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UC História Medieval

Professor Responsável: Fabiano Fernandes ​fablusignan@gmail.com


Yasmin Soares da Costa Silva 120294 Vespertino.
Tema da Prova: Feudalismo e Feudalidade

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma reflexão acerca do Feudalismo,
da Feudalidade e algumas de suas principais características ordenadoras, ainda que
dentro dos limites desta pequena dissertação. A Idade Média por muitas vezes é
apresentada como sendo a Idade das Trevas, o que vêm a ser errôneo e acaba por
estereotipar o período, bem como resumi-lo à uma época de ignorância e
brutalidade, sendo que na realidade fora uma período de efervescência cultural e de
complexa organização social, sendo, portanto, necessário analisá-lo sob nova
perspectiva. A própria noção de Idade Média vem sendo questionada, em vista de
que esta periodização tem como parâmetro a Europa, excluindo outras vivências e
regiões do planeta, colocando a Europa como centro do processo histórico, o que
não vem a desvalidar de todo o uso recorrente do termo entre os historiadores na
atualidade.
A ausência de um Estado forte e central no sistema feudal foi por vezes
interpretado como sinônimo de desorganização e anarquia, sobretudo ao longo do
século XIX, o que também contribuiu para a denominação do período como Idade
das trevas, mas como veremos a seguir ao longo do trabalho, a descentralização do
poder e o feudalismo - aqui entendido em seu termo amplo, podendo designar um
regime, uma sociedade ou ainda um “temperamento”​1​- atuaram como reguladores
da vida social, estabelecendo a distribuição de bens, de terras e de poderes, sendo
portanto, elemento de coesão social e autorregulação no período pós-carolíngio e
não elemento de desordem.
O século X é central para a reestruturação social decorrente da decadência
do Império e que daria forma à sociedade feudal. Segundo Forquin (1978, p.21-23) a
sociedade vassálica surge espontaneamente ainda no Império Carolíngio, sendo ela
responsável pela futura degradação do Império; no entanto, isso não deve nos levar
a acreditar que a vassalagem fora reprimida e evitada pelos poderes centrais, que
incentivaram sua prática conscientemente, no intuito de através dessa rede estender
seu poder até os estratos mais baixos da população, abrangendo assim todo o
território do Império pelo intermédio do poder da aristocracia fundiária. O autor
destaca dois tipos de vassalagem nesse período: um que se ligava diretamente ao
rei, os quais receberiam privilégios e benefícios deste e o único grupo ao qual o rei
relacionava-se diretamente, e outro no qual os proprietários de terra pequenos ou
médios ligavam-se a esses primeiros. A vassalagem passou a ser assim, ainda na
época do Império, importante elemento militar, pelo qual o rei podia convocar em

1
FERNANDES, Fabiano. A ordem senhorial. São Paulo, Texto policopiado, p.2I
necessidade, bem como elemento administrativo e político. Decorrente desse
processo, os poderes locais se fortalecem.
Em nome da defesa contra invasores, surgem fortalezas que independem do
poder poder público no século X, colocando-se como um desafio para os poderes
reais, de duques e condes e pondo em risco o sistema de principados​2​, sendo
característico que os poderes públicos e privados se confundissem. Ao final do
século X o processo de descentralização se radicaliza e as famílias condais se
estabelecem localmente, de acordo com Forquin:

Uma vez que se tornassem vassalos, os condes só obedeciam ao rei na medida em


que este respeitasse os seus compromissos. Havendo homenagem, os deveres são
recíprocos, por conseguinte o rei já não é obedecido pelos seus agentes enquanto
soberano. Quanto mais fraco ele for, mais os seus agentes-vassalos podem
impor-lhe compromissos pesados que arruinam mais ainda seu poder.​3

​ duques e condes​4 parou de


O poder real que partilhava o direito de ​bannum a
exercer o poder de fato, sendo porquanto o rei destituído de seu antigo poder mas
mantendo seu prestígio devido a valorização de sua linhagem. Com o tempo, o
poder de fato das localidades transforma-se em direito hereditário, não sendo
portanto mais possível ao rei destituir esse poder caso quisesse, a ocupação pública
tornava-se título. Durante o século a relação entre terras e impostos, ou seja, as
honores - posse sobre os impostos e sobre a justiça pública- e os proprietários se
aprofunda. Já no século XI, mesmo os poderes reais e principescos se transformam
em poderes senhoriais. É importante salientar que o território do qual se trata esse
processo é muito amplo, sendo portanto, muito diversos os processos de
fragmentação do poder do Império que ocorrem em cada região. Figura importante
que nasce ao longo desse processo e que se estabelece no século XI é o senhorio
castelão, sua presença vem a ser forte e carrega consigo forte apelo, sendo um
símbolo da descentralização do período, ainda que por outro lado representasse o
aumento do poder local.
Descrito esse processo primeiro de descentralização e formulação do sistema
de ordem feudal, é preciso ressaltar seus principais elementos ordenadores da vida
e do fazer social.
Segundo Morsel a propriedade não carregava consigo o mesmo significado
do direito romano na sociedade medieval, mesmo que esta pudesse ser passada
adiante para outro proprietário, sua doação nunca era absoluta. Quando ocorria a
venda de uma propriedade, o vendedor passava a ter direitos sobre quem a
comprou e este último deveres para com ele.​5 Desse modo, a sociedade medieval
mantinha um laço social diante da propriedade da terra, fosse ele entre senhores ou
entre estes e seus dependentes. Como explicita Morsel: “o detentor é também

