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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO FARROUPIHA

Nome do aluno:..................................................... Data:......../.........../2022


Professora: Vera L R Corrêa Turma:71
DISCIPLINA: HISTÓRIA

Formação dos Estados Nacionais


Modernos A+A-

No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante


daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos
senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela
autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política
sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades.
No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade
Média, transformou a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido


por limites, traços culturais e linguísticos que perfilavam a formação de
um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos
impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram
toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla
autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de
terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo
desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e
nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social


interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de
caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as
atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios
que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a
falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no
cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de


situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados
por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a
queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à
autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente
preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a
partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições
políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico


buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em
outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes
para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três
mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio
de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia
comerciante, quanto da nobreza feudal.
Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários
que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a
ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas
e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos
cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu
suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que
os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a
imposição de uma autoridade de ordem nacional.
A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que
sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os
impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as
moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de
calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a
cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a
supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um
rei.
Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das
monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem
intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram
importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado
pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se
mostrava importante para que os antigos servos agora se
transformassem em súditos à autoridade de um rei.

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