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A AGRICULTURA

PORTUGUESA E A
POLÍTICA
AGRÍCOLA
COMUM
POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Os problemas da agricultura portuguesa, bem como as perspetivas de


desenvolvimento futuro, têm de ser compreendidos e equacionados no
contexto da União Europeia, no âmbito da Política Agrícola Comum –
PAC.

Fig. Campos agrícolas, Estremadura.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

OBJETIVOS DA PAC

 Desenvolver a agricultura melhorando a produtividade.


 Melhorar o nível de vida dos agricultores.
 Garantir a segurança dos abastecimentos.
 Assegurar preços acessíveis aos cidadãos.
 Estabilizar os mercados.

Fig. Paisagem agrícola, São Miguel, Açores

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

PILARES DA PAC

Solidariedade
Unicidade de
Preferência comunitária
mercado
financeira

Criação
Estabelecer
Evitar a concorrência
de um
umFundo
mercado
dos
Comunitário,
agrícola
produtosúnico, – Fundo
estrangeiros,
o FEOGA
eliminando
estabelecendo
as Europeu
barreirasde
preços
Orientação
alfandegárias
mínimos para
e Garantia
entre
as importações e–,
os Agrícola
Estados-membros
subsídios
para financiamento
epara
harmonizando
as exportações.
das medidas
as regrasda
PAC,
sanitárias
o quee permitia
as normasumtécnicas.
apoio financeiro à agricultura.

Fig. Paisagem agrícola, Alentejo.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais progressos resultantes da aplicação da PAC

 Grande crescimento da produção devido à introdução de novos


métodos produtivos e à utilização de fertilizantes artificiais.
 Redução da superfície e da mão de obra utilizada, devido sobretudo
à mecanização.
 Aumento da produtividade agrícola e do rendimento dos
agricultores, devido à crescente mecanização, introdução de novas
tecnologias e práticas de investigação científica.

Fig. Paisagem agrícola, Câmara de Lobos, Madeira.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais problemas gerados pela aplicação da PAC

 Criação de excedentes agrícolas em quantidades impossíveis de


escoar nos mercados.
 Desajustamento entre a produção e as necessidades do mercado.
 Peso muito elevado da PAC no orçamento comunitário.
 Tensão entre os principais exportadores mundiais.
 Graves problemas ambientais motivados pela intensificação das
produções.

Fig. Paisagem agrícola, Vale do Douro.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais reformas

1984

 Criação de um sistema de quotas, inicialmente aplicado ao setor do


leite, que estabeleceu um limite de produção para cada país com
penalizações em caso de superação.

Fig. Pecuária extensiva nos Açores.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais reformas

1988

 Limitação
Fixação deda superfície de
quantidades cultivo/número
máximas de (QMG)
garantidas animais para
e de os
condições
quais o agricultor
de descida tinha dos
automática direito a subsídios.
preços na proporção da quantidade
 Reconversão
excedida. dos produtos excedentários, baseada na concessão
 de prémiosinicialmente
Retirada, aos produtores que see,comprometessem
voluntária depois, obrigatóriaa de
reduzir
terrasa da
produção.
 Criação de incentivos à cessação da atividade agrícola e à reforma
antecipada dos agricultores.

Fig. Cultivo de vinha, Alentejo.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais reformas

1992

Para respeitar
reequilibrar
e preservar
a oferta eoaambiente
procura

 Promoção
Diminuiçãodo
dos
pousio
preços
temporário.
agrícolas garantidos.
 Incentivo
Ajudas diretas
à prática
aos da
produtores,
agricultura
desligadas
biológica.
da produção.
 Estímulo
Reformasao
antecipadas
desenvolvimento
para os da
agricultores
silvicultura.
mais idosos.
 Orientação da produção para novas produções industriais ou
energéticas.
 Incentivos à pluriatividade da população agrícola.

Fig. Agricultura biológica, Gerês.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais reformas

1999 Agenda 2000

Prioridades Valorização da agricultura nas


suas diferentes vertentes

 Segurança alimentar e bem-  Económica.


estar animal.  Social.
 Agricultura sustentável  Ambiental.
/preservação ambiental.  Ordenamento do território.
 Desenvolvimento rural – novo
pilar da PAC.

Fig. Campos agrícolas, Alentejo.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Principais reformas

2003

 Orientação para a procura.


 Pagamento único por exploração.
 Princípio da condicionalidade.

Fig. Paisagem agrícola, Algarve.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Novos desafios

2009 - «Exame de Saúde da PAC»

LUTA CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

 Proteção da biodiversidade.

ENERGIAS RENOVÁVEIS

 Gestão da água.

