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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS - DIONÁRIA ROCHA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Professor(a) Série/Ano Turma Data da aplic.:
Componente Curricular
Karume e 2° ABCDEFGH ____/____/2024
História
Marcos

Aluno(a):______________________________________________________________________________________

Objeto do conhecimento: Transição da Idade Média para Idade Moderna

Habilidade(s): (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e
tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais, incluindo as escolas, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conheci mentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Orientações:
Revolver as questões que serão passadas em sala de aula, pelo professor.

Transição da Idade Média para Idade Moderna: Crise do Feudalismo, comércio,


burguesia, formação dos Estados nacionais.
Créditos: 1ª imagem: Pieter Bruegel, o Velho; 2ª imagem: autoria desconhecida / Montagem: Eudes Bezerra.
Transição da Idade Média para Idade Moderna foi um processo longo e gradual, respeitando o espaço
e o tempo de cada região. Ainda que o termo seja impreciso, ficou marcado por um tempo de grandes
eventos que mudaram para sempre as estruturas políticas, sociais e econômicas.
A guerra era frequente no final da Idade Média. Como em todas as outras épocas, as disputas pela
propriedade da terra ou pelo controle de recursos naturais levaram a hostilidades frequentes entre
governantes rivais.
Na primeira parte do período, o sistema feudal dominou e os exércitos eram praticamente recrutados como
parte do serviço dos vassalos aos senhores. A guerra era limitada por regras e códigos de honra.
No século XIV, os exércitos se tornaram mais profissionais; desenvolveram-se novas armas e a natureza
da guerra começou a mudar.
No entanto, o maior terremoto daquele século não foi uma guerra, mas uma epidemia: a peste negra”.
(WOOLF, 2014, p. 114, grifo nosso)
Boa leitura!
1. O QUE É A IDADE MODERNA?
A Idade Moderna, tradicionalmente, é o tempo delimitado entre 1453 (queda de Constantinopla para os
Turcos Otomanos) e 1789 (Revolução Francesa).
Atualmente, essa divisão tem sido duramente combatida por historiadores de todo o mundo, tendo uma
grande influência da chamada Escola dos Annales (assunto para outra matéria).
Ocorre que a tradicional divisão histórica indica a noção de supostas rupturas totais ou equivalentes com o
antigo sistema (o medieval), o que nem de longe aconteceu, sendo tudo um longo e demorado processo de
transição da Idade Média para a Moderna.

Após um custoso cerco à capital bizantina, as imponentes muralhas de Constantinopla foram


vencidas pelos Turcos Otomanos em 1453 sob a liderança de Mohamed, o Grande. Créditos: Guérin Nicolas.

2. HISTÓRICO: DECADÊNCIA E CRISE DO FEUDALISMO
O sistema feudal, basicamente, desde o início da Baixa Idade Média, entre os séculos XI e XIV, teve o seu
apogeu, igualmente como o seu declínio logo em seguida.
Uma série de causas golpearam o sistema feudal, como pode ser visto abaixo:
• Guerras (como a Guerra dos Cem Anos);
• Doenças e pragas (como a Peste Negra);
• Inúmeras fomes decorrentes dos fatores acima;
• Revoltas camponesas;
• Êxodo rural (para as cidades); e o
• Ressurgimento do comércio (nascimento da Burguesia).
A Idade Média ficou marcada por guerras entre os senhores feudais, que buscavam aumento de poder e
influência na região (feudos próximos, geralmente).
As Cruzadas, por exemplo, teriam sido uma das formas de reduzir os impactos desses conflitos armados
dentro da própria Europa feudal após o Concílio de Clermont, realizado em 27 de novembro de 1095
pelo papa Urbano II.
No século XIV, um período de grande agitação, o Feudalismo entrou em completo declínio, mas de forma
lenta ao ponto de não se ter consenso acerca do seu fim exatamente (cada região teve as suas
particularidades no espaço e tempo).
As Cruzadas, iniciadas logo após o Concílio de Clermont em 1095, reabriu as rotas comerciais e com isso a
possibilidade de movimentação social da terceira e mais pobre camada da sociedade, os camponeses, que
algum tempo depois geraria a burguesia.
O restabelecimento de rotas comerciais também traria as famosas especiarias, riquezas e o indesejado:
a Peste Bubônica, que dizimaria ao menos um terço da população europeia (algumas fontes indicam
centenas de milhões, mas não são confiáveis).
Outro fator que contribuiu para a perda de poder dos senhores feudais foi a longa Guerra dos Cem Anos,
que destruiu estruturas, como estradas e pontes, dificultando a própria estrutura econômica feudalista.
Assim, grandes revoltas surgiram devido à fome, às pestes e às guerras, causando um êxodo rural em
direção aos centros urbanos.

A pintura O Triunfo da Morte, Pieter Bruegel, expressa bem as dificuldades do


século XIV que selaram o destino do modelo. Obra constante no Museu do Prado, Espanha.

3. TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA IDADE MODERNA
Acima de tudo, mas ainda utilizando as mesmas estruturas da sociedade medieval, houve uma reordenação
social, onde a imutabilidade de ascensão ou declínio na hierarquia social foi rompida, criando diversas formas
de se ascender socialmente.
Contudo, diferentemente do que se imagina, eventos significativos como estes não se dão de um dia para o
outros, sendo por vezes demorando até séculos.
A própria Igreja Católica, na maioria das nações que estão por se formar neste período, começou a perder
poder e por diversos fatores, como a Peste Negra, a Reforma Protestante, o Renascimento.

4. TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA IDADE MODERNA E A MOBILIDADE E REORDENAÇÃO
SOCIAL
Durante grande parte da era feudal o poder era fragmentado e essa descentralização favorecia insurgências
externas, como invasões, e internas, como as revoltas populares devido às doenças e à fome.
Com a escalada de revoltas nas camadas populares e sem ter como contê-las através da força, os feudos,
aos poucos, foram se unindo em torno de um monarca e essa figura, a do rei, começa a ter novamente
prestígio e poder (político e jurídico).
Essa centralização de poder ajudou a criar o que seria chamado de identidade nacional por unificar os
padrões, moedas, impostos e a cultura de determinado território ocupado por agora um mesmo povo sob a
liderança de uma só pessoa e seu séquito de seguidores.
A centralização também facilitou a formação de um único exército profissional e regular a serviço da
nobreza sob liderança do monarca, gerando assim, também, o embrião do que chamaríamos de Formação
dos Estados Modernos (europeus) e o Absolutismo.
A figura do rei teve seu papel ressignificado e em alguns países, como a França, seu poder foi
tamanho que Luís XIV, o rei-Sol, fazia propaganda de si como um próprio deus. Créditos: Hyacinthe Rigaud /
Museu do Louvre, Paris, França.

5. NOBREZA E BURGUESIA
A nobreza, com seus cavaleiros supostamente honrados, era a grande detentora de prestígio na sociedade
feudal, “abaixo” apenas do clero da Igreja Católica.
A nobreza era forte por possuir uma grande quantidade terras que eram cultivadas pelo escalão mais baixo
da sociedade: os vassalos, ou servos.
Com a reabertura das rotas comerciais e a oportunidade de melhores condições de vida, muitos
camponeses abandonaram os campos para tentar a vida nos centros urbanos.
As cidades foram novamente grandemente reabitadas (após a queda do Império Romano do
Ocidente, havia ocorrido o contrário: o êxodo urbano).
O campesinato, que era habituado às difíceis condições de vida da época, foi progressivamente crescendo e
prosperando no comércio, dando vida à classe burguesa.
À medida em que a burguesia emergia socialmente, a nobreza declinava e um equilíbrio de poder mudou
no decorrer do tempo.
A figura do rei, agora um soberano perante todos, geralmente possuíam interesse em comuns com as
atividades da Burguesia, na qual o comércio representava uma gigantesca fonte de renda.
A nobreza, que vivia de títulos, mostrava-se decadente e ainda arraigada ao sistema feudal, chegando ao
ponto dos próprios burgueses, que não eram nobres, comprarem títulos e terras para aumentar seus status.
Dessa forma, a burguesia e nobreza acabaram por se mesclar, assim por dizer, durante um longo processo
que duraria séculos (transição da Idade Média para Idade Moderna).

A ascensão da burguesia forneceu um novo e aparentemente irrefreável conjunto de


modificações que solapou a sociedade medieval. Na pintura, tem-se um banqueiro (cambista) e a sua
esposa. Créditos: Quentin Massys / Museu do Louvre, Paris, França.

6. COMÉRCIO (BURGUESIA) E O MONARCA (REI)
A burguesia possuía grande interesse na unificação e centralização do poder para que regras básicas fossem
válidas e usuais em longas extensões territoriais e não mais de feudo para feudo, como ocorria antes.
O monarca possuía o poder político e a burguesia o econômico. O monarca se tornou capaz de fornecer
ordem em seu território e não ser mais contestado por outros donos de terras, como outrora ocorria devido à
fragmentação do poder feudal.
Dessa forma, tanto nobres quanto o povo (e até mesmo a Igreja Católica) tiveram que respeitar as decisões
reais, não por apenas possuir um exército regular e profissional, mas também por ter o apoio financeiro
burguês.
Assim, basicamente, teria ocorrido “casamento” entre a coroa e a burguesia, tendo cada país seu modo
específico e preponderância de se unificar na balança de poder e no relógio do tempo.
Possivelmente, o resultado mais retumbante seja justamente as Grandes Navegações (Era dos
“Descobrimentos”), que puseram a Europa no centro do mundo e que geraria o Eurocentrismo.

As Grandes Navegações mudaram não só a Europa como o mundo, que, a partir de cada
descobrimento por parte dos povos europeus, teria sua vida completamente mudada. Créditos: autoria
desconhecida / A frota de Cabral ao sair do rio Tejo, em Portugal.

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