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Sumário
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4
2 – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO ................................................................ 5
2.1 – Teoria Constitucional e Teoria do Estado ........................................... 5
2.1.1- A Contribuição de Jellinek.................................................................. 6
2.2 - O Positivismo Clássico de Kelsen ...................................................... 11
3 - PODER CONSTITUINTE ...................................................................... 14
3.1 - Natureza do Poder Constituinte ......................................................... 15
3.2 - Titularidade ........................................................................................ 15
4 - ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE ............................................. 16
4.1 - Características do Poder Constituinte Originário ............................... 16
5 - CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO ......... 17
6 - PODER CONSTITUINTE DERIVADO DIFUSO .................................... 19
7 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES........................................... 20
7.1 - Conteúdo: formal ou material ............................................................. 21
7.2 – Forma ................................................................................................ 22
7.3 – Estabilidade....................................................................................... 22
8 – ORIGEM............................................................................................... 23
9 – EXTENSÃO.......................................................................................... 23
10 - MODO DE ELABORAÇÃO ................................................................. 24
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 39
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FACUMINAS
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1 – INTRODUÇÃO
Estado de direito é aquele que age juridicamente, a partir do momento que surge o
Estado de direito, todo exercício dele é através de leis. O poder político é exercido
através de normas.
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2 – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
Portanto, situa-se entre o campo da Teoria do Estado, onde tem sua base, e o Direito
Constitucional, que representa a concretização no mundo jurídico de todo o ideário
constitucional alinhavado ao longo dos séculos. Oferece os conceitos básicos sobre
a constituição, que servirá de auxílio para o exame das normas constitucionais
concretas.
“A Constituição deve ser entendida não apenas como norma, mas também
como estatuto político, para o qual há de se reportar ao Estado, cuja
existência concreta é pressuposto de sua existência.” (Kildare Gonçalves
Carvalho).
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opção, ao invés de levar a uma melhor delimitação do objeto de estudo, mas não
estaria tendo produzindo uma teoria divorciada dos aspectos concretos deste objeto,
levando a um isolacionismo que acabaria por prejudicar a compreensão do Estado e
do Direito.
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Nesta linha, poderíamos até cogitar uma Teoria da Sociedade e uma Teoria do
Direito, mas isto não muda o fato de que o segundo fenômeno, o Direito, enquanto
corpo positivo de normas é decorrência sempre de uma associação humana
organizada, seja esta sob a forma de um Estado, seja sob qualquer outra modalidade
de agrupamento social. Aqui, porém, nos limitaremos a estudar a relação existente
ou não entre Teoria do Estado e Teoria do Direito, em especial a Teoria
Constitucional, sempre tendo como ponto de partida uma sociedade sob determinado
poder estatal organizado.
Para o autor, então, o fim do Direito é ser aplicado, mas sendo o Direito parte
estruturante do Estado, a aplicação do Direito, será, por conseguinte, a persecução
de certos fins, dos fins do próprio Estado, que constituem a própria justificativa de
existência e manutenção do Estado e do próprio Direito. Assim, da pretensão do
Direito, passamos para a análise do fim do Estado, pois, na prática, uma questão está
sempre intimamente ligada à outra.
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Por isto, estas teorias não serão capazes de convencer, pois partem de concepções
íntimas, pessoas e éticas acerca de valores que devem orientar as condutas. Estes
não entram na discussão, ao menos não diretamente, sobre os fins do Estado.
Portanto, o resultado final não será aceito por aqueles que não compartilham destas
premissas.
Por outro lado, não se pode cair no extremo oposto e afirmar que cada Estado
constituído possuía seus próprios fins historicamente condicionados. Correto é que
há sim fins particulares quem surgem contingencialmente, mas isto não afasta a
presença de fins gerais. Isto pois os limites do Estado só podem ser estabelecidos
tendo em mente seus fins e objetivos, pois estas limitações são materiais, portanto,
depende de carga valorativa, que só pode ser deduzida corretamente exatamente dos
fins superiores do Estado.
São exatamente estes fins do Estado que servem como parâmetro para a análise das
decisões e soluções estatais. Toda nova lei, decisão judicial ou comando estatal em
geral só se legitima na medida em que serve a estes fins, no que já começa a ficar
clara a importância desta Teoria do Estado para uma Teoria Constitucional, pois é o
controle de constitucionalidade que se diz ser o guardião da “vontade constitucional”,
mas este discurso na grande maioria dos casos falha absolutamente em trazer à tona
à questão central da legitimação das decisões estatais, sua conformidade com os fins
do próprio Estado que as emanou.
