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IRRIGAÇAO
Waldir A. Marouelli
José Francismar de Medeiros
Washington LuiZ de Carvalho e Silva
José Maria Pinto
(
I
54 Melão Produção Frutas do Brasil, 33
origem mineral, como areia, silte e argila,ou irrigação, também pode causar sérios
orgânica, constituída por matéria morta e problemas de obstrução dos gotejado-
organismos vivos. A matéria orgânica mor- res. A proliferação de algas, que depende
ta pode ter origem animal ou vegetal, como de energia luminosa, é estimulada por
folhas, galhos e outros detritos. Dentre os excesso de nutrientes, como nitrogênio
organismos vivos presentes na água, desta- e fósforo. As bactérias não requerem luz
cam-se bactérias, vírus e protozoários. para desenvolvimento e, na presença de
O principal problema de qualida- substâncias como ácido sulfídrico, fer-
de de água na irrigação por gotejamen- ro, manganês e argila, produzem massas
to está relacionado com a obstrução mucilaginosas (lodo) que podem facil-
de gotejadores pelas impurezas em sus- mente obstruir os gotejadores. Baixíssi-
pensão, a formação de precipitados e a mas concentrações (a partir de 0,2 mg/L)
atividade microbiológica. Na Tabela 12 de ferro, manganês e sulfetos são sufici-
é apresentado um critério para avalia- entes para propiciar ativo desenvolvi-
ção do risco potencial de obstrução de mento de bactérias. As ferro-bactérias
gotejadores em função da qualidade físi- filamentosas, no seu processo metabóli-
ca, química e biológica da água. co, transformam o ferro solúvel reduzi-
do (Fe+2) em ferro insolúvel oxidado (Fe"')
Aspectos sanitários produzindo um lodo mucilaginoso. As
sulfo-bactérias produzem um lodo bran-
Águas superficiais contaminadas por co gelatinoso de enxofre.
organismos patogênicos podem servir de Um dos métodos mais utilizados
veículo para a transmissão de doenças aos em todo o mundo para controle de algas
agricultores e aos consumidores, como e bactérias é a adição de cloro na água de
amebíase, giardíase, verminoses, febre ti- irrigação. Todavia, o tratamento é caro
fóide e cólera, quando utilizadas para irri- e requer manejo cuidadoso. O cloro
gação. Felizmente, o cultivo do meloeiro residual livre medido no final da linha
é, em geral, realizado longe dos centros lateral deve ser mantido a 0,5-2,0 mg/L,
urbanos, onde as águas disponíveis para se injetado de forma contínua durante a
irrigação ainda apresentam baixos índices irrigação, ou entre 10-20 mg/L, se inje-
de contaminação por tais patógenos. tado 1-2 vezes por semana durante os
O desenvolvimento microbiano, últimos 30 minutos da irrigação. Graves
como de algas e bactérias, na água de problemas de obstrução podem, muitas
vezes, ser minitnizados por meio de su- gotejadores recomendam filtros de 75-
percloração (100-500 mg/L) e manuten- 150 11m (100-200 mesh'). A recomenda-
ção da solução por 24 horas dentro da ção geral é remover todas as partículas
f' tubulação, Para maior eficiência, o cloro maiores que 10% do diâmetro do orifício
deve ser usado em água com pH entre ou de passagem de fluxo do gotejador.
5,5-6,5, Algumas das fontes de cloro são Os problemas com os detritos vege-
~(
J
o hipoclorito de sódio, hipoclorito de tais podem ser facilmente minimizados
cálcio, gás cloro e ácido hipocloroso. com o uso de telas na própria captação.
r
,l.
Aspectos físicos
Os filtros tipo ciclone, centrífugos e tan-
ques de sedimentação são próprios para
eliminar areia grossa, mas não são indica-
As características físicas da água in- dos para sólidos orgânicos. Os filtros de
cluem a totalidade de sólidos em suspen- disco e tela são indicados para eliminar
são e as substâncias orgânicas dissolvidas. praticamente quaisquer tipos de sólidos
Partículas em suspensão podem restringir suspensos, mas são obstruídos com faci-
o uso da água para irrigação,caso não seja lidade por materiais orgânicos. Os filtros
Tabela 13. Critério para seleção do tipo de filtro para sistema de irrigação por
gotejamento.
. -'
Material orgânico Material inorgânico Tipo de filtro*
Aspectos químicos
Equação 1
Tabela 14. Restrições de uso do águo poro fins de irrigação de acordo com os aspectos
químicos.
