é fundamental para a saúde e o bem estar dos trabalhadores. O tempo mínimo de
descanso semanal estabelecido na Convenção OIT n° 14 sobre o Descanso Semanal na Indústria e a OIT n° 106
sobre o Descanso Semanal no Comércio e Escritórios é de 24 horas consecutivas em qualquer período de sete
dias. A adoção generalizada da jornada de cinco dias na semana, tornou o descanso semanal de 48 horas comum
em muitos países.

O direito a férias anuais remuneradas e o tempo mínimo de férias, estabelecido por lei é de 30 dias com direito a
conversão de dez dias, no máximo, na forma de pagamento. É importante garantir o direito às férias e assegurar
que estas realmente sejam utilizadas. O pagamento no lugar das férias não tem o mesmo efeito que o tempo de
descanso fora do trabalho. Este direito possui sua abordagem na Convenção n°. 132 da OIT sobre Férias
Remuneradas.

As licenças ocasionais, como por exemplo a licença maternidade, de saúde e outras, não devem ser computados
como parte integrante das férias anuais.

Em muitas empresas, os turnos de trabalho estão se tornando mais comuns, o que, inevitavelmente cria problemas
na saúde e à vida social. Poucas pessoas se adaptam adequadamente, devido às alterações nos seus "relógios
biológicos" e no seu cotidiano. O turno de trabalho é necessário nas situações em que a produção não pode ser
interrompida por razões técnicas e/ou econômicas ou quando o trabalho exercido envolve interesses da
coletividade, como por exemplo, serviços de transporte, corpo de bombeiros, hospitais e outros de utilidade pública.

Os trabalhadores de turno sofrem com as condições de sono alteradas, problemas estomacais e outros. Este tipo
de trabalho pode trazer outros distúrbios no ritmo biológico normal, a temperatura do corpo varia durante o dia,
normalmente ela tem sua mínima na manhã e sua máxima, à noite. Isto coincide com outras mudanças no sistema
circulatório, nos tecidos, nas atividades hormonais e cerebrais que estão adequadas para o trabalho durante o dia
a sono durante a noite.

Este ritmo biológico não se inverte completamente na mudança dos turnos. Sabe-se que a adaptação completa
não acontece, mesmo depois de várias semanas. Esta é a razão pela qual o trabalho noturno é mais penoso e
porque o sono do dia é mais curto e menos compensador que o sono normal da noite.

O trabalho em turno deve ser programado e adaptado para evitar que o trabalhador se isole socialmente. Para
melhorar as condições dos trabalhadores por turnos, é recomendável agir em duas áreas:

a) Melhorar a programação dos turnos:


- reduzir a carga horária de trabalho;
- permitir maior flexibilidade de modo a permitir que os trabalhadores escolham seu turno de trabalho no caso de
turnos fixos;·
- garantir o revezamento, uma variação com mais equipes geralmente é mais favorável, já que ela reduz
a necessidade de ajuste e a freqüência de turnos noturnos;
- adequar períodos de descanso adequado entre os turnos;
- garantir dias de descanso, principalmente aos finais de semana;
- variar o período dos turnos.

b) Melhorar as condições de trabalho e de vida:


- fixar pausas para as refeições e outros intervalos durante o turno;
- fornecer lugares para comer e outras instalações com comidas quentes e bebidas;
- fornecer serviços de transporte;
- assegurar serviços de primeiros socorros e supervisão médica;
- fornecer locais para descanso e lazer durante os intervalos de trabalho;
- melhorar as condições de vida;
- melhorar o acesso à atualização profissional e às atividades sociais.

Já que as dificuldades dos trabalhadores de turnos aumentam com o trabalho noturno, os esforços sistemáticos
são particularmente necessários para reduzir a carga de trabalho.

As condições, durante as horas de trabalho a lazer, estão ligadas intimamente e afetam o nosso bem estar. Há uma
interação entre o homem e o seu meio ambiente total, que afeta nossa habilidade de enfrentar o stress. A vida
social, o lazer, o hábito de fumar, odescanso e o relaxamento, todos estes fatores podem afetar nossa saúde.
De acordo com as recentes mudanças tecnológicas e sociais, alguns novos modelos de organização da jornada de
trabalho estão se difundindo, levando em consideração as necessidades individuais como por exemplo os horários
flexíveis, meio expediente, horários diferenciados a outros. Estes modelos permitem maior flexibilidade da jornada
de trabalho, mas podem levar a problemas com o excesso de trabalho, atritos entre grupos, danos nas atividades
sindicais e outros. É preciso ser prudente ao introduzir estas novas modalidades que devem ter a aceitação dos
trabalhadores e suas organizações representativas.

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