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disposição final, como exemplo, estudo da ONU afirma que 20 a 30% dos orçamentos dos
municípios são comprometidos para coleta e destinação dos RSU (WESTMORELAND, 2014).
Os resíduos sólidos urbanos representam o somatório dos resíduos domiciliares (gerados pelas
atividades domésticas em residências urbanas) com os resíduos de limpeza urbana (varrição,
poda, etc.) (BRASIL, 2010).
Para o futuro, estudos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Banco
Mundial (2014), estima-se que daqui a dez anos serão produzidas 2,2 bilhões de toneladas
anuais, mas se o ritmo atual for mantido, a geração de resíduos pode alcançar a 4 bilhões de
toneladas por ano (WESTMORELAND, 2014). Infelizmente, para o Brasil a situação não é
diferente. Conforme Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(ABRELPE, 2015), o crescimento populacional brasileiro entre 2014 e 2015 foi de 0,8%, enquanto
o aumento de geração de resíduos foi de 1,7%, representando um avanço duas vezes maior que
o crescimento populacional.
Todavia, ao contrário da geração de resíduos, a economia apresentou queda nos últimos anos. A
situação atual brasileira vem causando grande preocupação, conforme informações do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016) o PIB (Produto Interno Bruto) vem acumulando
resultados negativos desde 2013, quando o crescimento retraiu 2,34% em 2014 e -4,55% em
2015. Para a cidade de Caxias do Sul no Rio Grande do Sul (RS), a situação foi ainda mais
preocupante, onde a economia apresentou queda de -7,96% em 2015 quando comparado a 2014
e de -11,5% em 2016 em relação a 2015 (FEE, 2017).
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a relação entre o desempenho econômico da cidade
de Caxias do Sul diante da geração de resíduos sólidos domiciliares (RSD) entre o ano de 2011
até 2017, cujo período foi marcado por uma grave crise econômica.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Resíduo sólido domiciliar (RSD)
A ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004) conceitua resíduos sólidos como:
[...] resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou
exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível. (ABNT, 2004, p.01)
A Lei Federal nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina a
obrigatoriedade da elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) nas
esferas municipal, estadual e federal, devendo este contemplar o gerenciamento integrado dos
diferentes resíduos sólidos gerados, cujo conteúdo mínimo é previsto em lei conforme a esfera
administrativa (BRASIL, 2010).
O PGRS deve ser utilizado pelo órgão público como uma ferramenta de gestão, visando à correta
destinação dos resíduos por parte das empresas e também dos munícipios. Ele é um documento
jurídico, portanto mostra que existe conformidade nos processos de geração e destinação dos
resíduos no meio ambiente. Cabe ao órgão público fiscalizar, e em caso do descumprimento das
normas, aplicar as devidas penalidades, que vão desde a aplicação de multas até a perda de
licença para operar nas atividades (BRASIL, 2010).
