Você está na página 1de 10

ARTE

PALEOCRISTÃ
CONCEITUAÇÃO:
FASE MAIS ANTIGA DA ARTE CRISTÃ

GEOGRAFIA:
ORIENTE
 Paletisna – Jerusálem, Cesaréia
 Síria – Damasco, Alepo, Antioquia
 Anatólia (Costa da Ásia Menor)
 Armênia
 Mesopotâmia
 Pérsia

OCIDENTE
 Grécia Helenística - Atenas, Éfeso, Corinto, Tessalônica, Chipre
 Egito – Alexandria, Bauit, Deir Abu (Copta)
 Norte da África – Tingad, Túnis
 Império Romano – Roma, Milão, Ravena
 Hispânia / Gália / Germânia / Britânia

CONTEXTO HISTÓRICO / AMBIENTAÇÃO

 Helenismo
 Imperialismo grego e romano
 Colonialismo / exploração / espoliação

 Economia
 Comércio interno
 Produtos de luxo
 Aquecimento econômico
 Riquezas

 Metrópoles: Alexandria, Roma, Éfeso, Antioquia

PROBLEMÁTICA SOCIAL

 Êxodo rural
 Injustiças sociais
 Fome / miséria
 Escravidão

A QUESTÃO RELIGIOSA

 As religiões antigas
 O “ecumenismo” romano
 O cristianismo e o Homem
PANORAMA HISTÓRICO

 Cerca de 29 – crucificação de Jesus Cristo e disseminação do Cristianismo


 Perseguições
 Nero (56 a 68)
 Diocleciano (284 a 305) “A era dos mártires”

CRISE NO IMPÉRIO ROMANO


 Ameaça dos povos bárbaros
 Diocleciano – criação da TETRARQUIA (284)
 Divisão do Império
 Dois Augustos:
 Diocleciano – Nicomédia
 Maximiano Hércules – Milão
 Dois Césares:
 Galério – Trácia e Ilíria
 Constâncio Cloro – Gália, Britânia e Hispânia
 Sucessores:
 Constantino
 Maxêncio
 312 – conflito entre os dois
 Sonho de Constantino:
“IN HOC SIGNO VINCES” (“Com este símbolo vencerás”)
 Edito de Milão – 313 – liberdade de culto
 325 – concílio de Nicéia – definição dos princípios da Igreja
 Teodósio (329-395) – oficialização da nova religião
 proibição dos cultos idólatras
 divisão do império (395):
 IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE – HONÓRIO (ROMA)
 IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE – ARCÁDIO (CONSTANTINOPLA)
 476 – QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE
 ODOACRO, REI DOS HÉRCULOS, DESTRONA RÔMULO AUGSTO,
ÚLTIMO IMPERADOR ROMANO
PERIODIZAÇÃO
PRIMEIRA FASE – CATACUMBÁRIA (cerca de 29 a 313)
 O Cristianismo em estado de clandestinidade – perseguições

PRODUÇÃO ARTÍSTICA
 FUNÇÃO – RELIGIOSA
 INFLUÊNCIAS ARTÍSTICAS – ROMANA, GREGA HELENÍSTICA, ORIENTAL (SÍRIA)
 REPERCUSSÕES – MATRIZES DA ARTE CRISTÃ
ARQUITETURA RELIGIOSA
 ECCLESIA DOMÉSTICA / LOCA ECCLESIÁSTICA
 EKKLESIA – assembléia de povo; reunião de pessoas
 LOCUS – esconderijo
 TIPOLOGIA – CASAS COMUNS, HABITADAS, CEDIDAS PARA O
CULTO (até o século II)

 DOMUS ECCLESIAE / DOMUS DEI

 DOMUS – casa
 TIPOLOGIA – CASAS COMUNS, MAIORES, DOADAS PARA SEREM
UTILIZADAS EXCLUSIVAMENTE COMO LOCAL DE CULTO
 Aparece em fins do século II
 Crescimento das comunidades
 Necessidade de espaços maiores
 Doadas por fiéis de mais posses
 Igrejas romanas como a de São Clemente e São Martinho foram
construídas sobre estas casas
 Salas de culto, catequese, piscina para imersão (Batismo)

