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Idade Média (sec.

V até ao XV)

Séc. V - IX – Alta Idade Média

Séc. X -XIII – Idade Média Central

Séc. XIV e XV – Baixa Idade Média

Ler * J. G. Monteiro – O Sangue de Bizâncio

- Desmembramento do Império Romano do Ocidental e a implantação dos povos germânicos

1. Os últimos seculos do Império Romano do Ocidente

Crise demográfica – Vivemos desde o século II um decréscimo populacional aliada a uma crise
militar. Na verdade, desde as grandes conquistas de Roma dão-se ainda durante a república.
Temos a última grande conquista romana – Grajano. Temos acima de tudo um Imperio muito
ameaçado pelos povos germânicos, que vão procurar penetrar no império. Por um lado, vemos
a dificuldade do exército romano em enfrentar essas ameaças, por outro, tem um grande
despendo de ouro e recursos. Vivemos também uma crise política, que leva a divisão do Imperio
em duas partes: Ocidente – Ravena; Oriente – Constantinopla. A própria figura do Imperador
perde bastante poder com esta divisão (não é o chefe do exército). Eleições sucessivas de
imperadores. Por outro lado, esta crise assenta na burocracia, uma máquina que também é
“devoradora de homens”, para que funcione é necessário recrutar muitos homens e pô-los a
trabalhar hierarquicamente. Estes homens são no fundo os verdadeiros detentores do poder e
fazem desaparecer perante as populações o poder imperial. Associado a isto, é o
enfraquecimento das cidades, a cidade de Roma é uma das perolas do Império, basta observar
o empenho que os romanos dedicavam ao equipamento e defesa das suas cidades. Roma é a
cidade em que se faz sentir o Imperio, o território. Em consequência da queda demográfica,
verifica-se uma diversificação dispersa da população, bem como a implantação de leis sob
terras, que conduzirá ao desvendamento das cidades. Elas continuam a ser um espaço de lei,
política e civil, mas também de arte.

INVASÕES BÁRBARAS = GERMÂNICAS

É uma noção que não é especifica no Ocidente. É uma perceção do outro, o outro que não se
conhece. Povos guerreiros com forte movimento militar – cavalaria forte. Armamento superior
(cavalo e espada -> símbolos do cavaleiro medieval).

A perceção de Santo Ambrósio é uma espécie de domino, peça por peça.

A primeira peça a cair de Este para Oeste é na fronteira estabelecida pelo rio Don. Em 365, os
travessam este rio, e pretendiam avançar e atacar os . Em 368, os visigodos confrontam o
exército romano em Adrianópolis (Turquia). Na entrada do século V, deslocam-se para o
território ocidental, território itálico, e em 410 a entrada dos visigodos na cidade de Roma
chefiados por Alarico (Santo Agostinho vê esta invasão como um castigo). Por esta altura,
assinalado 31 de dezembro de 406, outro acontecimento decisivo foi um conjunto de ataques a
partir de vândalos suevos. A própria força romana acorda em auxílio na fronteira do norte da
Gália, conseguindo conter um pouco estas ofensivas. Vamos ver as elites romanas procurarem
conter e assimilá-los no próprio império. Em 414 assinalado pelo casamento de Atalufo e a filha
de Tibério II, vimos constituir-se o primeiro reino aliado do Império. A estes visigodos vai lhe ser
atribuído, a partir de 418, a Quitana. EM 423 conseguem atravessar o estreito de Gibraltar e
entram em Africa e instalando-se na cordilheira do Atlas, permite a estes vândalos uma
independência económica, que vai ser uma das grandes dificuldades de Roma. Roma vai ser
pressionada por uma tenaz. Temos também por este momento ataques pelos Hunos. É nesta
altura face a este perigo dos Hunos, o último sopro de gloria de Roma, e do seu Império. O
exército romano consegue em 451 vencer o exército de Atila, em 452 Atila consegue se
reorganizar e entrar na península itálica, mas em 453 deixa de ser uma ofensiva unida. O que foi
fatal neste momento foi o desmembramento político, Flávio Aecci surge aos olhos do imperador
como uma ameaça política, uma vez que, obteve um grande apoio. Em 455, o chefe dos
vândalos, invade e saqueia Roma. A última “machadada” deste Império em decadência é em 4
de setembro de 476 a decomposição do até então Imperador Romano do Ocidente, Rómulo
Augusto, por parte do exército, que reindivica para si o estatuto de rei federado. Ostrogodos
combatem o exército de Aduarte e ali se estabelecem. Estabelece-se uma nova imposição do
poder.

- O legado de Roma

Administração;

Fiscalidade;

Lei;

A condição de “não livre”;

Propriedade;

Cultura e ciência;

Religião;

Faz-se sentir durante a Idade Média, sobretudo pela sua administração e perdura por longa
duração as designações dos funcionários administrativos. Desde logo, vemos os commes
“condes” vão, de facto, perdurar. Por outro lado, vai perdurar a lei – o direito romano. Os povos
vão fazer a sua própria adaptação do Direito Romano. Vai haver, porém, com a implantação dos
povos germânicos no território, a noção de bem publico, apesar do poder imperial, as conquistas
do Império são vistas como publicas. Na visão dos reinos bárbaros verifica-se uma apropriação
do território pelo rei, traduz-se numa alteração da definição de “bem público”. A preservação
deste legado é essencialmente a Religião, desde o século IV é declarada a religião do Império –
o cristianismo.

- A expansão do Cristianismo

O cristianismo começou por ser perseguidos pelas elites, para ser paulatinamente aceito. Outro
momento paradigmático é a forma como também pelo imperador Constantino é convocado o
Concilio de . Em 391, o imperador Teodónio proíbe os politeísmos. Porém, quando o império se
desmembra a nível político, a Igreja detém grande parte da administração imperial, por outro
lado, vão ser os próprios representantes da igreja os responsáveis pela preservação deste
império que se desmembra. Também os próprios bispos vão ser o sustentáculo da dignidade
que resta a rede urbana do império, durante a alta idade media, as cidades perdem de facto
dinamismo, força economia e social, mas permanece como a sede da diocese e o regimento do
papa. É naturalmente a Igreja a grande responsável pela preservação do latim.
- A igreja católica e a continuidade de Roma

Se vemos por um lado parte do clero organizado próximo das populações (clero secular) numa
missão mais pastoral, podemos também organizar-se desde as origens do cristianismo (séc. III)
uma outra forma de vivencia religiosa, a vivencia monástica. Isto é, uma visão da espiritualidade
solitária, de fundo, clérigos que procuram a devoção a deus através da solidão. Vamos ver com
o próprio auxílio de Santo agostinho, a organização destes monges em pequenas comunidades
eclesiásticas e diversos textos. A partir dos finais do século VI, o papa Gregório Magno vai apoiar
a regra de S. Bento, uma regra mais fácil de seguir que implica menos sacrifícios e, por isso, mais
fácil de difundir. Vamos encontrar esta instituição (igreja) ao longo deste período, dividida em
duas formas de vivência: clero secular (junto das populações) e clero regular (comunidades
monásticas).

Bibliografia:

- Fossier, Robert – Le Moyen Age

- Le Goff – A civilização **

Sob as ameaças externas a este Império, sintetizamos no fundo este grande movimento de
invasões no século IV como um efeito domino que se desencadeia depois de um momento em
que um povo oriundo da atravessa o rio dohh e pressiona povos que já estavam estabelecidos
nas fronteiras do Império e pressiona-os para ocidente. A partir deste momento, dá-se um
primeiro confronto: a batalha de Adrianopolo. E é uma primeira vitoria do exército romano que
permitiu aos visigodos estabelecerem-se ali. Esta marcha continua em direção ao Ocidente
atravessando a região da Ilírias, penetrando a Península Itálica. Acompanhamos também a
marcha dos Vândalos que conseguem atravessar o Reno e atravessar o estreito de Gibraltar
conquistando os territórios do Norte de África. Através do enquadramento destes povos,
federações, atribuindo-lhes estatutos e nesse sentido, o primeiro reino federado foi o dos
Visigodos.

Vimos também é contra os Humos que o Império Romano dá o seu último suspiro, na medida
que se organiza para os vencer na Batalha dos campos Cataláunicos. Este exército romano que
vai contra os Atilas, enfrente vários perigos. Esta é a última grande vitoria do exército romano.
O império vai se desintegrando por falta de reconhecimento da autoridade política – imperador.
A situação é instável. A 4 de setembro 476, vemos os restos do Império a resgatar o título de
reino federado.

Império Bizantino

476 – Até a entrada do séc. XI

A história do Império Bizantino começa em 330. EM 395, a morte do imperador Teodósio o


império é dividido entre o ocidente (Império Romano do Ocidente) e oriente (Império Romano
do Oriente). As investidas do Imperio romano do Ocidente não deixaram o Império do Oriente,
mas não de forma tao bruta, em primeiro lugar porque a norte temos a Cordilheira dos Balcãs
(demografia) que impediam a penetração dos povos germânicos e por outro lado, a sul o mar
mediterrânico. A Oriente, este poder ou a forma como este Império distinguiu-se do Ocidente
como a forma que hierarquizou o seu poder e pela forma como encenou toda uma teatralidade
de poder. Em 436 o Imperador de Constantinopla assumiu sempre como um herdeiro de
Constantino, um imperador cristão que governava um território por ordem de Deus.
Comandante da justiça, da lei, do exército. Falamos de estratificação do poder: auxiliares do
imperador – senado e um consistório (conselho imperial). Nestas estruturas temas um grupo
muito numeroso de magistrados que dividem entre si questões judicias de aconselhamento do
poder imperial, mas também a gestão financeira. Toda esta hierarquia de poderes esta sujeita a
uma etiqueta rigorosa, uma encenação do poder (opulência associada ao poder). A partir do séc.
VII o grego torna-se a língua oficial, o imperador torna-se o Basileu. Estamos num espaço
profundamente influenciado pela filosofia antiga, desde logo pelo materialismo aristotélico
onde por essa razão, o cristianismo e o dogma da santíssima trindade (Pai ,filho e espirito santo)
vai originar varias controversas cristológicas, que vão ser profundamente estruturantes na
própria difusão da Historia.

A história do Império Bizantino começa em 330. EM 395, a morte do imperador Teodósio o


império é dividido entre o ocidente (Império Romano do Ocidente) e oriente (Império Romano
do Oriente). As investidas do Imperio romano do Ocidente não deixaram o Império do Oriente,
mas não de forma tao bruta, em primeiro lugar porque a norte temos a Cordilheira dos Balcãs
(demografia) que impediam a penetração dos povos germânicos e por outro lado, a sul o mar
mediterrânico. A Oriente, este poder ou a forma como este Império distinguiu-se do Ocidente
como a forma que hierarquizou o seu poder e pela forma como encenou toda uma teatralidade
de poder. Em 436 o Imperador de Constantinopla assumiu sempre como um herdeiro de
Constantino, um imperador cristão que governava um território por ordem de Deus.
Comandante da justiça, da lei, do exército. Falamos de estratificação do poder: auxiliares do
imperador – senado e um consistório (conselho imperial). Nestas estruturas temas um grupo
muito numeroso de magistrados que dividem entre si questões judicias de aconselhamento do
poder imperial, mas também a gestão financeira. Toda esta hierarquia de poderes esta sujeita a
uma etiqueta rigorosa, uma encenação do poder (opulência associada ao poder). A partir do séc.
VII o grego torna-se a língua oficial, o imperador torna-se o Basileu. Estamos num espaço
profundamente influenciado pela filosofia antiga, desde logo pelo materialismo aristotélico
onde por essa razão, o cristianismo e o dogma da Santíssima Trindade (Pai, filho e espírito santo)
vai originar várias controversas cristológicas, que vão ser profundamente estruturantes na
própria evolução da História. Estas dissidências vão ser objetivo de reflexão e de discussão na
Igreja (Concílios).

Em 381 organiza-se o Concilio de Constantinopla volta-se a refutar o . Em 471 refuta-se o


Nestorianismo. Em 451 o concilio de Calcedónia condena o …. e professa uma Ortodoxia Cristã.
Ainda em Calcedónia, a Igreja do Oriente esta organização e importantes patriarcados:
Alexandria, Jerusalém e …. É também afirmado o patriarcado de Constantinopla sobre os outros
três. A incidência à Ortodoxia Cristã não termina por aqui. Se neste território, num período mais
recuado do cristianismo consolidado com as filosofias antigas, nesta altura com a influência do
Islão (Deus não e representável) vai também ter expressão nesta incidência Iconoclastia.

Justino I é um camponês que ascende socialmente pelos seus feitos militares e na morte do seu
precessor, acaba por ser nomeado Imperador. Apoiou desde muito cedo o seu sobrinho Petalus
que trouxe consigo para Constantinopla e que o apoiou nos Estudos. Em 527 à morte do seu tio,
Petalus faz-se aclamar pelo próprio imperador. Sendo uma pessoa profundamente letrada, ao
chegar ao trono faz-se aclamar como alguém nomeado por mandato divino e defende a
Ortodoxia de Calcedónia. Ao defender esta Ortodoxia é muito evidente que o território unificado
na mesma fé, é mais fácil de controlar. Outra característica importante é que ele se apaixona
por uma jovem bonita, Teodora, atriz. Quando ele se apaixona, há uma lei que proíbe o
casamento da classe superior com outro escalão. Petalus altera a lei. Em 532, vai reforçar o seu
poder – a Revolta de Nike, tem origem num alvoroço nas ruas, que a partir de determinada
altura, esta revolta vai ser tomada pelo exercito e dá-se uma encenação, estes revoltados vão
ser conduzidos para o Hipódromo (mortos pelo exercito), fica associado a este momento a frase
de Teodora “o poder era mais digno de … Esta era uma manifestação de poder fortíssima. A
partir daqui Justiniano (Petalus) não vai encontrar grandes revoltas que coloquem em causa o
seu poder. Este imperador vai ser importante na sequência da queda do Imperio Romano do
Ocidente, em primeiro lugar porque vai promover a reconquista de uma parte significativa do
Imperio Romano do Ocidente, e a paz entre os bizantinos e os persas.

Ainda no período Justiniano, o império bizantino sofre ataques pelo Norte. Uma das obras mais
duradora de justiniano foi a obra jurídica, entre 528-542 manda compilar aquilo que a partir do
sec. XVI se designa por “corpo do direito civil”, o objetivo é compilar as leis que regem o seu
território e uniformiza-las, para criar um corpo que seja pedagógico no futuro.

*Basilica de San Vitale*

Em 541 e 542 – surto de peste bubónica, vai ter incidências até o seculo VIII – decréscimo
demográfico.

557 – Terramoto, a seguir a uma incidência de peste -> a população da época é vista como uma
manifestação divina face ao Imperador. Justiniano vê-se obrigado a afirmar a sua Ortodoxia e a
realização de procissões e cultos de santos para salvaguardar a cidade.

No final do imperado justiniano, temos a ideia de imperador divinizado e religiosidade cristã


baseada nos cultos e procissões de adoração. A defesa da ortodoxia cristã é considerada o
responsável político pelo encerramento da Academia de Atenas (berço da filosofia antiga).

Quando os persas deixam de ser um ameaça muito presente, surge neste território uma nova
forma política, economia e religiosa – Islão. Vai ser uma religião que vai unificar um conjunto
vasto de tribos. Vínculo de conhecimentos e influências pela península ibérica e também no
coração da Europa. Na entrada do século VII, temos esta expansão islâmica que vai absorver o
território persa e bizantino. Em 668 temos a última tentativa do Imperio Bizantino em ressuscitar
a sua influência na península itálica. Na região de Constantinopla, em 654 um cerco e no Norte
outro perigo a surgir – o império búlgaro. A dinastia iracliana termina no século VIIII, e surge um
novo imperador que funda uma nova dinastia iraoziana. Leão III em 626 vai promulgar um édito
contra as imagens, e nesse sentido, vamos ver surgir a formação dentro da igreja do oriente,
dois partidos: iconoclastas que vão formar dentro das hierarquias da igreja bispos e sacerdotes
iconoclastas substituindo os outros que não são; e os iconodúlios, vão sendo afastados dos
cargos da hierarquia da igreja. Os grandes focos da dinastia dos iconodulios vivem sobretudo
nos mosteiros. Estes imperadores vão promover a redação de tratados que fomentam esta
iconoclastia e sínodo (reunião de todos os clérigos de um território/diocese). A iroclastia
radicaliza-se.

787 – Concilio ecuménico de Niceia – iconoclasmo é considerado uma heresia. Neste Concilio,
todos os textos produzidos pelos iconoclastas foram destruídos.

