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Alguns factos da Inglaterra Medieval

(Por Arthur de Claire)


São vários os fatores e elementos culturais, religiosos e
económicos da Idade Média
influenciaram com profunda intensidade, não só o
surgimento do Estado, mas toda sua
composição, bem como o seu modo de relacionamento com
a sociedade, uma vez que
influenciou diretamente o comportamento dos indivíduos e
determinante para inúmeros
outros acontecimentos ao longo da história.
A Inglaterra não foge à regra, ressaltando vários aspetos da
Inglaterra Anglo-Saxónica como a
organização social no que diz respeito à relação entre o senhor e os
seus companheiros, com
uma sociedade fortemente hierarquizada a par de uma composição
étnica não uniforme.
Já no séc. XI com a invasão Normanda houve uma transformação
política donde sobressaem a
formação dos organismos de consulta e decisão no âmbito do poder
real e ainda o início da
formação do parlamento. A casa real iria mudar com a criação de
vários departamentos, mas o
rei continuava no centro da política
Alguns factos da Inglaterra Medieval
(Por Arthur de Claire)
São vários os fatores e elementos culturais, religiosos e
económicos da Idade Média
influenciaram com profunda intensidade, não só o
surgimento do Estado, mas toda sua
composição, bem como o seu modo de relacionamento com
a sociedade, uma vez que
influenciou diretamente o comportamento dos indivíduos e
determinante para inúmeros
outros acontecimentos ao longo da história.
A Inglaterra não foge à regra, ressaltando vários aspetos da
Inglaterra Anglo-Saxónica como a
organização social no que diz respeito à relação entre o senhor e os
seus companheiros, com
uma sociedade fortemente hierarquizada a par de uma composição
étnica não uniforme.
Já no séc. XI com a invasão Normanda houve uma transformação
política donde sobressaem a
formação dos organismos de consulta e decisão no âmbito do poder
real e ainda o início da
formação do parlamento. A casa real iria mudar com a criação de
vários departamentos, mas o
rei continuava no centro da política.
Apesar de os grandes senhores superintenderem nas suas terras,
deixou de haver uma escala
hierárquica de senhores, vassalos e camponeses. A hierarquia era
caracterizada por uma cadeia
de relações e obrigações. Na base estava o povo, não sujeito a uma
relação política.
Em termos económicos a população vivia principalmente da
agricultura e grande parte do
território estava coberto de florestas, que começaram a ser reduzidas
por uma questão de
sobrevivência. Até final do Séc. XIII e economia britânica não sofreu
grandes alterações, nem as
formas de produção.
Desde o final do séc. XIV e até 1490 o contexto político-social em
Inglaterra é marcado por uma
sucessão de guerras e conflitos. No plano interno os soberanos
ingleses procuram assegurar o
domínio territorial sobre o País de Gales e a Escócia. No
plano externo as lutas pela
conservação dos territórios em França (guerra dos 100 anos)
geraram custos extremamente
elevados, financeira e socialmente.
Nestes séculos, sucedem-se alterações a nível social com
o alargamento da classe dos
mercadores e profissionais liberais, alteração dos meios de
produção e consequente
redistribuição da riqueza. Desponta um espírito critico em
relação à Igreja, aparecem as
heresias, o misticismo e humanização das figuras de culto.
Entre 1290 e 1390, a nível político interno as relações entre o rei e os
nobres começam a
deteriorar-se do que resultam vários instrumentos legais e
constitucionais, limitando o poder e
a autoridade do rei. A ideia de Estado que temos hoje surgiu, assim,
para regular a vida dos
indivíduos e estabelecer as relações e o modo de organização entre o
povo, titular do poder do
Estado, e o Estado, detentor do poder para exercer suas atribuições.
