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PROJETO
RIZIPISCICULTURA
APOSTILA DE INICIAÇÃO
À RIZIPISCICULTURA
CO-EXECUTORES:
EPAGRI SIA - COOPERSULCA - FUNDAÇÃO MUN. 25 DE JULHO
CONVENENTE
PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULO LOPES
CO-EXECUTORES
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E EXTENSÃO RURAL DE SC -
EPAC;RI
COOPERATIVA REGIONAL AGROPECUÁRIA SULCATARINENSE LTDA. -
COOPERS'ULCA
FUNDAÇÃO MUNICIPAL 25 DE JULHO - JOINVILLE
EQUIPE RESPONSÁVEL
I. INTRODUÇÃO
b) Conceito de Rizipiscicultura
A rizipiscicultura é uma técnica altamente recomendada para a utilização racional
de uma área agrícola. Consiste na técnica piscícola, complementar à cultura do arroz
irrigado em quadros (ou tabuleiros). Invariavelmente, o arroz é o produto principal da
rizipiscicultura, enquanto que a produção de peixes é atividade complementar (Perín,
1985). Resumindo, é a produção de peixes em lavouras de arroz.
Consiste em complementar a cultura do arroz irrigado em quadros com a
piscicultura, isto é, aproveita a mesma área para produzir arroz e peixes.
i) Subsistema Consorciado
Quando arroz irrigado e peixes ocupam a mesma área ao mesmo tempo;
arroz
peixe
arroz
peixe
arroz
peixe
1 1 1 1 i
primavera verão outono inverno primavera
a) Escolha da área
Os principais aspectos a serem observados na escolha de áreas para a prática da
rizipiscicultura são os seguintes:
1) Os quadros ou parcelas deverão apresentar declividades entre 0,1 e 0,2% para
facilitar a despesca;
2) A área de cada parcela deve variar entre 500 e 5.000 m2;
3) As parcelas deverão ser contíguas, permitindo o aproveitamento das taipas e de
fácil adequação;
4) Não é recomendada a utilização de áreas sujeitas à inundações uma vez que os
peixes deixam as arrozeiras;
5) A irrigação deve ser preferencialmente por gravidade, reduzindo custos de
produção e riscos de falta de água;
6) É importante que a qualidade da água seja boa, ou seja, boa oxigenação e esteja
livre de poluição;
7) Uma vez que o solo estará constantemente encharcado, é importante escolher
áreas que possuam solos argilosos.
c) Refúgio
Para proteger os peixes das temperaturas extremas e facilitar o seu manejo, deve ser
escavado um refúgio lateral com 3 a 6% da área da arrozeira. A profundidade do refúgio
deve ser de 0,70 a 0,80 metros (mínimo de 0,50 m). As principais funções do refúgio
são as seguintes:
1) Estocagem eventual dos peixes por períodos curtos durante a colheita de arroz;
2) Facilitar a despesca dos peixes;
3) Proteger os peixes em relação à mudanças bruscas de temperatura;
4) Regular o nível da lâmina de água;
5) Facilitar o acesso dos peixes ao interior do quadro.
Na Região do Médio e Baixo Vale do Itajaí muitos produtores tem optado pela não
construção do refúgio. Desta forma estas arrozeiras estão limitadas à prática da
rizipiscicultura no subsistema de rotação, ou seja, os peixes são povoados após a
colheita do arroz.
a) Preparo do solo
O preparo do solo no primeiro ano de prática da rizipiscicultura deve ser feito
normalmente, conforme recomendado pela assistência técnica. A partir do segundo ano,
no entanto, o preparo do solo nas arrozeiras é realizado em grande parte pelos peixes.
A eficiência deste trabalho depende das espécies de peixes estocadas, da profundidade
de água na arrozeira durante a entressafra e da variedade ou cultivar de arroz utilizada.
A carpa comum é um peixe que auxilia no preparo do solo devido ao seu hábito
remecher o fundo.
b) Cultivares recomendadas
Para a prática da rizipiscicultura são recomendadas variedades de arroz resistentes
ao acamamento e ao nível d'água mais elevado. No momento, as variedades resistentes
ao acamamento em uso em Santa Catarina são as variedades EPAGRI 107, EPAGRI
108 e EPAGRI 109.
c) Semeadura
A densidade de semeadura é de 150 kg/ha, utilizando sementes pré-germinadas.
d) Adubação
No primeiro ano é feita a adubação com NPK conforme recomendação da análise de
solo e em função da produtividade esperada do arroz.