Para buscar responder a questão do quais seriam estes fins, Jellinek traz uma
compilação de diversas teoria particulares acerca da finalidade do Estado, dentre as
quais podemos destacar, por exemplo, a crítica que faz à posição que identifica o fim
do Estado apenas como sendo a realização do Direito.
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não podem ser deduzidas apenas de um comando exclusivamente jurídico.
Independentemente de haver previsão legal da sua necessidade, sua importância é
inegável, caso contrário estaríamos negando o próprio Estado.
Para responder à pergunta dos fins particulares do Estado, Jellinek nos diz ser
necessário o estudo teleológico das diferentes instituições e atividades do mesmo,
mas os fins gerais são decorrência de uma outra análise.
Toda actividad del Estado tiene como fin último, desde este punto de vista,
cooperar a la evolución progresiva; en primer lugar de sus miembros, no sólo
actuales sino futuros, y además, colaborar a la evolución de la especie, esto
es, hacer más y más viva la conciencia de la solidaridad en los pueblos, y
hacer que este realidad supere al Estado y colabore en la evolución de la
especie.
Para o autor, portanto, o Estado possui como fim último ajudar na progresso da
humanidade, criando condições adequadas para que os fenômenos sociais que
diretamente atuando neste sentido (como a Moral, a Arte e a Ciência) possam se
desenvolver.
O Direito pode, portanto, cumprir uma importante função nesta persecução, pois ele
não é somente “un medio para conservar una situación actual, sino, además, para
colaborar en la formación de una situación para el futuro”. A força normativa é sempre
parte da ordem jurídica, mas tal potência será sempre direcionada dentro de
determinado conjunto de parâmetros institucionais e legais e respeitando certos
limites e é exatamente aqui que a Teoria Constitucional e a Teoria do Estado
necessariamente se encontram.
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se encuentran en una íntima conexión y hay disciplinas que necesitan
ocuparse de ambas. Son éstas, singularmente, aquellas que se ocupan de
los caracteres o notas jurídicas del Estado y de las relaciones del mismo; en
este caso se hallan dentro del círculo de las doctrinas del Derecho Público,
las de Derecho Constitucional, Administrativo e Internacional. Son tanto
ciencias del Estado cuanto del Derecho.
Com isto, passaríamos a poder e dever avaliar qualquer prática estatal, seja ela a
produção de uma nova lei, um ato administrativo em sentido estrito ou qualquer outra
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conduta que parta de um agente estatal. Todas elas deverão sempre estar de acordo
com os fins do Estado e poderão, portanto, ser revertidas ou anuladas caso se
perceba que se distanciaram deles.
Sem dúvida que tal posição torna a tarefa do jurista muito mais árdua, demandando
um conjunto de saberes e modos de análise com os quais não se esta comumente
acostumado, já que este tipo de debate é muito mais afeito às ciências políticas e
econômicas, assim como à política em sentido estrito. Isto, porém, apenas enriquece
o saber jurídico, tornando-o mais completo e mais apto a entender a sociedade, ao
invés de significar perda de foco ou excessiva politização do Direito.
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considerado como distinto da justiça, é o Direito positivo. É o conceito de
Direito positivo que está em questão aqui; e uma ciência do Direito positivo
deve ser claramente distinguida de uma filosofia da justiça.
Partindo, então, para uma análise pura do Direito, Kelsen nos diz que é a Constituição
o diploma estruturante da ordem jurídica. Ela determina quais órgãos legislarão e
através de qual processo, mas pode inclusive determinar o conteúdo de leis futuras:
Se o Estado é a própria ordem jurídica, ele próprio não pode desrespeitar à lei. Logo,
não faz sentido dizermos que Estado agiu contra os fins estatais em determinada
ocasião. Porém, isto não retira o poder de revisão e anulação do atos estatais, apenas
faz com que tenhamos em mente que quem praticou o ato foi determinada pessoa e
esta pessoa pode, ela sim, agir contra direito e os fins do Estado.
Este ponto nos leva a outra questão importante na obra de questão: o problema
democrático. Se o Estado é a própria ordem jurídica, surge diretamente a questão de
como lidar com o fato de que os agentes do Estado irremediavelmente irão acabar,
em algum momento, desrespeitando os comandos legais que deveriam guiá-los. Esta
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questão se torna ainda mais problemática quando tratamos dos cargos legislativos,
pois serão estes aqueles responsáveis pela manutenção e renovação do
ordenamento jurídico, ou seja, do próprio Estado, logo, ao se afastar das expectativas
de seus eleitores, temos aqui uma completa subversão da lógica da Democracia. Nas
palavras do próprio autor:
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representante. A criação destas normas e comandos, portanto, é central na teoria
kelseniana e já vimos como o processo supostamente democrático por vezes perverte
tal dinâmica.
