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MÓDULO 6
Conhecendo os
procedimentos
práticos
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural
SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner
Módulo 6
Conhecendo os procedimentos práticos
Seja bem-vindo ao sexto módulo! Nesta etapa você irá conferir como se executa trabalhos com
aplicação de defensivos agrícolas na prática, desde a origem da demanda do serviço até a lava-
gem e armazenamento do Equipamento de Proteção Individual - EPI.
Aula 1
Nesta aula veremos como proceder, de maneira correta, a aplicação de defensivos agrícolas.
Iremos iniciar com as aplicações manuais que na maioria das vezes acontecem com a tradicional
bomba costal, o pulverizador, com capacidade para 20 litros. Porém, o conteúdo apresentado
poderá ser realizado em qualquer tipo de aplicação manual. Vamos começar?
capacitados, como os engenheiros agrônomos, que irão gerar uma receita agronômica contendo
a indicação do produto que será utilizado e outras informações complementares: horário propício,
cuidados a serem tomados e o método de aplicação.
Você que irá trabalhar na aplicação de defensivos agrícolas vai precisar entender um pouco
sobre o procedimento de receituário agronômico para seguirmos adiante. Vamos conhecer esse
processo? Veja no quadro abaixo quais são os passos que desencadeiam na aplicação de um
defensivo agrícola:
Bula: a bula normalmente fica junto ao rótulo do produto, colado na parte externa do recipiente.
Dica do Especialista
A armazenagem deve seguir alguns critérios, principalmente referente às edificações para tal
fim. Conforme vimos no módulo 2 deste curso, a NR31, em seu item NR31.7.3-i, traz a seguinte
informação:
No módulo 2 vimos quais são as exigências sobre as edificações para armazenamento do pro-
duto, caso necessário, volte e confira o conteúdo.
Para cada aplicação de defensivo químico sugerimos que seja feito uma OS – Ordem de Servi-
ço, também chamada de permissão de trabalho. Vamos ver o que diz a NR31 sobre a OS:
Como pudemos ver, a OS é um documento interno que deve ser emitido pelo empregador ou
equiparado e entregue ao funcionário que executará o serviço.
Dica do Especialista
Agora, vamos verificar quais são os próximos passos para a aplicação do produto.
No módulo 4, vimos quais são os pictogramas que podem conter em uma bula e no módulo 5,
vimos quais são todos os componentes de EPI que podem ser solicitados na hora da aplicação
do defensivo agrícola. Se achar necessário, volte e reveja esses conteúdos!
Preparo da calda
Nesta etapa, o aplicador irá fazer a diluição do produto químico em um recipiente com água,
que posteriormente será diluído novamente na bomba de aplicação ou então, em caso de apli-
cação com pulverizadores costais, a calda pode ser preparada dentro do próprio pulverizador,
com o auxílio de um dosador.
sagem indicada poderá ser consultada na OS, na receita agronômica ou na bula do produto,
este também é o momento onde serão adicionados os produtos adjuvantes.
Alguns produtos já vêm com ele na formulação e por isso não precisam ser adicionados na
hora da aplicação.
Adjuvantes: os adjuvantes possuem funções específicas e os mais comuns são: espalhantes adesivos,
supressores de espuma, reguladores de pH, solubilizantes, penetrantes, entre outros.
Por se tratar de doses específicas, nesta etapa o aplicador necessitará de um recipiente dosador
ou então recipiente com a medida conhecida.
Vamos ver abaixo o passo a passo de preparo de calda no próprio pulverizador costal:
Passo 2 Passo 3
Coloque água no recipiente do
Vista o EPI.
pulverizador até a metade do
Vestido, coloque
total que será preparado. Faça a
o pulverizador
Passo 1 dosagem de acordo com a
costal em cima
recomendação e, com o auxílio
de uma bancada,
Separe o produto, os de um copo graduado ou similar,
em um ambiente
equipamentos e as despeje a dosagem também na
aberto e com
ferramentas necessárias bomba. Complete a outra
disponibilidade
para o preparo da calda. metade do volume de água,
de água.
mexa com uma haste de madeira
e tampe o pulverizador costal.
Aplicação do produto
Chegou o momento da aplicação. Após o preparo da calda e o produto colocado na bomba, é
hora de realizar o serviço na área de tratamento.
Ainda com relação ao horário recomendado para aplicação dos produtos, quando ele não for
descrito na OS, receituário ou bula, pode-se prezar pela boa prática de aplicar em um horário
no qual o impacto sobre insetos benéficos seja menor.
Insetos que não são considerados pragas podem proporcionar um equilíbrio natural. Alguns
deles são até mesmo benéficos para a produção e podem agir como predadores de pragas na
cadeia alimentar.
Após o término da aplicação do produto, a área deverá ser identificada e sinalizada. A sinali-
zação serve para informar os demais trabalhadores ou terceiros sobre a aplicação do produto,
nesta identificação duas informações são primordiais: período de carência e intervalo de reen-
trada. Veja no quadro abaixo o que é cada um deles:
Tanto o período de carência quanto o intervalo de reentrada podem ser encontrados na OS, na
receita agronômica ou na bula do produto.