2
Ibid., p.11.
3
​FOURQUIN, Guy. “Cap. I: Mutação ou evolução?”. In:_____. Senhorio e feudalidade na Idade
Média. Lisboa: Edições 70, 1978, p. 25.
4
Ibid., p.15.
5
MORSEL,​ ​Joseph.​ ​La​ ​aristocracia​ ​medieval.​ ​Valência:​ ​Universitat​ ​de​ ​Valência,​ ​2008,​ ​p. 206-207.
possuído pelo bem em questão”​6​. Além disso, a terra e sua espacialização no século
X também passam a ser elementos chaves para o entendimento do fazer social
feudal. A partir deste século há o crescimento da construção de igrejas e castelos
que modificam a paisagem, representando a reestruturação interna das relações
sociais, bem como de seu modo de produção e sua organização social. Lida nessa
chave, Morsel destaca que o caráter agrário medieval não deve ser interpretado
como sinônimo de atraso, mas sim entendimento como elemento central dessa
sociedade, que tinha na terra e em seu cultivo seu princípio ordenador, ligado à
cosmologia e ao divino.​7
Dentro dessa configuração de relação com a terra, os laços de sangue e
apoio mútuo e a ​faeda também atuam como elementos ordenadores da sociedade, a
dependência interpessoal e os laços de proteção se mostravam essenciais em frente
à fragilidade estatal. ​A fidelidade, a defesa da honra e a ajuda mútua atuavam
fortemente, seja por meio dos laços de parentesco, que eram muito mais extensos e
cobriam muito mais pessoas do que os núcleos familiares pequenos que temos hoje
em dia na sociedade contemporânea, seja por meio da relação vassálica, de
juramento e compromisso. Como destaca Marc Bloch:

O herói mais bem servido é aquele cujos guerreiros lhe estão ligados ou
pela nova relação, propriamente feudal, da vassalagem, ou pela antiga
relação de parentesco: dois laços que frequentemente são considerados em
planos iguais, por serem igualmente fontes de sujeição, e que parecem
estar acima de todos os outros.​8

Os vínculos de sangue serviam como uma rede de apoio, no qual o grupo se


prestava a auto-ajudar em momentos de dificuldade. Bloch aponta que quando
citado em um tribunal, um homem tinha em seus parentes próximos forte recurso de
ajuda, visto que bastava o juramento coletivo destes para inocentar o acusado​9​, isso
já nos mostra a importância primeira dessas relações de parentesco. Relações
estas, que se intricavam ainda mais quando envolvidas com a prática da faeda, m ​ ola
mestra desse tipo de sistema social, no qual o acúmulo de “capital de honra” é
aspecto essencial do sistema de poder.​10 Segundo Fernandes ( 2011, p.8) a faeda
cavaleiresca tem como uma de suas funções latentes exercer pressão sobre os
camponeses, que eram os principais alvos da vingança entre os senhores, o que
acabava por reforçar ainda mais os laços de dependência e pertencimento a um
determinado protetor. Outro sinal dessa dinâmica eram os desfiles de cavalheiros
entre os camponeses, que atuava como uma das formas simbólicas de dominação,
assim como a presença de castelos e fortalezas que reforçam o ideal de aristocracia
guerreira, ação que se expande durante os séculos XII e XIII​11 ainda que por vezes
estas não exercessem mais função efetiva.

6
Ibid., p.207.
7
Ibid., p.205-206.
8
​BLOCH, Marc. A sociedade Feudal. Lisboa, Editorial Presença, 1991, p. 147.
9
Ibid., p.147.
10
FERNANDES, Fabiano. A ordem senhorial. São Paulo, Texto policopiado, 2011, p.7.
11
MORSEL,​ ​Joseph.​ ​La​ ​aristocracia​ ​medieval.​ ​Valência:​ ​Universitat​ ​de​ ​Valência,​ ​2008,​ ​p.221.
Sem um fundo ideológico por detrás das relações de posse da terra, as
revoltas teriam sido muito mais comuns, como aponta Morsel e o uso da força não
seria suficiente para dar continuidade ao sistema senhorial. A relação senhorial
consiste, portanto, em um domínio sobre a terra (senhorio fundiário, em função da
concessão da terra) e sobre os homens que habitam as terras (senhorio banal ou
judicial, em função do direito sobre o uso de instalações e cobrança de impostos),
divisão esta criada por G. Duby e que nos ajuda a compreender melhor a dominação

