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QUALIDADE DE SEMENTES: SISTEMAS DE CONTROLE E TESTES

Prof. Sebastião Medeiros Filho

1. Qualidade de sementes
Qualquer que seja a cultura, o sucesso da sua produção, depende, em
grande parte, da qualidade das sementes utilizadas; qualidade esta determinada
pela interação dos aspectos genético, físico, fisiológico e sanitário. Portanto,
entende-se por qualidade de sementes o somatório dos atributos genéticos, físicos,
fisiológicos e sanitários presentes em um determinado lote.
O atributo genético refere-se à pureza varietal e às características intrínsecas
da cultivar tais como, resistência a pragas e a doenças, potencial de produtividade,
adaptação ao solo e clima, precocidade.
O aspecto físico é caracterizado pela pureza física do lote, na qual se leva em
consideração a presença de sementes de outras espécies e de material inerte, além
da umidade, cor, tamanho, forma, peso e danos físicos (trincas).
O componente sanitário diz respeito a presença de insetos e microrganismos
associados às sementes, cuja contaminação pode ocorrer desde a fase de campo
até o armazenamento.
O atributo fisiológico é determinado pela longevidade, capacidade de
germinação e o vigor apresentado pela semente.
Portanto, é facilmente perceptível que um lote de sementes com padrões de
qualidade desejável deve apresentar não só um, mas vários valores que tragam
benefícios e satisfaçam, sobretudo, ao usuário.

2. Sistemas de controle de qualidade de sementes


No Brasil, existem dois sistemas de controle de qualidade de sementes: o
sistema interno e o externo. Ambos visam a produção e oferta de sementes com
qualidade acima dos padrões exigidos.
a) Sistema interno: neste sistema o controle da qualidade é realizado pelo próprio
responsável pela semente (produtor, firma ou comerciante), sendo que os resultados
não têm valor legal (oficial), ou seja, não é reconhecido pela entidade certificadora,
servindo como fonte de informação apenas ao interessado.

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b) Sistema externo: neste sistema o controle é realizado por entidades
governamentais, sendo de caráter público e com valor oficial.

3. Testes
Para que se possa efetuar a avaliação da qualidade de sementes, torna-se
necessário a realização de análises em laboratório, visando obter resultados sobre a
qualidade fisiológica, genética, física e sanitária. Quando o controle é efetuado pelo
responsável (controle interno) cabe ao mesmo escolher os testes que achar
conveniente. Porém, no sistema externo os testes são determinados por normas
estabelecidos pela legislação vigente do programa de produção de sementes. Os
testes, listados abaixo, são os adotados pelo Programa Nacional de Produção de
Sementes do Brasil e que estão descritos nas Regras para Análises de Sementes de
2009, com suas respectivas metodologias.

1- Análise de pureza
2- Verificação de outras cultivares
3- Determinação de outras sementes por número.
4- Teste de germinação
5- Teste de tetrazólio
6- Determinação do grau de umidade
7- Análise de sementes revestidas
8- Teste de sanidade de sementes
9- Exame de sementes infestadas (danificadas por insetos).
10- Peso Volumétrico
11- Peso de mil sementes
12- Número de sementes sem “casca” e número de sementes com “casca”
13- Teste de uniformidade (retenção de peneiras).
14- Teste de embrião excisado.
15- Teste de raios X .
16- Teste de sementes por repetições pesadas

Vale ressaltar que cabe a cada estado brasileiro a escolha (através das suas
Normas) dos testes que devem ser obrigatoriamente usados.

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Outra observação: apesar dos testes que medem o vigor de sementes serem
usados com bastante freqüência no controle interno, a legislação ainda não permite
que eles sejam adotados no sistema de controle externo.

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