A partir do segundo ano pode ser feita adubação orgânica no refúgio para favorecer
a formação de plâncton, o alimento natural de várias espécies de peixes. A adubação
química deverá ser feita conforme recomendação de análise.
e) Controle fitossanitário
No caso de infestação de plantas invasoras, é feito o controle aplicando herbicida 15
a 20 dias antes do povoamento dos peixes nos quadros de arroz. Este tipo de problema
pode ocorrer principalmente no primeiro ano de prática da rizipiscicultura.
f) Controle de pragas
Da mesma forma que no caso do controle fitossanitário, o controle de pragas é
comum no primeiro ano de prática da rizipiscicultura. Depoimentos de agricultores que
utilizam a rizipiscicultura há vários anos, não é necessário fazer o controle de pragas
após o segundo ano de adoção da rizipiscicultura.
g) Manejo de água
Não há necessidade de renovar a água intensamente. Sempre que possível, a
renovação da água nas arrozeiras deve ser apenas o suficiente para manter o nível,
repondo perdas por infiltração e evapotranspiração.
A circulação da água é importante durante a decomposição (fermentação) da
palhada do arroz, após a colheita com água em nível mais baixo. E importante favorecer
o rebrote do arroz para servir de alimentação à carpa capim. Em outras palavras, o nível
de água deve ser elevado vagarosamente após a colheita do arroz, permitindo o rebrote.
h) Colheita
A colheita do arroz pode ser feita com colheitadeira ou esteira, em água ou com a
colheitadeira normal, a seco. O peixe vai para o refúgio ou manejado para outros
viveiros.
a) Época de povoamento
No primeiro ano, quando ainda é recomendado a aplicação de agro-químicos, o
povoamento deve ser feito 15 — 20 dias após a aplicação. Nas safras seguintes o
peixamento deve ser feito aproximadamente 30 dias após a semeadura. É importante
observar que a cultura do arroz esteja bem estabelecida.
b) Densidade de povoamento
A densidade dos peixes irá definir, junto com a sobrevivência, o tamanho final dos
mesmos. Para engorda de peixes recomenda-se o povoamento de 2.000 a 5.000 alevinos
II por hectare de arrozeiras adaptadas à rizipiscicultura. Neste caso, o arroz é colhido e
os peixes permanecem na arrozeira até o inicio da próxima safra.
Dado o ciclo relativamente curto da cultura do arroz (130-150 dias), existe a
possibilidade de produzir alevinos II nas arrozeiras. Neste caso, são povoados entre
10.000 a 30.000 alevinos I por hectare. Este tipo de produção somente é possível em
arrozeiras com excelente controle da água e de predadores. Caso contrário, a
propriedade deve contar com um viveiro de recria.
c) Espécies recomendadas
O sistema de cultivo de peixes a ser utilizado é o policultivo. Neste sistema, diversas
espécies com hábitos alimentares preferenciais diferentes são povoados
concomitantemente nas arrozeiras. Normalmente a carpa comum é a espécie principal,
representando cerca de 60% dos peixes povoados. A tilápia é a espécie secundária, com
20-30% dos peixes. A presença da carpa capim também é importante, visando o
controle de plantas invasoras e aproveitando o rebrote do arroz. Geralmente esta espécie
representa 10-15% dos peixes povoados. Outras espécies (chamadas de
complementares) podem ser utilizadas conforme a preferência do agricultor ou mercado
local, ou ainda, dependendo da disponibilidade de alevinos. Neste caso, cada espécie
complementar entra com 5% sobre o total. Entre as espécies complementares se
destacam a carpa cabeça grande, o curimba, o pacu, o catfish, etc.
e) Manejo da água
Conforme já mencionado, não há necessidade de renovar a água intensamente.
Sempre 'que possível, a renovação da água nas arrozeiras deve ser apenas o suficiente
para manter o nível, repondo perdas por infiltração e evapotranspiração.
A circulação da água é importante durante a decomposição (fermentação) da
palhada do arroz, após a colheita, uma vez que a água está em nível mais baixo. É
importante permitir o rebrote do arroz para servir de alimentação à carpa capim. Em
outras palavras, o nível de água deve ser elevado vagarosamente, favorecendo o rebrote.
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9 Colheita do arroz
E possível colher o arroz com água e peixes na quadra, dependendo do equipamento
disponível.