Restrição de uso
Problema Nenhum Moderado Severo
Salinidade
CEa (dS/m) <0,7 0,7 - 3,0 >3,0
STD (mg/L) <450 450 - 2000 >2.000
Permeabilidade do solo
RAS = 0-3 e CEa (dS/m) = >0,7 0,7 - 0,2 <0,2
RAS = 3-6 e CEa (dS/m) = >1,2 1,2 - 0,3 <0,3
RAS = 6-12 e CEa (dS/m) = >1,9 1,9 - 0,5 <0,5
RAS = 12-20 e CEa (dS/m) = >2,9 2,9 - 1,3 <1,3
RAS = 20-40 e CEa (dS/m) = >5,0 5,0 - 2,9 <2,9
Toxidez
Sódio (RAS) <3,0 3,0 - 9,0 >9,0
Cloreto (meq/L) <4,0 4,0 - 10,0 >10,0
Boro (mg/L) <0,7 0,7 - 2,0 >2,0
NH4 e N03 (mg/L) <5,0 5,0 - 30,0 >30,0
CEa = condutividade elétrica da ógua; STO = sólidos totais solúveis; RAS = razõo de absorçõo de sódio.
Fonte: Ayers & Westcot (1991).
Frutas do Brasil, 33 Melão Produção
...
rais que aumentem a infiltração e redu-
Equação 2
'.• zam a evaporação de água do solo, rea-
CEa
LR=----- lização de manejo adequado de irrigação
5 X CEe - CEa e seleção de cultivares mais adaptadas
Emque: aos níveis de salinidade existentes.
O sódio, quando em excesso na
LR = lixiviação mínima requerida
água, pode interagir com o solo, redu-
(decimal)
zindo sua permeabilidade e, assim difi-
CEa = condutividade elétrica da cultar a infiltração de água e a oxigena-
água de irrigação (dS/m). ção do solo, prejudicando o desenvol-
vimento das plantas. As medidas preven-
Para aplicações praticas, utilizar tivas ou corretivas são: aplicação de cor-
"
um valor de CEe entre 2,2-3,6 dS/m, que retivos ao solo e à água, como o gesso, e
corresponde a 90%-100% da produtivi- rompimento da crosta superficial do solo,
dade potencial do meloeiro. como a escariftcação, aração profunda e
Para irrigação por gotejamento com uso de materiais orgânicos, para propi-
alta freqüência, a fração de lixiviação é ciar melhor infiltração de água.
calculada pela média das equações 3 e 4 As águas com pH acima de 7,5 e alta
(Smith & Hancock, 1986; K.eller & Bli- concentração de bicarbonato (acima de
esner, 1990). 2 meq/L) podem provocar a obstrução
gradual dos gotejadores, pela precipita-
ção de sais. Água rica em cálcio dificulta,
Equação 3 principalmente, o manejo de fertilizan-
CEa tes fosfatados. A obstrução pode ainda
LR=----
2 X CEemax se dar pela oxidação de ferro e manga-
Em que:
nês, que é favorecida por pH e tempera-
turas elevadas. Ferro e manganês em
CEemax = salinidade do extrato de satura- solução podem também formar preci-
ção do solo que o rendimento é pitados insolúveis quando na presença
reduzido em 100% (para melão de sulfetos.
usar 16,0 dS/m). A solução mais utilizada para redu-
zir a precipitação de sais em tubulações
é a redução do pH da água para a faixa
Equação 4
entre 5,5 e 7,0 por meio da injeção de
ácidos, como o sulfúrico, o muriático, o
CEe = O,5xCEa Xln(_1_)
1-LR LR nítrico ou o cítrico. A quantidade de
ácido necessária varia entre 0,02% e
No caso da equação 4, a determina- 0,2% da capacidade do sistema, sendo
ção de LR é feita por tentativa erro, ou função da qualidade da água, temperatu-
seja, assume valores de LR até que o valor ra e tipo de ácido. O ácido fosfórico,
computado de CEe seja igual ao valor além de fonte de fósforo, pode ser utili-
associado ao nível de produção desejado. zado também para o tratamento da água.
Por exemplo, para obtenção de produti- Cuidados devem ser tomados para não
vidade máxima (P =100%), obtém-se injetar fertilizantes fosfatados em águas
pela equação 1 CEe =
2,2 dS/ m. ricas em cálcio, sob risco de formação de
.. As principais medidas para preve-
nir ou minimizar problemas de salinida-
precipitados insolúveis.
