Você está na página 1de 4

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais - FAFIC


Departamento de História - DHI
Disciplina: História Moderna I
Docente: João de Araújo Pereira Neto
Discentes: Thiago de Carvalho Freitas, Pedro Lucas França Cabral

01. O que era a relação vassalagem/suseranagem e como isso afetava o


conceito de propriedade?
A relação de vassalagem e suserania era uma estrutura social e política que
predominava durante a Idade Média, em específico no modo de produção
feudal europeu, e consistia em um sistema de obrigações e lealdade mútua
entre um Suserano (senhor) e seu Vassalo (servo). Na relação de vassalagem,
o vassalo oferecia sua lealdade, serviços militares e conselhos ao suserano.
Em troca disso, o suserano fornecia proteção, terras para cultivar e outros
benefícios ao vassalo. O vínculo era formalizado por meio de um ritual
chamado "homagium", no qual o vassalo prestava juramento de fidelidade ao
suserano. Nesse sentido, os suseranos geralmente eram nobres ou senhores
feudais com um poder mais elevado, enquanto o vassalo poderia ser um
cavaleiro, um nobre inferior, um soldado, um camponês ou homem livre. O
vassalo podia ter vários suseranos, o que criava uma hierarquia de suseranos
e vassalos interconectados.
Em relação às questões de propriedade, as relações de vassalagem
afetam diretamente o conceito de propriedade da terra. O suserano detinha a
posse e o controle das terras, enquanto o vassalo recebia o direito de usá-las
e explorá-las em troca de sua lealdade e serviços. Essas terras cedidas pelo
suserano eram conhecidas como "feudos" e eram concedidas aos vassalos
como parte do acordo de vassalagem, e embora o vassalo pudesse ter o direito
a usufruir da terra, ele ainda estava subordinado ao suserano e deveria pagar
pelo uso da terra com seu trabalho semanal e parcelas do que fosse produzido
nela durante as safras para o senhor feudal. A propriedade da terra, nesse
contexto, estava mais associada à concessão e à relação de dependência
entre suserano e vassalo do que a um conceito de propriedade individual
absoluto.
Portanto, a relação de vassalagem e suserania afetava o conceito de
propriedade, inserindo-o em uma estrutura hierárquica e vinculando-o a
obrigações sociais e políticas.

02. Quais os elementos que levaram aos surgimentos das cidades feudais e
no que eles se diferenciavam das cidades do período clássico?

O surgimento das cidades feudais na Idade Média foi influenciado por diversos
fatores. Sendo estes, alguns dos elementos que contribuíram para esse
desenvolvimento: a queda do Império Romano, as invasões bárbaras, o feudalismo e
a economia agrária.
Com a queda do Império Romano no século V d.C, muitas cidades do período
clássico também entraram em declínio. A estrutura urbana e as instituições
administrativas romanas enfraqueceram, levando a uma descentralização do poder e
à fragmentação do território. Por meio dessa instabilidade política, as invasões de
povos bárbaros, como os visigodos, ostrogodos e vândalos, afetaram
significativamente as cidades romanas, onde muitas cidades foram saqueadas e
destruídas, enquanto outras passaram a ser governadas por senhores bárbaros, que
estabeleceram uma estrutura de poder local. Nesse sentido, o modo de produção
feudal, caracterizado por relações de vassalagem e suserania, também influenciou o
surgimento das cidades feudais, em que os senhores de terras exerciam controle
sobre seus territórios e asseguravam a proteção militar em troca de serviços e
obrigações dos camponeses e servos. A economia medieval era predominantemente
agrária, a agricultura e a produção de alimentos foram essenciais para esse período
e as cidades feudais geralmente se desenvolviam em torno de um castelo ou
fortaleza, onde o senhor feudal tinha sua residência e controlava as terras
circundantes.
Em relação às cidades do período clássico, as cidades feudais apresentavam
algumas diferenças significativas, elas eram geralmente menores e tinham uma
população mais reduzida se comparadas com as grandes cidades do período
clássico, como Roma ou Atenas. Enquanto as cidades clássicas eram centros
comerciais e econômicos prósperos, com uma variedade de atividades comerciais,
as cidades feudais possuíam uma economia mais baseada na agricultura e na
produção local para subsistência. Nessas cidades feudais, a estrutura social era
fortemente hierárquica, com os senhores feudais no topo da pirâmide social e os
camponeses e servos na base, já nas cidades clássicas, embora existissem
hierarquias sociais, a estrutura social era mais complexa, diversificada e centralizada,
com os patrícios no topo e os escravos na base. Ou seja, enquanto as cidades
clássicas geralmente tinham uma estrutura política mais centralizada e instituições
governamentais, as cidades feudais estavam sujeitas à autoridade e ao controle direto
dos senhores feudais. No entanto, é importante ressaltar que essas características
poderiam variar em diferentes regiões e períodos dentro da Idade Média.

03. Quais os grupos sociais que estavam envolvidos no ressurgimento do


direito romano e porquê?

O ressurgimento do direito romano durante a Idade Média envolveu diversos grupos


sociais que contribuíram para a preservação e estudo das leis romanas, tendo como
principais agentes os juristas, a Igreja Católica, as Universidades, os Governantes e
os Legisladores.
Os juristas eram estudiosos do Direito que dedicavam-se a estudar e
interpretar as leis romanas e desempenharam um papel fundamental na preservação
e sistematização do conhecimento jurídico romano. Esses juristas, muitas vezes
possuíam acesso à educação e pertenciam a classe social dos letrados. Outra
importante instituição foi a Igreja, que desempenhou um papel fundamental na
preservação e transmissão do direito romano. Durante a Idade Média, a Igreja
Católica se tornou a instituição mais influente e tinha seu próprio sistema legal
baseado no Direito Canônico. No entanto, os estudiosos e clérigos ligados a Igreja
também se interessaram pelo direito romano e o incorporaram em suas práticas
jurídicas. Juntamente a isto, as universidades medievais, como a Universidade de
Bolonha, desempenharam um papel fundamental na disseminação do conhecimento
jurídico romano. Nessas instituições, estudantes e professores estudavam e
ensinavam direito romano como parte do currículo acadêmico. Isso ajudou a
estabelecer o direito romano como uma disciplina acadêmica e a promover sua
influência na Europa medieval. Nesse sentido, alguns governantes e legisladores da
época estavam interessados em utilizar os princípios e as leis do direito romano em
suas jurisdições. Eles viam no direito romano uma fonte de autoridade e estabilidade
jurídica, e buscavam implementar sistemas legais baseados nas leis romanas em
suas próprias regiões.
Dessa maneira, esses grupos estavam envolvidos no ressurgimento do direito
romano por várias razões. O direito romano era considerado um sistema legal
avançado, sofisticado e complexo, com princípios de justiça e uma tradição jurídica
bem estabelecida. Além disso, a preservação e o estudo do direito romano foram
vistos como uma forma de conectar-se ao legado da Roma antiga, valorizando a
herança cultural e intelectual do Império Romano. O direito romano também oferecia
uma estrutura legal coerente e uma base para a resolução de conflitos e governar as
sociedades em um período em que o sistema jurídico estava fragmentado e ainda
passava por processos de desenvolvimento.

04. O Estado moderno é também denominado de "Estado feudal tardio",


justifique isso, acrescentando o caráter arcaico das instituições
"modernas".

05. Quais eram as contradições da expansão do século XVI?

06. Explique e justifique porque a crise do século XVII levou à revolução


industrial, e não há um retrocesso econômico com a crise do século XIV
(crise que vai abalar o feudalismo).

Você também pode gostar