3.2 Indicadores econômicos
Se a economia é uma ciência que estuda a forma como recursos são alocados e o resultado
dessa alocação, logo, pode-se concluir que este processo deva ser avaliado de alguma forma. De
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acordo com Mendes et al. (2007), em um sistema econômico tudo pode e deve ser analisado
monetariamente, de modo que todo o resultado (bens e serviços) produzido pela economia seja
transformado em valor (medido pelo dinheiro ou pela moeda). Conforme Gremaud et al. (2011)
São diversos indicadores econômicos utilizados para avaliar a economia de um país, sendo que o
ideal é trabalhar com uma taxa de inflação sem grandes oscilações e com valores relativamente
baixos. No Brasil, os indicadores principais são (GREMAUD, 2011):
a) INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (mede a variação de custo das famílias
com chefes assalariados e com rendimento mensal entre 1 e 5 salários mínimos mensais;
b) Taxa SELIC – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (é a taxa básica de juros da
economia brasileira);
c) IGPM – Índice Geral de Preços do Mercado (mede a variação mensal dos preços);
d) IPCA ou INPCA – índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (mede a variação do
custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal entre 1 e 40
salários mínimos mensais);
e) INCC – Índice Nacional de Custos da Construção (mede a evolução dos custos de
construções habitacionais nas 18 principais capitais dos estados do país);
f) Salário Mínimo: é o menor valor de remuneração que a legislação permite que os
empregadores paguem aos seus empregados;
g) Balança comercial – apresenta a relação entre as importações e exportações de bens e
serviços de um país em determinado período;
h) Produção Industrial - dentre todos os setores produtivos a indústria é o que exerce maior
impacto no crescimento do produto agregado;
i) PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (mede a quantidade de
pessoas com e sem emprego, taxa de ocupação, taxa de desemprego e rendimento médio
dos trabalhadores);
j) PIB – Produto Interno Bruto é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia
(mede a atividade econômica de uma determinada região);
Portanto, é através do PIB que é possível medir o desempenho da atividade econômica e o nível
de riqueza de uma determinada região do país, e, quando o país apresenta uma queda no valor
do PIB em dois trimestres consecutivos, significa que ocorreu retrocesso na economia. Ainda
assim, ressalta-se que apesar de ser um ótimo indicador para o crescimento econômico, o mesmo
não leva em consideração dados como expectativa de vida, nível educacional e distribuição de
renda desigual, portanto não pode ser considerado como um índice de desenvolvimento humano
(VASCONCELLOS & GARCIA, 2008).
Para o cálculo do PIB, considera-se apenas os bens e serviços finais da cadeia de produção,
excluído matérias-primas, mão-de-obra, impostos e energia. Assim, tem-se que o PIB é o Produto
Nacional menos a Renda Líquida Recebida do Exterior (VICECONTI & NEVES, 2013).
3.3 Situação econômica do Brasil
O Brasil passa por uma crise econômica e segundo a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC,
2016) isso é reflexo da crise econômica mundial de 2008. O Brasil sempre foi um país exportador
de matérias primas e produtos agrícolas e entre o início dos anos 90 até 2012 a economia chinesa
(em ascensão), gerou uma grande demanda por commodities o que impulsionou de forma muito
positiva o crescimento da economia brasileira.
Em 2008 acontece a crise econômica mundial e ao contrário do cenário mundial o Brasil não
sentiu os efeitos de imediato, mas com o passar do tempo, em função da desaceleração da
economia mundial, a demanda por commodities diminuiu e então os reflexos foram sentidos pelo
Brasil. Para manter a economia em alta, entre os anos de 2009 e 2010, diversas medidas foram
adotadas pelo governo, dentre elas pode-se destacar a redução da taxa básica de juros, o corte
de impostos e programas para aumentar a infraestrutura, sendo que este último teve como
consequência um aumento expressivo nos gastos públicos (EBC, 2016).
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Ainda assim, em 2010 o Brasil apresentava uma sólida estabilidade política e econômica, taxas de
desemprego cada vez menores e uma política e dinâmica empresarial internacional bastante
positiva. Porém, em contrapartida, com o governo do mandato de 2011 a 2014, a inserção
internacional decai drasticamente e consequentemente, a carga tributária eleva-se
concomitantemente com a infraestrutura deficiente. Como resultado disto, a aliança Estado-
sociedade é rompida, incidindo diretamente na quebra da confiança do país perante o
empresariado nacional e estrangeiro, retrocedendo a economia, percentual do PIB e valores de
exportações (CERVO & LESSA, 2014).
Fatores como uma política fiscal severa, ampla fragmentação partidária e fim dos melhores
índices de economia internacional, são os que justificam a atual crise política e econômica do
país. Ademais, ressalta-se que a operação Lava Jato foi um marco histórico que serviu como um
forte impulso para a crise acontecer, visto que nunca na história brasileira a elite política e classe
empresarial passaram por uma investigação judicial radical levando os mesmos à cadeia (NETO,
2016).