Nas principais regiões produto-
de são instalação de sistemas de drena- ras, parte da água utilizada para irrigação
gem em solos que não têm boa drena- é subterrânea de origem calcária, com
.. gem natural, a adoção de práticas cultu- teores de cálcio e bicarbonato acima de
•
Melão Produção Frutas do Brasil, 33
t__ J~ _
Melão Produção Frutas do Brasil, 33
••
Tabela 16. Coeficiente de cultivo (Kc)e profundidade efetiva do sistema radicular (Z)
nos diferentes estódios de desenvolvimento do meloeiro, em função do sistema de
irrigação.
Estádio Kc
Gotejamento
Sulco/aspersão Z(cm)
Solo nu Plástico*
•
Inicial (I) 0,45 0,35 0,20 5 - 10
Vegetativo (11) 0,75 0,70 0,60 15 - 30
Frutificação (111) 1,00 1,00 0,90 25 - 40
.,.
Maturação (IV) 0,70 0,80 0,70 25 - 40
• Plantio em solo com cobertura plástica (Mulch).
Fonte: Adaptado de Marouelli et 01. (1996). Allen et 01. (1998) e Sousa et 01. (1999b).
Melão Produção Frutas do Brasil, 33
...•
"11
C
a11I
Q.
Irrigação por gotejamento ' o
Profundidade efetiva de raízes (em)
a
..
m
ETe 10 20 30 40
~
(mm/dia) Textura do solo Textura do solo Textura do solo . Textura do solo w
w
Grossa Média Fina Grossa Média Fina Grossa Média Fina Grossa Média Fina
2 2 x dia 1 1 1 2 3 1 3 5
3 2 x dia 2 x dia 1 2 x dia 1 2 1 2 3 1 3 4
4 3 x dia 2 x dia 2 x dia 2 x dia 1 1 2 x dia 1 2 1 2 3
5 3 x dia 2 x dia ,2 x dia 3 x dia 2 x dia 1 2 x dia 1 2 2 x dia 1 2
6 4 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 1 2 x dia 1 1 2 x dia 1 2
7 5 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 2 x dia 2 x dia 1 1 2 x dia 1 1
8 - - - 4 x dia 2 x dia 2 x dia 2 x dia 2 x dia 1 2 x dia 1 1
9 - - 4 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 1 2 x dia 1 1
10 - - 4 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 1 3 x dia 2 x dia 1
11 - - - 5 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 1 3 x dia 2 x dia 1
12 - - - 5 x dia 3 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 2 x dia 3 x dia 2 x dia 1
Irrigação por sulco
Profundidade efetiva de raízes (em)
ETe 10 20 30 40
(mm/dia) Textura do solo Textura do solo Textura do solo Textura do solo
Grossa Média Fina Grossa Média Fina Grossa Média Fina Grossa Média Fina
2 4 5 7 10 - - -
3 3 3 4 7 7 10 9 13
4 2 3 3 5 5 8 7 1.0
5 2 2 3 4 4 6 6 8
6 1 2 2 3 4 5 5 6
7 1 2 2 3 3 4 4 5
~
8 2 2 3 4 3 5 ID
ã.
9 1 2 3 3 3 4 o
10
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1
1
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12 1 1 2 2 2 3 c
"'"a·
Obs.l: Textura grossa: areio, areia franca, franco arenoso.
o
Textura média: franco, franco siltoso, franco argila-arenoso, silte.
Textura fina: franco argilo-siltoso, franco argiloso, argila arenosa, argila siltoso, argila, muito argiloso.
Obs.2: Não irrigar por sulco em solos de textura grossa,
Fonte: elaboração pelos autores do capítulo,
" ,
Melão Produção Frutas do Brasil, 33
3
Equação 7 T·1= 6 x 83m x2,OmO,3m =
75
mtn.
2 ha x 2,0 Uh
ETc x TR x Ai
Vt=10x------------
Eu x E'
Exemplo de cálculo para sulco: deseja-
se determinar o turno de rega e o tempo
Em que:
Vt = volume total de água a ser aplicado
de irrigação para a seguinte condição:
por irrigação (rn"). • Local: Juazeiro/BA.
TR = turno de rega (dia). • Solo: textura fina.
Ai = área irrigada por vez (ha). • Período: dezembro.
E' = Es, se Es > (1 - LR) ou E' = (1 - LR),
• Temperatura média do ar: 28°C.
• Umidade relativa média do ar: 55%.
se Es < (1 - LR).
• Estádio: floração.