Em meados do século XI temos o grande Cisma da Igreja com a separação da igreja romana do
ocidente (latim) e oriente (grego). A disciplina e os comportamentos do clérigo estão a tipicar-
se com o celibato dos padres no ocidente, no oriente isso Não ocorre. Por outro lado, no séc. XI
quando a igreja de Roma esta a procurar afirmar-se como uma instituição supranacional, no
oriente o imperador é visto continuamente como uma divindade.
- Desmembramentos do Império Romano do Ocidente

Na Gália, onde ainda desde 325 com Constantino, o arianismo foi considerado uma heresia. E
desde o século VI a influência de Gregório Magno na difusão de uma regra comum a todos os
mosteiros da europa cristã.

No ponto de vista da lei, no século IV, no Norte, assiste-se a aplicação da Lei Sálica – pacto entre
oficiais da armada romana e tropas francas, que eles integram ao seu serviço, como forma de
reino federado. Na sua origem teria 44 capítulos, no séc. VI é aumentada para 65 e no séc. VIII
tinha 100 capítulos. No sul da Gália vemos um código de leis proliferar um conjunto de leis
diferentes, em finais do séc. V e inícios do séc. VI. As fontes deste período são obras de
Gregoriano.

As primeiras menções escritas dão-nos conta da presença dos francos na região do estatuário
do reno desde o século III. São integrados no exército compósito romano. Diferenciamos os
francos renanos e os francos sálicos com o núcleo geográfico na atual Bélgica. A primeira figura
desta dinastia é Childerico, que domina na região dos francos sálicos, e que transmite ao seu
filho Clóvis. Eles são generais; enquanto povo federado de Roma – falam latim. Depois da
dissolução do Império, Clóvis fica ao serviço do território sem grande oposição. Fica com o reino
de Siagrius; com Aquitania, sob domínio dos visigodos. Depois fica também com o território dos
burgúndios e mais a leste com o dos alamanos. Sobre este reinado temos poucos
conhecimentos, mas em 481 faz se aclamar rei dos francos. O poder dos francos advém da sua
capacidade militar e de um elemento sagrado chamado Mund, que se manifesta entre os
homens na capacidade de usar grandes cabeleiras. Casa com uma jovem de origem franca
renana, pois os renanos procuram o apoio dos salos contra os alamanos que os pressionam na
fronteira leste. Em 476, Clóvis tem uma importante vitória, vencendo Siagriu, aumentado o
território franco.

493 – casamento com Clotilde, casamento em segundas núpcias. É filha de um líder burgúndio.
Estabelece-se uma aliança entre os dois reinos, do ponto de vista militar e político. Após o
casamento, na batalha de Tolbiac consegue derrotar os alamanos.

507 – consegue enfrentar os visigodos de Alarico. Entre este acontecimento, ocorre o batismo
e a conversão de Clóvis, não sabemos a data concreta, sabemos apenas que é celebrado pelo
bispo de Reims. O batismo fez deste o único príncipe católico a reinar para além do imperador
romano do Oriente. Também neste ano, anexa a Aquitania.

508 – o rei dos ostrogodos ocupa o território da provença.

O grande legado de Clóvis é deixar o território unificado. Deixar o poder assente na legitimidade
ética, numa legitimidade cristã. Morre em 511 e antes da sua morte convoca um concílio na
cidade de Orleães e consegue reunir 32 prelados de toda a Gália. Faz-se sepultar no território
central, junto da abadia de Santa Genoveva e manda construir uma basílica de S. Pedro e de S.
Paulo.

- Merovíngios – 1º dinastia dos Francos

À morte de Clóvis, o território encontrava-se dividido, mas ao mesmo tempo unido pela mesma
fé e capital (o território é dividido pelos 4 filhos de Clóvis). A partir de 520, os filhos de Clóvis
tentam conquistar a Burgúndia. Em 558-561, um dos filhos consegue efetivamente unificar o
território.
- A ascensão dos Pipínidas

Família poderosa pela posse de propriedades; pela formação de alianças com outras famílias. O
primeiro é Pepino de Landen, estabelece o cargo de que passa a ser hereditário. O seu filho
Grimualdo procede a um golpe de estado, corta o cabelo aos herdeiros merovíngios e faz
aclamar o seu filho. Tal ato foi mal visto pela aristocracia da Austrásia e alia-se ao perfeito do
palácio de Nêustria (Ebroim). Durante algum tempo a família dos pipinidas é posta de parte, até
à chegada de Pepino de Rerstal que assume o cargo de perfeito do palácio. Em 687 acontece
uma batalha em que enfrenta a aristocracia de Nêustria e Burgúndia, vence e apropria-se do
ouro, mas não ousa depor o rei. Consegue a unificação destes reis mantendo um rei, mostrando
que esta família não estava pronta para reinar, com autoritas mas sem potestas que é exercida
pelos prefeitos dos palácios, que são cargos desempenhados pelos representantes da família
dos pipinidas que se autointitulam de príncipes. Esta família tem também o apoio do clero. À
sua morte o poder da família esta consolidado. Em 714 morre e deixa o seu cargo do palácio a
Carlos Martel, seu filho bastardo, mas que não reúne apoio consensual entre a aristocracia. Os
primeiros tempos são complicados e difíceis e vê-se na necessidade de restringir a aristocracia.
Implemente o sistema da concessão de benefícios: territórios, propriedades, que retira quer à
Igreja quer à aristocracia dissidente para assim pagar a outra aristocracia que lhe preste auxílio
militar. Constitui, assim, um exército numeroso e poderoso. O seu nome vem de martelo devido
aos feitos militares que teve. A primeira batalha permite-lhe neutralizar os problemas da
aristocracia em 617. Começa uma política de conquistas militares, ou seja, territórios que anexa
por via da força, conquistas de clérigos missionários, que o ajudam a conquistar as terras (S.
Bonifácio). Consegue também importantes vitórias.

715 – procura submeter os saxões, que só irão ser submetidos por Carlos Magno.

724 – submete territórios alamanos e da Baviera.

735 – o chefe militar da Aquitania morre e Carlos Martel organiza uma marcha militar e faz
aclamar Aquitania.

737 – entra com o seu exército em Lion, na Burgúndia e aí se faz reconhecer como chefe militar
e político da Burgúndia.

737 – morre Tierri IV e não há aclamação de um herdeiro, pois o poder é exercido pelos
pipinidas. Em seguida, controla a Provença e a Septimiana.

741 – Carlos Martel morre e divide o território pelos 3 herdeiros – Carlomano, Pepino e Grifo. O
último é aprisionado. Carlomano retira-se e Pepino III desempenha a sua autoridade sobre todo
o reino. Estabelecem o último rei. Carlomano e Pepino III, ainda juntos com S. Bonifácio,
convocam importantes concílios reformadores que são precursores de uma definição da Igreja
deste tempo. Vão ser defensores dos mosteiros, obedientes a ordem de S. Bento, apoiam um
fortalecimento da Igreja no seu território.

751 – afastamento definitivo de Childerico III. E em novembro, em Saisons, Pepino, o Breve, é


ungido e sagrado. Considerado o primeiro rei Carolíngio.
Texto de apoio – aula 7 (relativamente aos dois textos – 12 A e B – escrever um comentário
sobre a Igreja e Carlos Magno com máximo de 200 palavras) – enviar por email

Pepino Breve, alguém que governou com o poder da Igreja e da aristocracia da época, mas que
nunca depôs merovíngio porque nunca usou confrontar uma crença que ligava o poder do
monarca a um poder transcendente e mágico. Com os filhos de Carlos Martel, vamos ver que
sobretudo apos o afastamento de Carlomano para uma vida monástica, duas importantes
clérigos deste território vão construir uma ideologia do poder fundamentada na delegação
divinal, inspirado por Deus assente nos reis do Antigo Testamento. É neste sentido, que num
concilio alargado presidido por São Bonifácio, Pepino Breve é sagrado rei e ungido com os óleos
sagrados. Esta sagração e depois confirmada pelo Papa Estevão II e vai estender esta sagração
aos filhos de Pepino Breve e vai instituir o título de patrícios romanos e protetores do papado.
Nesta sequência, dá-se a esta peregrinação o pedido de ajuda contra os lombardos que estão
estabelecidos no Norte da Península Ibérica e que ameaçam territórios meridionais – Roma. Não
podendo se virar para o imperador romano, Estevão II vai direcionar o seu pedido de apoio
militar para os francos e estabelecer uma relação completamente diferente e que vai marcar a
evolução desta dinastia. Os carolinos e Estevão vão conquistar em dois momentos estes
territórios que constituíram o território de S. Pedro. É no fundo o resultado da resposta dos
francos ao pedido de Estevão II. Esta é a sucessão de Pepino Breve.

Carlos Martel e Carlos Magno – importantes líderes militares – período de ouro (pratica da
vassalidade, entrega de bens confiscados e sobretudo, aos bens da Igreja que são distribuídos
em forma de benefício e depois em forma de precária, entrega de terras pela vontade do rei. É
entregue aos vassalos do rei como forma de pagamento pelos serviços prestados, mas devem
pagar um senso anual pois estas terras pertencem à Igreja. É também caracterizada pela arte da
guerra: o estribo (a cavalgada), construção de armaduras cada vez mais completas, invenção da
quota de malha no armamento dos cavaleiros. O exército franco é numeroso pois alicerça
relações de fidelidade que permitem o recrutamento de exércitos muito numerosos – embrião
muito forte.)

Carlos Magno tem 21 anos quando o pai morre e fica caracterizado pelo seu grande estratagema
militar. Por volta do mês de maio consegue convocar 50 mil cavaleiros mais alguns soldados a
pé. A maior parte destes cavaleiros são vassalos que o rei tem na sua dependência mediante a
condição. Podemos considerar como princípio deste período, o duplicamento do território
através da proteção das fronteiras, por outro lado, a sua amplificação procurando difundir a fé
crista por questões políticas. Ter um território regido pela mesma fé, é mais fácil de controlar.
Começamos por referir a forma como Carlos Magno é chamado pelo Papa Adriano I a auxiliar a
cristandade contra os Lombardos. Em 772 há mais uma expedição contra os Lombardos que são
derrotados e o rei é retirado do trono. Carlos magno alicerça a cidade de Pavia e em 774 faz-se
convocar rei dos Lombardos e recebe do papa o título de Magnos …A coroa italiana é
estabelecida em 774. Na região de Saxónia, Carlos Magno vai ser mais contundente e as
circunstâncias vão levar a que 20 anos, com 20 campanhas anuais, procura submeter os saxões
com campanhas militares duríssimas com a tentativa de batismo forçados. Esta campanha tem
ações de violência dura, decapitação de milhares de reféns e também naturalmente de
pilhagens, destruição de terras e bens e a capturarão de reféns. Os saxões rendem-se no final
do séc. VIII com a rendição do seu último chefe. Em todo o território proíbe-se e consideram-se
pagãos e hereditos quem tem o hábito de queimar os seus familiares em vez de os enterrar e
pena de morte para quem se recusa batizar. Evangelização forçada. Nos vemos ao mesmo
tempo a promulgação de leis que suavizam todas estas penas. Na sequência da cristianização
dos saxões, Carlos Magno vai procurar recapitular as leis e os valores deste território. Latim
torna-se a única língua e compilar línguas e textos antigos. Em 788 a submissão do duque de
Pavier. Neste período vemos um importante programa de construção, desde logo com a
fundação de novas dioceses. Para defender as fronteiras Carlos Magno vai criar territórios
(marcas – territórios dotados de uma forte organização militar que devem salvaguardar as
fronteiras).

Em 778, o exército de Carlos Magno sofre um revés na região de Ronselvaldes sofrendo a


oposição dos povos. No fundo este momento está mal caracterizado, mas há populações
meridionais no império que se revelam contra o domínio carolíngio. Nesta sequência em 779 é
promulgada a capitular de Versal, as capitulares são leis gerais para todo o território, neste
capitular percebe-se a preocupação de Carlos Magno em suavizar um pouco o seu domínio neste
território no fundo para apaziguar as resistências. Carlos Magno decide sagrar os seus herdeiros,
essencialmente Luís Pio que vai ser sagrado rei da Aquitânia até a morte do pai, vai marcar a sua
autoridade política. O seu outro filho vai ser sagrado rei da Itália. Isto vai no fundo permitir a
distribuição administrativas do território por outros intervenientes. Por outro lado, vai lhe
permitir estabelecer mais duradouramente na cidade de Aachen.

Nos finais do séc. IX, a supremacia político-militar de Carlos Magno é inquestionável. O papa
Leão III está a viver um profundo momento de contestação e ameaçado pela aristocracia de
Roma. Leão III num contexto de conflito romano vira-se para os francos e envia em linguagem
marcial o estandarte de Roma a Carlos Magno, num pedido de resgate. Neste momento, no ano
de 800, temos no oriente uma vacância no trono real, não há um imperador cristão. No verão
de 800, Carlos Magno decide deslocar-se para Roma a fim de assistir à condenação de Leão III e
resgata-o. No Natal de 800 Carlos Magno é declarado Imperador pelo papa. Do ponto de vista
político, esta coroamento é um reforço da autoridade política de Carlos Magno, uma vez que, o
coloca no mesmo patamar que os antigos imperadores. Ele intitular-se-á rei dos francos e dos
lombardos e continua com uma inspiração muito franca sobre o que é o poder no território. Em
806 vai dividir o território à moda franca em três …. pelos seus filhos: Carlos, Pepino e

Neste contexto, o filho Pepino conquista os territórios de Veneza e da Ístria, sob o domínio
bizantino, na pose destes territórios eles vão negociar esse reconhecimento. É então quando
reconhece Carlos Magno como o Imperador e Augusto.

Capitular – leis promulgadas pelos carolíngios (as leis eram organizadas por capítulos)

Texto 13

Cap.6 – condes = são os responsáveis pela administração local (os principais juízes,
corregedores, chefe do exército); benefícios (terras concedidas a aristocracia de forma precária
(as terras continuam a pertencer ao rei e a igreja) pelo rei); obrigam os servos vinculados nesses
benefícios a trabalhar. Procura no fundo a alienação da mão-de-obra. Há um abuso por parte
dos condes daquilo que é o território imperial. Fidelidade – vassalidade, esta propriedade não
lhes pertence, mas estes condes vendem a outros homens e recompram-na como se fosse uma
terra alodial.

B- missi – enviados do senhor/rei/imperador, recrutados entre funcionários formados –


percorrem territórios e procuram ser os ouvidos e os olhos do senhor no território, e desta
forma, são os funcionários que ouvem os questionamentos da população. São funcionários e
instrumentos usados para a centralização régia. --------------------------------------------------------------
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- A divisão do império consagrada em 843

Entre 843 e 987 (morte do último imperador carolíngio no Norte da …). Do ponto de vista político
um período de grande perturbação interna, os últimos herdeiros carolíngios vão ter reinados
muito curtos. Assim, vemos o desmembramento completo deste império, tem raízes internas
muito profundas que vão ser o berço …, mas também vai ter razoes externas muito
estruturantes.

Dentro das consequências externas vamos referir a expansão dos vikings neste território
imperial. É a designação que damos a povos nórdicos, originados da península escandinava e
Dinamarca, que é difícil de conhecer antes deste período de expansão, mas podemos obter
alguns conhecimentos das Sacras e as Pedras Rúnicas (que relatam momentos marcantes destes
povos). No mundo franco e anglo saxónio vão ser designados normandos, ou seja, homem que
veem do Norte que vai originar a palavra normando. Vão procurar a sua expansão no mar nos
territórios da Finlândia e Rússia, penetrando o Império Bizantino. Os dinamarqueses e
norueguenses olham sobretudo a rota ocidental, vão ser grandes ameaçadores do mundo
carolíngio. O início da expansão viking visa os territórios ocidentais (793) com o assalto da abadia
de Lindisfarne. Entre o final do séc. VIII há várias incursões contra os carolíngios e a Grã-Bretanha
e os territórios irlandeses. Vão se fixar na cidade de Dublin e na região…. Sob a segunda vaga
vão procurar estabelecer-se nos territórios meridionais sobretudo na península itálica.

