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Aparecimento e desenvolvimento da economia

Mercantil

ECONOMIA NA ANTIGUIDADE
 Aristóteles

 Platão

 Xenofonte

 A economia esteve sempre no centro ou nos bastidores dos principais


eventos da Humanidade. Assim se fez presente essencialmente nos
escritos de: Platão (428/427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.).

 Na Grécia Antiga, as primeiras referências conhecidas de Economia


aparecem a Aristóteles, que aparentemente foi quem cunhou o termo
Economia (oikosnomos).

 Roma não deixou nenhum escrito notável na área de economia. Nos


séculos seguintes, até a época dos descobrimentos, encontramos poucos
trabalhos de destaque.

 Nos séculos V e IV a.C. abre-se um vasto debate, dominado pelos projetos


de organização social da Cidade apresentados por Platão e, depois, por
Aristóteles.

 Nos séculos VI e V a.C., a Grécia antiga conhece um importante


desenvolvimento da economia mercantil.

 Tende a passar de uma economia natural, na qual a produção, a divisão


das atividades do trabalho e a distribuição das riquezas são organizadas de
forma consciente e coletiva no seio de pequenas comunidades, tribos ou
clãs, para uma economia mercantil, em que os produtores, independentes
uns dos outros, produzem para vender no mercado.

 As transações comerciais tornam-se mais intensas.


 Atenas passa a controlar uma zona comercial em redor do Mediterrâneo.

 Passa a importar matérias-primas e, depois, produz e exporta produtos


acabados.

 Uso da moeda alarga-se consideravelmente.

 Desenvolvimento de novos estratos sociais que enriquecem: comerciantes,


mercadores, financeiros.

 Maiores desigualdades sociais que perturba o funcionamento da cidade


ateniense.

 À democracia triunfante sucedem os regimes ditatoriais.

 Finais do séc. V até inícios do século IV a.C., Atenas sofre uma grave crise
social e política.

 No século IV a.C. se desenvolve um vasto debate político e económico


sobre a economia mercantil.

 No debate destacam-se Platão e Aristóteles.

Platão vs. Aristóteles

 Construção de uma cidade justa e  Realização da felicidade na terra.


harmoniosa responde à necessidade
 Acha que a comunidade dos bens
de assegurar a salvação das almas.
causa conflitos muito mais frequentes
 Favorável à comunidade dos bens e à entre cidadãos e que os incitaria a
interdição de qualquer transação menos esforços.
comercial e do uso de dinheiro (tudo
 Defende a propriedade privada em
pertence a todos).
nome da eficácia.

 Economia mercantil e da justiça.


Aristóteles
 Aceita a transação comercial e a utilização que isso implica.

 Trocam-se coisas úteis por outras.

 Estas trocas desenvolvem-se e a utilização da moeda torna-se muito útil.

 Funções da moeda: exprime o valor das mercadorias e é instrumento de


circulação das mercadorias.

 Sistema de trocas: M-D-M, vendo bem M, que não desejo utilizar, em troca
e dinheiro D, para comprar outro bem que desejo utilizar M.

 Enquanto estas trocas se limitarem a obter um valor de uso e satisfazer


necessidades, Aristóteles aceita-as.

 No entanto:

 Rejeita a acumulação ilimitada da riqueza.

 Começou a observar o seguinte esquema D-M-D’

 Compra uma mercadoria M com o dinheiro D, para revender esse produto


a um preço D’ superior.

 O objetivo deste tipo de trocas mudou, passando da satisfação das


necessidades para a obtenção de lucro.

 Aristóteles vê nisto uma força de destruição da unidade e da coesão da


Cidade.

 Aristóteles também condena a obtenção ilimitada da riqueza gerada pelos


empréstimos com juros, simbolizada pelo esquema D-D’, onde o dinheiro D
serve para produzir um dinheiro superior D’.
 Ele acha que os empréstimos com juros, a moeda não é utilizada como
instrumento de circulação de mercadorias, servindo apenas para acumular
riqueza.

 Por último condena a acumulação ilimitada do lucro através da


compra/venda da força de trabalho. Sendo que para ele o trabalho
produtivo deve ser realizado pelos escravos.

 Atribui uma grande importância à justiça social.

 1º: Justiça distributiva: distribuição das riquezas e dos rendimentos.

 Considera hostil uma distribuição igualitária, que consiste em dar a cada


um segundo os meus méritos.

 2º: Justiça comutativa: justiça na transação

 Cada um deve receber tanto quanto dá.

 Explica que não há troca sem igualdade, nem igualdade sem


comensurabilidade.

 Se uma casa é trocada com 6 camas ou x pares de sapatos, o mesmo se


diz ao contrário.

 Esta igualdade entre troca de bens deve ser feita pelo que têm em comum:
o trabalho. Sendo que o trabalho para produzir deverá ser igual.

Desmoronamento grego
O desmoronamento do mundo grego provocou um recuo de civilização que
será preciso esperar séculos para se assistir de novo ao desenvolvimento do
pensamento económico.

ECONOMIA DA EUROPA NA IDADE MÉDIA


 S. Tomás de Aquino, frade católico italiano (1225-1274) Séc. XIII na sua
obra, A suma Teológica, procurou definir quais as condições económicas e
sociais necessárias para que o homem tenha uma vida virtuosa.
 Utiliza algumas teses de Aristóteles para justificar a moralização da vida
humana.

 Aceita o princípio da economia mercantil, mas moralizando o seu


funcionamento.

 Ele diz sim à propriedade privada, economicamente mais eficaz que a


propriedade coletiva, que implica homens perfeitos, mas na condição de
que os proprietários deem provas de generosidade para com os pobres.

S. Tomás de Aquino
 Ele aceita o comércio e o lucro comercial, mas na condição de que a
intenção do comerciante seja moralmente boa, desde que o lucro que
procura não se destinar a um enriquecimento ilimitado, mas decorrer da
vontade de suprir necessidades da sua família ou de socorrer os pobres.

 Acha que deve ser implementado um preço justo: preço que cobre o custo,
ao qual se soma um lucro moderado que permita ao comerciante suprir de
forma modesta as suas necessidades e fazer caridade.

 Contrariamente a Aristóteles, não procura um elemento objetivo que


permita definir a equivalência na troca, pois para ele, deve ser definido de
forma moral.

 Acerca da questão dos empréstimos com juros, S. Tomás de Aquino


começa por um “não”, fiel à posição oficial da igreja.

 Contudo, acrescenta um “mas”, reconhecendo a legitimidade do juro se o


prestamista suporta uma verdadeira privação, tratando-se nesse caso o
juro uma espécie de indeminização.

 Alguns séculos depois, do século XVI ao século XVIII, o capitalismo


comercial desenvolve-se fortemente na Europa, criando condições para a
revolução industrial e o desenvolvimento do capitalismo industrial em finais
do século XVIII.

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