Estudo de caso
No 11º dia após aplicação, Augusto, outro funcionário da fazenda, mas que não trabalha
com exposição direta a defensivos agrícolas, precisou entrar na área tratada pois estava
procurando uma ferramenta que havia perdido e suspeitava ter deixado no local antes
do tratamento feito por Renato. Então, por conta própria, para não incomodar ninguém,
colocou parte dos EPIs que estavam guardados no vestiário da fazenda, faltando a más-
cara facial. Augusto entrou no local e conseguiu encontrar a ferramenta que estava pro-
curando. Tudo isso foi muito rápido, levando menos de 15 minutos até voltar para sua
atividade.
Reflexão
Aula 2
Destinação das sobras e água Após a aplicação, as possíveis sobras e a água re-
residuária do enxágue da siduária do enxágue da bomba devem ser desti-
bomba nadas à bordadura da área da tratada.
Bordadura: toda área de plantio tem uma extremidade do talhão que é considerada como bordadura.
Pode ser apenas a área mais externa do talhão, um carreador, uma área de preservação permanente,
uma rodovia ou mesmo um perímetro pertencente a um vizinho.
Assim que todas essas etapas forem realizadas, o serviço estará encerrado de forma segura e regular.
Saiba mais
Para saber mais sobre devolução de embalagens, assista a essa reportagem do jornalismo
da Band: https://www.youtube.com/watch?v=MH6GaW_6MSc
Agora vamos ver como realizar a aplicação de defensivos agrícolas de forma mecânica.
É importante ressaltar que, para aplicações mecanizadas, o trabalhador também deverá estar
capacitado para o desempenho de trabalho com máquinas e implementos agrícolas.
Momentos antes da aplicação, o trabalhador também poderá fazer um check-up rápido na má-
quina e verificar se tudo está funcionando perfeitamente.
Agora, vamos conferir o passo a passo para que esse procedimento seja realizado.
Etapas iniciais
Em caso da aplicação mecanizada, as etapas iniciais se assemelham com a aplicação manual
as etapas: 1.1 Origem da demanda do serviço,
receituário agronômico; 1.2 Armazenamento e
transporte do produto e 1.3 Procedimento in-
terno, OS – Ordem de Serviço, são as mesmas.
Em casos de tratores não cabinados ou com cabines não vedadas, o EPI se torna necessário.
Preparo da calda
O preparo da calda na aplicação mecanizada também deve ser efetuado com cautela e com o EPI
exigido corretamente vestido. A diferença é que, após o preparo da calda, ela não será colocada
em uma bomba manual, mas sim no recipiente do implemento para aplicação.
Etapas posteriores
As etapas posteriores à aplicação mecanizada como descarte das embalagens, rearmazenamen-
to do produto, retirada e limpeza do EPI (quando utilizado) também seguem os mesmos precei-
tos que vimos na aplicação manual.
Estudo de caso
Marcos trabalha com aplicação de defensivos agrícolas no sítio Rio Bonito e recebeu
uma OS para fazer uma aplicação motorizada na lavoura. Como o trator do sítio tem
cabine vedada, que atua como EPC – Equipamento de Proteção Coletiva, Marcos colo-
cou o EPI apenas para o preparo da calda. Após pre-
parar a mistura, ele retirou o EPI e deixou-o no local
onde preparou a calda para lavar e guardar após o
término do serviço. Durante a aplicação na área tra-
tada, Marcos, que é um condutor experiente de tra-
tor, percebeu um ruído que possivelmente seria um
parafuso solto. Então, sem desligar o trator, desceu
e fez o aperto do parafuso rapidamente, voltando
assim a fazer a aplicação com sucesso. A prática
realizada por Marcos está correta?
Reflexão
Recapitulando
Chegamos ao final do módulo e também do nosso curso, parabéns! Aqui você conheceu como
proceder com a correta aplicação de defensivos agrícolas na prática cotidiana de um trabalhador
do setor.
Acompanhamos toda sistemática que envolve a aplicação de defensivos agrícolas, desde a gera-
ção da demanda, o receituário agronômico, a geração da ordem de serviço, o armazenamento, a
aplicação e, por fim, as medidas de higiene ao término da aplicação.
Vimos a importância da identificação da área tratada após cada aplicação e também boas prá-
ticas na hora da aplicação, visando minimizar os riscos de acidentes e também os impactos no
meio ambiente.
Constatamos que a aplicação mecanizada segue os mesmos passos iniciais da aplicação ma-
nual, diferenciando-se no momento da aplicação.
Por fim, sabemos que seguindo as recomendações e efetuando a aplicação de forma eficiente, os
riscos de acidentes com defensivos agrícolas são extintos ou minimizados. Por isso, essas etapas
merecem toda atenção que proporcionamos neste módulo.
Esperamos que todo conteúdo que vimos aqui seja útil na sua lida diária.