PROMOÇÃO DA INOVAÇÃO

 Reestruturação do setor leiteiro.

Fig. Criação de gado bovino, Alentejo.

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM

Novos desafios

2013

DESAFIOS OBJETIVOS

 Económicos.  Competitividade
reforçada.
 Ambientais.  Sustentabilidade
melhorada.
 Territoriais.  Maior eficácia.

Fig. Paisagem agrícola, Terceira, Açores.

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A INTEGRAÇÃO DA AGRICULTURA PORTUGUESA

Em 1977 a agricultura portuguesa:

 Contribuía com 17% para a formação do PIB e 30% para o emprego.


 A produtividade e o rendimento eram muito inferiores aos dos
restantes países-membros.
 O investimento era muito reduzido e as técnicas pouco evoluídas;
 As infraestruturas agrícolas eram insuficientes e as características
das estruturas fundiárias dificultavam o desenvolvimento do setor.
 Havia pouca experiência de concorrência nos mercados interno e
externo.

Fig. Práticas agrícolas tradicionais.

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A INTEGRAÇÃO DA AGRICULTURA PORTUGUESA

1ª fase – de
2ª até1990
1990até 1999

 Não esteve
REFORMA DA sujeito
PAC 1992às regras
- Limitações
de preços
impostas
e mercados
à produção
dacontrastam
PAC.
 Incentivos
com a necessidade
financeiros
de melhorar
do PEDAP
a produtividade
para corrigir
agrícola
as deficiências
em Portugal.
estruturais da agricultura
CONCRETIZAÇÃO MERCADO e melhorar
ÚNICOas condições
1993 de produção
- Exposição e do
prematura
comercialização
setor dos produtos.
agrícola português à concorrência externa.

Fig. Campo de milho, Norte de Portugal.

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A INTEGRAÇÃO DA AGRICULTURA PORTUGUESA

Dificuldades

 Sofreu limitações à produção, pelo sistema de quotas.


 Foi desfavorecido pelo sistema de financiamento e de repartição
dos apoios.
 Os investimentos nos projetos cofinanciados por fundos comunitários
levaram ao endividamento de muitos agricultores.

Fig. Horta Familiar, Beira Litoral.

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A INTEGRAÇÃO DA AGRICULTURA PORTUGUESA

Progressos

 Diminuição do número de
explorações agrícolas e aumento
da sua dimensão média
 Aumento da produção e da
produtividade.
 Redução da mão de obra agrícola. Fig. Utilização de maquinaria na colheita do
milho.
 Crescimento do investimento em
infraestruturas fundiárias,
Fig. Explorações de grande dimensão,
tecnologias e formação profissional. Évora.

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A INTEGRAÇÃO DA AGRICULTURA PORTUGUESA

ATIVIDADE:

1 – Mencione as razões que levaram a que a integração da agricultura


portuguesa na PAC beneficiasse de condições especiais

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Verificar resposta
POTENCIALIZAR O SETOR AGRÁRIO NACIONAL….

A modernização do setor agrícola português continua a beneficiar de


apoios comunitários.

FEAGA – Fundo Europeu Agrícola de Garantia, que apoia o rendimento


dos agricultores através de pagamentos diretos e medidas para
responder às oscilações do mercado.

FEADER – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, que


financia os programas de desenvolvimento rural de cada um
dos países.

Fig. Vinhas, Alentejo.

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POTENCIALIZAR O SETOR AGRÁRIO NACIONAL….

PRIORIDADES DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL

Melhorar
Promover
Inclusão
Promoversocial,
aaa
Restaurar, competitividade
astransferência
redução
preservar
utilização
cadeias da
dede
pobreza
conhecimentos
todos
ealimentares
eficiente
melhorar dos eos
desenvolvimento
tiposdo
eede
ose ecossistemas
arecursos
gestão aapoiar
inovação
agricultura
risco económico
nos
que dependem
a e reforçar
setores
napassagem
agricultura.
dapara
adas
agrícola
viabilidade
uma zonase florestal
agricultura rurais.
economia das
e das explorações
e nas teor
zonas
deflorestas.
baixo deagrícolas.
rurais.
carbono e resistente às alterações
climáticas nos setores agrícola, alimentar e florestal.

Fig. Aldeia, Gerês.

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…E O DESENVOLVIMENTO RURAL

Em Portugal, o desenvolvimento rural assenta em três programas,


respetivamente para o Continente, a Região Autónoma dos Açores e a
Região Autónoma da Madeira, integrando a Rede Rural Nacional.

ESTRATÉGIA DO DESENVOLVIMENTO RURAL

OBJETIVOS OPERACIONAIS

 Competitividade.
 Organização estrutural.
 Sustentabilidade.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

… MODERNIZANDO AS EXPLORAÇÕES.

A modernização dos meios de produção e de transformação é uma


condição essencial para aumentar a competitividade do setor agrícola
português no mercado externo.

 Investimento em tecnologia produtiva.


 Melhoria das infraestruturas, como sistemas de drenagem, caminhos,
armazenamento e distribuição de água, etc.
 Aumento da dimensão das explorações, que pode conseguir-se pelo
emparcelamento.
Fig. Sistema de rega por pivot.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

… PRODUZINDO COM QUALIDADE.

A produção deverá:
 Ser orientada para as necessidades de
mercado.
 Respeitar as preferências dos consumidores.
 Explorar vantagens e complementaridades.
 Apresentar novos produtos ou
revalorizando produtos tradicionais.
 Apostar em produtos que podem ser
certificados.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

… VALORIZANDO OS RECURSOS HUMANOS.

REJUVENESCIMENTO DAINSTRUÇÃO
AUMENTO DO NÍVEL DE POPULAÇÃOE AGRÍCOLA
QUALIFICAÇÃO

 Promoção
Criação de do
condições
conhecimento
de vidaeatrativas
desenvolvimento
à fixação de
da competências.
população
 Criação
jovem nas
deáreas
polosrurais.
de ensino profissional.
 Promoção
Disponibilização
do desenvolvimento
de ajudas e incentivos
de competências
para que osno
jovens
domínio
se das
TIC.
possam dedicar à atividade agrícola, total ou parcialmente.
 Incentivo às reformas antecipadas para agricultores que pretendam
passar a gestão da exploração para jovens.
 Agilização do processo de instalação de novos empresários,
privilegiando os mais jovens.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

… MELHORAR A ORGANIZAÇÃO.

Outra forma de aumentar a competitividade é melhorando a organização


e gestão das empresas agrícolas, o que se torna mais fácil através da
associação dos produtores.

 Concentração da oferta.
 Aumento do valor acrescentado.
 Escoamento da produção dos seus membros.
 Aumento da capacidade de negociação nos mercados.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

Impacte ambiental da atividade agrícola

Utilização
Utilizaçãode produtos
Efluentes
intensiva químicos
pecuários
dos solos

A utilização
Na
O menor
pecuária, de inseticidas
recurso
sobretudo
ao pousio
nase eexplorações
pesticidas e adefertilização
a maior frequência
regime do solo
deintensivo,
com
os nitratos
mobilização
dejetos e fosfatos,
sólidos
dos solos esobretudo
e líquidos em de
da utilização
e as águasáreas
de de agricultura
maquinaria
lavagem têm
mais
mais intensiva,
graves
potenteimpactes,contamina
contribuem para a os
sobretudo solos
erosão
nos e ossolos
cursos
dos recursos
de água hídricos,
e a diminuição
para onde, da
superficiais
muitas
qualidade
vezes,(por
dos sãoescorrência)
habitats
lançados e subterrâneos
de muitas
sem qualquer (por infiltração).
espécies.tratamento.

Fig. Utilização
Fig. Fertilização química numaFig.exploração
de
Criação
maquinaria
intensiva
na agricultura.
agrícolade suínos.
moderna.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

… GARANTIR A SUSTENTABILIDADE.

A prática
O númerodadeagricultura
produtores
biológica
que aderiram
integra-se
a este modo
na
perspetiva
de produçãodetem
produzir
vindo a
com mais em
aumentar qualidade,
Portugal.
preservando os recursos e
protegendo o meio natural,
ou seja, de forma
sustentável.

Fig. Evolução do número de


produtores biológicos em Portugal
Continental (1994–2011).

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

A área ocupada em modo


de produção biológica
atinge valores:
 Mais altos nos Alentejo
e Beira interior.
 Mais baixos no Algarve
e Beira litoral.

Fig. Área ocupada em modo de


produção biológico em Portugal
Continental, por região agrária
(2011).

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

O regadio permite a regularização das produções agrícolas e o aumento


das produções, diminuindo a dependência dos ciclos climáticos.

É um fator de sustentabilidade ambiental pois assegura a conservação


da biodiversidade, a mitigação e adaptação às alterações climáticas e a
valorização das paisagens rurais.

Fig. Alqueva.

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REFORÇAR A COMPETITIVIDADE…

ATIVIDADE:
1 – Enumere as condições necessárias para aumentar a competitividade
do setor agrícola português.

Fig. Mercado dos lavradores, Funchal.

Pág. 50 a 53
Verificar resposta
FIM DA
APRESENTAÇÃO

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