Este exército franco é um exército sob terra, não investem na frota, e um exército muito estático
(numeroso com grande cavalaria). Face a um povo que ataca em pequenos grupos de forma
muito rápida, através do mar de pequenos barcos Drakons (ligeiros, rápidos, 20 a 25 metros que
acomodam a 40 a 100 remadores), entram na foz dos principais rios do império vão depois
estabelecer-se nessas entradas e realizar vários assaltos reiterados a pontos cirúrgicos – as
principais cidades. Carlos Magno já temia os Vikings e depois Carlos Calvo vai ordenar que os
condes construam fortalezas para proteger as populações. Fazem assaltos rápidos, violentos, os
principais alvos vão ser as principais abadias e mosteiros na busca de ouro. As populações são
obrigadas a migrações sistemáticas. No caso da França Ocidental, os condes e reis procuram
conter estas investidas, mas a verdade é que em menos de um século, Paris é atacada 4 vezes.
Os reis carolíngios neste período não conseguem a paz muitas vezes sem o pagamento de
grandes somas. Em 881 ao lado da frância oriental, na cidade Aachen e incendeiam o túmulo de
Carlos Magno. O estabelecimento definitivo destes normandos no território carolíngio vai
acontecer no início do séc. X. Eudo, é um conde da região de Paris que vai conseguir parar com
os ataques sistemáticas, vencendo os Vikings as portas de Paris. Em 911, Carlos, o Simples, vai
assinar com os normandos o Tratado de Saint Clair, reconhece a um chefe dos vikings
dinamarqueses (Romão) o direito de ocupar o território da Normandia. Romão vai ser no fundo
integrado no império como outro conde qualquer. A sua integração faz-se de forma tao integral,
que os normandos aqui estabelecidos vão ser convertidos no Cristianismo. No séc. IX outro povo
vai ser altamente ofensivo ao poder carolíngio, os magiares. Há 3 ameaças neste séc: vikings,
muçulmanos e os magiares.

Invasões húngaras: vão instalar-se na planície da Panónia, vão realizar várias incursões de
pilhagem ao território da Germania. Em 924 atacam Pavia, norte de Itália. Em 927 fazem
incursão norte-sul até Roma, também invadem grande parte da Alemanha e estes territórios
carolíngios. Em 955 são derrotados por Otão, na batalha de Lechfeld. Vai acontecer a fixação
destes húngaros na região da Panónia e a conversão do seu chefe ao cristianismo (Santo
Estevão). Os húngaros vão ser pacificados e estabilizados no território imperial.
Apos estas invasões, sobretudo as vikings, alguns portos nunca mais vão ser reativados. As
abadias e mosteiros foram também altamente arrasadas e pilhadas. Outras importantes
consequências: por um lado, o restabelecimento de uma nova região e um povo no império e
fortalecimento da figura dos condes, defensores dos seus territórios, autorizados a construir
fortalezas – nascimento e emergência do Castelo (figura máxima do poder militar no território),
vão desencadear um processo de fortalecimento dos senhorios e do poder político destes
funcionários imperiais do território. Luís II será o único a ter poder no território italiano, uma
vez que, o território de Lorena vai ser dividido entre a Frância ocidental e oriental. Os seus
irmãos continuaram a revindicar mais território para si. A verdade é que em 879, Carlos Calvo
vai revindicar para si a herança do título imperial.

Tratado de Mersen – divisão do território da Itália

Em 875, Luís II morre, Carlos Calvo vai apresentar em Roma e aí se sagrar imperador pelo Papa.
Em 877 Carlos Calvo morre e a sua linhagem se extingue pouco depois, o que vemos acontecer
é o filho de Luís germânico vai designar Carlos, o Gordo …. Estamos perante um momento de
alteração profunda do que é as concessões de poder. E assim, para além da capitular de 874 em
que Carlos Calvo obriga a construção de fortalezas, pouco antes de morrer promulga um
conjunto de leis reconhece aos condes a possibilidade de possuir honras a título individual por
desempenho de cargos públicos (podem ter territórios próprios hereditários a sua linhagem).
Para alem disso, vemos desaparecer os Missi (enviados pelo senhor, representantes do
território) do território imperial face à instabilidade. Associado a posse de territórios e
construção de fortalezas vemos nascer os principados (são territórios reconhecidos pelos reis
carolíngios em que se organizam grandes comandos ofensivos entregues a um príncipe (que
pode ser um conde, marquês ou duque)). Este sistema pretende ser uma nova forma
organizacional mais resiliente às ameaças externas, assente na posse efetiva de um território e
na sua possibilidade de herança, vão desenvolver uma forte ideia de linhagem. No séc. X os reis
carolíngios têm pouco poder porque o exercício efetivo do poder esta na posse destes senhores.
Com o aparecimento dos principados, no lado ocidental tem grande sucesso e vai acabar por
herdar o poder régio, a coroa. Eudo é filho Roberto, o Forte e por isso vai ser o representante
dos Robertianos. Em 882, Eudo recebe o condado de Paris por parte do rei carolíngio e vai se
destacar pela defesa de Paris. Carlos, o Gordo, vai agraciá-lo com a entrega de mais territórios
e que vai constituir a base do principado dos robertianos. Em 888, a morte de Carlos, o Gordo,
vemos a aristocracia da França ocidental reconhecer a Eudo o título de …. Eudo vai ter um filho
Hugo, o Grande que vai ser abade da Abadia de São Martinho, mais tarde designado Hugo, o
Capeto – nova linhagem. A partir da eleição de Eudo em 888 como o rei da França Ocidental e a
morte do último representante carolíngio, vemos um século de sucessão de alternância da coroa
entre o herdeiro dos carolíngios e dos robertianos. Apesar desta dinastia assumir a coroa
francesa, esta família possuía condados muito mais influentes do que o domínio real.

- Feudalismo

*O último duelo – filme *

Otão I – imperador entre 936-973

Esta família vai se destacar a partir de Lindolfo, que vai ser assassinado pelos normandos
dinamarqueses. Apos a morte de Lindolfo, o ducado é adquirido por o seu filho, Bruno. O irmão
de Bruno irá dirigir o ducado contra os vikings e os ….
Henrique é aclamado pela aristocracia deste território e é alguém que tem legitimidade e apoio
político para se afirmar como rei. Vai procurar engrandecer o território do ducado. A morte de
Henrique I, sem qualquer obstáculo os 5 principais duques do império carolíngio nomeiam como
rei Otão. Otão vai se afirmar como um legitimo herdeiro carolíngio. Em 936 faz-se sagrar rei no
palácio de Carlos Magno. Tem também um trabalho grande de controlar dissidências dentro da
aristocracia. Vai casar com Adelaide, herdeira viúva do último rei de Itália (de origem carolíngia).
Por casamento também se considera legitimo da coroa italiana. Em 951, também porque o
próprio papa o chama, Otão I apodera-se da coroa italiana e passa a designar-se rei. Em 955,
vence a batalha de … contra os húngaros. Em 962, é sagrado imperador. A partir de 962, temos
a fundação do Império Romano-Germânico. Vai, mais uma vez, apoderar-se dos territórios
pontifícios para o Papa (assim obtém o reconhecimento papal como Imperador). A partir do séc.
XII o império passa a designar-se Sacro Império Romano Germânico.

Otão e a sua família vai desejar e conseguir a dignidade imperial. Otão II vai conseguir casar-se
com uma princesa bizantina. Otão I apercebe-se da importância de controlar o clero e a igreja,
e vai publicar um decreto para que ….

Idade Média Plena (sécs. XII, XII, XIV)

A sociedade organiza-se através de um conjunto de relações que obriga os homens em termos


de obrigações …. Fomos vendo que a origem do feudalismo nos sistemas de vassalidade,
normalmente com objetivos militares durante o período merovíngio e carolíngio. Não falamos
de uma organização social, homogénea. O feudalismo tem, consoante os territórios, muitas
divergências. Podemos dizer que no território francês, a maturidade do feudalismo acontece
nos finais do séc. XI; no território da germania acontece um século mais tarde; na Itália vemos
sobretudo o grande poder do mundo urbano, das cidades. O berço do feudalismo é o território
francês. Em 1066, quando a Inglaterra é conquistada pelo duque da Normandia, vai ser
importado para o território inglês. No caso da Península Ibérica, há várias questões se houve
realmente ou não feudalismo. Este modelo feudal é exportado para o próximo oriente durante
as cruzadas. Este sistema feudo-vassalico vem no fundo combater o colapso da autoridade do
rei (séc. X) e posterior desintegração dos principados (ao longo do séc. XI). Sobretudo nos séc.
XI e XII, vamos ver a própria Igreja (vai passar um momento de grande afirmação)
emitir/produzir um conjunto de textos que nos permite compreender a visão da igreja e a forma
de ordenar esta sociedade. E assim, nos vemos estruturar-se uma ideia de que a organização
social se divide numa pirâmide de 3 andares: no cume temos as pessoas responsáveis por Orar
(Oratores), trabalhar na salvação de toda a sociedade; numa segunda faixe temos os Bellatores,
aqueles que tomam conta da guerra, responsáveis pela defesa de toda a população – Nobreza;
a esmagadora maioria desta população são os Laboratores (camponeses). As populações feudo-
vassalicas estabelecem-se entre os Oratores e Bellatores, aqueles a quem chamamos por
Senhores, representam o facto de serem homens livres, a estes dois estados não se podem
cobrar impostos e deve ser sempre conferida sustento económico.

No que diz respeito à Igreja temos um estatuto social que nenhum senhor leigo pode impor (?).
É inadmissível que se ofenda um clérigo fisicamente, pela simples razão de funções eclesiásticas
detêm autonomia financeira e a possibilidade de impor vários tributos às populações. Falamos
de um grupo social heterogéneo. Sem dúvida que os privilégios da Igreja provem das suas
responsabilidades. É da nobreza que sai os principais militares da Igreja. É normalmente a
Nobreza que detém a maior parte das terras. A nobreza replica pequenos reis no território. E,
portanto, a sua riqueza é fundamentada e aceite que tenha responsabilidade financeira e que a
ostente. São responsáveis por estarem aptos para o exercício da guerra, devem zelar por ter o
melhor equipamento militar, no sentido das fortalezas.

Villani – não são privilegiados e tem a responsabilidade de alimentar os restantes (?)

Miles – cavaleiros

Reconhece-se os lugares destes grupos na sociedade. Na cristandade ocidental, tudo se justifica


porque Deus assim o designa, também por este momento vai procurar sobretudo que aquela
faixa intermedia da nobreza controle a sua violência. Vamos ver a Igreja neste momento de
afirmação procurar controlar os epítetos agressivos da nobreza, não conseguindo reprimir
todos, procura regulamentá-los (momentos próprios para guerra). É também nessa pregação
que o próprio papa vai fazer o convocatório para usar este esforço de guerra para o Infiel –
convocatório para a excursão (?).

Relações feudo-vassálicas – estabelece-se entre dois homens. O feudo vai substituir a palavra
benefício dos carolíngios. O benefício era sempre um território, o feudo pode ser um território
ou não. Estabelece-se por um contrato, que pode ser oral ou registado, selado por uma
cerimónia. É composto por dois momentos: homenagem e investidura. A homenagem é
estabelecida em dois momentos: “dedicação de si” e o holo (?)/” confissão de vontade”. Este
contrato entre dois homens coloca um na posição de um senhor e outro de vassalo. A partir do
séc. XIV este senhor passa a ser designado de Suserano. Um coloca-se sob a dependência de
outro.

Beijinho na boca – relação de familiaridade (osculum)

O vassalo tem duas obrigações: fidelidade para com o seu senhor e realizar dois serviços:
Consilium e Auxilium. Auxilium (ingressar na oste (?) do senhor, integrar no exército do senhor),
pode concretizar-se através do apoio ao senhor na administração do território. Quando por
algum motivo seja necessário pagar o resgate do senhor, deve reunir fundos para pagar esse
resgate. Quando o filho mais filho é armado cavaleiro deve ajudar a pagar o armamento. Estas
são as várias dimensões do Auxilium. O Consilium é a obrigatoriedade de estar presente em
todas as convocações do Senhor. As obrigações deste senhor é a proteção e sustento, que se
materializa no feudo. Em troca da homenagem que no contrato feudo-vassalico, o senhor
investe-o no seu feudo, é geralmente materializada pela entrega de um objeto como um cetro
(símbolo de autoridade do Senhor) ou um pedaço de terra/ramo (simbolize a propriedade que
esta a ser entregue aquele vassalo). Assim, quando falamos de proteção e sustento diz-nos que
o senhor é responsável por garantir a dignidade financeira do seu vassalo de acordo com a sua
situação. O que materializa esse sustento é a concessão do feudo. Deve garantir apoio militar,
tem a obrigação de o defender também judicialmente.

O mesmo vassalo vai procurar a segurança de vários senhores, se dois desses senhores entrarem
em guerra, o vassalo terá de optar por qual deles defender. A partir do séc. XI, surge uma figura
lígia, que confirma qual é o seu primeiro senhor, no séc. XIII entra em decadência.

Há uma pulverização dos poderes, os senhores são as verdadeiras autoridades do território, o


grande símbolo da sua força militar é materializada na pulverização dos castelos. O castelo passa
a ser neste contexto um símbolo da proteção local, um símbolo do exercício da justiça e do
controlo das populações. Nesse sentido, são os verdadeiros representantes da autoridade
publicas “pequenos reis”, autoridade sobre os seus vassalos e os camponeses da sua terra, que
detêm parcelas de terra arrendadas. Uma sociedade que se organiza assim, dá pouco espaço
para a presença de indivíduos sozinhos, é visto pelo partido que integra. O sistema em que ele
si insere, condiciona os seus direitos e privilégios. Estamos perante um esfumar do direito
publico, vemos uma personalização da autoridade, o que da origem a difusão da guerra privada.
Todos estes senhores vão ser grandes rivais entre si, concorrentes. A igreja vai se impor
procurando controlar a violência entre estas aristocracias concorrentes. Este sistema feudo-
vassalico domina todo o território, na medida que os feudos são constituídos por territórios de
base territorial, o que nos leva a considerar que a Europa neste período feudal não tem espaço
para…, mas não é verdade, pois encontramos terras sem senhor (uma exceção neste sistema
senhorial) – Alódio.

- As três formas de Senhorio

O poder que estes senhores exercem podem ser fundiário (exercício sobre a terra), pode ser
doméstico ou pessoal (exercício sobre populações sujeitas) ou senhor banal/político (direito de
Ban – direito de punir ou ordenar sobre os homens). O senhor pode exercer os 1 ou 2 senhorios
sobre um determinado território.

Senhorio fundiário – é no fundo a continuação da Europa da Idade Media Central dos domínios
carolíngios. São territórios dependentes sobre a autoridade de um senhor, esta dividido em 3
partes: a reserva (diretamente colocada sobre a exploração do senhor), localiza-se o palácio do
Senhor, um jardim e várias dependências necessárias a toda a vida rural do senhorio – forja,
moinho, forno, lagar (no território francês e meridional é também um espaço de moagem de
azeite). Localiza-se também um espaço cultivável, a mais fértil do senhorio, que deve prover a
casa do senhor. Na reserva vive o senhor e a sua família, e um conjunto de domésticos, que
estão sobre a dependência daquele senhor. Podem também localizar-se domésticos do senhor
que não residem no palácio, mas que estão sob a alçada dele. Os domésticos são serviçais do
senhor que estão sob a sua dependência. A maioria do senhorio esta dividida sobre parcelas de
propriedade do senhorio, limitadas, no tempo dos carolíngios designava-se por Mansos,
posteriormente designa-se por Tenências. São entregues a uma família, têm de ser
suficientemente grandes para uma família conseguir se alimentar delas, mas suficientemente
pequena para se submeter apenas uma família. Deve se pagar uma renda em géneros ou
dinheiro (fixa) ou de uma parte da produção (fundiária). A esta renda fundiária representa uma
parte muito considerável da produção destas famílias, e uma parte ao que estas famílias estão
sujeitos, devem ao senhor serviços a este – corveias (dias de trabalho para cultivar a terra do
senhor), também estão sujeitos a impostos (dízima). O senhorio detém também terras comuns,
são bosques, pomares, espaços onde há água (rios, ribeiros, poços), pastos, camponeses
vinculados podem usufruir destes espaços. Nestas terras comuns, o senhor reserva para si o
direito de caça e pesca.