No séc. XV (1455-1485), a par da guerra com a França, uma guerra
interna que opôs a casa de
Lancaster à casa de York, lutando entre si pela coroa inglesa, foi o
resultado dos problemas
sociais e financeiros decorrentes da guerra dos 100 anos e do fraco
reinado de Henrique VI. A
guerra terminaria com a vitória de Henrique Tudor que tomou
medidas para garantir uma
sucessão legitima e para o fortalecimento de um governo já com
características de Estado e de
Nação. Além do dizimar de recursos e também por falta de um
governo estável, a Guerra das
Alguns factos da Inglaterra Medieval (Por Arthur de Claire)
São vários os fatores e elementos culturais, religiosos e
económicos da Idade Média influenciaram com profunda
intensidade, não só o surgimento do Estado, mas toda
sua composição, bem como o seu modo de relacionamento
com a sociedade, uma vez que influenciou diretamente o
comportamento dos indivíduos e determinante para inúmeros
outros acontecimentos ao longo da história.
A Inglaterra não foge à regra, ressaltando vários aspetos da
Inglaterra Anglo-Saxónica como a organização social no que diz
respeito à relação entre o senhor e os seus companheiros, comum a
sociedade fortemente hierarquizada a par de uma composição étnica
não uniforme.
Já no séc. XI com a invasão Normanda houve uma transformação
política donde sobressaem a formação dos organismos de consulta e
decisão no âmbito do poder real e ainda o início da formação do
parlamento. A casa real iria mudar com a criação de vários
departamentos, mas o rei continuava no centro da política. Apesar de
os grandes senhores superintenderem nas suas terras, deixou de
haver uma escala hierárquica de senhores, vassalos e camponeses. A
hierarquia era caracterizada por uma cadeia de relações e obrigações.
Na base estava o povo, não sujeito a uma relação política. Em
termos económicos a população vivia principalmente da agricultura
e grande parte do território estava coberto de florestas, que
começaram a ser reduzidas por uma questão de sobrevivência. Até
final do Séc. XIII e economia britânica não sofreu grandes alterações,
nem as formas de produção. Desde o final do séc. XIV e até 1490 o
contexto político-social em Inglaterra é marcado por uma sucessão
de guerras e conflitos. No plano interno os soberanos ingleses
procuram assegurar o domínio territorial sobre o País de
Gales e a Escócia. No plano externo as lutas pela
conservação dos territórios em França (guerra dos 100 anos)
geraram custos extremamente elevados, financeira e socialmente.
Nestes séculos, sucedem-se alterações a nível social com o
alargamento da classe dos mercadores e profissionais
liberais, alteração dos meios de produção e consequente
redistribuição da riqueza.
Desponta um espírito critico em relação à Igreja, aparecem
as heresias, o misticismo e humanização das figuras de culto. Entre
1290 e 1390, a nível político interno as relações entre o rei e os
nobres começam a deteriorar-se do que resultam vários instrumentos
legais e constitucionais, limitando o poder e a autoridade do rei. A
ideia de Estado que temos hoje surgiu, assim, para regular a vida dos
indivíduos e estabelecer as relações e o modo de organização entre o
povo, titular do poder do Estado, e o Estado, detentor do poder para
exercer suas atribuições. No séc. XV (1455-1485), a par da guerra
com a França, uma guerra interna que opôs a casa de Lancaster à
casa de York, lutando entre si pela coroa inglesa, foi o resultado dos
problemas sociais e financeiros decorrentes da guerra dos 100 anos e
do fraco reinado de Henrique VI. A guerra terminaria com a vitória de
Henrique Tudor que tomou medidas para garantir uma sucessão
legitima e para o fortalecimento de um governo já com características
de Estado e de Nação. Além do dizimar de recursos e também por
falta de um governo estável, a Guerra das Rosas…..

