Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adam Smith
11) Como descrito em "A Riqueza das Nações", Smith define o nascimento da riqueza em
um país começando com dois pilares: a divisão do trabalho e acumulação de capital.
Descrevendo a divisão do trabalho Smith diz o seguinte usando de exemplo uma fábrica de
pregos:
"Um trabalhador não educado no ofício, poderia, talvez, fazer um prego por dia [...]
Porém no jeito que os negócios são conduzidos hoje em dia [...] Um homem puxa o fio de
metal, outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto lhe faz a ponta, um quinto achata o
topo para lhe aplicar a cabeça do prego. [...] Mesmo pobres [tal fábrica], eles eram
acomodados com um certo equipamento, e conseguiriam fazer até 12 libras (~5.4kg) de
pregos em um dia."
Com isso Smith defende que com a divisão do trabalho há um aumento de
produtividade já que, com ela os trabalhadores podem se dedicar mais a uma tarefa
específica ganhando mais destreza nela e aumentado a produtividade. Smith também
destaca como o tempo de produção pode diminuir caso os trabalhadores não precisem ficar
trocando de equipamento a cada processo. Assim como um aumento na acumulação de
capital, já que segundo houve aumento de produtividade.
Com o aumento de capital, não só os lucros aumentam, mas como o que Smith
chamava de "Fundo de Salários". Ele entendia que os salários seriam provenientes de um
fundo que seria proporcional a produção do ano/período anterior, assim com maior
produção o fundo aumenta, gerando ganhos salariais para os funcionários.
Tudo isso nos leva de volta ao fato de que há um aumento de produtividade não só
pela divisão, mas pelo aumento de salários já que agora os trabalhadores tem um incentivo
melhor para trabalhar de forma mais eficiente (algo que hoje em dia se chama de "teoria
dos salários eficientes"). Esses fatores nos levam a um aumento do produto nacional que
por si incentiva mais a divisão do trabalho e aumento de capital, ou seja, aumentam a
riqueza de uma nação.
12)
13) Smith era um homem iluminista, um dos principais pensadores dentro do iluminismo
escocês, com isso ele entrou em contato com as ideias do conterrâneo Isaac Newton, como
aponta Stanley Brue: "as revoluções científicas associadas com Newton estabelecendo que
ordem e harmonia caracterizam o mundo físico. Através de da razão, pessoas poderiam
descobrir não somente essas leis físicas, mas aquelas que regem a sociedade". Dessa forma,
seus trabalhos nas ciências sociais refletem esse pensamento da época.
Dessa forma, Smith desenvolve várias leis sobre o funcionamento da sociedade com
base nesse pensamento da busca pela ordem natural das coisas, o exemplo mais famoso é o
da "mão invisível do mercado". Outro seria aquele do preço natural, que é aquele preço que
cobre os custos dos salários, lucros e rendas da terra, de forma mais baixa possível a ponto
de ser rentável no longo prazo. Em contrapartida, o preço de mercado é aquele pelo qual a
mercadoria é vendida no mercado, nele é levado em conta coisas como disponibilidade de
oferta e o quanto pessoas estão dispostas a pagar. Seu preço flutua entre acima ou abaixo
do preço natural.
14) A principal teoria de comércio internacional de Smith é a "teoria das vantagens
absolutas", onde ele argumenta que, assim como na manufatura dentro da Inglaterra,
países devem se especializar em produções específicas e assim, nações devem realizar
comércio com outras que ambas enriqueceram. Indo contra o paradigma mercantilista da
época de que o comércio significa o ganho de um e a perda de outro.
Smith argumenta que com a divisão internacional do trabalho, o produto bruto
somado produzido pelos países, seria superior a situação em que eles produziriam tudo
sozinhos. Supomos que a Inglaterra demora 80 horas para produzir uma unidade de panos,
e 100 horas para produzir uma unidade de vinho. Em contraste Portugal demora 120 horas
para produzir uma unidade de panos e 90 horas para produzir uma unidade de vinhos.
Nesse cenário se diz que a Inglaterra tem uma vantagem absoluta na produção de panos e
Portugal uma vantagem absoluta na produção de vinhos.
Dessa forma, caso cada país se especializasse em produzir só um tipo de mercadoria,
a Inglaterra gastaria 180 horas produzindo panos o que daria um total de 2,25 unidades de
pano; e Portugal, caso gastasse as 210 horas produzindo só vinho, eles teriam um total de
~2,33 unidades de vinho. Valores esses que são superiores caso cada país produzisse tudo.
Sendo assim proveitoso não só para cada país se especializar, mas como fazer comércio com
outras nações.
A teoria foi questionada em um primeiro momento por não conseguir levar em conta
momentos onde um país tem a vantagem absoluta em todas as mercadorias. Tal problema
foi adereçado por David Ricardo em sua Teoria de Vantagens Relativas. Outro
questionamento válido é como que essa especialização pode fadar países mais periféricos a
se manterem assim já que eles seriam relegados a produzir mercadorias de menor valor
agregado e consequentemente menos elásticos, enquanto países desenvolvidos se
especializariam em manufaturas e mais tarde a industrialização, ambos criadores de
exportações muito mais elásticas e consequentemente muito mais lucrativas.