Esta criação deveria ser um produto da vontade da comunidade e esta só pode surgir,
numa democracia, através do debate livre e franco entre os mais diversos grupos
divergentes. Já antecipando a noção de esfera pública tão presente no debate
contemporâneo, Kelsen nos diz que esta discussão entre maioria e minorias não pode
se dar apenas dentro do órgãos supostamente representativos. Pelo contrário, deve
ocorrer
Portanto, da noção de que o Estado é a própria ordem jurídica chegamos até uma
prescrição positiva acerca do funcionamento do regime democrático, mostrando
claramente, de novo, a necessária relação entre Teoria Constitucional e Teoria do
Estado.
Conclui-se que de fato Constituição e Teoria do Estado são fenômenos que não
podem ser dissociados totalmente. Tanto Jellinek, quanto Kelsen, nos dão amplo
respaldo para fazer tal afirmativa, negando totalmente qualquer tese que busque
sustentar uma separação total entre o saber da Teoria Constitucional e o da Teoria
do Estado. Direito e Ciência Política estão intimamente relacionadas e não podemos
pensar no Estado – seja para criticá-lo, seja para pensar em alternativas ou quaisquer
outras formulações sem necessariamente passarmos por estes dois saberes.
Vamos lá!
3 - PODER CONSTITUINTE
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É o poder de elaborar a constituição, teoria liberal que surge no movimento
iluminista. O pai do poder constituinte é Abade de Sieyès. Em sua teoria, é o poder
da nação de constituir sua própria Constituição. A Constituição está acima do poder
político, portanto o Poder Constituinte é anterior à própria constituição, um poder
ilimitado. No contexto do movimento revolucionário iluminista, transfere-se a
concepção do plano religioso para o plano humanístico.
3.2 - Titularidade
O povo é o titular do Poder Constituinte. Contudo, o povo poderá exercer esse poder
de duas formas diferentes:
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a constituição que será produzida a partir desse momento é
outorga/imposta pelos vencedores.
Deliberativa: surge a partir de um acordo/consentimento dos agentes
sociais de um Estado. Ao escolherem esse estilo, naturalmente irão
adotar o sistema da Assembleia Nacional Constituinte. Se for
uma Constituição elaborada nesse sentido, ela será
uma Constituição Promulgada. A Constituição brasileira de 1988 tem
uma característica deliberada.
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que existem limites jurídicos ao Poder Constituinte, como, por exemplo, os direitos
naturais (liberdade, igualdade, vida etc.)
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Limitações Formais: Dizem respeito ao processo legislativo de uma EC,
como se produz uma emenda no país. A produção de uma emenda é muita
mais complexa do que a criação de uma lei ordinária. Para uma EC ser
aprovada, necessita de aprovação por 3/5 da Câmara e 3/5 do Senado em
dois turnos.
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6 - PODER CONSTITUINTE DERIVADO DIFUSO
Por exemplo:
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7 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
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É a busca da Identificação de características que permitem diferenciar as
constituições dos Estados, conforme diferentes critérios.
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7.2 – Forma
7.3 – Estabilidade
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sociedade varia, é dinâmica e a Constituição deve acompanhar a
sociedade.
8 – ORIGEM
9 – EXTENSÃO
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Sintética: esse tipo de Constituição é mais específico, trata dos assuntos
mais importantes como: políticos, sociais etc.
10 - MODO DE ELABORAÇÃO
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Fechando o preâmbulo da constituição brasileira encontra-se a invocação de
deus in litteris: “sob a proteção de Deus”, e seria possível nesta identificar uma
contradição em relação ao texto constitucional que instituiu um Estado laico, ou
seja, fundado na separação entre Igreja e Estado. Mas, preferimos acreditar que se
trata de um chamamento a um Deus ecumênico e não confessional. É especial
relevante o questionamento sobre a força jurídica das disposições contidas no
preâmbulo.
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normativo e força obrigatória (vide a decisão ADIn 2.076/AC julgada me 15/08/2002)
concluiu que o preâmbulo representa apenas os princípios contidos no corpo
permanente da Constituição Federal os quais detém força normativa própria.