Conforme computado anterior- • Condutividade elétrica da água - CEa:
mente, Es =
0,90 e LR =
0,01, ou seja, 0,06 dS/m.
Es>(l - LR) e desta forma E' = Es = 0,90.
Passo 1- calcular ET o como reco-
Assim, para uma área irrigada de
mendado no "passo 1" de "Irrigação por
Ai = 2 ha, ETc =
6,7 mm/dia, TR 0,5 = gotejamento".
dia, Eu =0,90 e E' =
0,90, o volume de
Pela Tabela 15, para a temperatura
água a ser aplicado por irrigação é de:
de 28°C e umidade relativa de 55%,
obtém-se ETo = 7,6 mm/dia.
Passo 2 - determinar, pela Tabela 16,
Vt =1 Ox 6,7 mm/dia x 0,5 diax2 ha 83 m3
o coeficiente de cultura (Kc) para cada
0,90 x 0,90
estádio de desenvolvimento.
Pela Tabela 16, para o estádio vege-
Passo 9 - calcular o tempo de irri-
tativo e irrigação por sulco, tem-se
gação para aplicação do volume de água
Kc = 0,75.
necessário, pela equação 8. Passo 3 - determinar a evapo-
transpiração da cultura (ETc) para cada
Equação 8
estádio de desenvolvimento utilizan-
. VtxSlxSg do a equação 5:
T1 = 6 x ---------"c-
Pela equação 5, para Kc = 0,75 e
Ai xVg
ETo = 7,6 mm/dia, tem-se:
Em que: ETc = 0,75 x 7,6 mm/dia =
Ti = tempo de irrigação (min). 5,7 mm/dia
Passo 4 - determinar a profundida-
SI = espaçamento entre laterais (m).
de efetiva do sistema radicular da cultu-
Sg = espaçamento entre emissores (m). ra (Z) para cada estádio de desenvolvi-
mento.
Ai = área irrigada (ha).
Pela Tabela 16 a profundidade efetiva
Vg = vazão do gotejador (Uh). durante o estádio de florescimento varia
Frutas do Brasil, 33 Melão Produção
entre 25 e 40 em, Para fins deste exemplo, infiltração básica de água no solo é, sem
a profundidade considerada será de dúvida, o mais significativo. Por serem
Z = 30 cm. altamente variáveis, tais valores devem
Passo 5 - determinar pela Tabela ser determinados na área a ser irrigada.
17 o turno de rega para cada estádio da Valores típicos de infiltração para solos de
cultura, em função da evapotranspira- textura fina variam entre 0,06 e
ção da cultura, da profundidade efetiva 0,30 L/min/m, para textura média entre
do sistema radicular e da textura do solo. 0,30 e 0,60 L/ min/ m e para textura grossa
Pela Tabela 17, para ETc 5,7 mm/dia, = entre 0,60 e 1,80 L/min/m.
Z = 30 em, solo de textura fina e irriga- O tempo em que a água deve perma-
ção por sulco, o turno de rega recomen- necer no sulco após chegar ao seu final,
dado na fase de floração no mês de de- ou seja, o tempo de oportunidade para
zembro, obtido por interpolação line- aplicar a lâmina de irrigação real necessá-
ar, é de TR = 5 dias. ria é determinado pela equação 10.
Passo 6 - determinar a necessidade
de lixiviação para salinidade pela equa-
Equação 10
ção 2. Desprezar o valor de LR caso este
seja menor que 0,01. To = Es x LRN
Pela equação 2, a fração de lixiviação 60 xv;
necessária para a obtenção de produtivi- Em que:
dade máxima (CEe =
2,2 dS/m) e água de
irrigação com condutividade elétrica
To = tempo de oportunidade (min).
CEa =
0,06 dS/m é de: Es = espaçamento entre sulcos (m).
LRN= TRxETc
Equação 11
1-LR
Em que:
Ti = Ta+ To
LRN = lâmina de água real necessária
Em que:
por irrigação (mm).
Ta = tempo de avanço (min).
L•• .m•••••••••••••••••• ~~ _
Frutas do Brasil, 33 Melão Produção
gação, uma vez que facilita a progra- Valores de Kp podem ser determi-
mação das irrigações, de pulveriza- nados a partir da Tabela 18, sendo
ções e outros tratos culturais. Toda- função da velocidade do vento, umi-
via, esta maior praticidade pode se dar dade relativa do ar e tamanho da bor-
em detrimento da eficiência no uso da dadura.
