Você está na página 1de 4

5.

1 Considerações iniciais

A Teoria Geral do Processo é um produto do pensamento jurídico, e para examiná-la é


necessário investigar a doutrina. Dessa forma, veremos alguns trabalhos, estudando o
modo como vem sendo compreendida pelos processualistas, onde há muito dissenso em
relação ao seu conteúdo e existência.

Foram poucos os autores que utilizaram a Teoria Geral do Processo como objeto de suas
investigações.

5.2 Francesco Carnelutti

Começamos com Francesco Carnelutti, um grande processualista e talvez o primeiro a


produzir algo sobre a Teoria Geral do Processo. Ele entende que a mesma se encontra
sobre as teorias particulares (como civil, penal e administrativo). Sendo, para ele, o
primeiro pressuposto metodológico, a relação de complementariedade entre os Direitos
Civil e Penal. E a primeira tarefa seria identificar a distinção funcional entre o processo
civil e o penal, analisando seu conteúdo, também ressaltando a importância do diálogo
entre esses dois ramos para o desenvolvimento da Teoria Geral do Processo.

5.5 Cândido Dinamarco

Agora, Cândido Dinamarco, o jurista brasileiro que mais se preocupou em estudar a


Teoria Geral do Processo, que, para ele, caberia definir os conceitos e traçar os métodos
da Ciência do Processo, mas não cabe a formulação de normas de direito processual.

Para ele, a jurisdição é o centro da Teoria Geral do Processo, e possui um papel


dogmático, cabendo a ela solucionar questões a respeito do conflito de coisas julgadas.
Dinamarco entende que a Teoria Geral do Processo indicaria o significado jurídico-
político, onde ao introduzir o elemento político, o conceito deixa de ser geral e passa a
ser contingente.

5.10 Eduardo José da Fonseca Costa

Já Eduardo José da Fonseca Costa escreveu a única contribuição relevante mais recente
encontrada na doutrina dos processualistas brasileiros. Ele entende que a dogmática
processual deve ser subdividida em Analítica, Hermenêutica e Pragmática, aplicando a
classificação de Tércio Sampaio Ferraz Jr.

A Analítica Jurídica Processual, para Costa, seria como uma designação para a Teoria
Geral do Processo, cuidando dos institutos processuais e dos seus conceitos, procurando
explicar os termos e estruturas do Direito Processual. Ela é dividida em cinco teorias: a
das situações jurídico-processuais (que foi a que melhor se desenvolveu); da norma
jurídico-processual; do ordenamento jurídico-processual; das fontes do direito
processual; e a dos fatos jurídicos processuais.

Ele contribuiu muito com sua proposta de organização das teorias parciais do processo,
que ajudou no desenvolvimento de uma Teoria Geral e de Teorias Individuais.

Você também pode gostar