1. Nos trabalhos com uso de defensivos agrícolas há um procedimento que é realizado nas
primeiras etapas. Trata-se do processo de receituário agronômico. No surgimento da ne-
cessidade de controle de uma praga, o aplicador não deve realizar nenhum serviço sem
orientação adequada, seguir dicas de vizinhos ou recomendações feitas no passado para
controles semelhantes. Afinal, quem é o responsável por fazer esse processo de receituário
agronômico?
a) Um responsável técnico com formação em ciências agrárias, como um engenheiro
agrônomo.
d) O trabalhador que fará a aplicação do produto, visto que ele poderá escolher aquele
com uma melhor forma de aplicação.
2. Durante a lida cotidiana, certo funcionário de uma propriedade rural, com capacitação para
trabalhos com exposição direta a defensivos agrícolas, percebeu que a lavoura de milho es-
tava precisando de reaplicação de inseticida para controle de uma praga que causa sérios
danos econômicos. Então lembrou que, por mais que ele já havia feito outra aplicação há al-
guns dias, deveria buscar uma nova Ordem de Serviço antes de começar o planejamento para
a nova aplicação. Com quem ele deverá se comunicar para fazer a emissão desta OS e poder
realizar com segurança o serviço?
a) O engenheiro agrônomo.
d) Intervalo entre a compra do produto químico e a reentrada da nota fiscal para controle
sanitário.
Finalizando o Curso
No decorrer deste curso, você estudou os riscos existentes na manipulação de produtos tóxicos,
como é possível evitar acidentes dessa espécie e os procedimentos práticos para aplicação. Com
base na NR31.7, descobriu os princípios legais de utilização e quais são as medidas mais seguras
de manipulação.
Aproveite todo conhecimento adquirido para atuar de forma adequada durante o exercício diário
da sua função. Fique sempre atento também às informações presentes nas bulas e rótulos. Com
todo esse conhecimento, certamente, você estará pronto para exercer sua função com segurança.
Fonte: Shutterstock
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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO Nacional de Defesa Vegetal. Manual de Segurança e Saúde/ANDEF. Campinas,
São Paulo: Linea Creativa, 2006.
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YAMASHITA, Maria Gabriela Nunes. Análise de rótulos e bulas de agrotóxicos segundo dados
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dade tipográfica. Bauru: UNESP/FAAC, 2008.
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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7
Módulo 1
1) A
2) B
3) B
Módulo 2
1) C
2) D
3) A
Módulo 3
1) B
2) A
Módulo 4
1) D
2) A
3) C
Módulo 5
1) C
2) D
3) C
Módulo 6
1) A
2) D
3) C
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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7
Se você respondeu que a mudança teve influência direta na diminuição do impacto ambiental e
para o ser humano, você está certo. A combinação de doses menores e menos toxicidade tem in-
fluência direta na segurança dos trabalhadores e também na preservação da natureza.
Se você respondeu que a primeira medida seria afastar a pessoa da fonte de contaminação e ob-
servar a presença de anormalidades que possam representar risco de vida imediato, você está cer-
to. O contaminado pode apresentar sinais que levam à parada ou dificuldade respiratória, parada
circulatória, estado de choque, convulsões ou até mesmo ao coma. Por isso, é importantíssimo que
nas propriedades que utilizam produtos fitossanitários as pessoas envolvidas na atividade tenham
treinamento em primeiros socorros.
Se você respondeu que a atitude está errada, você acertou. O intervalo de reentrada deve ser se-
guido à risca, em hipótese alguma, outro funcionário deve adentrar a área tratada antes do término
desse intervalo, muito menos sem todos os componentes do EPI recomendados. Neste caso, o cor-
reto seria Augusto conversar com Renato, explicar a situação, e então Renato, que é quem possui a
capacitação e as orientações adequadas para o trabalho com exposição direta a defensivos agríco-
las colocaria o EPI, com os componentes adequados e adentrar a área tratada para procurar a ferra-
menta de Augusto. O possível incômodo, ou contratempo, em procurar o profissional adequado ou
então informar ao encarregado sobre a situação são irrelevantes perante os riscos de tal situação.
O recomendado é que o funcionário carregue o EPI junto à cabine do trator, mesmo que não esteja
vestindo-o, justamente para casos de emergência. Já em situações onde essa recomendação não foi
seguida e acontece um imprevisto, a primeira orientação é que o condutor analise se há a possibi-
lidade de conduzir o trator para fora da área tratada para assim fazer o reparo na máquina, se isso
não for possível, o condutor deverá sair do trator e sair da área tratada imediatamente, procuran-
do passar por um caminho onde ainda não tenha sido feito aplicação, e então vestir o EPI e voltar
para fazer o reparo no trator. Outra orientação é que sempre desligue o trator e certifique-se que
o mesmo está com os freios acionados para fazer as manutenções, pois além dos riscos químicos
proporcionados pelos defensivos, há também outros riscos presentes no trabalho com máquinas.
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