senhorial. 12
Os conflitos decorrentes da ​faeda e dessa aristocracia com forte ideal
guerreiro não significava que havia uma violência desordenada e generalizada, pois
haviam formas de regular esses conflitos, ainda que somente entre as classes mais
altas, esta com acesso à armas muito grande. Nesse sentido, esses embates
segundo Forquin (1978, p.151): ”Faziam frente a outras forças mentais: o horror do
sangue derramado, doutrinado pela Igreja; a noção tradicional de paz pública e,
sobretudo, o desejo dessa paz”. Forças mentais que encontravam vazão na fixação
de multas, de prazos para a prevenção de futuros ataques, no estabelecimento, por
vezes, de acordos de paz, na distinção entre retaliações legítimas e não legítimas e
em convenções de paz e processos judiciais nos tribunais ainda que muitos destes
reconhecessem a legitimidade da ​faide​, o que mostra como esta se encontrava
arraigada na mentalidade da época. De modo geral, essas regulações atuavam
como ordenadoras da violência, mas não pretendiam anular-la ou reprimi-la
totalmente.
Fernando (2011, pp. 5-6) afirma que no século XI se forma um sistema
calcado na cavalaria, pois esta já se diferenciava das outras classes, não sendo
entendida como uma “simples classe de guerreiros” e sim como uma classe de
domínio, o que se fortalecia pela forte valorização da militarização e pelas
representações e discursos que caminhavam para reforçar esse ideal guerreiro.
Entendido desse modo, o autor nos fala que a noção de feudo não é mera
construção histórica, mas sim uma construção social coesa que se torna chave para
a compreensão do sistema de domínio sobre os camponeses. Do mesmo modo, a
feudalidade não deve ser resumida a “tipologia de relações feudo-vassálicas”, sendo
algo muito mais complexo e que diz respeito a todas as relações políticas que visam
“hierarquizar e auto-regular” as relações de poder da classe dominante.​13
A complexidade dessas relações de dominação e exercício de poder pode ser
encontrada não só na variedade de tipos de senhorios e de segmentos com os quais
eles se relacionam, mas também na dinâmica própria do sistema, que não se mostra
simples. A título de exemplo, podemos citar ​a fragmentação do poder senhorial que
tem impulso a partir do século X, e que se concentrou sobretudo diante do senhorio
laico, mas que também influenciou o processo no senhorio eclesiástico, na medida
em que este se relacionava com o primeiro, o que vem a ser simbólico, já que estes
dois ramos senhoriais eram os maiores em questão numérica. Tal processo de
fragmentação surge uma sobreposição de poderes senhoriais, intrincando o sistema.
12
MORSEL,​ ​Joseph.​ ​La​ ​aristocracia​ ​medieval.​ ​Valência:​ ​Universitat​ ​de​ ​Valência,​ ​2008,​ ​pp. 209-210..
13
FERNANDES, Fabiano. A ordem senhorial. São Paulo, Texto policopiado, 2011, p.5.
Nesse sentido, sobe o número de terras que passam a ter vários senhores, bem
como o número de senhores que passam a exercer poder sobre diversos domínios e
ser ao mesmo tempo Suserano e Vassalo​14​. Morsel (2008, p.213) fala que tal
fragmentação das terras ao contrário do que poderíamos pensar não representa um
enfraquecimento do poder, visto que este estaria estabelecido enquanto houvesse
coesão social frente aos dependentes das localidades, o que nos leva a refletir a
importância dos símbolos de dominação e da reafirmação do poder nesse período.
Somada a essa fragmentação, houve um crescimento de aldeias e o
surgimento de cidades. Essas cidades, apesar de serem em grande medida
autônomas e representarem portanto uma organização a parte do sistema, foram
inseridas no regime de dominação através das cartas de franquias, pelas quais os
senhores permitiam que elas permanecessem livres da tributação e do domínio
senhorial, contanto que fosse realizado o pagamento de um tributo anual. Essas
cartas agiram, desse modo, como uma maneira de estender o domínio senhorial e
eram usadas com cada vez mais frequência conforme as cidades iam se tornando
mais comuns, o que nos mostra como o poderio senhorial ultrapassa as relações
servis e de vassalagem. Exemplo disso também se encontra na extensão do poder
senhorial aos proprietários ​alodiais​, por intermédio do uso das banalidades.
Segundo Morsel, a concessão dessas cartas e portanto, de benefícios a
essas cidades, asseguraria que a atenção delas se mantivesse em manter seus
benefícios, frente a outros senhores e à outras cidades, desviando assim seus
esforços em lutar contra o sistema senhorial como um todo (MORSEL, 2008, p.212).
Os séculos X e XII assistiram a um crescimento demográfico e econômico, a uma
expansão das áreas cultivadas através do arroteamento de terras e a uma
especialização do trabalho decorrente da construção de igrejas e fortalezas e de
trabalhos como a drenagem de pântanos, tudo isso assistido pelo aumento de um
ideal de consumo que transpassava a sociedade e que dialogava com o aumento do
comércio e crescimento urbano, até mesmos as classes eclesiásticas se
encontravam atraídas pelo consumo, promovendo cultos cada vez mais luxuosos,
com o uso de prata e ouro em seus altares.
Esse movimento de crescimento decorre em certa medida devido ao
aumento da pressão sobre o campesinato, que produziam mais conforme a pressão
dos senhores. Os campesinos livres, ou ditos ​vilões,​ sofreram com essa pressão,
primeiro nos séculos X-XII pela pressão da aristocracia laica e depois a partir do
século XIII pelas cidades.​15 As comunidades rurais passaram a ficar endividadas
diante da sobrecarga de taxas e serviços cobrados, o que provocou a migração para
a cidade ou o arrendamento da terra para senhores laicos ou eclesiásticos, com
isso, os agricultores livres transformam-se em arrendatários. Esse processo se
enquadra no que Morsel chama de “senhorização” 16 ​ que ocorreu na parte da
Europa, sendo os campesinos livres relíquias a partir do século XIII, e quando
abundantes, se tratava com frequência de terras menos produtivas, como no caso