 ECCLESIA BASILICALIS

 A BASÍLICA
 Necessidade da Igreja se organizar e assumir um “corpo físico”
após o Edito de Milão

 REQUISITOS
 AMPLIDÃO – necessidade de espaço (milhares de adeptos)
 DIVISÃO ORGANIZADA
 FUNCIONALIDADE – ILUMINAÇÃO, VISIBILIDADE
 PADRONIZAÇÃO

 MODELO – A BASÍLICA ROMANA

 INFLUÊNCIAS
 TEMPLO EGÍPCIO – SALA HIPÓSTILA
 CASA ROMANA – PERISTILO
 TEMPLO DE SALOMÃP – PÁTIO DOS GENTIOS

 ADAPTAÇÃO DA BASÍLICA ROMANA


 ELIMINAÇÃO DE UMA ÁBSIDE
 DESLOCAMENTO DA FACHADA, ANTES NO SENTIDO
LONGITUDINAL, PARA A PARTE MAIS ESTREITA (NO LOCAL DA
ÁBSIDE ELIMINADA)
 PARTES
 QUADRPÓRTICO (pátio / peristilo)
 NARTECE (narthex – caixa)
 NAVES
 CLERESTÓRIO – nave central (janelas)
 TRANSEPTO (trans – além e septo – divisão)
 ÁBSIDE
 PREBISTÉIRO – (elevação do piso)
 AMBONE (espécie de púlpito)
 ALTAR - ponto alto do culto e da arquitetura
 CÁTEDRA
 CORO
 JUBE – galeria alta, suspensa, entre o transepto e a abside
 BATISTÉRIO – circular ou poligonal, à esquerda do
transepto

 COBERTURAS
NAVES E TRANSEPTO
 Tetos planos com tesouras de madeira
ÁBSIDE
 Meia-cúpula
EXTERIORES
 Telhados em duas águas (naves) e meias-águas (naves laterais)

 DECORAÇÃO
 Mármores / mosaicos
 Aproveitamento de prédios romanos

 EXEMPLOS DE BASÍLICAS:
 SÃO JOÃO DE LATRÃO – ROMA (315)
 SÃO PEDRO DO VATICANO – ROMA (demolida em 1450)
 SÃO PAULO EXTRA-MUROS – ROMA

OUTROS TIPOS DE IGREJAS


 O MARITIMO OU ANASTASIS
 Igrejas comemorativas de acontecimentos importantes da vida
de Cristo
 Planta centrada, circular ou octogonal

 INFLUÊNCIAS
 GREGA (tolos / monumentos corágicos)
 ROMANA (templos circulares)
 SIRÍACA (cúpulas)

 GRANDES CONSTRUTORES
 CONSTANTINO – SANTA HELENA
 O PRIMEIRO MARTÍRIO
 Construído no Gólgota, em Jerusálem, para registrar o local da
crucificação
 DIFUSÃO
 Todo Mediterrâneo, Itália, França e Espanha até a Idade Média

 REPERCUSSÃO – BATISTÉRIOS

AS CONTRIBUIÇÕES SIRÍACAS
 PERÍODO – séculos IV e V

 TIPOLOGIA
 Igrejas sem quadripórticos
 TORRES LATERAIS na fachada
 CABECEIRA TRIPARTIDA – acréscimo de capelas absidiais – os
PASTÓFORIOS (pastophorium – aposento dos pastophori,
encarregados das imagens dos deuses)
 DOIS PASTÓFORIOS
 DIACÔNICO (diaconium), onde ficava o diácono, leitor dos
Evangelhos
 OBLATÓRIO (oblatórium, de oblatio – oferenda), onde eram
feitas as bênçãos do pão e do vinho