Corveias – dias de trabalho que os camponeses devem na Reserva do senhor

Estas corveias vem no fundo apoiar a mão de obra sujeita a autoridade direta do senhor. O
senhorio doméstico é uma sobrevivência da escravatura. Há muitas populações que se colocam
sob a autoridade do senhorial doméstico por opção própria. O senhorio doméstico dá ao senhor
o direito de dispor do corpo de outrem, e por isso também o de castigar. Estas populações que
estão sujeitas ao senhorio doméstico, para alem de estarem condicionadas ao senhor,
sobretudo aqueles que tem casas próprias, devem pagar rendas. Para reconhecimento
permanente de que pertencessem a outra pessoa, devem pagar impostos sobre algumas
atividades fora do senhorio (ex: casamento).
O senhorio banal/político/justiceiro advém do direito de ordenar/constranger e poder, é
simbolicamente representado pelo Castelo. Um senhor político com sede no Castelo pode deter
sobre o mesmo território as três formas de senhorio – fundiário e doméstico. O senhorio político
ultrapassa o seu senhorio fundiário e vai ser exercido sobre os senhorios … O exercício deste
direito está mais concentrado num menor número de senhores. É responsável por defender um
território e aí manter a paz e a justiça, ou seja, são pequenos-reis nos seus territórios em nome
individual. Ele tem jurisdição política sobre todos aqueles que vivem sobre os seus territórios, e
nesse sentido tem direito de impor multas, confiscar bens, podia obrigar os camponeses a
prover a alimentação do seu exército, cobrar impostos a todos os que queiram passar ou entrar
nos seus territórios, representa a cabeça e a carga. Por entrar nestes territórios é imposto o
direito de Portagem e por passar o direito de Peagem. Neste sentido, são dois importantes
tributos do sistema senhorial. Nos seus senhorios tem também o direito de controlar os pesos
e as medidas. Estes senhorios são os mais poderosos desta hierarquia vassálicas, uma das suas
atribuições é a guerra e, portanto, vivem a maior parte da sua vida fora do seu senhorio. Além
disso não seriam hábeis para exercer estes direitos, e por isso nomeiam um conjunto de oficiais
que o auxiliam. Estes direitos políticos correspondem a quantias financeiras avultáveis. O
exercício do poder banal na mão destes oficiais, representam também uma forma de violência
sobre as populações.

Oficiais – não surgem em todos os senhorios. São geralmente um Senescal (representante da


justiça, mas também do exército), principal representante do senhor, administração dominial;
Chanceler, os senhores vão paulatizar as suas chancelarias próprias e organizar os seus arquivos,
é também responsável por guardar o selo do senhorio; Contestável, alguém que toma conta
inicialmente dos cavalos, mas vai ser o grande conselheiro militar do Senhor e que também
substitui a frente do exército na ausência do senhor; Bailio. Podem surgir Notários, de acordo
com as necessidades e extensão do senhorio, e outros serviçais com funções mais executivas.
Estas autoridades senhoriais podem ser exercidas em simultâneo, um senhor pode ser um
senhor fundiário e político; pode ser fundiário e pessoal e pode ser simultaneamente os três.
Estas três formas de senhorio podem não coincidir no mesmo território. O exercício de qualquer
um destes senhorios podia ser repartido por um ou mais senhores, o que tornava mais difícil de
pagar os impostos.

- A Igreja

A Igreja é grande detentora de propriedade, de importantes produções. O seu património desde


os carolíngios é muito apetecido pela nobreza, pois pretende se apropria dos mesmos.

Fundação da Ordem de Cluny – formação da abadia de Cluny, em 909/910 na região de Cluny.


O duque da Aquitânia ao doar este território prescinde de todos os direitos sob o território e a
abadia. Portanto, esta abadia é isenta da influência laica. Por privilégio do Papa Gregório V em
988, esta abadia é agraciada com o privilégio da isenção eclesiástica, esta abadia passa a
responder diretamente ao Papa, sem ter de prestar algum dever a restante hierarquia da Igreja.
Pela primeira vez, dentro das ruturas da Igreja vemos surgir uma abadia ricamente dotada desde
a sua função que detém liberdade de governo livre de qualquer influencia laica ou da hierarquia
Igreja. Cluny é o berço da regra de São Bento. Os monges de Cluny vão defender um culto, uma
religiosidade muito solene, sumptuosa, profundamente iluminada, com orações e cantos. Vai se
expandir pelo território do centro da Europa como também vai chegar a Península Ibérica,
fundações de outras abadias que se regem por esta regra de São Bento. Vemos dentro da Igreja
uma hierarquia bastante organizada e estruturada, todos os priorados devem obrigações à Casa-
Mãe (Abadia de Cluny). No fundo, na entrada do século XII vai entrar em decadência pois não
vai conseguir rivalizar com outras ordens regidas pela regra de São Bento. É precisamente desta
nova ordem e mosteiros, que vão surgir dignitários eclesiásticos que vão ser protagonistas da
reforma da Igreja, a partir de meados do século XI. Na entrada do século XI, segundo o próprio
imperador Henrique II, percebemos que esta Igreja é uma igreja afetada pelo regime feudal. O
imperador, que depois vai ser uma vítima da reforma da Igreja, vai considerar que os clérigos do
seu território não tem uma moral suficientemente digna de serem os líderes espirituais do seu
território. Num momento antes da reforma, Henrique vai ter uma atitude firme por reformar
comunidades eclesiásticas que vivem nas catedrais. Por esta altura também, procura-se redigir
vidas de bispos como textos exemplares para moralizar os bispos neste território. Nesta
moralização esta a tentativa de pôr fim ao Nicolaismo

Reforma Gregoriana – motivos

- Simonia (prática de tráfico e venda de cargos eclesiásticos e dos próprios sacramentos, o hábito
instituído por alguns eclesiásticos de receberem dinheiro pela absolvição, pela celebração de
casamentos, mas também e, sobretudo, pela investidura de um leigo mediante o pagamento de
dinheiro)

-Nicolaismo (matrimonio dos clérigos e o concubinário (viver de forma marital como uma
mulher))

1º Momento da Reforma – Pontificado de Leão IX (1049-54)

Henrique III vê-se a braços com a aristocracia romana com a nomeação do Papa. O imperador
decide terminar com a tradição de que o Papa é escolhido por famílias romanas e opta pela
nomeação de três papas. Leão IX vai ser apoiado por outros clérigos, teólogos da Igreja, que com
o seu apoio vão começar a redigir textos que vão construir a ideologia “Liberta Ecclesiae” – a
liberdade da igreja face aos poderes laicos – na luta contra a investidura laica, vão começar uma
oposição muito forte. Por esta altura, vemos uma grande oposição à Simonia e o Nicolaísmo.
Também no tempo de Leão IX, no final do seu pontificado, começamos a ver na construção desta
ideologia uma necessidade de reformar o poder pontífice. Para uma das decisões tomadas neste
sentido foi enviar ao patriarca de Constantinopla dois delegados pedindo-lhe que reconhecesse
o primado de Roma (cidade do martírio). Em Constantinopla, o patriarca não aceite proferir este
primado, pois Roma é já um local distante, na Igreja Bizantina a prática do Nicolaismo era aceite
e, sobretudo, os patriarcas do oriente aceitavam a autoridade imperial. No oriente estas
pretensões não têm grande eco. Em 1054, temos a cisão da Igreja – Cisma – que vai separar
definitivamente a Igreja do Oriente sobre a legislação de Roma.

Ainda deste primeiro momento, com Nicolau II vai ser promulgada uma lei eclesiástica em que
os papas são nomeados através de um concílio cardeais (?) Esta é uma decisão que vai deter
uma grande importância. Esta reforma da Igreja, normalmente é designada por Reforma
Gregoriana.

Teocracia – superior a qualquer príncipe leigo

Estamos perante um Momento de arranque sobre o próprio direito canónico que terá auge no
sec. XIII, a Igreja está a criar a sua força e consolidação e supremacia. Com Gregório VII, vamos
passar a ter o Papa como o vigário de Cristo (primeiro representante de Cristo na Terra), vários
textos que Gregório VII vai expressar, vai ser promulgado o “Dictatus Papae Gregorii” que vai
impulsionar esta reforma. Superioridade do Papa sobre o Imperador. É lhe permitido depor os
imperadores. Perante Gregório VII, o Imperador é a cabeça dos laicos, mas só isso. Este ditado
vai criar um conflito enorme entre o Papa e o Imperador Henrique IV, que se recusa a aceitar e
por isso é excomungado por Gregório VII. A excomunhão vai ser um instrumento fortemente
fomentado e utilizado frequentemente pelos Papas, arcebispos e bispos para controlar as forças
laicas. Pela primeira vez, um Papa ousa excomungar um imperador. Henrique IV viu os seus
inimigos a ganhar força e procura reverter a situação com o papa sobre a excomunhão. Em 1067,
vemos uma primeira absolvição e um primeiro conflito entre Henrique VI e Gregório VII, no final
do pontificado do último, em que o imperador farto de fazer frente a este papa obstinado e não
crendo abdicar do seu poder na investidura dos clérigos do seu território, vai nomear um papa
que o sirva – A Querela das Investiduras – papa e um antipapa (Clemente III). Gregório VIII vai
morrer durante este cisma imperial. Urbano II vai convocar um conjunto grande concílios na
afirmação da sua autoridade e que vai convocar as Cruzadas. Volta a condenar a Simonia e o
Nicolaísmo, a investidura laica e os bispos dos diferentes territórios prestar vassalagem. A partir
deste período vamos ver uma certa suavização, a partir do séc. XII, da Igreja. Alguns canonistas
procurar ir ao encontro das pretensões do Imperador, vai decompor que um cargo tem duas
dimensões: espiritual (poder de intermediar na salvação das almas dos leigos) e temporal
(administração do seu território e também no fundo ao exercício de uma autoridade política).
Procura fundamentar estes benefícios eclesiásticos. Na explicação destas duas dimensões, diz
que um cargo do ponto de vista espiritual é ordenado, concedida por um responsável da igreja,
mas no que diz respeito a dimensão temporal ele é revisto, pela presença dos senhores locais.
Pelo lado do império o conflito mantém-se com Henrique V, que também em contexto de
conflito com o seu pai, vai exigir ser sagrado imperador junto do Papa Pascoal II. Neste período,
temos o segundo cisma imperial, com Henrique V a nomear um novo papa Gregório VIII, que
por esta altura é arcebispo de Braga Maurício …. Esta situação vai ser resolvida no pontificado
de Calisto II, no concílio de Reims (1119). Durante algum tempo, vai ser esperado o próprio
imperador para resolver a Querela das Investiduras e por fim ao Cisma. O imperador nunca
aparece e este concilio de Reims termina pois coloca fim a excomunhão de Henrique V e
Maurício … A entrada de Calisto II em Roma, Gregório VIII vê-se bastante humilhado e retira-se.
A concordata de Worms (21 de setembro de 1129), revoga a excomunhão que havia sido feita e
decide segundo os princípios de Ivo de Chartres, o imperador renuncia à investidura dos
eclesiásticos do seu território esse direito a Igreja e em contrapartida Calisto II reconhece ao rei
estar presente e conferir os símbolos do poder temporal (?).

3º momento – a longa aplicação das novas orientações

Estes concílios ecuménicos da Igreja vão se realizar entre 1123 e 1215 de onde saem dezenas de
decretos que serão a base consolidada do direito canónico e da força da hierarquia da Igreja.
Vão ser nomeados vários delegados papais que vão percorrer o território da cristandade
procurando zelar a proclamação desses decretos.

- Reforma da Igreja

A organização destes concílios e a promulgação destes decretos vão procurar afirma esta
teocracia, o primado de Roma. Em 1123 e nos anos seguintes temos também a luta contra a
Simonia. O celibato dos clérigos torna-se obrigatório. Valorização da peregrinação, combate de
jogos violentos. A partir de 1215 temos a promulgação de um conjunto de decretos que vao
caracterizar aquele que não é cristão, as heresias e a necessidade de as reprimir. Esta reforma
com início em 1048, é de tal maneira um processo decisivo, vai afetar todas as franjas da
sociedade. Redefinição da Igreja. A jurisdição episcopal cada vez mais forte.
Reuniões gerais da Igreja – os Concílios

- Promulgação de decretos conciliares – legislação universal da Igreja, que enquadra o


funcionamento das instituições eclesiásticas, mas também a moral e os costumes dos leigos;

- Emissão de legados papais que vigiam a aplicação destes decretos, em toda a Cristandade
Ocidental;

Concílio de Latrão (8 de abril de 1123)

Cruzadas do Oriente

- Expansão da Cristandade para Norte e Este (séc. XI)

Com a neutralização das invasões Vikings e Magiares, o Cristianismo expande-se para Este e para
Norte: formação de novos reinos escandinavos, eslavos e húngaros. Neste contexto, o reino de
França é um reino bastante... o território do rei de frança estava restringido, com muito pouca
representação territorial em comparação aos senhorios do Sul. Do lado romano-germânico,
encontramos três diferentes reinos: germania, Itália e . Reconhecimento da Dinamarca e do
reino da Suécia e Escandinava, ao qual o papa reconhece a organização de uma estrutura
eclesiástica própria.

- O reino de Inglaterra: de Eduardo, o confessor à conquista Normanda de Guilherme, o


conquistador

No caso inglês, a partir de 927, temos a afirmação do reino de Suexess, vão ser muitíssimo
atacados pelos Vikings. Nesse sentido em 1001, o rei inglês casa com Emma, filha do duque da
Normandia. Desse matrimónio nascera Eduardo, criado na Normandia (1016-42). Em 1042 vai
ser chamado ao território inglês para assumir a coroa inglesa, ele que não é bem visto por toda
a aristocracia, uma vez que é reconhecido como normando. É visto como um homem piedoso e
religioso. Ao longo do seu reinado vai ter sempre oposição interna, e vemos surgir … Em 1066
vai morrer, e pede que avisem Guilherme, duque de Normandia, que ele quer que ele seja seu
herdeiro. No território inglês Haroldo faz-se coroar rei, mas Guilherme de Normandia prepara-
se para invadir o território inglês e revindicar a coroa. O papa apoia a cisão de Guilherme,
acusando Haroldo de estra contra os poderes da Igreja. No Natal de 1076, Guilherme sagra-se
rei de Inglaterra. É precisamente com a ida de Guilherme para o território inglês que se faz o
estabelecimento do poder feudal francês no território britânico.

- Península Itálica: a presença normanda e a fundação do reino das duas Sicílias na segunda
metade do século XII

Griscarol – fundadores da dinastia Atlavilla

A partir de 1060 estes territórios são conquistados paulatinamente. Um território com muita
neutralidade se falara o latim, grego e o árabe, por influência bizantina, islâmica e normanda.

A partir de 638, temos o califa a entrar em Jerusalém e tomar posse da cidade - primeiro
momento da expansão árabe; difusão de uma nova fé. Conjugação das sociedades islâmicas e
judaicas no mesmo território.

Califado – representa um período de tolerância de várias religiões e de grande assimilação por


parte dos árabes da cultura persa, antiga Grécia e cidades como … vão ser importantes espaços
de diálogo intercultural e produção cultural, através da tradução do árabe de manuscritos
antigos que serão transmitidos por todos os territórios. Vemos surgir a partir de meados do séc.
X uma dinastia xiita (segue o genro do profeta Maomé), vão ser o primeiro poder político
islâmico que demonstram alguma intolerância religiosa e vão atacar Jerusalém.

A partir da Ásia Menor vemos surgir um novo povo, os turcos, que são grandes guerreiros e vão
entrar no califado. Nova ameaça ao império bizantino. Neste território mais oriental, vemos o
império bizantino tentar superar a expansão dos turcos e sobreviver as ofensivas dos … Em 1064
acontece o Cisma da Igreja, os representantes do papa de Roma,

BENILDE PARA DE ME JULGAR! - Bruna

Estou a ficar com sono, avance – Benilde

3 de junho – primeiro cerco à cidade de Jerusalém (cerco demorado, porem vai ser reforçado
com a chegada de guarnições alemãs pelo mar – homens e madeira).

Entre os dias 14 e 15 de junho, os soldados entram em Jerusalém. Uma vitoria reiterado e


reforçada a 11 de agosto de 99 consegue uma vitoria no Egito. Entre estes homens decide-se
quem fica em Jerusalém – Raimundo de Toulouse. Não aceitando a coroa, mas assumindo a
função de proteção ficará Godofredo (?). A constituição do Oriente de 4 principados principais,
aos quais vão ser acrescentados outros, vão se organizar de acordo com os princípios feudais:
Condado de Eressa; Principado de Antioquia – Todos estes territórios estão sob a jurisdição de
Jerusalém. Porém, a saída dos exercícios feudais de Jerusalém apos a conquista, Godofredo ficou
apenas com 300 cavaleiros, que resumiria a guarnição da cidade. À sua morte, Balbino I assumirá
o lugar de Godofredo, não estará sozinho pois Roma … O condado de Trípoli, que fica entre os
normandos estabelecidos em Antioquia e os Francos estabelecidos em Jerusalém, cidade
estratégica e comercial. Em 1130, podemos considerar que todos estes homens da cruzada já
tinham morrido, mas a verdade é que foram eles que deixaram as bases para a sobrevivência
destes estados latinos (construção de fortalezas à memória do ocidente, por exemplo)

Ordens Militares

Há várias ordens militares, as mais relevantes são Hospitalários e Templários, fundados na


cidade de Jerusalém.