Para se ter uma ideia, quando houve a troca de presidência, em 2010, alguns números eram
animadores, como por exemplo o crescimento do PIB que registrou a marca de 7,5% (a maior em
quase 2,5 décadas), porém a produtividade não conseguiu resultados tão expressivos, o que dava
indícios de que nem tudo ia tão bem assim (EBC, 2016). Tanto é que em 2011 o Brasil acumulava
um déficit maior que US$ 92 bilhões na balança comercial de produtos industrializados e para
tentar retomar o crescimento da economia o governo aumentou a taxa de juros. Frustrado, diante
da estagnação econômica, o governo voltou atrás e reduziu novamente a taxa de juros, mas essa
e as demais medidas não foram suficientes para recolocar o Brasil novamente no caminho do
crescimento tanto que em 2014 o cenário econômico acumulava resultados negativos, a taxa de
juros era maior que 14% e a dívida pública comprometia em torno de 66% do PIB (NETO, 2016;
EBC, 2016).
Para piorar ainda mais o contexto, a economia chinesa em forte desaceleração fez com que o
preço das commodities despencasse, pode-se citar como exemplos o preço da tonelada de
minério de ferro que saiu de US$ 187,18 (fevereiro de 2011) para US$ 37 (dezembro de 2015) e o
preço do barril de petróleo que de perdeu mais de 60% do seu valor (EBC, 2016). Por fim, são
esses e diversos outros problemas foram se acumulando e resultaram na atual crise que os
brasileiros estão enfrentando.
3.4 Relação entre a economia e a geração de resíduos sólidos
Como visto anteriormente, em um sistema econômico, todo o resultado (bens e serviços)
produzido pela economia deve ser transformado em valor (medido pelo dinheiro ou pela moeda) e
com isso fica evidente a relação entre economia, bens e serviços. Diante disso, é possível
estabelecer a relação economia e consumo, visto que a renda do país é diretamente proporcional
ao consumo nacional (VASCONCELLOS & GARCIA, 2008).
De acordo com Godecke et al. (2012), apesar de novo, o consumo é um objeto de estudo que tem
cada vez mais ganhado importância pois influencia as maneiras de pensar, agir e sentir das
pessoas. Outra relação importante é a relação do consumo com a mídia, responsável por grande
parte das necessidades modernas, ou seja, as pessoas dispendem recursos financeiros em prol
de necessidades nem sempre verdadeiras, mas sim incutidas pela mídia e, neste ciclo, as
necessidades são renovadas em um ritmo muito mais rápido do que de fato seria necessário.
Ainda para Godecke et al. (2012) ao mesmo tempo em que a mídia incentiva o consumo, surgiu
na sociedade uma reflexão sobre as consequências que este movimento trouxe, inicialmente no
que tange à utilização dos recursos naturais (escassos) e mais tarde sobre a destinação dos bens
e serviços quando estes se tornam obsoletos.
Constata-se que o crescimento populacional, aliado ao cenário do consumo insustentáveis
ambientalmente e socialmente, tem contribuído diretamente com o aumento da geração diária de
resíduos sólidos. Além disto, ressalta-se que a população é afetada pelo incentivo paradoxal de
consumo que, consequentemente, influencia o descarte de resíduos (GIL, 2016).
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Tendo em vista os valores econômicos agregados nas destinações dos resíduos, aliado a crise
econômica brasileira dos últimos anos, a região Sul em 2016, optou por terceirizar 14% dos
serviços de coleta pública, ocasionando um aumento de 14% da massa de resíduos coletados
pelo serviço de coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares. Com isto, neste mesmo ano,
Caxias do Sul – RS ficou em segundo lugar como a cidade que possui maior índice de coleta
seletiva da Região Sul, com 24 mil toneladas de resíduos coletados, perdendo apenas para a
cidade de Curitiba, no Paraná, que apresentou coleta de 26 mil toneladas (SNSA, 2018).
4. OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo avaliar a relação entre os índices de geração de resíduos sólidos
urbanos (RSU) e o índice econômico Produto Interno Bruto (PIB) do município de Caxias do Sul,
durante o período de 2011 a 2017, verificando a interferência ou não da crise econômica perante
a geração de RSU.
5. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste estudo inicialmente foram obtidos os dados correspondentes a
geração de resíduos sólidos urbanos da cidade de Caxias do Sul a partir de informações
disponibilizadas pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (CODECA), empresa
responsável pela coleta, transporte e destinação final dos resíduos. Na sequência, através de
pesquisa dos dados disponibilizados pela CIC (Câmara da Industria, Comércio e Serviços de
Caxias do Sul), FEE (Fundação de Economia e Estatística) e o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) foram obtidos os índices do PIB e da população.
Com estas informações foi possível realizar análise dos resultados a partir do comparativo anual
dos últimos 7 anos e observar a tendência de geração de resíduos urbanos diante da situação
econômica. A cidade em estudo, Caxias do Sul, representa 4,2% da população do estado, de
acordo com o IBGE (2017), com um território que abrange uma área de 1.652,308 km² e com uma
população estimada de 483.377 habitantes.
Caxias do Sul está localizada na Serra Gaúcha, a uma distância de 128 km de Porto Alegre,
capital do estado, e, destaca-se nos cenários estadual e nacional pela forte economia,
principalmente pelo setor metal-mecânico. Hidrograficamente, localiza-se sob um divisor de
águas, ao norte integra a Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas e, ao sul, a Bacia Hidrográfica
do rio Cai, que formam a bacia do Lago Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre,
conforme o Serviço Autônomo Municipal de água e Esgoto (SAMAE, 2017).
Na Figura 1 apresenta-se valores anuais das coletas dos RSU em Caxias do Sul, salienta-se que
estes dados foram obtidos junto a empresa CODECA (Companhia de Desenvolvimento de Caxias
do Sul), a qual é responsável por toda a coleta e limpeza urbana da cidade.
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Figura 1: Quantidade de RSU coletados em Caxias do Sul.
Fonte: Elaborado pelo autor, conforme informações da FEE, CIC e IBGE (2018).
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A partir da Figura 2, observa-se claramente o crescimento do PIB da cidade de Caxias do Sul de
2011 até 2014. Na sequência, apresentou uma queda de -7,96% em 2015 em relação a 2014 e
2016 também encerrou o ano com um decréscimo na economia de -11,50% em relação a 2015
(CIC, 2017). Ademais, 2017 a economia reagiu fechando o ano com um aumento de +5,6%
quando comparado a 2016 (CIC, 2018). Ao comparar a série histórica apresentada na Figura 2, o
ano que possuiu o maior PIB dos últimos 7 anos foi em 2014, com isto observa-se que a
economia em 2017 ficou ainda com um saldo negativo de 16,25% em relação a 2014.
Esta sequência de resultados negativos é resultado da crise econômica pela qual o Brasil
enfrenta. Todavia, o comportamento populacional da cidade mesmo em meio à crise vem
aumentando ano após ano. Com base nisto, observa-se que não há uma relação diretamente
proporcional entre o PIB e a população para a cidade de Caxias do Sul.
A Figura 3 apresenta a relação ente os índices populacional, PIB e geração de resíduo domiciliar
gerado na cidade de Caxias do Sul.
Figura 3: Comparativo anual dos índices populacional, PIB e geração de resíduos em Caxias do Sul.
É evidente de que a geração de resíduos não é resultado apenas de um único fator. Muitos são os
fatores que podem influenciar o aumento da geração de resíduos urbanos, como por exemplo, o
número populacional, facilidade na obtenção de crédito para consumo, mídia que estimula o
consumo, uso de produtos descartáveis, redução de número de pessoas por domicílio, entre
outros (CAMPOS, 2012).