O Feudalismo não é um sistema de governação, nem foi


estabelecido por Guilherme da Normandia. O Feudalismo, de caráter
complexo e multifacetado, foi essencialmente o sistema social
prevalecente durante toda a Idade Média.

Título: A administração normanda em Inglaterra


Em 1066, Guilherme I, o Conquistador, venceu o exército
anglo-saxónico naBatalha de Hastings, sendo coroado Rei no mesmo
ano, marcando assim o início dodomínio normando em Inglaterra.
Tendo Guilherme I a preocupação de manter osterritórios
conquistados, precisava de um governo forte para gerir o país
enquantoestivesse fora, que o ajudasse a angariar fundos para
manter o controlo territorial esuportar as suas campanhas
militares. Estabeleceu então um novo sistema degovernação
em Inglaterra, o Feudalismo, baseado na distribuição de
terras pornobres e bispos da sua confiança (Black 41), que iniciaram
construções de castelos,abadias e catedrais, como forma de espalhar
a sua influência e consolidar o seudomínio. O sistema feudal era
constituído pelo rei, seguido dos senhores feudais,por quem o rei
distribuía terras, os cavaleiros, e por último os camponeses (servosou
vilões). Os senhores feudais prestavam vassalagem ao rei e
prometiam-lhedinheiro, soldados e guarnição dos seus castelos. Os
cavaleiros serviam no exércitoe ofereciam proteção aos senhores
feudais, em troca de terras ou mesmo dinheiro.Os camponeses
serviam os senhores feudais e cavaleiros, cultivando os
seusterrenos, e tinham uma liberdade limitada, pois
dependiam sempre dos seussenhores. Estas mudanças de poder
e de distribuição de terras precisavam de serregistadas e
confirmadas, e em 1085, Guilherme I deu início a uma recolha
deinformações (uma espécie de censos) que lhe permitiu saber
exatamente o quepertencia a quem. Este registo ficou
conhecido como “Domesday Book”. O seuconteúdo servia de
base para a aplicação de impostos aos senhores feudais. Assimsurgiu
uma nova aristocracia anglo-normanda, reorganizando-se a
administraçãodo estado, com a centralização do governo e o aumento
do controlo das finanças eda justiça (Stenton 12-13). A nível político,
criaram-se organismos de consulta e decisão que apoiavam o rei, efoi
dado início ao que mais tarde iria ser conhecido como o Parlamento
(Faria 65).Na casa real, o Exchequer era o organismo central, e
reunia todos os ministros dorei numa sessão solene duas vezes
por ano (Faria 65). Havia também o hall,organismo
responsável por administrar a logística alimentar da casa real; a
capela,dirigida pelo Chancellor, responsável por guardar o selo
real e supervisionar astarefas de administração do reino; e a
câmara real (chamber) - que mais tarde deuorigem ao tesouro - que
zelava pelo bem-estar do rei e das suas posses (Faria 66). Entre os
séculos XI e XIV, a casa real foi sofrendo alterações, e
embora o reicontinuasse no centro da política, o poder
era partilhado com os restantesorganismos do estado. O
Exchequer separou-se da casa real, tornando-se
numdepartamento do estado, com o tesouro como seu subordinado.
O Justiciar passou a ser quem substituía o rei na sua
ausência, e fazia parte de um conselhoconstituído pelo
Chancellor, o Treasurer e outros indivíduos com
posiçõesrelevantes na casa real, que participavam nas decisões
governativas. As práticasgovernamentais e a administração da justiça
foram consolidadas por Henrique II,tornando o reino mais seguro e
constituído por pessoas aptas para governar. (Faria67) A má gestão
por parte dos seus sucessores deu origem à revolta dos barões,
quecondenavam os comportamentos abusivos do rei, e em 1215, o
rei João Sem Terrafoi forçado a aceitar os termos da Magna
Carta. Basicamente tratava-se de umdocumento, autenticado com o
selo real, que definia e limitava os poderes reais,protegia as
liberdades dos barões, e oferecia garantias a homens livres contra
aarbitrariedade das decisões reais (Black 48). Este
documento de enormeimportância foi uma forma de controlar
o poder real, através da aceitação dascontingências da lei, e
foi sendo atualizado até ao século XV. Esta revolta
dosbarões e as medidas por eles tomadas, são consideradas
como percursoras dademocracia parlamentar britânica, uma
vez que se tornou mais comum aconvocação de assembleias
para se debater reformas governamentais. (Faria 67)O Grande
Conselho (que começou a ser designado como Parlamento
no séculoXIII), era constituído por nobres, membros do
clero, e representantes dascomunidades, e juntamente com o rei,
constituíam a força governativa do país. Osupremo tribunal era o
organismo onde se promulgavam as leis e se revia
autilização e práticas de administração. (Faria 68)A Magna Carta