Hospitaleiros – nasce de um hospital de apoio aos peregrinos (São João), a quem o papa Nicolau
II vai reconhecer autonomia. Este hospital tem uma comunidade de monges, a quem o papa ira
reconhecer a autonomia, seguem a ordem de Cloni, ao qual deixam de estar sob a sua vidência
apos a autonomia do papa. Em 1182, esta comunidade vai se reconhecer como uma comunidade
militarizada, defensora das terras santas.

Templários – apos a conquista de Jerusalém, organizou-se uma comunidade de cónegos a estes


se juntou uma confraria de … Vão definir-se como os protetores dos peregrinos e

Estas ordens vão ser privilegiadas, o papa vai lhes reconhecer autonomia e o direito de fundar
as suas próprias paroquias, de receber os seus próprios tributos. Vão ser responsáveis pela
manutenção de alguma destas praças (?)

A segunda cruzada é disputada entre um novo chefe Turco Zengi que conquista a cidade de … O
papa Eugénio III emite de imediato uma bula em dezembro de 1145 e outra em março de 1148
(?). Conrado III segue também para oriente, por sua vez, nesta cruzada saem grupos de
cavaleiros que param em lisboa e que participaram da tomada de Lisboa de 1147.
Na presença de Luís VII, procuram se organizar e sofrem uma derrota em Louriceira. O objetivo
destes homens era reconquistar Edessa, e estes senhores cristãos vêm-se num impasse. A 24 de
junho 1148 organizam um concilio de cristãos no Oriente, na presença do rei de Jerusalém.
Neste concilio decidem tomar Damasco, que se revela um fracasso. Nesta segunda cruzada,
nenhum destes empreendimentos teve o apoio do Imperador Bizantino, fica claro que os Turcos
estão muito mais fortes no ponto de vista militar e, naturalmente, as outras cidades
muçulmanas que coabitavam com Jerusalém, a partir daqui será muito difícil de manter esta
confiança.

Saladino consegue ter um exército organizado, e, portanto, vai ser mais uma machadada
irreversível para a presença cristã no oriente, sobretudo quando em 1187 vence os exércitos
cristãos no planalto de Hattin. Saladino toma conta de Jerusalém depois desta batalha. Em 1189,
temos a cidade de Tiro, Trípoli e Antioquia. A perde Jerusalém foi um escândalo perante o Papa,
Gregório VIII, emite uma bula, onde obriga a uma trégua entre os reinos e estados cristãos de 7
anos, para que eles se organizam e seguir para a terra santa. Nesta altura, o rei de França e de
Inglaterra entram em conflito, e era difícil para Filipe Augusto de França sair do país. Abriu-se
uma trégua imposto o dízimo a Saladino um imposto ao seu território para combater na terra
santa na Pascoa de 1139. Frederico Barba Roxa parte para a terra santa, mas acaba por morrer.

Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra foi desviado para o Chipre e encerra a conquista da
mesma em maio de 1191 e permanecerá crista até meados do século XVI. Em junho de 1191,
chega ao Acre conseguindo a sua conquista. Filipe Augusto regressa à França e ficara Ricardo
Coração de Leão a comandar a cruzada e este percebe a dificuldade de conquistar Jerusalém e
Saladino reconhece a sua capacidade militar. Em setembro de 1172, Ricardo Coração de Leão
faz um tratado de uma trégua de 3 anos com Saladino, na qual os cristãos irão desistir das suas
pretensões em Jerusalém e Saladino respeita os reinos cristãos. Termina assim a terceira
cruzada cujo principal êxito é a conquista de Chipre. Em Roma, Inocêncio III é um proclamador
da teocracia, a cruzada não é um empreendimento de momento é algo institucionalizado na
comunidade cristã com um recrutamento e impostos organizados. O papa volta a chamar a
nobreza para o Oriente, o apelo irá convocar principalmente jovens da nobreza. Apenas 1/3 dos
estimados desta cruzada se reúne em Veneza, Henrique Dandolo propõe a estes cruzados para
que em vez de pagar os marcos estabelecidos para tomar a cidade de Zara para ele. Inocêncio
III apos saber desta proposta, ordena uma bula onde ordena que as cruzadas não são feitas para
combater os cristãos e se tomassem essa atitude a cruzada seriam excomungados. Mas estes
procedem ao pedido de Dandolo e invadem Zara. Na primavera de 1203, estabelecem-se na
cidade de Constantinopla e rapidamente restabelecem no trono real Aleixo Ângelo, estes
pagam-lhe metade do dinheiro proposto e juram fidelidade ao Papa de Roma. Em
Constantinopla esta apelo de Isaac II e Aleixo foi muito mau visto. Uma vez que foram depostos,
no golpe de estado de 1203, a partir daqui sentem-se desvinculados de qualquer aliança com os
bizantinos e a 12 de abril de 1204, os exércitos cruzados invadem Constantinopla, estabelecem
um imperador de bizâncio. Inocêncio III responde muito violentamente a esta cruzada
excomungada. Em 1215 é a data do 4º concilio de Latrão, é proferido um sermão de reunião de
esforços para a cruzada. Ora, são estabelecidos impostos e é organizado financiamento de
armadas e exércitos. Esta cruzada vai ter como destino o coração do Egito, vai ser protagonizada
por André II da Hungria e … Tem sucesso na cidade de Damietta,
Aula Aberta – A expansão comercial europeia dos séculos XII e XIII

Olhando para aquilo que é a Europa no período medieval nos séculos XII e XII, há uma série de
elementos que alteraram a trajetória comercial na Europa. Para percebermos como isto tudo
interagia é necessário pensar no espaço social, político, económico e religioso. Em 1150 já existia
os contratos … em Génova, que detém uma importância fundamental. É a partir deste contexto
institucionais, sociais, que condicionam. Esta expansão ocorre durante os confrontos socio
religiosos: as cruzadas, a fragmentação de estados na península itálica e países baixos;
alterações no mapa político da Europa com o surgimento de novos reinos (Inglaterra, Portugal,
Granada); transformações institucionais (Exchequer, leis marítimas, registos notariais);
circulação de novidades sobre o oriente e as suas riquezas. A expansão comercial têm uma
dimensão maior do que se pensa. O facto de haver um mundo urbano extenso implica um maior
tempo sobre o mundo industrial, efeito de bola de neve, há necessidade de manter as indústrias
e os consumidores abastecidos, por exemplo com as Cortes que se expandem neste momento.
Isto vai dar origem ao crescimento dos espaços urbanos, todos estas variantes contribuem. A
diversidade socio religiosa era significativa, opulência do mundo islâmico, com todas as
interações religiosas: judeus, cristãos, muçulmanos – tolerância religiosa, apesar das cruzadas e
confrontos. Estas interações vão criar a base da expansão comercial.

Um dos momentos mais fascinantes é a distância, a europa era muito rural sobretudo algumas
partes da Europa como os condados da frança, Inglaterra e Portugal, havia, no entanto, uma
inovação de técnicas (agricultura e mercantil). Há uma serie de interações entre estas economias
de forma complementar, as especiarias já chegavam a europa, a sede chegava pelo
mediterrâneo oriental. Apesar das distâncias entre estes pontos comerciais já existia interações
entre os mesmos. Se nos sabemos o contexto preeminente é preciso compreender que outros
elementos dentro da atividade mercantil contribuíram para esta mudança, para que os
mercadores no séc. XII fossem mais ativos e impulsionassem a economia europeia. Uma desta
hipótese é o surgimento dos ricos, a transformação das mentalidades neste período (passagem
da ideia da valorização do lucro, de obter riqueza). Mudança celebrada pelo renascimento do
comércio, ascensão da burguesia e a elevação da aristocracia a função de administração régia.
E também a ideia do tempo. Os ricos eram os mercadores, que eram clarificados como uma
classe negativa, ideia de que era uma profissão fria, pecaminosa, conduzindo a fraudes, enganos
e mentiras. Associado ao facto de os judeus fazerem parte deste grupo social. Os mercadores
eram vistos como símbolo de inveja materialista. Isto não é uma ideia que surgiu na Idade
Média, já na Antiguidade clássica é notável a ideia de avareza e abominações sobre os
mercadores. Mesmo no século XIV, a profissão de mercador era desonesta. Isto acabara por
mudar com a revolução industrial do século XII. No final do séc. X e inícios do séc. XII, diálogo de
Elfric of Eynsham e a importância do ofício do mercador para a sociedade. O momento crucial
para esta mudança da atividade comercial realiza-se nos inícios do séc. XII quando um mercador
é canonizado (Omobono Tucenghi), morreu a 13 de novembro de 1197, caiu prostrado na cruz
(visto como um santo pelo povo). É necessário alimentar estes novos sistemas – mercadores. O
mercador deve garantir que o país não caía na escassez dos alimentos, o poder da autossufiencia
do país. Sem esta atividade económica, sem a capacidade de gerar lucro, não se pode investir
nos outros elementos. O avanço, o conforto e a riqueza das nações advém em grande medida
dos mercadores.

As trocas terrestres e marítimas são fases distintas, mas complementares. As feiras mais
significativas serão as de Champagne. Havia feiras e mercados na península ibérica no século XII,
mas não eram tao significativas neste contexto europeu, tinha um caráter mais social. As razões
para o sucesso das feiras são o eixo viário entre Flandres e o Norte da Itália, uma iniciativa dos
condes desta região, estimulados pelas próprias populações; criação de infraestruturas de apoio
aos mercadores: alojamentos e armazéns; autorização para a formação de consulados, as
comunidades estrangeiras, muitas diversificadas, poderiam ter uma organização própria, que
detinha gestão para disputas judiciais; proteção jurídica aos mercadores itinerantes.
Geralmente era transacionados produtos mais influentes de cada região. No final do século XII,
dá-se o declínio das feiras de Champagne, que foram o impulso desta “comunidade mercantil
europeia”, provocadas pela peste negra; integração definitiva do condado de Champagne no
reino da França; conflitos e rebeliões no norte de Itália: disrupção das rotas terrestres e a
abertura do estreito de Gibraltar à navegação cristã (instalação de comunidades mercantis das
cidades-estado italianas em Portugal, em Inglaterra e na Flandres), período de estímulo para a
consolidação e inovação mercantis.

As principais inovações mercantis, os elementos que estiveram nos estímulos das navegações
comerciais, um conjunto de medidas institucionais e legais. Em 1202, o privilégio a todos os
mercadores do reino de Portugal. Há um avanço muito significativo nas práticas bancarias e
financeiras, surgimentos das primeiras entidades bancárias, Gran Tavola. Estas entidades
bancarias estavam muito sujeitas a … Muitas vezes estes bancos entravam em falência. Outra
novidade que surge é os métodos de contabilidade de dupla partida, que permite um melhor
controlo sobre o balanço geral das contas das companhias mercantis, confronto entre o dinheiro
que sai e o dinheiro que entra. Os portugueses efetuavam a intermediação através dos
albergues. Outra inovação corresponde à lei, lex mercatoria. Face à insegurança que existia nos
mares e mesmo em terra, é promulgada uma lei que visa um conjunto de princípios de
jurisprudência compilados aos longos dos séculos. O nascimento do direito marítimo é uma das
revoluções deste período. Aceitação tácita de comités de arbitragem que averiguam os conflitos
e podia posteriormente recorrer/apelar à justiça urbana (local) ou tribunais centrais (régios). As
primeiras compilações de códigos marítimos: Lei de Rhodes, Leis de Amalfi, Rolos de Oléron, Leis
de Gotlan, Consulado del Mar, o objetivo destas leis era legislar sobre despojos de mar, colisões,
roubos e estipular regras para o comércio de certos produtos. No século XII, surge a bolsa de
mercadores, que e constituído pela apelação dos mercadores a D. Dinis. Trata-se de um fundo
mutualista solicitado pelos mercadores ao rei de Portugal, com o objetivo de financiar
empreendimentos mercantis no estrangeiro. Aplicada a todas as embarcações com destino a
Flandres, Inglaterra, Normandia, Bretanha e La Rochelle; e ainda ao além-mar (norte de África),
Sevilha e outras partes. Pagamento de 10 libras … O aumento das trocas comerciais na Europa
acompanha as inovações mercantis. Desenvolvimento, no norte de Itália, de contratos de
Comenda (parceria entre um mercador itinerante (sem capital) e um investidor (com capital) e
Collegantia (mercador itinerantes investe 1/3 do capital). Vantagens é o aumento do capital,
diversidade das operações marítimas, redução do risco e a permeabilidade socioeconómicas.

No século XII dá-se a fundação da “Associação dos Mercadores Alemães Sazonais da Gotlândia”
(1161). Posteriormente, expansão para uma liga de cidades no Báltico e Mar do Norte (epicentro
em Lubeck) – a Liga Hanseática. Tinha por objetivos a proteção contra a pirataria; negociação de
tratados bilaterais de comércio e salvo-condutos; privilégios diplomáticos e a redução das
barreiras mercantis. No século XIII, dominava o comércio do norte da Europa e no século XV, a
sua ação mercantil alcançava Novgorod, Portugal e Veneza. As características deste comércio,
as principais exportações do comércio báltico eram a madeira, cera, resina, peles, centeio, trigo,
cerveja, armamento, peixe salgado (arenque). As importações são diversificadas devido a
origem: chega os panos e tecidos de luxo da Inglaterra e Flandres; objetos e utensílios em cobre
e ferro da Suécia; o sal e vinho da França; figos secos, uvas passas e sal de Portugal e objetos de
luxo como roupa e … do Mediterrânico.

O caso inglês, sempre teve uma grande atividade mercantil, mesmo antes da formação do reino
de Inglaterra. Uma rede de comércio internacional muito extensa: Islândia, Irlanda, Hansa,
Península Ibérica e Itália. No caso de Flandres, o epicentro do comércio da Europa do Norte.
Bruges era o berço do capitalismo, o papel central da interação económica entre as várias
comunidades mercantis. Possuía uma rede comercial vasta: de Novgorod na Rússia ao
Mediterrâneo oriental. Exportação de mercadorias das cidades indústrias flamengas e
importação de matérias-primas para as indústrias flamengas. A península ibérica, temos de ter
em consideração as fronteiras políticas e religiosas (mundo cristão e mundo muçulmano). Se
Bruges é o centro comercial da europa, Genova e Veneza são o epicentro de uma rede de
movimentação de capital e contacto sociocultural muito significativa.

O que nos assistimos deste período de expansão, do século XII e XIII, há esta fase crucial, um
novo prestígio, uma nova dinâmica socioeconómica, uma mudança social que aceita o lucro e a
fortuna como símbolos de prosperidade. O legado do comércio medieval cria eixos comerciais
entre os Países Baixos (Flandres, Brabante) e o Norte de Itália. Estabelecimento de rotas
terrestres e de infraestruturas de apoio aos mercadores (albergues, estalagens, armazéns),
desenvolvimento do sistema bancário… A ideia da bolsa nasceu aqui, em Flandres, os
mercadores negociavam e discutiam os preços. Esta expansão leva à emergência das cidades
mercantis na Europa Atlântica, provoca mudanças no espaço urbano: docas, alfandegas,
armazéns, albergues, arruamentos, bairros. É através das viagens dos mercadores que permite
a expansão dos horizontes marítimos e do conhecimento do espaço.

Esta quinta cruzada vai acabar por fracassar à chegada de Assovaque. Esta cruzada consegue
entrar em Dameia (cidade cercada) em 1219, em 1221 esta novamente sob a mão dos
muçulmanos. O Sultão deste período procurou por um tratado de paz, que permitisse a saída
deste do Egito

A sexta cruzada (1228-29) com a protagonização de Frederico II e al- Kamil. Frederico II sagrado
rei da Alemanha em 1215 e toma a cruz de cruzada. Em 1225 casa-se com Isabel de Brienne,
filha de João de Brienne (detentor da coroa de Jerusalém). Alem da dignidade de ser rei da
Germania e imperador do império romano-germânica, intitula-se o herdeiro do reino de
Jerusalém. É com essa vontade que diz solenemente que partirá em junho de 1225 para a terra
santa. Essa partida não se sucede, pois só sairá em agosto desse ano. Á saída para a terra santa,
a guarnição de Frederico II é tomada por uma epidemia, e vesse obrigado a regressar a Nápoles.
Mais do que se impor como chefe militar, vai procurar negociar com al-Kamil. Apesar destas
negociações terem momentos de conturbação militar, vai conseguir estabelecer esse acordo:
trégua de 10 anos e a entrega dos territórios de Belém, Nazaré e a cidade de Jerusalém. Neste
acordo fica igualmente estabelecido que as 3 religiões de Jerusalém seriam respeitadas e
judiciadas pela sua própria lei. Este acordo não é muito diferente com o próprio estabelecimento
do Estado implementado em Jerusalém em 1967 com o Estado de Israel. Para Frederico II podia
ter sido um momento de grande gloria, pois alargou a sua coroa. As fontes deste período relatam
que o imperador não foi bem aceite pelas populações locais. Todos os atrasos da ida de
Frederico e o consequente regresso a Nápoles face à epidemia, é subsiado à ex-comunhão.