 EVOLUÇÃO – SACRISTIA

 DIFUSÃO DAS SOLUÇÕES SIRÍACAS


 toda a África cristã – TINGAD, TÚNIS
 ilhas Baleares
 Espanha

ARQUITETURA FUNERÁRIA

 AS CATACUMBAS
 KATÁ –embaixo, KYMBÉ – oco, cavidade
 Antigas minas de pozolana, além do perímetro urbano
 Galerias subterrâneas, estreitas, de aproximadamente 1m de largura e 3m
de comprimento – AMBULACRAS
 Alternadas com recintos mais largos, abobadados – ARCOSSÓLIOS
 Nas paredes de ambulacras eram escavados os cubículos para receber os
corpos – LOCOS (lócus, o plural é loculi)
 Os locos eram fechados com lápides: nome, filiação e idade em latim
 Nos arcossólios eram enterradas as pessoas mais importantes: santos,
mártires, bispos...
 Paredes reforçadas com tijolos e pedras recobertas de PINTURAS
 Semelhança com o COLUMBÁRIO romano
 EXEMPLOS
 Existiram mais de 200 catacumbas, as principais encontram-se em Roma:
DOMITILA, SÃO CALISTO, PRISCILA, SÃO SEBASTIÃO...

ESCULTURA
 DESENVOLVIMENTO – somente a partir do século II
 RAZÕES – falta de espaço de pessoas especializadas e associação da escultura com a
idolatria
 FUNÇÕES: funerária / religiosa / didática
 MANIFESTAÇÃO PRINCIPAL – RELEVOS
 ESTÁTUAS EM VULTO ainda muito ligadas à idolatria
 PRINCIPAL SUPORTE – SARCÓFAGOS em pedra
 TIPOLOGIA:
 Os primeiros eram retangulares com tampos planos
 Depois, surgiram duas faixas contínuas, sobrepostas
 Essas faixas evoluíram para um estrutura arquitetônica composta de duas
colunatas, sobrepostas simetricamente, sustentando entablamentos, arcos e
frontões (na parte mais estreita)
 As colunas geralmente têm estrias espiraladas e são revestidas de pâmpanos
(parreiras, uvas e cupidos)
 Os CAPITÉIS são fantasiosos, com VOLUTAS, ACANTOS e PARRAS
 Normalmente, na faixa superior inscrição em latim: nome do falecido,
filiação, idade e profissão

 IMAGO CLIPEATA – às vezes aparece o retrato do morto, com a esposa ou parente


próximo, inserido numa concha (salvação, batismo) ou numa guirlanda de louros
(vitória sobre a morte)
 Em Ravena, nos séculos IV e V, aparece um sarcófago de tampo abobadado
com mais símbolos e menos figuras
 Alguns sarcófagos eram encaixados na parede e só possuem relevos na
parte visível

TEMÁTICA

 CRISTO MESTRE, tipo clássico d magistrado romano, imberbe, vestindo toga, rolo da
lei na mão, sentado na cadeira CURUL (cadeira de marfim, com pernas em forma de
X, símbolo da autoridade e do poder dos juízes, entre os romanos)

 CRISTO BOM PASTOR, imberbe como se fosse um ofertante grego carregando uma
ovelha (CRIÓFORO) ou um bezerro (MOSCÓFORO)

 ASSUNTOS SOTERIOLÓGICOS (soter – salvação)


 Passagens do Antigo e do Novo Testamento: história de Jonas, Daniel entre
os leões...
 CRISTO TAUMATURGO
 (thauma – prodígios e ergon – obras)
 cenas de milagres: ressurreição de Lázaro, cura do leproso...

