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Faculdade de Direito
(Adrian Sgarbi)
Portanto, o autor se coloca na defesa de sempre haver uma solução correta para os
casos jurídicos, e que essa solução é preexistente a atividade interpretativa do juiz. Dessa
forma, traz a ideia de “direitos jurídicos”: quando juízes decidirem os casos, devem tomar
decisões suportados pelos “direitos” afirmados; e do “juiz Hércules”: um juiz filósofo de
capacidade e sabedoria sobre-humanas, que desenvolve teorias sobre a intenção
legislativa e os princípios jurídicos requeridos para solucionar casos. Portanto, a tarefa de
Hércules para não incidir no problema de “criar direito” como ocorre com os juízes do
modelo de regras, é a de encontrar princípios aplicáveis que façam parte do direito
vigente, e que justifiquem a história jurídica da comunidade. Ademais, uma vez que a
teoria apresentada pelo juiz está sujeita a discussão o autor assinala 2 dimensões distintas
de avaliação, a dimensão de adequação e a dimensão da justificação.
Ronald Dworkin defende que o direito não pode ser identificado com as
prescrições de conduta encontradas a partir de alguma regra de identificação das normas,
pois o direito é uma prática social de característica argumentativa. Portanto, o papel do
teórico do direito é de interpretar essa prática. Para tanto, diferencia “conceito”: núcleo
do discurso, de “concepção”: as várias interpretações.
No entanto, para que sua teoria não seja apenas semântica, diferencia a
interpretação em 4: a conversacional, a científica, a artística ou literária e a construtiva.
Esta última é a concepção de interpretação do autor, já que se preocupa essencialmente
com o propósito e não com a causa. Para transformar essa interpretação em um
instrumento ao estudo do direito enquanto prática social, o autor a separa em 3 etapas: A
“pré-interpretativa”, tratando do problema da identificação do direito; A “interpretativa”,
buscando um significado para o direito; E a “pós-interpretativa”, processando a busca da
melhor interpretação.
Além disso, outro ponto é decisivo para a compreensão do direito como uma
prática social interpretativa, a ideia do “romance em cadeia”. É uma analogia a complexa
situação do intérprete no momento de aplicar uma norma a qual não é autor. Portanto,
afirma o critério da coerência textual que deve estar presente na interpretação jurídica, ou
seja, da cadeia de precedentes que deve ser continuada.
Por fim, para Ronald do Working a teoria do direito tem o objetivo de explicar
qual é o sentido das proposições de direito e determinar a verdade e a falsidade dessas
proposições. Sendo que esta proposição é uma leitura da prática jurídica que são
verdadeiras se constam os princípios de justiça, equidade e devido processo legal.