A sétima cruzada decorre entre 1248-54 e a oitava cruzada em 1270, é o rei de França, Luís IX,
conhecido por São Luís. O seu nascimento já no contexto da reforma, é visto como um rei
devoto, piedoso, que implementa uma governação preocupada com as coisas sagradas e de uma
política segregatória. Luís IX toma a cruz de cruzada e sacrifica grande parte do seu reinado em
nome deste ideal de cruzada. Na sétima cruzada parte juntamente com os seus irmãos, também
ele mais uma vez se dirige ao território do Egito e desta vez com relativa facilidade consegue
entrar em Dameia. Lentamente estes exércitos vão prosseguindo para o sul, a defesa está muito
bem organizada e são travados em Massorá. Em 1250, S. Luís rende-se, que será bastante
penoso para as tropas francesas, mediante uma caução. Entre a libertação de S. Luís, as
restantes tropas dos seus irmãos regressam para França, e o santo fica em …, onde estabelece
uma estrutura semelhante à dos Estados Latinos. Em 1254, Luís IX retorna a França, mas com o
desejo de conquistar o desejo de cristo. Em 1267 investe a cruz de cruzada com os seus filhos,
em 1270 embarca juntamente com os seus três filhos, estabelecendo inicialmente em Tunes,
onde espera por um dos irmãos. Em agosto de 1270 morre. A cruzada termina aqui, e a verdade
é que com a queda da fortaleza de S. João, todo este empreendimento cruzadístico se
desmorona.

Consequências das cruzadas:

- O estabelecimento de uma cavalaria latina hierarquizada de acordo com o sistema feudal, no


próximo oriente. A importância dos Kraks;

- O surgimento das Ordens Militares. As mais importantes: a ordem dos Hospitaleiros, os


Templário;

- Fortalecimento das rotas de comércio no Oriente, em benefício dos entrepostos comerciais de


Veneza, Génova e Pisa. A seguir à tomada de Constantinopla, em 1204, os venezianos expandem
as suas rotas de comércio ao Mar Egeu e no Peloponeso;

- O enfraquecimento irreversível do Império Bizantino, até à conquista Otomana de 1453;

Com a saída dos cruzados vemos o incremento do espírito de cruzada mais a norte, por exemplo,
a cruzada permanente pelo Bispo de Riga em 1230 contra os povos eslavos e bálticos. Cruzada
que vai permitir o próprio alargamento das rotas comerciais e as principais agências e
entrepostos da Liga Assiálica. A ocidente vemos os desígnios papas a focar-se mais na península
ibérica e o controlo sobre as heresias no sul de França.

- A questão económica

A partir do último quartel do século XI, as fontes dão a prova de uma intensificação dos
empreendimentos agrícolas. A implantação do regime senhorial deu margem a muitos conflitos
sobre as fronteiras sobre os senhorios e a competição entre senhores, vemos igualmente, o
perolar de um conjunto de invasões externas e o regime senhorial permite uma certa calmia.
Vimos que este regime senhorial exige as populações várias exigências, no fundo obriga estas
populações a trabalhar bastante ao mesmo tempo que lhe paga todos estes rendimentos. É
notável um visível crescimento económico, interligado e intercruzado. A pressão do poder
senhorial sobre as forças de produção (através de mecanismos como a exigência da renda
senhorial) terá estado na origem dessa intensificação.

Estes são séculos (XII-XIII) de claro aumento demográfico, desde logo Guilherme I de Normandia,
como rei de Inglaterra, no final da vida manda a elaboração de um registo Domesday Book, de
reconhecimento do território inglês, que pede a anotação de todos os que trabalhavam essa
terra (é difícil estudar números e demografias nesta época). Também para frança há indicadores
que nos permitem chegar a mesma conclusão. Este crescimento é resultante do
desenvolvimento agrícola e técnico (os moinhos passam a ser mais numerosos, logo o tempo
que qualquer camponês demora a chegar ao tempo de moagem é menor; os fornos de pão
aumentam significativamente; o cereal preferencial é o trigo para o pão; aumento da cavalaria,
daí o aumento da produção de aveia e outros cereais; começa-se a fertilizar mais as terras
através da argila, rica em minerais, que aumenta as propriedades dos terrenos; percebe-se
também o incremento do cultivo de leguminosas, produtos altamente nutritivos, que são em
articulação com a pratica da rotação trienal, bastante importantes; a rotação trienal vê-se
implementada com mais frequência; território dividido em três partes (pousio (importante para
a fertilização do solo com a implantação de leguminosas), cereal da primavera (cevada e aveia),
cereal de outono (trigo e centeio)). Este é também um período em que se começa a criar mais e
“melhor” gado, não é ainda hábito que o gado esteja aprisionado, associado a uma melhor
produção agrícola. Vai permitir libertar mãos que vão se deslocar para a cidade – mobilidade
social. Este é um momento de desenvolvimento do minério do ferro, sobretudo no território
francês. É precisamente o domínio da exploração do ferro mineiro que vai permitir a excelência
da cavalaria franca, a partir de agora a atrelagem dos animais é feita de ferro. Com o uso destes
animais e a melhoria da atrelagem, que vão permitir libertar muito a mão do camponês. Estes
camponeses que deviam dar vários dos seus dias à reserva do senhor (corveias), dado que os
seus trabalhos se torna muito mais ágil, o próprio senhor irá “libertar” muitas destas corveias.

Vemos uma população a aumentar, e juntamente com ela uma maior e numerosa criação de
gado. A população precisa de mais espaços para habitar e os animais para pastar. A pressão
demográfica juntamente com os avanços técnicos vai desencadear a intensificação do
arroteamento (drenagem de pântanos, “desflorestação”, controlar os recursos de água). É no
fundo a abertura de várias clareiras no território, e a conquista do mesmo para agricultura. É
um momento de “expansão” de locais de culto como igrejas. Este processo de arroteamento
tem espaço no século XII, é causadora de grandes alterações na paisagem, por outro lado, reduz
a pressão demográfica com o surgimento de novos povoados. Naturalmente, permite aos
senhores a estruturação de novas parcelas mediante contratos de exploração com rendas
anuais. E é assim que neste sistema em que há um maior incremento da população e da
produção que vemos expandir a rede comercial

- A revolução comercial

Com as rotas comerciais do Leste e depois também por via da própria conquista do território no
báltico. Sempre houve grandes rotas de comércio no Norte e no Sul, mas vimos sobretudo que
os portos carolíngios foram devastados na sequência das invasões vikings, nos territórios do Sul
esta troca comercial que existia com o oriente é sobretudo incrementada agora.

O contato das cidades italianas com o sul e o centro, nesta rota comercial mediterrânica, os
genoveses levam sobretudo tecidos, metais e vinho e trazem essencialmente as cedas,
especiarias e alúmen (metal). Depois da cristianização destes espaços, estas rotas tornaram-se
muito mais fáceis e seguras. Este é um grande espaço de comércio internacional, destaca-se a
liga Hanseática, a associação máxima destas cidades. Ela organiza-se para proteger a circulação
comercial de uma importante produção, a lã inglesa, os tecidos de flandres, e é de facto um
território de comercio que se constitui em resultado da expansão germânica. Esta liga
Hanseática é no fundo uma associação de várias cidades, que se estende da Rússia até a
Inglaterra, que se organiza em várias agências principais, as mais importantes são as de Londres,
Pérgamo, Rouge e Rússia. Organiza-se também em diferentes comunidades. Era a responsável
por trazer para o norte e este o sal, para a conserva de peixe, e trazia para sul, peles, cera e lã.
Esta organização comercial internacional, embora seja difícil falar sobre fronteiras nesta altura,
coordena um conjunto de cidades e agências comerciais que estão sob a jurisdição de diferentes
reinos e vão ter a capacidade de impor a sua vontade a alguns destes reinos.

Uma das criações mais importantes deste período são as feiras, com destaque das feiras de
Champagne, apadrinha pelo conde de Champagne, onde é notável …, que valoriza o
desenvolvimento agrícola. Mas nem todas as ferias são grandes feiras internacionais, vemos
surgir feiras rurais, que tem a finalidade de escoamento e compra de produtos que a cidade
oferece em contexto local. Existem também feiras regionais, em cidades de médias dimensões,
que procuram reunir comerciantes da região sem uma componente internacional. As mais
importantes soa as feiras gerais que podem durar vários dias e que fazem convergir a mercadoria
vinda de diferentes territórios. São estas feiras que obrigam a modalidade de mercadores a
grandes distâncias e, portanto, podem criar grande perigo a estes homens. Um grande fator
para o desenvolvimento destas feiras gerais é a criação de uma proteção jurídica, salvo conduto,
documento emanado pela autoridade de um senhor, seja ele um papa, rei ou conde. Muitas
vezes, estes senhores criam serviços de escolta, que são uma forma de rentabilizar as feiras.
Estas feiras gerais articulam-se de forma sazonal, articulam-se de forma a não haver mais do
que uma feira geral no mesmo local e período. Há um dia em que todos os mercadores se
apresentam na cidade, segue-se o dia de exposição (colocação da mercadoria para venda),
mediante esse período de exposição reservam-se mercadorias a transacionar, no fim desses
períodos de venda, realizam-se os acordos de compra e venda. Estas feiras tem por um lado uma
função comercial, monetária (criação de letras de câmbio, tratos realizados pelo notário com o
objetivo de estabelecer a entrega de dinheiro local para que haja uma troca de quantia
semelhante com os devidos impostos e taxas), mas também uma função financeira, na medida
em que aqui também se estabelecem muitas ações de crédito. Este sistema de créditos é
arbitrário pelas próprias autoridades jurídicas das feiras, podem deter um tribunal próprio e um
serviço de policialmente, tudo isto coordenado pelo mestre da feira, que e auxiliado por uma
corte de funcionários. Este tribunal garante a cobrança de valores em falta e naturalmente a
perseguição se necessário e a instituição de castigos. Portanto, a organização destas feiras
garante aos mercadores uma certa segurança na sua atividade comercial.

Estes mercadores vão também criar formas de proteção mútua, associando-se a uma associação
que promove a repartição dos rendimentos, lucros, mas também dos prejuízos. Igualmente para
assegurar as viagens marítimas. Por outro lado, vemos também a organização de companhias
de comércio e normalmente são associações igualmente de mercadores com os mesmos fins
que as comendas, mas organizadas para o comércio terrestre. As feiras cumpriam uma função
comercial, monetária e financeira.

Estas feiras começam no dia da Quaresma (quarta-feira) até a segunda-feira seguinte – período
de exposição de mercadoria, em Flandres é essencialmente os panos o produto principal; a
seguir grita-se “ara”, a partir daí não se combinam mais negociais, desde esse dia até quinze dias
realiza-se o pagamento da feira.

- Letras de câmbio

São convenções pelas quais o doador fornece uma soma de dinheiro ao domador, em troca de
um compromisso pagável a prazo. Estas letras de cambio são uma forma de pagamento, de
transferência de fundos, fonte de crédito e elas próprias implicam um lucro que financie ao
pagamento de juros (?). (exemplo exposto em Antologia de Textos Históricos Medievais).

Estes mercadores, que fazem movimentar grandes mercadorias e somas de dinheiro, são
homens que sofrem de imensos riscos e por isso vimos um conjunto de documentos que
apresentam a organização de associações e companhias que pretendem defender os direitos e
a segurança destes mercadores. A prática do crédito e transferência dos fundos começa com a
implantação das letras de câmbio, são importantes fontes de lucro de especulação de cambio.
O aparecimento dos seguros, que protegem estes homens e as mercadorias.

É assim que chegamos à Europa Urbana. Para compreendermos a urbanização europeia


devemos considerar três elementos: a tecnologia, a demografia e os mercados. As cidades não
surgem no século XII, aliás algumas cidades romanas permanecem povoadas e sede dos bispos
e de dioceses antigas. Muitas dessas cidades sobrevivem ao longo deste tempo, com dimensões
cipientes, mas como sedes de uma grande fonte de poder. Neste momento, num momento de
crescimento económico e demográfico, associado ao desenvolvimento tecnológico, vai libertar
muitas “mãos”, muito desta mão de obra vai poder acorrer a outro tipo de atividades
económicas, sendo fonte de um crescimento económico e urbano. Neste aspeto há uma clara
evidencia de migração internas, procura de outro tipo de atividades, estabelecendo-se nos
meios urbanos, as cidades. Na entrada do século XIV, podemos afirmar que cerca de 12% da
população europeia se fixa nas cidades, ainda assim devemos imaginar estas cidades no seu
enquadramento territorial e a sua relação. A cidade é no fundo a cabeça de um território que é
um polo de consumo e de transformação das matérias-primas que o território envolvente lhe
concede, e é também naturalmente um polo de dinamização comercial. No ponto de vista da
organização territorial, devemos imaginar 3 espaços: núcleo urbano, circulado por um aro
periurbano, onde se produzem produtos agrícolas, encontramos as principais hortas e pomares.
Esse núcleo urbano podemos caracterizá-lo pela cintura de uma muralha, onde estes excedentes
populacionais se vêm fixar, começa-se a desenvolver aglomerados populacionais junto das
portas da cidade, são pontos de fixação de comerciantes, mercadores, artesoes e
transformadores de matérias-primas. O que vemos sobretudo a acontecer no seculo XIV é que
as cidades cresceram de tal forma, que as autoridades se vêm obrigadas a construir novas
“cinturas”. A grandeza de uma cidade observa-se pela quantidade de muralhas que possui.

Vistas estas características gerais, vamos também perceber que estas cidades detêm tipologias
divergentes. As cidades revigoradas são herdeiras da romanização, são sobretudo dominantes
na França meridional e na Península Itálica. As cidades novas resultam da reunião espontânea
de pequenos aglomerados populacionais em torno de uma sede de diocese, uma abadia, uma
fortificação de defesa militar e um porto de comércio. As criações medievais (ex nihilo) surgem
depois da primeira vaga de urbanização espontânea e são mandadas construir pelos monarcas
ou outros senhores laicos ou eclesiásticos, o melhor exemplo são as Bastides francesas.
Enquanto as primeiras são uma tradição romana, as segundas resultas de núcleo de povoamento
medieval, estas terceiras são cidades criadas sobretudo nos seculos XII e XIII pela vontade das
autoridades locais. Não devemos porem achar que este crescimento espontâneo é um
crescimento sem regras, muitas vezes estes senhores do solo, aqui também o regime senhorial
tem importância, normalmente regulam a forma como ele é ocupado, há uma preocupação com
o loteamento e como se construi, ainda assim é um crescimento espontâneo. O mesmo não
acontece com as terceiras cidades, que se desenvolvem pela vontade do senhor, crescidas do
nada e com um ornamento determinado, a sua construção já esta definida. Surgem
essencialmente em espaços recentemente conquistados. Faz-se também em espaços de tensão
militar e conflitos entre senhores, um exemplo dessas cidades em ex nihilo é a Aquitânia.

As maiores cidades europeias tinham entre 100000 e 200000 habitantes. Com mais de 100000
– Veneza, Florença, Génova e Milão, espaço de crescimento comercial. Com mais de 200000
habitantes – Paris, resultado do dinamismo comercial. A cidade geralmente é acobreada por
alguma nobreza e representantes do poder senhorial; a população clerical que anima as igrejas
e os mosteiros urbanos; populações laicas afetas aos diferentes setores: agricultura, comercio,
transformação alimentar, construção, transformação de peles e couros, transformação do
metal, produção têxtil e de vestuário, transformação da cera e do sebo, transformação do
espero e do vime etc. É neste momento de florescimento urbano que vimos surgir associações
dos trabalhadores: guildas (Inglaterra); hansas (Império Germânico); métiers (França) e
confrarias de mesteres (Península Ibérica). Servem para regulamentar os diferentes ofícios, para
se ser aceite numa associação tem de mostrar provas de que possui a anuidade para … Estas
associações têm um regulamento que especifica as regras da associação. Estas associações de
trabalhadores regulamentam as práticas do próprio ofício e certificam a dualidade desses
mesteirais. Temos uma primeira forma de regulação económica e profissional. Dentro destas
associações criam-se hierarquias: um mestre é alguém certificado para desenvolver a situação
de forma autónoma.