 PAIXÃO DE CRISTO
 Menos a crucificação (representada muito raramente)

 APÓSTOLOS recebendo as leis

 SÃO PEDRO e SÃO PAULO

 INFLUÊNCIAS
 ROMANA – relevos comemorativos dos arcos de triunfo
 BÁRBARA – perda do realismo romano e do idealismo grego

 TÉCNICA
 Declínio da técnica escultórica
 O vulto aparece raramente e o relevo é muito mais utilizado
 Preferência pelo grafismo do relevo em detrimento da expressão
volumétrica
 Perspectiva pobre
 Figuras isoladas, atarracadas e desproporcionais
 Cabeças cúbicas, braços e pernas curtas
 Substituição do CINZEL pelo BERBEQUIM (arte tardo-romana)
 Contrastes de luz e sombra

 CONTEÚDO – espiritualidade, transcendência, força espiritual e simplicidade


interior

PINTURA
 MANIFESTAÇÃO – CATACUMBAS
 PERIODIZAÇÃO – séculos II, III e IV
 FUNÇÕES
 RELIGIOSAS SIMBÓLICA – MENSAGENS SUBJETIVAS
 COMUNICAÇÃO CIFRADA – as verdades da religião: salvação, vida eterna,
martírio...
 DIDÁTICA – auxiliar na pregração
 TÉCNICAS – AFRESCO / TÊMPERA
 SUPORTES – PAREDES E ABOBADAS DAS CATACUMBAS
 TEMAS
 Cenas do VELHO TESTAMENTO:Daniel e os leões, a Arca de Noé, Adão e
Eva...
 Cenas do NOVO TESTAMENTO: Lázaro, Santa Ceia...
 O AGAPÊ (ÁGAPE – amor, em grego), Banquete litúrgico, refeição em
comum
 CRISTO
 BOM PASTOR – CRIÓFORO / MOSCÓFORO
 CRISTO APOLÍNEO – imberbe, como se fosse um grego ou romano
 CRISTO SIRÍACO – nimbado, com barba e cabelos compridos, escuros

 ORANTES – homens (cabeça descoberta) e mulheres (cabeça coberta) com os


braços elevados, simbolizando as ALMAS SALVAS
 ASSUNTOS PAGÃOS DO REPERTÓRIO HELENÍSTICO – estratégia para burlar os
romanos, simbolizando as ALMAS SALVAS
 ASSUNTOS PAGÃOS DO REPERTÓRIO HELENÍSTICO – estratégia para burlar os
romanos e funcionar como atrativo para os pagãos acostumados com as imagens
 HÉRCULES
 MOSCÓFORO / CRIÓFORO
 ORANTES
 PÂMPANOS
 CUPIDOS
 VITÓRIA ALADA

 SIMBOLOGIA
Símbolos codificados aludindo às verdades da religião
 CONCHA – batismo / salvação
 POMBA – Espírito Santo
 TRIGO – EUCARISTIA
 CACHO DE UVAS – SANGUE DE CRISTO / PAIXÃO
 PÂMPANOS – PARAÍSO
 CUPIDOS –ALMAS
 PAVÃO – imortalidade da alma
 FÊNIX – vida eterna
 OVELHA – rebanho de Cristo / fiéis
 MOSCÓFORO / CRIÓFORO – Cristo – pastor de almas
 PLAMA / COROA DE LOUROS – MARTÍRIO
 ÂNCORA – ESPERANÇA
 ESCADA – O CAMINHO DO SENHO
 PEIXE – CRISTO

ICHTYOS, PEIXE, em grego

I IESUS JESUS
CH CHRISTUS CRISTO
T THEOS DEUS
YO YOS FILHO
S SOTER SALVADOR

“JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS SALVADOR”


 MONOGRAMA DE CRISTO
KHRISMA ou KHISMON

Conjugação da cruz com as letras X (khi) e P (rhô), iniciais gregas de Cristo


 RECURSOS TÉCNICOS
 SIMPLIFICAÇÃO / ESQUEMATIZAÇÃO
 PINTURA LINEAR, INGÊNUA
 QUASE SEM PROFUNDIDADE / VOLUME
 PERSPECTIVA E CLARO-ESCURO POBRES
 MONOCROMIA (CORES TERROSAS)
 NO SÉCULO VI TORNA-SE MAIS ELABORADA

 OS MOSAICOS

 ARTES DECORATIVAS / UTILITÁRIAS

Você também pode gostar