A opção mais comum, no entanto, é baixar a água lentamente, permitindo que os
peixes "desçam" ao refúgio. Em seguida é realizada a colheita do arroz. É importante
baixar a água lentamente, preferencialmente durante a noite. Isso permite que os peixes
estejam mais tranqüilos, principalmente a tilapia, aumentando a eficiência desta etapa.
Uma vez que os peixes estão concentrados no refúgio, o produtor pode escolher qual
será seu destino. Poderá decidir despescar totalmente os peixes. Outra opção é repicar
parte dos peixes para outras arrozeiras onde já ocorreu a colheita, reduzindo a densidade
e favorecendo o crescimento na entressafra. A opção mais simples é reintroduzir a água
lentamente na arrozeira após a colheita e permitir que os peixes continuem crescendo
até a próxima safra. Sempre lembrando que na entressafra o nível da água é mantido no
nível máximo permitido pelas taipas reforçadas. Com isso, os peixes irão preparando o
solo para o próximo plantio
a) Época de povoamento
Os peixes são introduzidos nas arrozeiras 20 -- 30 dias após a colheita do arroz.
b) Densidade de povoamento
A densidade dos peixes irá depender se a alimentação suplementar será utilizada ou
não. Sem o uso de alimentação suplementar, a densidade deverá ser menor, em torno de
800 — 1.500 alevinos II por hectare de arrozeira adaptada.
No caso de alimentação suplementar (farelos, grãos ou ração formulada) a densidade
poderá ser maior, em torno de 2.000 a 4.000 peixes/hectare.
c) Espécies recomendadas
São indicadas as mesmas espécies recomendadas no item II — c) acima. No sistema
em Rotação é possível aumentar a densidade da carpa capim em 10%, tendo em vista o
aproveitamento do rebrote.
e) Manejo da água
Conforme já mencionado, não há necessidade de renovar a água intensamente.
Sempre que possível, a renovação da água nas arrozeiras deve ser apenas o suficiente
para manter o nível, repondo perdas por infiltração e evapotranspiração.
A circulação da água é importante durante a decomposição (fermentação) da palha
do arroz, após a colheita, uma vez que a água está em nível mais baixo, para permitir o
rebrote do arroz que serve de alimentação à carpa capim. Em outras palavras, o nível de
água deve ser elevado vagarosamente, favorecendo o rebrote.
Na entressafra é importante manter o nível da água ao máximo permitido pelas
taipas reforçadas, aproximando a arrozeira da condição de manejo existente num viveiro
de produção de peixes.
I) Despesca
A despesca é realizada uma semana antes da semeadura do arroz. Em Turvo, no Sul
do Estado, há propriedades em que semeia-se o arroz o arroz com o peixe ainda na
arrozeira, enquanto a água é drenada. Após a despesca, preferencialmente os peixes
devem seguir para um viveiro auxiliar, permitindo ao produtor comercializar com calma
sua produção.
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Insumos
- Sementes Kg 150,00 0,44 66,00 150,00 0,44 66,00
- Adubos
5-20-20 Kg 150,00 0,28 42,00 - - -
45-20-20 Kg 100,00 0,38 38,00 - - -
- Agroquímicos
Decis Litro 1,00 20,00 20,00 - - -
Facet Kg 0,75 68,00 51,00 - - -
Sirius Litro 0,06 354,00 21,24 - - -
- Alevinos mil - - - 5,00 45,00 225,00
- Ração Kg - - - 80,00 0,36 28,80
Preparo do solo
- Rotat.+ Alizamento H/t 4,00 20,00 80,00 - - -
- Adubação D/h 0,50 16,00 8,00 - - -
- Semeadura D/h 0,25 16,00 4,00 0,25 16,00 4,00
Irrigação/Drenagem
- Manejo da água D/h 2,00 16,00 32,00 2,00 16,00 32,00
- Limpeza canais D/h 2,00 16,00 32,00 2,00 16,00 32,00
- Custo água Sc 2,50 10,53 26,33 2,50 10,53 26,33
Tratos Culturais
-Aplic. Herbicidas D/h 0,25 16,00 4,00 - - -
-Aplic.Inseticidas D/h 0,25 16,00 4,00 - - -
- Adubação combertura D/h 0,50 16,00 8,00 - - -
- Oferta ração D/h - - - 5,00 16,00 80,00
Colheita/Despesca
- Colheita mecânica Sc 12,00 10,53 126,36 12,00 10,53 126,36
- Despesca D/h - - - 2,00 16,00 32,00