Em contrapartida, com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), institui-se a
logística reversa e a responsabilidade compartilhada, buscando implementar hábitos de produção
e consumo mais sustentáveis. Campos (2012) afirma que este mesmo caminho que no Brasil
ainda não foi constituído, nos países europeus o mesmo já havia sido implantado e mesmo sob a
exigente conduta dos países desenvolvidos, os resultados alcançados não foram os esperados.
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Ainda analisando a Figura 3, através da linha de tendência polinomial de ordem 4, observa-se um
comportamento muito semelhante aos resultados do PIB e o oposto para o número da população.
Com base nisto, buscou-se informações referente a massa per capita atendida do município de
Caxias do Sul junto ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Ambiental (SNSA,
2018) e com os resultados apresentados na Figura 4, evidencia-se que o comportamento de
geração de resíduos per capita da população segue a mesma tendência do PIB municipal, com
exceção ao ano de 2014 em que apresente aumento na geração per capita e retrocesso da
economia.
Figura 4: Valor do PIB e a massa per capita de geração de resíduos – Caxias do Sul
COMPARATIVO ÍNDICE ANUAL DO PIB DE CAXIAS DO SUL E
GERAÇÃO DE RESÍDUOS PER CAPITA
PIB (R$ bilhões) Taxa per capita (kg/hab.dia) Polinômio (PIB (R$ bilhões))
R$ 25.000 0,86
0,84
R$ 20.000 0,82
R² = 0,9749
0,8
R$ 15.000
Valores
0,78
0,76
R$ 10.000
0,74
R$ 5.000 0,72
0,7
R$ 0 0,68
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
PIB (R$ bilhões) R$ 18.800R$ 20.150R$ 21.397R$ 22.421R$ 20.637R$ 18.264R$ 19.287
Taxa per capita (kg/hab.dia) 0,77 0,74 0,83 0,81 0,85 0,75
Ano
7. CONCLUSÃO
A partir das informações apresentadas, fica evidenciado existência de relação entre o
desempenho da economia e a quantidade de resíduos sólidos gerados na cidade de Caxias do
Sul, tendo em vista a retração do PIB em 2015 e 2016 e em conformidade houve a queda da
geração de RSU. Constata-se também que o número da população não representa aumento nos
RSU, pois enquanto a população aumentou ano após ano, concomitantemente houve retração na
geração de resíduos.
Conforme Campos (2012) para uma redução significativa da geração de resíduos deve haver uma
mudança nos padrões brasileiros de produção e consumo e considerando a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, deve-se analisar o avanço que a mesma implicará em relação a redução ou até
mesmo a estabilização da geração de resíduos.
Todavia, os objetivos colocados na PNRS estão prolongados de 2014 para 2018 e 2021,
procrastinação que já está enraizada na política pública brasileira (DIAS et al, 2010). Por fim,
apesar de ainda haver um longo caminho a ser percorrido, salienta-se que é crucial o estímulo
governamental para políticas de desenvolvimento sustentável e a busca, através da educação
ambiental, pela conscientização da população para um consumo cada vez mais consciente.
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REFERÊNCIAS
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Panorama dos resíduos sólidos no Brasil, 2015. Disponível em:
<http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2015.pdf>. Acesso em 15 maio. 2018.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos sólidos;
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências. Brasília, DF: Congresso
Nacional. 2010.
EBC – Empresa Brasileira de Comunicação. Entenda a Crise Econômica. 2016. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-05/entenda-crise-economica>. Acesso em
23 out. 2017.
FEE – Fundação de Economia e Estatística. PIB Municipal – Série Histórica 2002-2015. 2017.
Disponível em: <https://www.fee.rs.gov.br/indicadores/pib-rs/municipal/serie-historica/>. Acesso
em 15 jan. 2018.
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama Caxias do Sul. 2018. Disponível
em <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/caxias-do-sul/panorama>. Acesso em 18 mar. 2018.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Série histórica do PIB – 2016. 2017.
Disponível em
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/7531a821326941965f1483
c85caca11f.xls>. Acesso em 18 mar. 2018.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Introdução à economia. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
p.139-186.
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