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Formação do Estado Centralizado


na Inglaterra.

Nome: Luiza Campos Stangherlim N21 81A

Prof. Flavio Henrique Simão Saraiva História 4° Bimestre.

Bauru 2021
SUMÁRIO

1. Introdução.....................................................................................................................1

2. Estado Centralizado na Inglaterra................................................................................3

2.1 Guerra das Duas Rosas (1455-1485).......................................................................4

3. Referências...................................................................................................................7
1. Introdução
O processo da formação do Estado Centralizado na Inglaterra está
relacionado a transformações que ocorreram na Baixa Idade Média (entre o século
XI ao século XV), principalmente no momento de enfraquecimento do feudalismo e
intensificação do capitalismo, apoiado pela classe crescente burguesa. Esta
camada social foi muito beneficiada pelo desenvolvimento dessas monarquias,
visto que se implantou uma padronização fiscal e monetário.

Desse modo, entende-se que as principais causas e antecedentes da


concepção das Monarquias Nacionais são a participação de nas Cruzadas, pois
levou à saída dos senhores feudais de suas terras, as quais passaram a ser
ocupadas pelos reis; além disso, houve uma união destes com burgueses, com o
objetivo de dominar mais áreas; e então a necessidade de uma nova estrutura
política adequada aos anseios da burguesia emergente, devido à intensificação do
renascimento cultural e urbano.

Logo, os ideais mercantilistas se expandem entre comerciantes, os


mercadores, e os profissionais burgueses. O dinheiro passa ser um elemento mais
importante que a própria terra, originando o capitalismo (primitivo), caracterizado
pelo monopólio comercial, protecionismo alfandegário e o metalismo. Diante disso,
os senhores feudais perdem o seu domínio e o imperador torna-se uma figura
centralizada, responsável por administrar a política, economia, justiça e o exército.

O rei era, muitas vezes, representado e idealizado como um representante


divino, tendo em vista que a Europa possuía uma forte religiosidade. Então, a Igreja
também forneceu seu apoio, porque foi de fundamental importância para a
consolidação da fé cristã. Contudo, o rei ainda apresentava independência em
relação ao clero.

Nesse viés, intensificam-se os Estados Nacionais (ou modernos), com


fronteiras definidas e um exército nacional, e ademais, no contexto econômico,
permitiram a unificação dos padrões monetários (medidas e pesos), cultural
(idiomas oficiais), formação da corte (hierarquização de cargos e ampliação de

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funcionários para administrar o reino), desenvolvimento de um sistema jurídico
(ligado aos interesses da nobreza e da burguesia) e de cobrança dos impostos.

Tais taxas, em maioria, eram utilizados para organizar os exércitos, que


continham conflitos internos e a defesa dos interesses políticos da nação contra os
estrangeiros. Cabe lembrar que em alguns casos, os nobres ainda preservaram
alguns privilégios, como no que se refere à isenção no pagamento de impostos,
enquanto havia arrecadação de burgueses, artesãos, trabalhadores rurais e classe
média dos burgos.

As

monarquias absolutistas foram caracterizadas por um rei centralizado.

Essa etapa histórica esteve presente em toda Europa Ocidental, sobretudo


entre os séculos XII e XV. Os principais representantes dessa nova experiência
política existem Portugal, Espanha, Inglaterra e França. O auge desse tipo de
governo foi vivido entre os séculos XVI e XVII, e pelo maior desenvolvimento do
capitalismo, possibilitou a expansão comercial e econômica, que levou a eventos
como a expansão marítima. No entanto, foi se desestabilizando pelas críticas e
revoluções liberais iniciadas no século seguinte.

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2. Estado Centralizado na Inglaterra
Uma das primeiras monarquias nacionais a se formarem foi a inglesa, que
se consolidou entre os séculos XI e XIII. A Inglaterra iniciou sua centralização
política a partir da Baixa Idade Média, quando a região da Bretanha estava
politicamente dividida em quatro reinos distintos, visto que passara por um longo
período de hegemonia bárbara, o qual favoreceu a concretização dos poderes
locais sob a lógica feudal. Sendo assim, o rei Henrique II (1133-1189) iniciou um
processo de unificação territorial com relativa eficácia durante o século XII.

