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4)De fato, existem três modalidades de certificação para que um produtor possa ser

considerado orgânico no Brasil. São elas:


1. Certificação por terceira parte: Nessa modalidade, a certificação é realizada por uma
entidade certificadora credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), que realiza auditorias e verifica se a produção segue as
normas da legislação orgânica brasileira. Essa é a modalidade mais comum de
certificação orgânica no Brasil e é obrigatória para produtos que serão
comercializados além do estado de origem.
2. Certificação por auditoria participativa: Nessa modalidade, a certificação é realizada
por um grupo de agricultores que se reúnem para formar uma rede de certificação
participativa. Nesse modelo, os próprios produtores se certificam uns aos outros,
com a supervisão de um técnico. Essa modalidade é uma alternativa à certificação
por terceira parte, mas só é aceita em alguns estados brasileiros.
3. Autodeclaração: Nessa modalidade, o próprio produtor se autodeclara como
orgânico, sem a necessidade de uma entidade certificadora ou auditoria
participativa. No entanto, essa modalidade só é permitida para produtores com
venda direta ao consumidor e que estão no processo de transição para a certificação
por terceira parte.
As principais diferenças entre essas modalidades são o grau de rigor na verificação das
práticas de produção orgânica e o custo para o produtor obter a certificação. A certificação
por terceira parte é a mais rigorosa, pois é feita por uma entidade certificadora credenciada
pelo MAPA, e é a mais cara, pois envolve o pagamento de taxas. Já a certificação por
auditoria participativa é menos custosa, mas pode não ser aceita em todos os estados
brasileiros. Por fim, a autodeclaração é a modalidade mais simples e menos custosa, mas só
é permitida em casos específicos e pode não ser suficiente para alguns consumidores que
buscam a segurança de um selo de certificação reconhecido.

4.1) O EM (Effective Microorganisms) é uma tecnologia que utiliza microrganismos eficazes


para o desenvolvimento de insumos para sistemas de produção de base ecológica. Esse
insumo pode ser utilizado em diversos processos agrícolas, tais como: adubação orgânica,
controle biológico de pragas e doenças, além de promover a saúde do solo e das plantas.
O processo de desenvolvimento do EM ocorre em três etapas sucessivas. Na primeira etapa,
ocorre a seleção dos microrganismos eficazes que irão compor o insumo. São selecionados
microrganismos que são capazes de decompor matéria orgânica e melhorar a qualidade do
solo e das plantas, além de microrganismos que podem controlar pragas e doenças.
Na segunda etapa, os microrganismos selecionados são cultivados em um meio de cultura
adequado. Nesse processo, é importante manter as condições de temperatura e umidade
ideais para a multiplicação dos microrganismos. Durante a multiplicação, os microrganismos
produzem ácidos orgânicos, enzimas e outros compostos que serão utilizados no
desenvolvimento do insumo.
Na terceira etapa, ocorre a fermentação dos microrganismos selecionados. Nessa etapa, são
adicionados açúcares e outros nutrientes para que os microrganismos possam fermentar e
produzir o insumo. É importante manter as condições adequadas de temperatura e
umidade para a fermentação dos microrganismos. Após a fermentação, o insumo é
armazenado em local adequado para utilização posterior.
O EM é uma tecnologia importante para a agricultura de base ecológica, pois atua no
metabolismo das plantas, melhorando a sua resistência a pragas e doenças e promovendo a
saúde do solo. Além disso, é uma alternativa natural e sustentável para a adubação e
controle de pragas e doenças, sem o uso de produtos químicos prejudiciais ao meio
ambiente e à saúde humana.
6) A teoria da trofobiose propõe que a saúde das plantas e sua resistência a pragas e
doenças estão diretamente ligadas à qualidade nutricional e ao equilíbrio do sistema de
produção agrícola. Em sistemas de base agroecológica, essa teoria pode ser aplicada de
várias maneiras práticas.
Uma das principais aplicações da teoria da trofobiose é o manejo integrado de pragas e
doenças. Ao invés de se concentrar na eliminação das pragas através do uso de agrotóxicos,
o manejo integrado visa equilibrar o sistema de produção de forma a fortalecer as plantas e
torná-las menos vulneráveis aos ataques de pragas e doenças. Isso pode ser alcançado
através de uma série de práticas, tais como:

 Adubação orgânica: A adubação orgânica fornece nutrientes de forma equilibrada e


sustentável para as plantas, promovendo o crescimento saudável e fortalecendo seu
sistema imunológico.
 Rotação de culturas: A rotação de culturas ajuda a prevenir o esgotamento do solo e
o acúmulo de pragas e doenças, promovendo a biodiversidade e reduzindo a
vulnerabilidade das plantas.
 Controle biológico: O controle biológico utiliza inimigos naturais das pragas e
doenças para controlar sua população, sem recorrer ao uso de agrotóxicos.
 Uso de cultivares resistentes: A escolha de cultivares resistentes pode reduzir a
vulnerabilidade das plantas a pragas e doenças, diminuindo a necessidade de
intervenção externa.
Além disso, a teoria da trofobiose também pode ser aplicada em outras práticas, tais como a
poda e a irrigação, de forma a garantir que as plantas recebam a quantidade adequada de
nutrientes e água. Em resumo, a teoria da trofobiose é uma abordagem integrada e holística
para a produção agrícola, que valoriza o equilíbrio e a saúde do sistema como um todo.
7) O processo de conversão de uma cafeicultura convencional para uma produção orgânica
envolve diversos aspectos legais que devem ser observados pelo consultor para garantir a
conformidade do produtor com as normas e regulamentações. Abaixo são apresentados
cinco aspectos legais importantes a serem considerados:
1)Legislação orgânica: o consultor deve estar familiarizado com as legislações e
normas relativas à produção orgânica, incluindo o Decreto 7.794/2012, que
regulamenta a produção orgânica no Brasil, as normas técnicas da produção orgânica do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem como as normas
estabelecidas pelas Organizações de Controle Social (OCS) que concedem o selo de
produto orgânico.
2)Análise de solo: antes de iniciar a conversão da lavoura para a produção orgânica,
é necessário realizar uma análise de solo para avaliar as condições atuais do solo e
determinar se há necessidade de correção ou fertilização. A análise deve seguir as normas
estabelecidas pelo MAPA e o resultado deve ser levado em consideração no planejamento
do manejo do solo.
3)Manejo integrado de pragas e doenças: o manejo integrado de pragas e doenças é
uma exigência para a produção orgânica, e deve ser estabelecido um plano de manejo que
inclua práticas preventivas e curativas. O consultor deve conhecer as práticas permitidas e
proibidas para o controle de pragas e doenças, como a utilização de bioinseticidas e
biofungicidas.
4)Registro de insumos e defensivos: é obrigatório manter um registro detalhado de
todos os insumos e defensivos utilizados na produção orgânica, incluindo a data de
aplicação, a dose, a área tratada e o nome do produto. Os registros devem ser mantidos por
pelo menos cinco anos e estar disponíveis para inspeção.
5)Certificação: a certificação é um processo voluntário, mas é necessário para a
comercialização dos produtos como orgânicos. O consultor deve orientar o produtor a
escolher uma OCS reconhecida pelo MAPA e auxiliar na preparação dos documentos
necessários para o processo de certificação, como o Plano de Manejo Orgânico e o Relatório
de Conversão.

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