A autonomização das sociedades urbanas e o governo das cidades. A ordem feudal consegue a
reivindicação de autonomia por parte das sociedades urbanas, por vezes de forma conflituosa
face ao poder senhorial como foi o caso das comunas. Os senhores feudais promulgam Cartas
de Liberdade às cidades dos seus senhorios (séculos XI-XIII) – regulação das instituições
(conselhos e assembleias) responsáveis pelo governo da cidade. Dá-se neste período uma
revitalização do mundo urbano, os privilégios obtidos são a suavização dos impostos senhoriais;
responsabilidades na gestão e na segurança da cidade; exercício da justiça; capacidades de
regulação económica e comercial. O conteúdo das cartas diz respeito à organização dos órgãos
e os cargos da administração local; fixação dos impostos e taxas senhoriais devidas pelas
cidades; define-se a estrutura social dos habitantes da cidade, com a indicação dos direitos e
deveres de cada grupo. No entanto, o processo de autonomização governativa das cidades é
lento e muito variável de região para região, de cidade para cidade. É um primeiro momento de
emancipação dos poderes locais. Símbolo de identidade. Por outro lado, pelo poder feudal elas
são outorgadas com vista à neutralização de conflitos, de revoltas locais e regionais.
Conseguimos encontrar sobretudo no Norte de Itália uma atomização política total face às
ordens feudais. Porem a grande vitalidade e força destas cidades italianas vai se desabrochar
noutro contexto histórico.

Símbolos das identidades urbanas

- palácios;

- edifícios dos mercados;

- Cartas de Liberdades;

- selos de autenticação de documentos;

- bandeiras;

-Igreja dos séculos XII e XIII

Clero secular: fundação de cabidos de cónegos nas catedrais; a fundação de colegiadas.

O clero secular aumenta em número e em organização. Por esta altura, um importante agente
que esteve no despoletar da reforma gregoriana do lado do clero regular foi a Ordem de Cluny.
Começamos a perceber nos finais do século XI e XII uma critica vinda do próprio clero face ao
enriquecimento desta classe. Vão começar a surgir movimentos dentro da própria Igreja que
vão repudiar a “riqueza” à Ordem de Cluny. Num primeiro momento vão surgir novas regras.

Clero regular: refundação de regras preexistentes (cónegos regrantes de Santo Agostinho;


refundação da regra de São Bento, pela Ordem de Cister); fundação de novas regras (regra de
São Bruno e a fundação da Grande Cartuxa). Regra de São Bruno vai ser confirmada pelo papa
depois de morrer, e vai remeter o clero regular no “deserto”, a cordilheira dos Alpes. Estes
monges cartuxos vão professar uma vivencia radical do que é de um grande despojamento. Aqui
se funde uma nova guerra. Nesta oposição vão nascer os “monges brancas” que resulta de uma
nova reformação da regra de São Bento, fundada por Roberto de … e depois, fortemente
impulsionada por um importante cavaleiro Bernardo de …, o grande propagador desta nova
refundação de São Bento. Estas comunidades vão ser os verdadeiros agentes desta emancipação
no contexto europeu.

Ordem de Cister

A primeira casa foi fundada por Roberto de Molesme em 1098, na Abbaye Notre-Dame de
Cîteaux. Bernardo de Fontaine entrará nesse mosteiro, em 1112, e três anos depois sai para
fundar a Abadia de Claraval. À morte de São Bernardo (1153), a Ordem de Cister contava com
345 casas.

Num primeiro momento vão defender a um retorno de Cristo (pobreza, despojamento, repudio
aos bens materiais). Este é de facto uma primeira consciência e reação de que o clero e os
representantes da Igreja se alienavam por poder económico e bens materiais.

Este sentimento sentido nos séculos XII e XIII vão ser um impulso para o movimento da
urbanização e o desenvolvimento económico.

Aos pecados do mundo rural e senhorial (orgulho e inveja) acrescentam-se os da cidade (a


cupidez, a avareza e a soberba), novas formas de gula e de luxúria. Estes pecados ganham vida
e afetam tanto as sociedades laicas, como as clericais. O repúdio por estes pecados vai
impulsionar um sentimento anticlerical e fomentar novas formas de espiritualidade dentro e
fora da Igreja.

- As heresias

Cátaros (albigenses: região de Toulouse, Bézier e Albi; Valdenses: região de Lyon. Esta
dissidência nasce dentro da Igreja, são clérigos dissidentes que por oposição e repudio total
aquilo que consideram ser a traição do clero à mensagem do evangelho e o exemplo de Jesus
Cristo. Numa interpretação radical da mensagem de evangelho vão no fundo… Também se
fomenta um dualismo radical: o bem e o mal. Normalmente, este movimento de cátaros vai ser
alimentado por populações …

O principal foco vai ser … e …., território sobre o domínio do conde de Toulouse, mas também
existe interesses do rei de Grança e de Aragão. Mediante o fracasso de grande parte das
cruzadas do oriente. No século XIII, a população de … vai pedir ao papa uma bula para realizar
uma cruzada contra os Albigenses. É precisamente na luta contra os cátaros que temos as
primeiras evi8dencias da ação da Inquisição.

- Os mendicantes

A uma sociedade urbana deve dar resposta um novo apostolado, os frades mendicantes.
Franciscanos – ordem fundada por São Francisco de Assis. São designados de Frades Menores e
observam a regra de São Francisco, aprovada pelo papa Inocêncio III (1210).

Dominicanos – ordem fundada por São Domingos de Gusmão. São designados de Frades
Pregadores e adotam a regra de Santo Agostinho.

Estas duas ordens vão ser os propagadores de uma nova mensagem da Igreja, mas facilmente
assimilável pelas populações, muito porque vivem da oração e da pregação. Este movimento
espontâneo de descontentamento vai ser aprovado pelo papa, dentro da estrutura da Igreja,
com um novo apostolado. A partir de 1217 é decidido pelos franciscanos que devem passar pelas
fronteiras da Península Itálica e levar a evangelização pelos cantos do mundo.

Franciscanos e Dominicanos que se fundam com esta função de evangelizar, vão se estabelecer
nos arrabaldes das cidades. Não escolhem os sítios mais dignos, vão ser, porém, focos
importantes de aglomeração populacional a sua volta. Pelo facto de serem muito protegidos
pelo papado e pelos senhores feudais, vão ser muito mal recebidos pelo clero já estabelecido,
vão assumir-se como uma concorrência. Uma novidade que eles trazem é a abordagem nos
sermões, que vai ser muito importante para as cortes destes senhores da Europa. Nessa
importância máxima que eles dão à palavra e à influencia, franciscanos e dominicanos vão ser
os principais mediadores de uma criação medieval: as Universidades.

- A consolidação das Universidades

Nos séculos XII e XIII dá-se um crescimento económico e assistimos a uma revolução comercial,
o que provoca uma maior prosperidade e circulação de riqueza. O surgimento de grupos urbanos
(mercadores, comerciantes e mesteirais) endinheirados, e o enriquecimento da Igreja e da
Nobreza impulsiona para uma espiritualidade enraizada num espírito anticlerical, na crítica aos
bens materiais e na valorização da pobreza e do despojamento. No caso da Igreja, as heresias e
o reconhecimento das Ordens Mendicantes.

O que temos agora é uma sociedade mais rica, estes grupos profissionais mais prósperos e
numerosos, compõem uma elite urbana com recursos financeiros, vão jogar as suas influências
neste governo local. Vemos perante uma maior circulação de riqueza o crescimento da
prosperidade de movimentos mundano. Contudo, este lucro não se vai ficar apenas sob esta
sociedade urbana (proto burguesia). Este gosto pela riqueza, luxo e ostentação afeta a nobreza
e a Igreja, essencialmente. A Igreja vai ser criticada nos finais do século XII que dará origem a
experiências de confronto por parte da Ordem de Cister, que vão considerar corrupta esta
ostentação. Num primeiro momento, estas experiências monásticas de reação a esta opulência,
são várias: o aparecimento de novas heresias (sul de França); fundação da Inquisição; regra de
São Francisco (última a ser reconhecida pelo papa); regra de Santo Agostinho;

*dominicanos e franciscanos vão ser importantes grupos de desenvolvimento urbano e de


espiritualidade, contingentes das instituições de ensino. Vão se tornar grandes mestres nas
Universidades, vão legalizar uma boa formação pedagógica, no contexto da evangelização que
pretendem alcançar.

É neste contexto que surgem as Universidades. A Universidade é simultaneamente o produto e


agente modelador da sociedade tardo-medieval. O ensino existe desde sempre, de ponto geral
das disciplinas é conservador, todas as grandes catedrais tem a obrigação de possuir uma escola
onde ensinam jovens que desejam ingressar na vida episcopal. A sociedade medieval começa a
sentir a necessidade de mais escolas, a primeira universidade nasce do crescimento das escolas
privadas, Bolonha é desde cedo um foco de estudo e desenvolvimento de direito e para ir ao
encontro destas necessidades desta nova sociedade mais complexa, surgem várias escolas
privadas em Bolonha. O direito canónico e civil vai ser muito importante e necessário durante a
Querela das Investidura, durante o confronto entre o papado e o império. O imperador vai ver
estas escolas como importantes viveiros para apoiar as suas necessidades, Frederico I Barba
Roxa vai defender estas escolas. Entre 1180-90, esta cidade que detinha várias escolas privadas,
começa a ser um espaço de recebimento de vários povos de vários cantos para estudar, os
estudantes estabelecem-se aqui. Trata-se de uma “população” que permite o crescimento
urbano da cidade, deste modo a própria comuna de Bolonha vai defender estes estudantes com
o objetivo de “impedir” que estes estudantes se desloquem para outros estabelecimentos de
ensino.

A Universidade de Bolonha nasce em consequência de uma série de necessidades que as várias


autoridades e a própria autoridade urbana lhe apresentam. Por oposição, temos a Universidade
de Paris que tem o seu embrião na escola da catedral de Paris, o que vemos acontecer nesta
instituição é a proliferação de várias escolas nesta cidade. Se Bolonha cresce pelo crescimento
dos direitos, em caso de Paris a grande ciência estudada é a Teologia. Ao longo do século XIII,
estas ciências vão ter desenvolvimentos interessantes em conflito com o Direito Romano e a
Filosofia Antiga (disciplinas da Antiguidade). No caso da Universidade de Paris a sua
emancipação faz-se num clima em que os professores de Teologia se querem autonomizar da
autoridade do bispo de Paris, acabando por primeiro pelo apoio do rei e depois do papado,
conseguem alcançar essa autonomia e reconhecimento dos seus estatutos. Há vários diplomas
que são considerados como os primeiros estatutos da Universidade de Bolonha, os principais
datam de 1252. No caso de Paris, os estatutos reconhecidos pelo papa datam de 1215. Este
século XIII destaca-se pela fundação das universidades.

A pedagogia medieval destaca-se no princípio da escolástica, o questionamento e a discussão


passam pela apresentação de um mestre como alguém capaz de questionar o conhecimento e
arbitrar discussões entre fações opostas relativamente a um princípio. Assentam sobretudo na
lógica aristotélica, a Teologia de Paris vai repudiar a filosofia antiga, os estudos do direito civil,
consideradas disciplinas pagãs, não-cristãs. Este repudio por tudo o que seja pagão é efetivo.

Os reis vão ver nas universidades um forte apoio para o estabelecimento e fortalecimento do
seu poder, desse modo vemos uma proliferação das Universidades no velho continente com o
apoio régio.

A expansão árabe conduzirá ao “ressurgimento” do Aristotelismo, e assim, surgem novas


traduções. O aristotelismo ganhará força nos Estudos Gerais.

- Realeza e vida política nos séculos XII e XIV: a evolução do poder régio na França capetíngia

Entre o primeiro Capeto e Filipe I, assistimos à ascensão desta família e como monarcas fortes.
Apesar de não serem senhores feudais muito poderosos, tem do seu lado o clero (abadia de São
Moniz(?)), mas também noutros Mosteiros do padroado régio sobre a autoridade do rei de
França vemos a escrita e consolidação de cronicas sobre estes reis, como se estivéssemos sobre
a presença de santos. Temos sobre estes primeiros reis a consolidação da ideia de que eles são
divinos. A partir de Filipe I começa a ligar-se ao poder destes reis a ideia de poderes
taumatúrgicos, capacidade de curar uma doença com o toque, de tal maneira, esta ideia é
enraizada que mesmo no momento de sagração (associado até ao seculo XIX), está presente no
momento cerimonial. É com Filipe I que vemos as ideias de aumentar o seu poder político, nesse
sentido é importante neutralizar/ apaziguar o poder dos outros nobres que no fundo tem um
poder económico e territorial igual ou superior. Filipe I numa tentativa de vincular a si as
principais famílias da monarquia francesa, vai fornecer cargos na sua corte, como chanceler,
senescal, contestável e um camareiro. Consegue vinculá-los ao serviço do rei, concedendo essa
honra com o objetivo de conquistar a sua solidariedade a causa régia. No período de Luís VI e
VIII, vemos surgir importantes textos (Policraticus, De Hierarchia) que procuram refletir sobre
as várias dimensões do poder e ambos tem a convergência de reforçar o rei na figura da cabeça
do reino. No período de Luís VII, quando retorna a França em 1152, pede para desmanchar o
casamento com Leonor de Aquitânia, e a verdade é que Leonor de Aquitânia vai se casar com
Henrique II, filho do conde de Anjou. Acontece que pelo casamento com Leonor, Henrique II vai
ser rei de Inglaterra e estender o seu território desde a Escócia até aos Pirenéus, vai surgir face
a Luís VII como um importante rival, senhor de um território enorme. Henrique II vai ser acima
de tudo um príncipe francês, alem de rei de Inglaterra, vai fundar esta dinastia dos
Plantagenetas, vai organizar um sistema de organização para que os próprios rei de França se
vão socorrer e implementar. Face a este poder, Luís VII vai conseguir manter o território que diz
respeito ao reino de França, neste confronto entre os dois, Luís VII vai conseguir não perder
território e consegue com que Henrique II se torne seu vassalo. Vamos assistir esta relação entre
as duas famílias, confrontar muitas vezes pela conquista de territórios e também por esta
relação feudo-vassálica.

O território da Península Itálica deve ser compreendido com integrante de duas realidades
diferentes: Norte e Centro; Sul

Desde o século XI vai ter uma colonização por parte dos normandos. Este primeiro território é
um território onde as cidades são precoces, trata-se de um território de desenvolvimento
económico (indústria) e comercial. O próprio empreendimento das cruzadas vai ser uma
expansão das rotas comerciais italianas que penetram no oriente com facilidade e controlam
estas rotas de comércio. Com uma economia sustentada na moeda (forte e coerente) e permite
uma economia prospera.

Há igualmente a proliferação de torres como símbolo de imposição do seu poder e influencia na


cidade, competindo para ver quem tem a torre maior.

Também vimos que sendo um espaço de forte empreendimento do direito romano e longe do
centro de poder do imperador, estas cidades vão emancipar-se do ponto de vista do seu governo
local, organizando-se em comunas que depois a partir do século XII, serem autossuficientes
naquilo que diz respeito às jurisdições políticas. Estas cidades pouco precisam da figura do
imperador, passam a organizar-se e a fundamentar-se no direito romano, remetendo ao período
da República. Porém, ainda assim o imperador é necessário, pois sendo elas importantes polos
comerciais, com jurisdições políticas, desde muito cedo há uma enorme concorrência o que
conduz aos campos de batalha, no fundo, a legitimidade que as cidades reconhecem ao império
é de última instância. O poder governativo assenta nas assembleias de cidadãos e a sua
legitimidade interna esta fundada também na produção de estatutos e apoios.

Num período momento, o imperador está muito pouco virado para o território italiano. Itália é
o território onde vem pedir a sua “confirmação” territorial junto do papa, trata-se de um
território afastado do centro de poder do imperador. Esta Itália urbana, organizada em
diferentes polos urbanos, opõem-se significativamente a um território germânico mais
ruralizado, onde o poder e as autoridades estão organizadas na ordem feudal. Enquanto a
cidade permite a ascensão social dos cidadãos, no centro do império estamos perante a
ascensão de determinados grupos sociais. Os imperadores romano-germânicos estão sobretudo
preocupados com outras questões, como a oposição e conflito com o papado pelo
reconhecimento da sua autonomia face ao papa (Querela das Investiduras). Mas a partir de
Frederico Barba Roxa, é um imperador que vai olhar para Itália com outra vontade, impondo
uma soberania efetiva.