14
MORSEL,​ ​Joseph.​ ​La​ ​aristocracia​ ​medieval.​ ​Valência:​ ​Universitat​ ​de​ ​Valência,​ ​2008,​ ​pp. 211-212.
15
Ibid.,​ p.215.
16
Ibid., p.216.
da Noruega​17​. Para Fernandes ( 2011, p. 22) o crescimento urbano estava ligado
com a importância que os senhores davam ao mercado, cobrando taxas diversas e
vendendo o excedente da produção senhorial e sua proteção, nesse aspecto o
senhorialismo, a feudalidade e o mercado são atores que impulsionam o
crescimento desses séculos. Não por acaso foi ao redor de castelos e de abadias
que se desenvolvem e crescem diversos burgos, vilas e aldeias.
Ao longo desse desdobramento aumenta-se a importância das áreas não
cultiváveis, como as florestas e bosques, que passam ao decorrer do século XIII a
ser terreno da demonstração de poder e de disputa territorial. No entanto, sua
ocupação discorre de um impasse, como aponta Morsel (2008, p.223): “Lo inculto se
representa una situación particular en relación al <> antes apuntado. ¿Cómo
apropiarse de un espacio por definición ( y voluntariamente) no humanizado?”,
nesse sentido, esses ambientes que eram fonte de recursos importantes como
pasto, lenha, pesca e caça, passam, mediante a ausência da ocupação humana, a
serem disputados mediante práticas como a caça e a falcoaria, que reforçam a
presença frente a outros grupos. Disso decorre o costume de se fazer a caça ao
cervo ou ao javali durante a idade média, prática que se tornou atividade nobre e de
exercício da aristocracia.
Dito todos esses elementos que integram e formulam o tema em questão,
cabe ressaltar o importante papel do cristianismo e da igreja nesse sistema. Diante
da cristianização da sociedade, o cemitério e a igreja ganham papel de destaque na
organização social do espaço, o que explica a aglomeração que se formava em
torno desses lugares. Fora nesse momento que o cemitério deixou de ter o
significado negativo que tinha antes na antiguidade, passando a ser um lugar
sagrado, lugar esse que ganha mais importância conforme abrigasse restos mortais
de santos e relíquias sagradas, pelos quais as pessoas disputavam para serem
enterradas próximas a esse solo e terem prestígio por se aproximarem mais do
divino. A expansão da espiritualidade se mostra na forte cosmovisão que se tinha
da sociedade. A valorização da alma e da salvação influi no crescimento do número
de terras que a igreja detinha, fruto de doações de fiéis que buscavam através disso
purificar sua alma. Como elucida Bloch (1991,p.154): “enriquecida continuamente
pelos donativos, defensora, além disso, do destino das almas, como teria permitido
que qualquer obstáculo se opusesse aos fiéis desejosos de assegurarem a sua
salvação ou a dos seus entes queridos, por meio de piedosas dádivas?”. Essas
doações à abadias e a santos, entretanto, a despeito das boas intenções de seus
doadores, foram também alvo de conflito entre os eclesiásticos e os parentes do
doador, que reivindicavam a herança da terra e não aceitavam facilmente ver seu
patrimônio fragmentar-se.

17
Ibid.

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