seria invocada diversas vezes pelos nobres, sendo que em 1326-1327
levaria mesmo à deposição do rei Eduardo II, tendo a
responsabilidade destadecisão sido partilhada pelo Parlamento. Nas
décadas seguintes, as crises políticasnão cessaram, os Comuns
no Parlamento questionaram a idoneidade dosconselheiros do
rei, levando à acusação e julgamento de ministros e à sua
respetivadeposição em 1376, procedimento que conhecemos
hoje como impeachment.(Faria 103)Os séculos XIV e XV foram
marcados por instabilidade política, por disputas pelopoder, como
as Guerras das Rosas, e várias alterações económicas,
sociais,religiosas e culturais, que indiciavam uma tendência
crescente para oindividualismo e rompimento de relações
de kinship. O governo Inglês foi-setornando cada vez mais
eficiente nas tarefas administrativas e na manutenção dalei e da
ordem no país, e a partir de 1337, o Parlamento passou a ter
funçõespróprias, procedimentos regulamentados e representação
permanente dos comuns,passando a reunir-se com maior frequência
(Faria 107).
O gradual aumento de poder dos organismos do estado e da nobreza,
levou a que,já perto do final do século XV, Henrique VII procurasse
restaurar os poderes do reie reafirmar os direitos feudais e
autoridade judicial da Coroa, instaurando assimuma “nova
monarquia” (Black 85-86).BibliografiaBartlett, Robert. BBC - Os
Normandos - Episódio 1: Homens do Norte.
YouTube.https://youtu.be/AF2kr31ZKNw. 9 novembro 2022Black,
Jeremy. A History of the British Isles. London: Macmillan, 1997. 27-
86.ClickView. The Feudal System and the Domesday Book.
YouTube.https://youtu.be/txA48AcJNmg. 9 novembro 2022Leal de
Faria, Luísa. Sociedade e Cultura Inglesas. Lisboa: Universidade
Aberta,1996. 63-107.Stenton, Doris May. English Society in
The Early Middle Ages: 1066-1307.Harmondsworth: Penguin,
1981. 12-13
A coexistência da Tradição e da Inovação no período Early
Modern
O período Early Modern caracterizou-se pela consolidação do
sentimento de orgulho na nação e na identidade britânica
(Faria 131), e marcou o início da formação do que mais tarde
se tornaria no Império Britânico, e do pensamento moderno. Foi um
período de mudanças profundas na sociedade e cultura inglesas. A
Reforma da igreja, iniciada por Henrique VIII, e solidificada por Isabel
I, definiu o Anglicanismo como religião oficial de Inglaterra. O êxito
desta Reforma dependeu grandemente da disseminação da
leitura, tornada possível pela invenção da imprensa, e pelo
gradual aumento da alfabetização (Faria 152).Este período foi
também marcado por descobertas de novos territórios, povos e
culturas (proporcionadas pela exploração marítima), por inovações
tecnológicas, pelo estabelecimento de novas rotas comerciais
(que aumentaram o poder económico do país), e por uma maior
estabilidade política alcançada por Isabel I. Todos estes elementos
influenciaram sobremaneira o espírito da época, e permitiram
o desenvolvimento do pensamento humanista britânico, e a
manifestação, embora tardia, de uma forma de Renascimento
adaptado à realidade inglesa (Faria 131). A educação nas
Universidades e nas grammar schools era bastante influenciada
pela Igreja, que dava primazia ao estudo das
humanidades, e à educação moral e religiosa, de acordo
com os princípios protestantes, com o objetivo de eliminar
quaisquer influências católicas. Estas instituições seguiam uma linha
de educação humanista, ensinando as línguas e filosofias da
Antiguidade, e desenvolvendo aptidões importantes para a corte. No
entanto, os seus métodos de ensino foram sendo ultrapassados,
levando ao aparecimento de outro tipo de instituições de
ensino privadas, financiadas por mecenas, com uma oferta letiva
mais diversificada – as academias científicas. Estas eram uma
alternativa ao ensino universitário, considerado por alguns demasiado
conservador, apegado à tradição escolástica e humanista, e
resistente à inovação. As Academias e as Universidades tinham,
então, missões distintas, mas complementares. Enquanto as
primeiras se dedicavam à investigação científica e
desenvolvimento tecnológico, as segundas cingiam-se à atividade
pedagógica. (Faria 291-300) A dualidade considerada por Francis
Bacon, e demonstrada nos excertos em apreço, está bem
presente na cosmovisão da época, uma vez que a
Tradição convivia a braços com a Inovação. Sendo ele
próprio herdeiro das tradições humanistas e escolásticas, as suas
críticas a estas ortodoxias visavam o carácter estático e pouco
inovador das mesmas, que pouco teriam contribuído para a
evolução do conhecimento, especialmente na área das ciências e do
domínio da

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