Na tentativa de ampliar seus poderes, Henrique II formou um corpo de juízes


para instituir tribunais por toda Grã-Bretanha, o que permitiu a validação das suas
leis em toda extensão. Até mesmo os clérigos e a nobreza estavam subjugados,
esta passou a pagar impostos e o rei ainda instituiu o controle direto dos exércitos.

Entretanto, no governo seguinte, Ricardo Coração de Leão (1157-1199) não


exerceu uma centralização política e real de fato, uma vez que o reinado se
encontrava em guerra contra os franceses e também participando nas campanhas
das Cruzadas no Oriente Médio. As batalhas do rei Ricardo que geraram grandes
custos, somadas à sua ausência, provocavam enorme insatisfação na nobreza.

Tal tensão se intensificou no governo de João Sem-Terra (1199-1216), em


que a manutenção dos conflitos militares e a alta dos impostos motivaram o rei, por
pressão da classe nobre, a assinar os acordos impostos pela Magna Carta (dia 15
de junho de 1215), que impedia a criação de novos impostos ou alteração de leis
sem a aprovação do Grande Conselho, um órgão formado por integrantes da
nobreza e do clero. Ademais, impedia que se cerceasse a liberdade de um
indivíduo sem julgamento baseado nas leis britânicas. Nos séculos seguintes, esse
documento se tornou símbolo do parlamentarismo moderno e da divisão dos
poderes.

Logo, no século XIII, formaram-se duas câmaras no Parlamento Inglês: a


Câmara dos Lordes (com nobres leigos e clérigos) e a Câmara dos Comuns
(membros da baixa nobreza, e posteriormente integrantes da burguesia). Assim, a

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Inglaterra ganhou maior consistência política, sobretudo após a Guerra dos Cem
Anos (1337-1453), em que os exércitos e a autoridade monárquica passaram a ser
prestigiadas mediante as sucessivas vitórias obtidas contra os franceses. Contudo,
ao mesmo tempo que houve a Peste Negra e o desgaste geral na Europa, o poder
nobiliárquico se enfraqueceu e diversas revoltas camponesas agravaram a
situação.

Ilustração do rei João sem Terra, assinando a Magna Carta em 1215

Nesse segmento, no século XV ocorre um recuo do poder parlamentarista


na Inglaterra, devido a ascensão da dinastia Tudor ao poder graças às
consequências da Guerra das Duas Rosas, entre as famílias nobres dos
Lancasters e dos Yorks. Dessarte, Henrique VII inicia a dinastia, inaugurando um
regime absolutista na Inglaterra.

2.1 Guerra das Duas Rosas (1455-1485)


A Guerra das Rosas foi um conflito interno da Grã-Bretanha entre duas
famílias nobiliárquicas: os York (brasão rosa branca) e os Lancaster (brasão rosa
vermelha), provenientes da dinastia Plantageneta, que ocupou o trono britânico
durante um longo período. Nesse segmento, a crise se deu com a morte do rei
Eduardo III e a sucessão do trono às mãos de Henrique VI, coroado rei aos 9
meses de vida em 1422, fazia parte da casa Lancaster.

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Mesmo não apresentando grande habilidade para lidar com as questões
políticas e militares do período, apoiou-se a chegada de Henrique VI. Porém, ainda
se vivenciava desgaste da Guerra dos Cem Anos e um aumento de impostos, o
gerou revolta dos proprietários de terra. Dessa maneira, Ricardo, Duque de York,
neto de Eduardo III e primo do rei Henrique VI, ganhou força e decidiu tirar
Henrique VI e seus conselheiros corruptos do poder. Logo, em 1452, Ricardo
declara lealdade ao rei com um exército, ao mesmo tempo em que pediu a
demissão de Edmund Beaufort, Duque de Somerset, principal conselheiro real.

Todavia, o rei Henrique VI conseguiu conceber um herdeiro com a rainha


Margaret, e então Ricardo se uniu a um grupo de barões, incluindo o poderoso e
influente Ricardo Neville, Conde de Warwick, e passaram a exigir o afastamento
dos Lancaster na administração real. Portanto, deu-se o primeiro embate em 22 de
maio de 1455, na batalha de St. Albans, a qual terminou com a vitória de York e a
captura de Henrique VI. Assim, Ricardo foi proclamado Protetor do Reino pelo
Parlamento.