Por toda a Europa, começa-se a produzir textos com base na implantação do direito romano, a
ideia do imperador como fonte da lei. Conhecemos alguns textos sobre a vida de Frederico I,
textos redigidos por Otão de Freising, que vem com ele para Itália e fica surpreendido com o
facto das cidades italianas se considerarem “donas” da lei, como o facto de um ferreiro ascender
socialmente, alimentando as outras fachas da sociedade. Por outro lado, apoiado pelos seus
conselheiros, destacando-se Reinaldo de Dassel, que vai apoiar a ideia de que o imperador é o
representante da lei na Terra. É com ele que o título de imperador do sacro império romano-
germânico se vai fixar. No fundo, este reforço do poder imperial, fundamentado no direito
romano, vinha opor-se ao modelo de governo comunal das cidades do Norte e Centro de Itália,
por sua vez inspirado no modelo da República Romana. Em 1158, nesta política de subjugação
do território italiano ao imperador, organiza-se a Dieta de Roncaglia, estarão representadas as
principais famílias e um conselho de juristas provenientes da Universidade de Bolonha, impõe-
se esta ideia do imperador como o príncipe de todos os administradores.

O imperador vai procurar implementar uma política fiscal neste território que no fundo
direciona para a Alemanha, moeda. Impondo impostos onde se destaca o fodrum, bastante
significativo nas finanças destas cidades. Por outro lado, vai impor regalia imperiais a 14 cidades
italianas depois da Dieta de Roncaglia: imposição de uma dura política fiscal em benefício do
Império; colocação nas cidades de vários funcionários imperiais (alemães); condicionamento do
controlo do contacto por parte das cidades, em benefício do Império. Outra intervenção imperial
é a repressão da comuna romana, em apoio ao Papa, manda torturar um dos representantes da
comuna – Arnaldo de Brescia – e como forma de hostilidade face ao poder imperial.

Na sequência da sucessão deste poder imperial, vão deflagrar várias oposições de comunas.
Vamos assistir a uma organização e solidarização entre as cidades antes rivais: em 1164,
formação da liga de Verona (Verona, Vicenza e Pádua); em torno de Roma, a fundação da Liga
Lombarda (Milão, Cremona, Mântua, ….). A própria organização destas ligas é um processo
contrário aquilo que estava imposto à Dieta de Roncaglia, representa uma insurreição de uma
desobediência política. Nesta sequência em 1176, estas duas ligas coligadas vão defrontar e
vencer o exército imperial em Legnano. A forma que estas ligas se organizam refletem a força
destas cidades face ao Imperador. A imposição deste poder, o imperador vai acabar por aceitar
negociar junto com estas cidades, e em 1183 assina-se a Paz de Constança (as cidades acabam
por se comprometer a reconhecer a autoridade do Imperador). Em consequência da assinatura
da Paz de Constança, podemos afirmar que à morte do Imperador estamos perante um clima de
calma.

Henrique VI, filho de Frederico, vai procurar ser reconhecido às cidades do centro, que ficaram
de fora nas negociações. Naturalmente, que também aqui, a imposição de administradores
germânicos no quadro administrativo vai ser impopular e originar vários conflitos.

Sul

A partir do início do século XI, este território começa a receber uns cavaleiros, aventureiros, de
estrangeiros vindos do território da Normandia, muitos deles passam nesta região quando vão
e regressam do Santo Sepulto, no contexto de peregrinação. Muitos deles são mercenários que
alimentaram os exércitos bizantinos. A partir do século XI começam a fixar-se neste território
mercenários que vendem as suas capacidades militares e que são bastante desejados neste
território para defender chefes locais e abadias. A partir de 1030 vemos o primeiro principado
normando a organizar-se, no primeiro momento na região de Nápoles, na cidade de Aversa.
Vemos chegar a este território um conjunto de mercenários normandos, entre os quais Tancrede
de Hauntville, que em vez de ficar na Normandia procura vir para estes territórios. Lentamente,
a seguir a uma fase mercenária, começamos a ver depois do estabelecimento da família de
Hauntville uma certa organização, sobretudo com Roberto e Rogério

Os normandos forçam e fixam o seu poder pelas suas capacidades militares. Se por um lado, foi
rápido o seu domínio sobre os muçulmanos, por outro lado, o papa olha com maus olhos este
crescimento normando. O papa de Roma. Leão IX, vai procurar defrontar esta fixação normanda,
Em 1053 dá-se uma batalha em que os normandos vencem e reforçam o seu poder neste
território. De tal maneira, que em 1059, o papa reconhecerá Roberto de … Esta imposição
começa a ser efetiva, o modelo feudal é seguido pelos normandos. Sobretudo, a seguir a morte
de Roberto, com Rogério II vamos ver a criação do reino da Sicília, e que no fundo vai procurar,
a partir de 1120, procurar unificar o território que foi conquistado pelos normandos. Nesta
fundação, tem uma forte influência bizantina e grega, Rogério II vai organizar o reino com base
num código de leis que reunia elementos bizantinos, árabes e normandos, enquadrados pelo
Direito Romano (Audiências de Ariano). Não estamos ainda, porém a construção de um aparelho
administrativo próprio, mas um reino organização por jurisdições senhoriais (vários senhores e
vários impostos). A seguir a Rogério II, temos como reis Guilherme I e Guilherme II. Guilherme II
não tendo ascensão masculino permite a Ascensão de Constança de Altavilla que se vai casar
com Henrique VI, filho de Frederico I Barba Roxa. Vemos a unificação desta família com os
Hohenstaufen. Com a morte de Guilherme II, estamos perante conflitos por causa da ascensão
da princesa. Henrique VI consegue fazer-se coroar rei daquele território.

A 26 de dezembro de 1194, nasce Frederico Rogério de Hohenstaufen, Frederico II. Henrique VI


morre muito cedo em 1197, a sua morte cria uma crise dinástica quer no Sul, quer a norte (onde
reindivica o poder imperial), Constança de Altavilla procura sobretudo que o seu filho veja
assegurada a coroa da Sicília. É assim que de facto é consagrado rei da Sicília em 1212. Frederico
será entregue a Inocêncio III, aquando da morte de Constança. (Quando posteriormente
Frederico II não aceita abdicar de nenhum dos territórios, Inocêncio III “abandona-o” e no
papado se afirmam campanhas contra o rei). Por sua vez, há outros candidatos ao poder
imperial: Filipe da Suábia e Otão IV (que se ira coroar imperador e morre em 12..). Otão é
coroado imperador em 1209 e por imposição ao papado será excomungado em 1210, lutara ao
lado de João sem Terra e será derrotado por Filipe Augusto (fortalecimento do poder
monárquico francês). Frederico II é reconhecido como rei por uma assembleia de príncipes
germânicos em 1212, a partir daqui Frederico começa a ser perigoso aos olhos do papa.
Inocêncio III começa a olhar para este jovem com mais desconfiança, isto vai nautear todo o
contexto político ao século XIV. Num primeiro momento, Frederico II aceita abdicar de alguns
territórios a seu filho Henrique VII, mas a verdade é que isso não acontecerá. Frederico II será
sagrado imperador em Roma em 1220, deixa Henrique VII com o território germânico e
Frederico II vai partir para o Sul, Sicília, onde vai arquitetar um aparelho de poder assente numa
visão de uma monarquia centralizada.

Governo de Frederico II

- importante criação do Enclave de Lucera (Apúlia) para pacificar as insurreições recorrentes das
populações islâmicas;
- 1124 – fundação da Universidade de Nápoles;

- 1231 – as constituições de Melfi;

- economia mercantilista e centralizadora;

- Guerra dos 100 anos

O II tratado de Paris (1259) neutraliza as tensões militares entre a coroa inglesa e a coroa
francesa, mas coloca aos primeiros uma questão de soberania difícil de aceitar e respeitar ao
longo dos tempos.

Crise de sucessão a coroa francesa não podia ser herdada por uma mulher, mas nada dizia que
a sua transmissão não se pudesse fazer por via materna. Em 1328, à morte de Carlos IV, Eduardo
III de Inglaterra, reivindica a coroa francesa. A aristocracia francesa opõe-se e Eduardo III terá
de aceitar a subida ao trono de Filipe IV de Valois e confirmar a homenagem lígia. Durante a
década de 30 a tensão entre os dois reinos exacerba-se. Em 1337, o rei de França confisca a
Guiana e o rei de Inglaterra reage reivindicando o seu direito à coroa francesa. A partir de 1337-
1340 estaciona a sua armada no território norte junto a Flandres, e vemos organizar-se o
exército que protagonizara a I fase da Guerra dos 100 anos.

- I Momento da Guerra dos 100 anos

Exército francês – ao recrutamento feudal acresce a remuneração da nobreza (80 000 efetivos).
Milícias urbanas. Contratação de mercenários (escoceses e genoveses).

Exército inglês – é financiado por um sistema de impostos muito rigoroso. O recrutamento dos
vassalos é feito mediante contrato (com duração e estipêndio previamente estipulados
(recrutamento voluntário – 30 000 efetivos). Exército mais ágil e que usa o arco (longbows).

Alianças francesas – o rei de Castela; o conde da Flandres; os papas de Avinhão (a partir de 1378)

Alianças inglesas – o imperador Luís da Baviera; conde de Hainaut; duque de Brabante; duque
de Gueldres; as cidades flamengas

1345 – cavalgadas inglesas na Bretanha e na Normandia;

1346 – batalha de Crecy;

1347 – cerco e tomada de Calais;

II Momento da Guerra dos 100 anos (1347-1356)

Protagonizada por Eduardo, príncipe de Gales, o Príncipe Ngero

1355 – batalha de Poitiers (captura de João II o Bom de França);

III Momento da Guerra dos Cem Anos (1356-1360)

1359 – demonstrações de força de Eduardo III e dos seus filhos no norte de França, na região da
Picardia;

Janeiro de 1360, cerco falhado da cidade de Reims;

Tratado de Bretigny (1 a 8 de maio de 1360)


Tratado de Calais (24 de outubro de 1360)

O rei de Inglaterra, Eduardo III, investe o seu filho, Eduardo, nos territórios da Aquitânia e da
Gasconha.

IV Momento da Guerra dos Cem Anos (1364-1380)

1364-1380 – Reconquistas de Carlos V

Reinado de Carlos IV (1380-1422)

O rei enlouquece, na década de 90 e a sua mulher assume a regência, como tutora do futuro
Carlos VII. O reino divide-se numa guerra civil interna que opõe duas fações da nobreza: os
Borguinhões e os Armanhaques, partidários da casa de Orleães (Os dois partidos lutam entre si
pela regência e pela tutela do Delfim de França).

Em 1396, trégua entre os dois reinos, assinalada com o casamento de ….

Tratado de Troyes (21 de maio de 1420)

À morte de Carlos VI (1422)

O delfim é proclamado rei pelos seus partidários, mas à luz do tratado de Troyes essa
proclamação é ilegítima. Existem três franças:

- França dominada pelos Lencaster

- França anglo-borgonhesa

- França do Delfim ou o Reino de Bourges

A intervenção de Joana D’Arc (1429-1431) – representa a vontade do povo sobre o Delfim

Encontra-se com o delfim de França em 4 de março de 1429

29 de abril de 1429 – tomada de Orleães

17 de julho de 1429 – sagração de Carlos VII, em Reims

Fracasso na tentativa de tomar Paris

30 de maio de 1431 é queimada na fogueira pela Inquisição

Em 1920, é canonizada e considerada Santa de França

Síntese: Morte de Carlos IV (1328) – crise de sucessão (tensão entre os Valois e os


Plantagenetas) – ataque inglês no Norte de França – Batalha de Crécy (vitória inglesa, seguida
da tomada da cidade de Calais (1346))

A guerra dos 100 anos é muito desencaminhada pelas cavalgadas pelo exército ofensivo, que
não tem o objetivo de ocupar o território, mas de o saquear e penetrar nele de encontro ao
poder (NESTE 1º MOMENTO).

Cavalgadas do Príncipe Negro (Eduardo, o príncipe de Gales) no Norte de França e na Aquitânia


(contraofensiva do exército francês) -- Batalha de Poitiers (vitória inglesa e prisão do rei francês
(1356)) → Tratado de Bretigny-Calais (1360) *negociar a paz, o rei de frança seja libertado e
procura-se a possibilidade da existência de um estado soberano francês sob a coroa inglesa,
aumento do domínio inglês no território francês* Na necessidade de resgatar João II, ambos os
monarcas juntamente com os seus herdeiros vão assinar esse tratado, a verdade é que nenhum
deles vai abdicar da soberania feudal (rei francês) nem as suas revindicações no domínio francês
(rei inglês).

Na família dos Plantagenetas, Eduardo III morre em 1377, depois da morte do filho Eduardo, o
Príncipe Negro. Ricardo II, herdeiro do trono, é uma criança. As tréguas da guerra, permitem a
Carlos V de Valois recuperar uma parte importante do território sob domínio inglês.

Reinado de Carlos VI (1380-1422) – GUERRA CIVIL EM FRANÇA ENTRE ARMANHAQUES E


BORGUINHÕES. Mudança dinástica em Inglaterra, ascensão da Casa de Lancaster.
Reivindicações das terras normandas por Henrique V – Batalha de Azincourt (1415) (vitória
inglesa).

O assassinato de João Sem Medo vai levar a que os Borguinhões se afastam do Delfim e se
aproximem do partido inglês, é nesta sequência que se vai assinar o Tratado de Troyes (21 de
maio de 1420). À morte de Carlos VI (1422), o Delfim é proclamado rei pelos seus partidários,
mas à luz do tratado de Troyes essa proclamação é ilegítima.

- A última fase da Guerra dos 100 anos (1435-1453)

1435 – Tratado de Arras – entre Carlos VII e Filipe, o Bom, duque de Borgonha (paz franco-
borgonhesa).

1436 – Paris rende-se sem combate

1449 – Carlos VII entra em Rouen (Normandia)

1451 – Capitulação de Bordéus (Guiana)

1453 – Batalha de Castillon (vitória francesa)

- Os Papas de Avinhão

Clemente V (1305-1314), protagoniza a seguir ao conflito entre o Papa e o Monarca Francês,


Filipe, o Belo. É um papa do sul de França e é alguém que nunca sairá daí, não tem intenção de
ir a Roma consagrar-se bispo de Roma. A península itálica desde o eclodir da guerra entre … e …
é um território instável e perigoso, a comuna de Roma é bastante hostil ao papado. Uma série
de conflitos faz com que o papa Clemente V não sinta a necessidade de lá se deslocar. Em 1309
desloca-se a Avinhão adjacente ao condado Venesino, que é doado ao papado por Afonso III,
irmão de S. Luís, na sequência da grande cruzada contra os albigenses (?). Neste contexto, nos
inícios do século XIV que vemos o papa fora das “muralhas” de Roma.

João XXII (1316-1334), bispo de Avinhão, eleito para suceder a Clemente V. Também ele vai
permanecer em Avinhão (polo de uma elite intelectual) e vai começar a remodelar o “palácio
dos papas”

Bento XII (1334-1342), continua estabelecido na cidade de Avinhão (estamos no eclodir na


guerra dos 100 anos), vemos a fortificação da residência pontifical fortificada.

Clemente VI (1342-1352),

Inocêncio VI (1352-1362)

Urbano V (1362-1370)
Gregório XI (1370-1378)

A corte do papado de Avinhão vai ter vários tribunais de decisão e uma chancelaria do papa que
vai ser muito prodiga em cartas enviadas para todo o território. Nesta estrutura da
administração do papado de Avinhão vai ser extremamente marcado o sistema fiscal que os
papas de Avinhão vão impor, vão no fundo organizar toda a cristandade em colectorias (para
cada uma vão nomear coletores e subcoleitores com o objetivo de recolher as dízimas em falta
ao Papa). Por outro lado, estes papas vão ser pródigos na organização de uma ritualidade e
festividade, nem sempre religiosos, vemos nascer o mecenato de vários artistas, a compra de
várias obras de arte e festas. É quase como se estes papas tivessem mais preocupadas com as
questões seculares do que com a orientação espiritual e religiosa da cristandade. No fundo,
vamos ver esta característica deste papado em Avinhão, por um lado é visto como um berço
pré-humanista (vão apoiar as artes). Estamos perante papas que são no geral reportados deste
território do sul de França e que aí se mantêm, que vão ser apoiantes e concordantes do rei de
França. A partir dos anos 60, os papas começam a exprimir a sua intenção de regressar a Roma,
até porque existiam críticas face a sua estabilização em Avinhão.

O PAPADO DE AVINHÃO

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