Porém, em julgado no ano 2009, o mesmo STF partiu da premissa de que há valor
para a interpretação e aplicação do direito, os valores e objetivos expressos no
preâmbulo podem ser invocados como reforço argumentativo para justificar
determinada decisão mediante leitura articulada e sistemática, mas sempre em
conjunção com os preceitos normativos do texto principal da Constituição
Federal (vide HC 94163, DJ 23/10/2009, rel. Min. Carlos Britto) em que foi invocado
o objetivo da construção de uma sociedade fraterna, tal como enunciado no
preâmbulo.
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Reforçou a ideia de força jurídica do preâmbulo Agra Walber de Moura,
principalmente ao afirmar que a norma infraconstitucional que contrariar o
preâmbulo é de fato inconstitucional.
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constantemente em busca de sua eficácia e atualização contínua em face da
realidade sociopolítico-econômica.
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não se cogitaria em imperatividade das normas, indispensável característica para
impor a obediência destas.
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o direito à privacidade (de não exibir certa reportagem) entre em rota de colisão com
o direito à informação. Para solucionar o impasse, possui maior importância
constitucional e encontra maior amparo no ordenamento jurídico brasileiro.
Princípio da força normativa idealizado por Konrad Hesse que aconselha que o
intérprete deve valorizar as soluções que possibilitem a atualização normativa, a
eficácia e a permanência da Constituição. Deve-se priorizar a interpretação que dê
concretude à normatividade constitucional (sem negar-lhe eficácia).
ordem e ordenação;
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estabilidade;
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Por sentido horizontal de poder dá-se mediante divisão e limitação recíproca e de
equiparação (posto que instituiu igual posição hierárquica das funções do poder
estatal) assim temos as funções (legislativa, executiva e judiciária).
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Ainda que se tenha, de certa maneira, decretado o fim do constitucionalismo
dirigente pelo menos o da sua original acepção no constitucionalismo lusitano
Canotilho reconhece que muitas constituições possuem normas impositivas de fins,
tarefas e programas (o que alguns doutrinadores chamam de normas programáticas
ou normas-objetivo) que possuem eficácia e aplicabilidade.
Enfim, a questão não é como pode a constituição exercer suas funções, mas como
estas se concretizam e qual eficácia, aplicabilidade e efetividade torna possível o
Estado idealizado e organizado pelo texto fundamental.
Será nominalista quando não tiver plena congruência a realidade política e social do
Estado, mas que anseia chegar a este estágio. Apesar de não ter dispositivos
dotados de força normativa capaz de controlar os processos de poder ainda se
almeja a sintonia entre texto e contexto.
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Pretendeu-se então um texto compatível plenamente com a nova realidade
democrática que se instaurava. Mas, ainda infelizmente, não atingiu plenamente
esse fim, pois em alguns casos, há absoluta ausência de simbiose entre o texto
constitucional e o contexto da realidade brasileira.
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Já a constituição rígida admite a alteração textual porém exige processo legislativo
solene e complexo. Como exemplo, temos a atual constituição brasileira de 1988
apesar de existir a leve divergência doutrinária.
A constituição flexível admite farta alteração textual por meio de processo legislativo
comum, ordinário, não exigindo qualquer processo específico ou rigoroso. A
principal consequência dessa flexibilidade é a inexistência da supremacia formal
da Constituição sobre as demais normas, posto que todas sejam modificáveis pelo
rito comum e idêntico.
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vezes por processo menos dificultoso). A nossa constituição imperial de 1824 era
assim.
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Quanto ao sistema, poderá a Constituição ser principiológica, onde há relevância
dos princípios que são normas preponderantes de elevado grau de abstração e
necessitam de mediação legislativa ou judicial. A doutrina considera a nossa
atual constituição como principiológica.
O art. 5º, inciso LXXIV da CF/1988 estabelece que o Estado prestará a assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Já
decidiu o STF que é norma de aplicabilidade imediata (eficácia plena). Tal pretensão
positiva será realizada através de defensores públicos (art. 134 da CF/1988) que
concretizará essa determinação constitucional.
Uadi Lammêgo Bullos inova ao reconhecer normas com eficácia exaurida ou
esvaziada posto que já extinguiram a produção de seus efeitos. São próprias do
ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias).
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A imperiosa relevância justifica-se principalmente porque as normas constitucionais
são as primeiras dentro do sistema positivo, pois antes destas, só havia o direito
natural, o que acarreta total distinção no seu processo de interpretação.
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BIBLIOGRAFIA
DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 29.ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2004.
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FILHO, Agassiz Almeida. Introdução ao Direito Constitucional. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense, 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23. Ed. São Paulo: Editora Atlas,
2008.
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