Após fugir, a rainha Margaret conseguiu novamente formar um exército e


derrotou os York em outubro de 1459, obrigando Ricardo a fugir para a Irlanda. Ele
retornou em 1460, derrotando novamente os Lancasters durante as lutas travadas
em Northampton, prendendo Henrique VI e expulsando Margaret para Gales. Mas
posteriormente, declarado rei, ele foi morto na Batalha de Wakefield.

O Barão de Wareick desenvolveu exércitos apoiando a ascensão do filho de


Ricardo, Eduardo York, e assim conseguiram tomar a cidade de Londres e
proclamá-lo como novo rei. Na batalha de Towton, a mais sangrenta ocorrida na
Inglaterra e envolveu 50 mil soldados, os exércitos dos Lancaster foram
completamente destruídos, obrigando Henrique VI a se refugiar em terras
escocesas.

Ainda assim, durante o reinado de Eduardo IV, vários desentendimentos


com os nobres enfraqueceram politicamente a sua permanência no trono. Em
1469, o barão de Wareick e o duque de Clarence romperam laços com o rei e
decidiram lutar contra. Sendo assim, Henrique VI conseguiu reassumir o trono
britânico.

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No ano de 1471, o deposto Eduardo recuperou o apoio do duque de
Clarence e imprimiu uma expressiva vitória na Batalha de Barnet, o Conde de
Warwick e o filho de Margaret foram assassinados, e o casal real preso. Dias
depois, Henrique VI morreu na Torre de Londres e o novo sucessor do trono,
Henrique Tudor, foi expulso para a França. Eduardo IV manteve-se no poder até
morrer, em 1483, e foi sucedido pelo filho Eduardo V.

O reinado York sofreu mais um golpe em 1483: O Protetor do Reino, Ricardo


convenceu o parlamento a declarar Eduardo V ilegítimo, pois só possuía 3 anos,
logo aprisionou-o na Torre de Londres e declarou-se rei Ricardo III. Nesse período,
os Lancaster financiaram uma nova batalha em prol de Henrique Tudor.

Destarte, no ano de 1485, este saiu da Bretanha e invadiu a Inglaterra com


um exército armado de mais de cinco mil soldados, o qual venceu a Batalha de
Bosworth Field, onde Ricardo III foi morto, apesar de um maior contingente. Com
isso, Henrique Tudor foi coroado como Henrique VII, novo rei da Inglaterra.
Ademais, casou-se com Isabel de York para que a dinastia Tudor fosse
representada como a sobreposição das duas rosas, indicando o fim do confronto.

Rosa de Lancaster (vermelha) X Rosa de York (branca) X Rosa da Dinastia Tudor

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3. Referências
 SOUSA, Rainer Gonçalves. Formação das Monarquias Nacionais. Brasil
Escola. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/monarquia.htm. Acesso em:
12 nov. 2021.
 RAMOS, Jefferson Evandro Machado. Formação das Monarquias
Nacionais. Sua Pesquisa. 2020. Disponível em:
https://www.suapesquisa.com/historia/formacao_monarquias_nacionais.htm.
Acesso em: 12 nov. 2021.
 BEZERRA, Juliana. Formação das Monarquias Nacionais. 2020. Toda
Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/formacao-das-
monarquias-nacionais/. Acesso em: 12 nov. 2021.
 FERNANDES, Cláudio. Formação da Monarquia Inglesa. Prepara Enem.
Disponível em: https://www.preparaenem.com/historia/formacao-monarquia-
inglesa.htm. Acesso em: 13 nov. 2021.
 SOUSA, Rainer Gonçalves. Formação da Monarquia Nacional Inglesa.
Mundo Educação. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/formacao-monarquia-
nacional-inglesa.htm. Acesso em: 13 nov. 2021.
 SOUSA, Rainer Gonçalves. Guerra das Duas Rosas. Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-das-rosas.htm.
Acesso em: 14 nov. 2021.
 PETERSEN, Tomás Mayes. Guerra das Rosas: entenda o conflito que
inspirou 'Game of Thrones'. Revista Galileu .2019. Disponível em:
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2019/10/guerra-
das-rosas-entenda-o-conflito-que-inspirou-game-thrones.html. Acesso em:
14 nov. 2021

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