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Consolidação dos Estados Nacionais

Na Idade Média tem-se o declínio de toda e qualquer atividade comercial. No final da


Idade Média, porém, há o renascimento do comércio e o surgimento das ligas
comerciantes – os burgueses. Junto à consolidação dos Estados Nacionais surge então, a
necessidade de disciplinar a atividade comercial por parte do Estado. Da consolidação
dos Estados Nacionais, surge o Estado Absolutista.

Ocidente em crise

Guerra – Gerada basicamente pela tentativa dos Estados de ampliar o seu domínio, é
um instrumento de consolidação do Estado Absolutista pois, para que ela ocorra é
necessária a geração de uma série de atividades burocráticas como a arrecadação de
impostos para formar exércitos e arcar com os custos da guerra e mantê-la sempre ativa,
e a diplomacia, seguindo diferentes táticas de desenvolvimento em armamento e
endividamento, etc. As guerras contínuas da época, porém, empobreceram os senhores
feudais, que tinham gastos excessivos com materiais bélicos, pagamentos e ainda com a
perda de camponeses devido a morte maciça resultante da peste bubônica. Na cidade,
apenas dos burgueses mais ricos conseguiram sobreviver à crise econômica.

Fome – Consequência de terríveis mudanças climáticas na Europa no início do século


XIV aliada às consequências da peste negra que matou um terço da população europeia
de desnutrição. A quantidade reduzida da população provocou a superexploração dos
servos que restaram, estes, por sua vez, se rebelaram contra os senhores feudais.

Peste negra – Originária da China e do Turquestão, trazido pelos navios mercantes


genoveses. A epidemia na Europa gerou o crescimento da taxa de mortalidade, cidades
devastadas, retardando o desenvolvimento de vários países.

E a consequente crise demográfica atingiram a Europa no século XIV e desencadearam


mudanças na estrutura feudal. O Estado moderno foi criado em uma tentativa de conter
essas revoltas e garantir a segurança. A fome, a guerra e a peste demonstraram a
fragilidade da organização política em superar o caos que se transformou o
Ocidente.

A crise econômica no século XIV atingia toda a população, até os cavaleiros e soldados
que, nos períodos de trégua da guerra, não recebiam pagamento, saqueavam e
devastavam as áreas de cultivos provocando insegurança e empobrecimento dos
camponeses.

Fatores que contribuíram para a formação dos Estados Nacionais:


- Insurreições camponesas (gera a necessidade de um exército forte que as contenha)

- Insurreições urbanas (o rei as utilizará para reduzir o poder da nobreza e cooptar a


burguesia)

- Desenvolvimento do comércio (necessidade de expansão que só um poder centralizado


pode atender)

- Guerras (As guerras exigem disciplina e comando centralizado. As mais importantes


neste contexto foram: a Guerra dos Cem Anos (França e Inglaterra), Reconquista Cristã
(Portugal e Espanha) e a Guerra das Duas Rosas.) Os Estados Nacionais surgiram com a
decadência do feudalismo na Europa Ocidental através da aliança entre o Rei e a
burguesia legitimada pela Igreja Católica. Esta aliança seria um grande negócio para a
burguesia emergente.

Consolidação dos Estados Nacionais

As Cruzadas proporcionaram o renascimento do comércio na Europa, abrindo


oportunidades de empregos. Houve ainda a importação de produtos orientais, aumento
de moedas em circulação devido a saques em cidades mulçumanas, exploração do
comércio, criação de rotas comerciais e feiras medievais – que eram de caráter
temporário, mas, estabilizaram-se e tornaram-se cidades.

Nessas cidades, chamadas burgos, habitavam os comerciantes, os burgueses. Estes,


começaram a comprar as propriedades feudais e fazer empréstimos a juros. Além disso,
apoiou financeiramente a autoridade real no sentido de reconstituir a sociedade
economicamente. Com isso ganharam prestígio.

Com o apoio da burguesia, os reis fortaleceram-se politicamente e economicamente


através da cobrança dos impostos e das taxas. Com estas cobranças, satisfaziam a
burguesia mercantil (que antes era prejudicada pela variedade de tipos de moedas
instituída pelos senhores feudais). Caminhava-se então para a consolidação da
autoridade dos reis e os pequenos reinos da Europa foram se integrando em grandes
Estados, as Monarquias Nacionais [ou Absolutismo, Monarquias Absolutistas, Idade
Moderna...].

Portugal foi o primeiro Estado Nacional europeu. O Conde Afonso


Henriques conseguiu sua independência política.

Características dos Estados Nacionais


- Centralização e unificação administrativas (eliminação dos poderes locais e das
cidades através da centralização do poder)

- Surgimento da burocracia (grupo de pessoas especializadas nos negócios


administrativos)

- Formação de um exército (exército nacional)

- Arrecadação de impostos nacionais (custear despesas com exército e burocratas)

- Unificação monetária

- Imposição da justiça real


- Monarquia Absolutista

- Território Nacional (unidade de fronteiras legais)

- Língua nacional

- Mercantilismo (entendido como a política e a prática econômica dos Estados


Nacionais. O que a caracteriza é a intervenção estatal nos assuntos econômicos a
efeito de dinamizar a economia nacional em proveito do fortalecimento do Estado).

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