água. Isto ocorre porque a retenção de O tanque classe A consiste de um
água do solo a ser irrigado pode diferir recipiente circular de aço inoxidável
daquela utilizada para elaborar a Ta- ou ferro galvanizado, com 121 em de
bela 17, fazendo com que as plantas diâmetro interno e 25,5 em de profun-
possam sofrer com a falta de água, didade, instalado sobre um estrado de
mesmo se for aplicada a lâmina total madeira de 15 em de altura. O nível da
evapotranspirada no período. No caso . água deve ser mantido no tanque de tal
da irrigação por gotejamento, este . modo que o máximo fique a 5 em da
problema é minimizado em razão do borda superior e o mínimo não seja
turno de rega adotado ser freqüente- inferior a 7,5 cm. A evaporação é
mente inferior a 2 dias. medida diariamente com auxílio de
I O tanque classe A é um dos méto- um micrômetro de gancho dentro de
1
, I
dos mais práticos para determinar a um poço tranquilizador, sempre pela
ETo em tempo real. Utilizando coefici-
entes empíricos, a ETo é estimada a
manhã (8 - 9h).
Para evitar que animais bebam a
1 partir da evaporação do tanque classe A
água do tanque e, assim, ocasionar
por meio da equação 12.
erros na estimativa da evaporação,
deve-se cercar uma área de aproxima-
...j Equação 12
damente 25 mZ (5 x 5 m) ao redor do
'.>
ETo = Kp x Eca tanque com uma tela de arame fino e
de malhagrande. A colocação da tela
• Em que:
diretamente sobre o tanque altera a
Kp= coeficiente de tanque taxa de eva-poração, restringindo a
(adimensional). utilização dos valores de Kp apresen-
',' Eca= evaporação do tanque classe A tados na Tabela 18.
(mm/dia).
••
Frutas do Brasil, 33 Melão Produção
-
FERTIRRIGAÇAO
Waldir A. Maroue!li
José Maria Pinto
•• Henoque Ribeiro da S i/va
.
••r José Francismar de Medeiros
I"
.•I
(
INTRODUÇÃO gação do que convencionalmente. A
prática da fertirrigação ainda possibilita
r Fertirrigação é o processo de apli-
cação de fertilizantes nas plantas por
alocação do fertilizante de modo preci-
so, diretamente na zona radicular da
meio da água de irrigação, o qual se cultura, minimizando a volatilização de
adapta aos sistemas por aspersão e por nitrogênio, por exemplo, enquanto o
microirrigação, especialmente o goteja- parcelamento maximiza a absorção pe-
mento. Não é recomendo, todavia, para las raizes e minimiza a lixiviação de
sistemas por sulco ou qualquer outro nutrientes.
com eficiência de irrigação inferior a É preciso ter em mente que o suces-
70%. so da fertirrigação depende do bom pla-
A fertirrigação na cultura do melo- nejamento e execução da irrigação. Irri-
eiro pode induzir incrementos significa- gação em excesso pode incrementar
tivos tanto na produtividade quanto na acentuadas perdas de nutrientes, princi-
qualidade de frutos, sobretudo quando é palmente de nitrogênio, por causa da
r praticada via gotejamento. Em termos movimentação com a água de irrigação,
r práticos, o gotejamento sem aplicação
de fertilizantes via água de irrigação é
o que pode contaminar os aquíferos
~ subterrâneos e superficiais.
I
pouco eficiente, resultando em peque-
t no incremento na produtividade.
As principais razões para o uso da
COMPONENTES
1 fertirrigação são o menor custo de apli-
cação e maior eficiência quanto à absor- DO SISTEMA
ção de nutrientes pelas plantas. Por per-
mitir que os nutrientes sejam fornecidos Um sistema básico de fertirriga-
de forma parcelada, de acordo com a ção é composto de dispositivo de inje-
necessidade da cultura, a fertilidade do ção, tanque de solução e bico injetor.
solo pode ser mantida num nível próxi- Os componentes devem ser de materi-
mo do ótimo durante todo o ciclo de ais que não sofram ação corrosiva dos
desenvolvimento da cultura, possibili- fertilizantes em uso no sistema. Den-
tando máxima absorção pelas plantas. tre os materiais recomendados, desta-
Os nutrientes mais utilizados na cam-se o cloreto de polivinil (PVC) ,
li fertirrigação são aqueles com maior mo- polipropileno, polietileno, teflon, vi-
1..
bilidade no solo, como o potássio e, ton, nylon, etil-vinil-acetato (EV A) e
I