Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estados Nacionais
Paulo Cícero
Crise do século XIV XV XVI
• Aforça
justificativa do poder real pelo direito divino foi a linguagem política que mais tempo perdurou e mais
garantiu aos monarcas. Ela tem origem na Idade Média, quando da coroação de Clóvis, rei dos
francos, pelo Papa. Perceba, assim, a longevidade dessa concepção. Séculos mais tarde, em 1914,
quando se inicia a Grande Guerra, o Tzar Nicolau II era ainda venerado como rei pela graça de Deus.
• Aporideia medieval de que a sociedade está dividida em ordens resultantes da vontade divina permaneceu
toda Idade Moderna. Outra ideia que dominou o imaginário coletivo, e que legitimava a sucessão do
trono, foi a crença da existência do duplo corpo real, um corpo carnal, que está sujeito às mesmas
contingências que os de seus súditos, e o corpo espiritual, que nunca morre e é transferido para o
sucessor. Por isso, quando o rei morria, o cerimonial pronunciava “o Rei está morto, viva o Rei.” Desse
modo, estabelecia-se uma distinção entre o monarca como indivíduo privado e o monarca como a
encarnação do Estado.
Jacques Bossuet (1627-1704)
Jean Bodin (1530-1596)
Contratualismo
Hobbes, Locke e Rousseau são considerados teóricos contratualistas porque afirmam que a origem do Estado está no
contrato social. A principal diferença entre esses pensadores é o caráter atribuído ao Estado. Enquanto Hobbes justifica o
absolutismo, Locke e Rousseau estabelecem limites ao governante, submetendo-o à vontade daqueles que compuseram o
pacto social. Outra diferença é que Locke defende um Estado liberal enquanto Rousseau, um Estado democrático.
Thomas Hobbes (1588-1679)
“O homem é o lobo do homem” e a “guerra de todos contra todos” são duas frases mais repetidas por aqueles que se
referem a Hobbes. Essas máximas são fundamentais como síntese do que Hobbes pensa a respeito do estado natural em que
vivem os homens.
Para Hobbes, os homens são naturalmente egoístas, possessivos e iguais na busca da sobrevivência. O perpétuo desejo de
poder e o esforço de satisfazer suas ambições os levam à violência permanente, que só termina com a morte. Nessas
circunstâncias, a vida não tem garantias, pois torna-se solitária, pobre, sórdida e curta.
Nesse estágio, a necessidade é a medida do direito, ou seja, cada qual, dotado de força e inteligência iguais aos demais,
busca garantir a sobrevivência sem considerar quaisquer limites, o que levaria o homem à sua própria destruição. Nesse
estado animalesco, não há possibilidades da existência da propriedade privada, nem da própria vida.
O mesmo instinto de autopreservação que leva os homens à destruição o levará a buscar uma saída para garantir sua
existência, para obter a paz. A solução para sair desse estado animalesco é o pacto social. Pelo contrato social, os homens
concordam em entregar seus direitos e liberdades a um soberano encarregado de promover a paz. O rei concentrará todo o
poder de criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade suprema. Ele terá o monopólio da violência como condição para
promover a paz, condição para a garantia da vida, da propriedade e da liberdade.
A nova teoria política para a nova ordem política
Para a compreensão do pensamento de Maquiavel,
é preciso considerar o período histórico-cultural em
que ele viveu. Maquiavel nasceu na república de
Florença, em 1469, período de grande
efervescência cultural, em pleno Renascimento e
durante a formação das monarquias absolutistas.
A Itália não teve o mesmo destino das monarquias
feudais, ou seja, ela continuou a ser uma península
marcada pela fragmentação político-territorial, que
favorecia os poderes privados e estimulava guerras
internas.
No resto da Europa, emergiam as monarquias
absolutistas com seus exércitos unificados. Essa
nova ordem geopolítica representava uma ameaça
à Itália, que se tornava uma presa fácil para os
monarcas. A partir de 1494, a Itália foi palco de
várias invasões francesas e espanholas.
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Nesse cenário, somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida do
governante seriam capazes de mantê-lo no poder. Essa realidade vivida e
observada por Maquiavel foi utilizada para a construção de seu pensamento
político.
A compreensão dessa nova ordem política exigia uma nova forma de explicar
os meios para se apoderar do poder e mantê-lo. Reside nesse ponto a
originalidade de Maquiavel: para o pensador, nem a religião, nem a tradição,
nem a vontade popular legitimavam o poder do soberano, pois ele precisava
contar exclusivamente com sua capacidade de agir.
Para Maquiavel, o principal objetivo de todo governante é a tomada e a
manutenção do poder. O verdadeiro príncipe é aquele que sabe conservar o
poder sem se limitar por princípios morais, éticos ou cristãos.
A singularidade do pensamento de Maquiavel está exatamente no
rompimento que faz com as teorias políticas cristãs, separando a prática
política da religião. Ele nega a figura do bom príncipe, aquele que deve
possuir um conjunto de virtudes cristãs, tais como a fé, a esperança e a
caridade para governar.
Virtú
Consiste num conjunto de qualidades que o governante deve possuir para preservar o poder. Virtú significa
a força ou a vontade de governar esvaziada de moral; sem ela, é impossível ter o poder. A moral é própria
do homem privado, que não tem que enfrentar o jogo da política. Por isso, Maquiavel considera o
cristianismo uma força que debilita, prejudica o governante.
Fortú
Seria o conjunto de circunstâncias que não dependem da vontade dos homens. Seria a inconstância da
realidade, sujeita à “roda da fortuna”.
O príncipe virtuoso, segundo Maquiavel, é aquele que possui a astúcia, o cálculo político, a capacidade de
ser flexível às novas circunstâncias, de mudar e se adaptar às novas realidades, conseguindo, dessa forma,
dominá-las:
“Em outras palavras, um príncipe que agir sempre da mesma maneira e de acordo com os mesmos
princípios em todas as circunstâncias fracassará e não terá virtú alguma”.
Para preservar o poder, ele deverá ser volúvel e inconstante. Poderá recorrer à mentira, à violência, à força,
se for necessário, para eliminar as ameaças e garantir a ordem e o poder: “(...) em certas circunstâncias,
deverá ser cruel, em outras, generoso; em certas ocasiões, deverá mentir, em outras, ser honrado; em
certos momentos, deverá ceder à vontade dos outros, em algumas ser inflexível”. Maquiavel afirmava ainda
que “um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são
maus”.
Rotas do comércio medieval
Centralidade econômica:
Mediterrâneo
• Cidades-república:
Gênova e Veneza
• Liga Hanseática
• Liga das 17 cidades
flamengas
• Mundo árabe-
muçulmano
• Índia
• China
Expansão do espaço econômico
Centralidade econômica:
Atlântico
Predominância das
monarquias absolutistas: