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Antigo Regime (século XVI até fim do século XVIII):

> Monarquias absolutas;


> Sociedade:
 hierarquizada em ordens ou estados;
 estratificada (divisão da sociedade em grupos hierarquicamente organizados, consoante o seu prestígio, poder ou riqueza)
com direitos e deveres diferentes e específicos.
 no topo encontra-se o rei com poder supremo, absoluto e sacralizado.
A ordem corresponde a uma categoria social (grau de prestígio associado à função social que desempenha) definida pelo
nascimento, pelas funções sociais que os indivíduos desempenham e reforçados pela lei e pelos costumes. A cada ordem
corresponde um estatuto jurídico e os elementos distinguem-se pelo traje e formas de tratamento.

- Sociedade de ordens assente no privilégio


3 ordens - clero, nobreza e terceiro Estado - Têm obrigações e direitos, ditados pelo nascimentos.
 Clero- 1º lugar na hierarquia (estado mais digno/mais perto de deus); reúne pessoas de todos os grupos sociais e possuem
proteção dos monarcas absolutos e privilégios:
o Isentos de imposto e da prestação do serviço militar,
o Regem-se por um conjunto de leis específicas – o Direito Canónico,
o São julgados por um tribunal próprio,
o Recebem rendas, a dízima (1 décimo das colheitas retirados aos proprietários dos terrenos e dados à
igreja) e ainda ofertas dos crentes.
o Não são obrigados a permitirem o uso das casas aos soldados.
 Nobreza- 2º lugar na hierarquia (ordem de maior prestígio e riqueza) - elite militar e fundiária- situação privilegiada na
política e sociedade:
o Ocupa cargos de poder na administração e no exército,
o Regime jurídico próprio que garante superioridade perante as classes populares,
o Isentos de contribuições ao rei, exceto em caso de guerra,
o Recebem rendas dos seus senhorios,
o Forma de tratamento e vestuário próprio.
 Terceiro Estado- ordem não privilegiada (maioria da população) - produção para subsistência e impostos (classe mais
heterogénea- tem vários níveis de rendimentos) – maior parte dos elementos são camponeses.

- Pluralidade de estratos sociais, comportamentos e valores


Estratificação social - há várias classes dentro da mesma ordem.
 Clero: clero secular - religiosos ligados às questões políticas e económicas (bispos, papas), claro regular (ordens religiosas –
Mosteiros e Conventos), alto clero – filhos de nobreza, vive do luxo (bispos, cardeais), baixo claro – provém do povo
(párocos e monges).
 Nobreza: alta (rei, príncipe, duque, marquês, conde) e baixa nobreza (visconde, fidalgo, cavaleiro, escudeiro); nobreza de
toga (burguesia que recebeu um titulo de nobre por trabalhar na administração), nobreza de espada ou nobreza de
sangue, e nobreza rural que vive nas suas propriedades.
 Terceiro Estado: diferenciam-se pela riqueza- burguesia (atividades mais lucrativas- comércio e banca); abaixo desta
existiam os mais explorados: artífices, camponeses, vagabundos e mendigos:
o Homens de letras muito respeitados,
o Financeiros, Burguesia (elite do Terceiro Estado
o Mercadores (boticários, joalheiros, chapeleiro),
o Lavradores (muitos têm as suas próprias terras),
o Artesãos, Assalariados,
o Mendigos, Vagabundos e Indigentes.
- A mobilidade social
Hierarquia expressa-se pelos valores e comportamentos, que são indicadores de diferenciação, como o vestiário, alimentação,
habitação, modos de tratamento e insígnias da sua condição. Aos nobres e ao clero lhe cabia os títulos de honra e um rígido
protocolo. Esta diversidade de estatuto está relacionada no exercício da justiça.
Apesar da mobilidade social embora reduzida verifica-se a ascensão do Terceiro Estado pela decadência dos critérios sociais
baseados no nascimento. A burguesia conseguiu subir na hierarquia graças ao dinheiro juntamente com os casamentos, estudos e
na dedicação aos cargos do Estado.
- O exercício da autoridade
Segundo Bossuet, o poder real é:
 Sagrado, porque tem origem divina e quem contestar o rei ou as suas decisões contesta deus;
 Paternal, tal como um pai o rei deve proteger os seus súbditos e satisfazer as suas necessidades;
 Absoluto, pois o rei assegura com o seu poder supremo o respeito pelas leis e normas da justiça;
 Submetido à razão, ou seja, à sabedoria, pois o rei possui capacidades que lhe permite decidir bem e fazer o povo feliz.
Os reis tomam o lugar do Estado e concentram em si um poder total e absoluto:
 Não convocam cortes/têm poder total e absoluto sobre tudo e todos;
 Controlam o exército e as finanças;
 Elabora as leis (poder legislativo), aprova as leis (poder judicial) e aplica as leis (poder executivo);
 É o responsável pela ordem social estabelecida.
- Modos estéticos da encenação do poder
A centralização político-administrativa (monarquia absoluta) em que o rei toma o lugar de Estado + natureza sagrada do rei =
construção de espaços físicos que mostravam a grandeza do rei (palácios).
O absolutismo transformou a corte do espelho do poder, assim Luís XIV era o exemplo do rei absoluto como Versalhes era o
exemplo da corte real. Grande palácio foi construído à imagem do Rei-Sol (o sol não descansava assim como o rei).
Luís XIV encontrou formas de controlava a nobreza da corte:
 Mantinha a nobreza perto de si para a vigiar;
 Penalizava os nobres que não frequentavam Versalhes (não lhes dava terras, rendas…);
 Valorizava a sua pessoa ao dar honras aos nobres que o rodeavam;
 O luxo excessivo de Versalhes levava a nobreza a endividar-se (ficando mais dependentes do rei);
 Fazia da corte um espetáculo que seduzia a nobreza.
A vida em Versalhes era uma encenação do poder e da grandeza do soberano:
 Grandes espetáculos;
 Esplendor dos banquetes;
 Riqueza do vestuário;
 Complicação do cerimonial.
A Corte adquiriu uma grande dimensão como o poder absoluto. Esta centrava-se em 2 pilares:

 Luxo dos espaços;


 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
Luxo dos espaços;
 Hierarquia regulada pela etiqueta:
maneiras de estar, vestir, falar,
gesticular
 Luxo dos espaços;
 Protocolo (regras de etiqueta): maneiras de estar, vestir, falar…

-Sociedade e poder em Portugal: preponderância da nobreza fundiária e mercantilizada


Em Portugal, o absolutismo é representado com mais significado por D. João V.
Durante a primeira metade do século XVIII, D. João V, graças ao ouro vindo do Brasil, reforçou a sua autoridade e o seu prestígio
internacional, governando o reino de Portugal com grande luxo e ostentação, imitando a magnificência da corte de Luís XIV, rei de
França.
O monarca criou uma corte faustosa, patrocinou inúmeras obras de arte, promoveu inúmeros espetáculos e festividades públicas,
com o intuito de impressionar a população. O principal símbolo de poder e de riqueza são as obras monumentais que mandou
erigir, nomeadamente o aqueduto das Águas Livres, em Lisboa e o Palácio-Convento de Mafra.
No entanto, o peso dos costumes e a influência dos grandes privilegiados era muita e, D. João V, não conseguiu impor a autoridade
plena do Estado. Por toda a opulência evidenciada ficou conhecido pelo cognome de Magnânimo.
Vida da sociedade portuguesa influenciada por:
 Expansão ultramarina- transformou Portugal numa potência comercial;
 Afirmação do absolutismo- teve alterações nos comportamentos sociais e na composição das ordens
Até meados do século XVIII a nobreza de sangue manteve o acesso exclusivo aos cargos superiores da monarquia. Estes serviços
permitiam garantir o usufruto dos bens da coroa e ordens militares e aumentar com rendas e tenças o património das grandes
casas. Os cargos ligados ao comércio ultramarino foram sempre usados para enriquecer a nobreza que pouco percebia de negócios,
deixando a burguesia esquecida para segunda plano (só se conseguiu afirmar na 2ª metade do séc. XVII com o Marquês de Pombal).
A nobreza mercantiliza-se dando origem a um novo tipo social: o Cavaleiro-mercador:
 Nunca foi um verdadeiro mercador;
 A mercancia (comércio) é visto como uma forma rápida e fácil de enriquecer;
 Riqueza obtida da mercancia era aplicada:
o Na aquisição de terras;
o Em artigos de luxo e ostentação;

 Nobreza mercantilizada (cavaleiro-


mercador), ligado ao comércio
ultramarino;
Os países como a Inglaterra e a Holanda foram uma exceção ao absolutismo já que procuraram outras formas de governo, em que
os povos sejam ouvidos e o poder limitado.

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